Empresa colonial, ontologia e violência (original) (raw)

A respeito da ontologia do trabalho e a crítica marxiana

A ontologia do trabalho se faz como forma da crítica marxista, contudo, em Marx de O Capital, encontramos uma crítica ao trabalho no sentido de sua finitude e determinação estritamente moderna, sendo sua transistoricidade uma forma de consciência a ser superada.

O Cão, o Guarda e a Fábrica - ausências agenciais na arqueologia industrial e ontologias desconfortáveis

Al-Madan Online, 2023

Many factories that closed in Portugal lie abandoned. Some of them have a guard who is sometimes aided by a dog, both being human and non-human neo-agents who are frequently kept away from the discourse about industrial landscapes. This paper seeks to discuss the still unacknowledged role of these neo-agents by analysing two case studies from the Lisbon region, namely a gunpowder factory established at the end of the 19th century and an explosives factory reallocated in the middle of the 20th century. In addition to material issues like the place where the guards stay and eat, the author talks about memories, tombs and other things that are usually ignored.

Antropologia da violência

Ementa da disciplina de antropologia da violência dada no segundo semestre de 2019 na pós-graduação de ciências sociais e antropologia da Unicamp, em parceria com a professora Susana Durão.

Sociologia da violência

2015

Em memória da mãe Agradecimentos Ao departamento de sociologia do ISCTE-IUL, em cujos cursos tive oportunidade de desenvolver estas matérias. Aos estudantes que escolherem frequentar a cadeira e colaborar com a avaliação de conhecimentos. Aos meus filhos e ao Nuno Pontes pelas conversas empolgantes sobre o assunto. À Catarina Rodrigues pela voluntariosa disponibilidade de revisão do texto. À Dulce por me aturar. Reacção de uma leitora: "o livro permitiu-me descortinar violências onde antes nada via (o conhecimento permite-nos ver/interpretar a realidade de forma diferente) e está a fazer alterar a minha postura em relação a uma situação de uma prima minha num lar"

TRABALHO: notas sobre fundamentos ontológicos e históricos

2017

Trata-se de um ensaio de natureza teorica. Este texto trata da categoria trabalho, ontologica, fundante do ser social, e da expressao que o trabalho assume no modo de producao capitalista. Partimos do pressuposto marxiano, posteriormente desenvolvido por Lukacs, de que nao existe ser social sem o ato do trabalho, ainda que na sociedade capitalista, o trabalho se expresse de forma particular. Essa expressao particular do trabalho demonstra a dimensao historica do mesmo, sem alterar seu carater de fundamento ontologico da sociabilidade. Palavras-chave: trabalho; ser social; ontologia

Tópicos de Sociologia da Violência

Disciplina ministrada junto ao Programa de Pós Graduação em Direito Constitucional do Instituto Brasileiro de Ensino, Pesquisa e Extensão (IDP), março/abril, 2022.

Ódio, violência e colonialidade: questões para a psicologia política

Revista Psicologia Política, 2020

Chegamos ao último número de 2019, que também encerra a gestão desta equipe editorial, iniciada em 2016. Ao longo destes anos trabalhamos para qualificar a Revista Psicologia Política, pautando-nos pela busca pela excelência acadêmica e pelo compromisso ético e político na condução dos processos editoriais. Cabe, portanto, neste encerramento de ciclo, avaliar a gestão e prestar contas à nossa comunidade de leitores, autores, pareceristas e sócios da Associação Brasileira de Psicologia Política (ABPP) sobre o trabalho desenvolvido pelo grupo de editores e editoras. Inicialmente, cabe reiterar nosso agradecimento aos presidentes da ABPP deste período, os colegas Jáder Ferreira Leite e Frederico Alves Costa (este último também membro de nossa equipe até a assunção do cargo). Sem este compromisso com a manutenção da qualidade do processo editorial, financiamento de indexadores e editoração, a Revista de Psicologia Política estaria descontinuada e, certamente, pior avaliada pelas agências de fomento à pesquisa. Avaliação aliás que, apesar dos contratempos que enfrentamos com os números atrasados, a Revista conseguiu manter no sistema QUALIS da CAPES. O atraso da publicação dos números - ora sanada - era um compromisso dessa gestão editorial para poder entregar à nova equipe condições (e desafio) de apresentar-se a novos indexadores e, assim, incrementar a acessibilidade e a divulgação da RPP em outros círculos acadêmicos, brasileiros e internacionais. Além da manutenção dos indexadores, a RPP também investiu em divulgação em outras plataformas, como Facebook e Academia. O perfil da RPP no Facebook (https://www.facebook.com/RevistaPsicologiaPolitica/) conta atualmente com mais de 3.500 seguidores e o acesso no Academia também tem crescido (https:// usp-br.academia.edu/RevistaPsicologiaPolítica). Estas estratégias de divulgação têm incrementado a visualização da revista junto ao PEPSIC, seu principal indexador nacional, dentro do sistema Scielo. Nesse período, a RPP também investiu em articular os diversos grupos e autores/as interessados/ as em debater temas dentro do escopo da revista, lançando nove números temáticos e deixando mais dois preparados para a próxima gestão (Saúde, gênero e cultura, no nº 47 e Interseccionalidades para o nº 48). Estamos trabalhando, também, em um número especial sobre Estado, Políticas Públicas e Desastres, que será publicado ainda em 2019. Ao assumirmos a revista, um dos grandes problemas enfrentados era o baixo número de submissões ativas no sistema, que deixava o fluxo lento e pouco diversificado do ponto de vista regional e institucional. Atualmente, além dos artigos publicados em 2019, deixamos a revista com 30 artigos aprovados para serem publicados no próximo ano e mais de 70 submissões ativas no sistema. Deste modo, podemos afirmar que a aposta pelos números temáticos não prejudicou o fluxo de recebimento e editoração das submissões no sistema de fluxo contínuo da RPP e ainda colaborou para o fortalecimento de redes de pesquisadores da área e à presença de autores e autoras de alta representa-tividade e impacto nos números da revista. Essa oferta de números temáticos só foi viável por termos conseguido agilizar a comunicação com os/as autores/as e pareceristas, mantendo em dia os processos editoriais, tanto do fluxo contínuo como das chamadas de artigos, retomando a confiança na revista pela sua comunidade. Neste sentido, reiteramos nossos agradecimentos a todo coletivo de autores e autoras que confiaram na RPP como vetor de divulgação de suas pesquisas e reflexões acadêmicas. É por eles e elas que a revista existe (e resiste) em um panorama de crescente mercantilização dos processos de profissionalização editorial. Nosso compromisso é o de tentar manter, na medida do possível, um acesso livre à publicação, sendo um suporte qualificado para a consolidação da Psicologia Política em um panorama crítico de precarização da pesquisa pelo estrangulamento de seus financiamentos diretos e pelo ataque às instituições universitárias públicas, responsáveis pela maior parte da produção do conhecimento e da ciência no Brasil. A tentativa de desmonte do sistema universitário público federal - alcançado na mesma proporção em muitas redes estaduais - é particularmente sentido pelos pesquisadores e pesquisadoras das áreas de Ciências Humanas e Sociais, não apenas pela dureza dos cortes orçamentários nessas áreas, mas também pelos ataques de caráter ideológico de matizes fascistas que os líderes do atual regime perpetram ao pensamento crítico como um todo. Nesse panorama, mais do que nunca, uma publicação nos moldes da nossa se faz importante como tela de projeção do rico panorama de produção dessas áreas. Nossos agradecimentos se intensificam quando pensamos no corpo de pareceristas de nossa Revista. Sem elas e eles, nem a qualidade e nem a quantidade de artigos publicados teria sido essa. Nestes quatro anos de gestão publicamos 125 artigos originais, 3 artigos traduzidos, 7 resenhas, 4 entrevistas e duas homenagens. Esse abnegado, anônimo e silencioso trabalho é um dos maiores expoentes do espírito de cooperação a apoio acadêmico, do qual a RPP se orgulha de participar, com um coletivo de pesquisadores e pesquisadoras de alta qualidade e generosidade. A todas elas e eles, nosso sincero agradecimento. Por fim, neste último número de nossa gestão editorial, apresentamos 15 artigos originais, um artigo traduzido, um ensaio fotográfico, uma entrevista e uma resenha. Estas últimas modalidades de apresentação seguem sendo muito valorizadas por nossa política editorial, atentando para que seu número e qualidade não comprometam os parâmetros editoriais convencionados por nossos indexadores. Entre os autores e autoras deste número, estão representadas 20 instituições de 12 Estados brasileiros, e dois autores estão vinculados à instituições estrangeiras, do Uruguai e da Espanha. Além disso, abrimos este número com uma homenagem à professora e pesquisadora Tânia Galli Fonseca, por ocasião de seu falecimento, considerando o papel de sua trajetória na consolidação da pesquisa social na Psicologia e, na formação de um grande número de pesquisadoras e pesquisadores. Apresentamos textos que expressam a atualidade dos temas pesquisados no campo da Psicologia Política Brasileira: polarização política; novas dinâmicas políticas com o uso político das redes sociais e temas tradicionais, como a colonialidade persistente que assola o sul global e ganha ares de urgência. Tem crescido o número de pesquisas e publicações que, aliadas às ações dos movimentos sociais ligados a temáticas diversas - raciais, de gênero, ambientais, indígenas, territoriais etc., vem tensionando os modos de produção de saber, e também de ser, compromissados com paradigmas eurocentrados que se estruturam a partir de uma perspectiva hegemônica e colonialista. Estas pesquisas e publicações reivindicam a produção de textos que, baseadas em outras vertentes epistemológicas, deem conta de produzir outras histórias, outras possibilidades subjetivas que insurgem a partir de uma reflexão das consequências dos processos de colonização no mais amplo sentido - da academia, dos corpos, do uso do tempo humano existencial etc. No campo da Psicologia, a publicação de Pele negra, máscaras brancas, em 1952, pelo psiquiatra e militante político martinicano Frantz Fanon, representa um dos grandes marcos na tentativa de interpretar as desigualdades raciais, que estão situadas nas bases dos processos coloniais, a partir de uma "interpretação psicanalítica do problema negro" (Fanon, 2008, p. 27). Em interseção com diversas áreas do conhecimento, a Psicologia Política, que tem como objetivo produzir conhecimentos situados epistemológica e politicamente nas realidades das quais faz parte, tem como compromisso se debruçar sobre as problemáticas que nos alcançam. E, quando pensamos e produzimos uma Psicologia Política Brasileira, a realidade do nosso país é cara a este campo de estudo. Com base nisso, este número reúne diversos textos, a partir da temática Ódio, violência e colonialidade, que interrogam e propõem para a Psicologia Política.

Violência e teoria social

Dilemas Revista de Estudos de Conflito e Controle Social, 2015

Conferência por ocasião da promoção a Professor Titular de Sociologia do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro.