A Questão Da Vontade: Hannah Arendt e O Conflito Entre Filosofia e Política (original) (raw)
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Sobre a Liberdade Da Vontade: Objeções De Hannah Arendt À Kant
Dissertatio, 2011
The study aims to explore the objections that Arendt addresses to Kant regarding the question of free will. Arendt sees the will as being the source of action, capable of bringing something new to the world that cannot be explained by a chain of causality, as suggested by Kant in his Third Antinomy. Yet contrary to Kantian thought, Arendt defends the thesis that the will is its own sake, or not is a will, it is not possible to consider it only a tool of practical reason. KEYWORDS: action, free will, pratical reason. RESUMO: O estudo pretende explorar as objeções que Arendt dirige à Kant no que concerne à questão da vontade livre. Arendt considera a vontade como sendo a fonte da ação, capaz de trazer ao mundo algo novo, que não pode ser explicado por uma cadeia de causalidade, como sugere Kant em sua Terceira Antinomia. Ainda contrária ao pensamento kantiano, Arendt defende a tese de que a vontade é sua própria causa, ou não é uma vontade, não sendo possível considerá-la apenas um instrumento da razão prática.
A CRÍTICA DE HANNAH ARENDT À FILOSOFIA POLÍTICA DE PLATÃO
Revista Brasileira de Iniciação Científica, 2019
Resumo: Com este artigo, trataremos de como a tradição do pensamento político ocidental teve seu início com a filosofia política de Platão, quando ele problematizou a esfera dos assuntos humanos na conformação da pólis; e de como nesta tradição, com o fenômeno da morte de Sócrates, foi estabelecido um abismo entre filosofia e política. Buscaremos compreender este abismo através da relação entre o significado da condenação de Sócrates e os seus desdobramentos na filosofia política de Platão, a qual inaugura o que Hannah Arendt entende por tradição do pensamento político ocidental. Abstract: This paper aims to discuss how the tradition of Western political thought had its beginning with Plato's political philosophy, when he problematized the sphere of human affairs in the shaping of the polis; and to understand how the phenomenon of the death of Socrates established an abyss between philosophy and politics in this tradition. We seek to grasp this abyss through the relation between the meaning of Socrates' condemnation and its unfoldings in Plato's political philosophy, which inaugurates what Hannah Arendt understands as Western political thought tradition. Resumen: Este artículo pretende discutir cómo la tradición del pensamiento político occidental tuvo inicio con la filosofía política de Platón, cuando él problematizó la esfera de los asuntos humanos en la configuración de la polis; y entender cómo el fenómeno de la muerte de Sócrates estableció un abismo entre la filosofía y la política en esta tradición. Buscamos comprender este abismo a través de la relación entre el significado de la condena de Sócrates y sus implicaciones en la filosofía política de Platón, que inaugura lo que Hannah Arendt entiende como la tradición del pensamiento político occidental.
O Conceito De Política e Liberdade No Pensamento De Hannah Arendt
Hegemonia: Revista de Ciências Sociais
O texto seguinte tem como objetivo perscrutar os conceitos de política e liberdade no pensamento de Hannah Arendt. Adotamos como ponto de partida, nesta breve incursão, a obra intitulada A Condição Humana produzido pela autora em 1950. Todavia, outros trabalhos são aqui evocados uma vez que tais conceitos foram amplamente discutidos ao longo de todo seu pensamento.
O conceito agostiniano de “Amor Mundi” é essencial para o pensamento político de Hannah Arendt, pois lhe inspirou uma alternativa em relação à atitude teórica dos pensadores da política de inspiração marxista ou liberal. O presente texto apresenta dois objetivos. Trata-se tanto de compreender o sentido que Arendt atribuiu ao conceito agostiniano de “Amor Mundi” em A Condição Humana (1958), estabelecendo, para isso, uma comparação com sua interpretação prévia deste mesmo conceito na Tese de Doutorado, O Conceito de Amor em Agostinho (1929), bem como, também, de explorar as implicações teóricas decorrentes de sua orientação do pensamento político para o mundo. O que significa professar uma atitude teórica de amor pelo mundo ao pensar a política, isto é, o que significa orientar-se no pensamento político pelo amor do mundo? E ainda: que significam amor e mundo nessa divisa arendtiana? The text investigates Arendt's notion of Amor Mundi and discusses the theoretical differences between her understanding of it in her Thesis on Augustin's concept of love (1929) and in The Human Condition (1958), a major work which was to be called Amor Mundi. I argue that Arendt's understanding of the political relevance of Augustin's philosophy suffers a considerable change between these two texts. This change relates to Arendt's own growing interest in the political dimension of the common world, whereas in the Thesis the political question was only a side problem addressed at the end of the work. This theoretical change implies a considerable shift in Arendt's appraisal of Augustin's reflection.
Argumentos: Revista de Filosofia (Online), v. 1, p. 39-63, 2013., 2013
The text discusses Arendt’s peculiar political thought, whose originality and independence concerning classic ideological criteria such as right and left frequently arises perplexities amongst her readers. This situation is aggravated by the fact that Arendt offers no explanation concerning the methodological procedures that orient her political thought. My hypothesis is that the main characteristic of Arendt’s political thinking lies in its capacity of both distinguishing and relating the distinguished concepts, an interpretation that counters current critical readings that stress Arendt’s supposedly rigid and contemporarily unattainable concepts. Against those criticisms, I argue that by facing the rupture of tradition Arendt exercised a “thinking without banisters” which was neither dialectical nor squematic, a thinking that proceeded by simultaneously distinguishing and relating concepts, so that their own intelligibility depends on their own confrontation and correlation. Finally, I believe that by clarifying this Arendtian thought-procedure one is entitled to rereading her works, thus highlighting their relevance to understanding some of our social-political matters. Keywords: Arendt; Political thinking; Conceptual distinctions; Rupture of tradition.
Violência e Política em Hannah Arendt
Resumo: Nesta comunicação pretende-se desenvolver a relação entre violência e política enquadrada no pensamento de H. Arendt e a partir de duas obras fundamentais, On Revolution (1963) e On Violence (1970). Investigando-se sobre o que constitui cada experiência em particular, a da violência (ainda que sob a forma da guerra ou da revolução) e a da política, esta relação permitirá equacionar criticamente as possibilidades e os limites das sociedades democráticas actuais como o resultado da tradição política e das revoluções da modernidade.
Judith Butler e Hannah Arendt em diálogo: repensar a ética e a política André Duarte (Filosofia UFPR/CNPQ) Nem sempre foi assim, mas atualmente ninguém negaria que Hannah Arendt se tornou uma autora bastante conhecida no Brasil, transformando-se em importante referência para repensar a ética e a política na contemporaneidade. Ao mesmo tempo, porém, também se fazem ouvir, aqui e ali, importantes vozes dissonantes, sobretudo oriundas do feminismo, as quais criticam os limites de uma reflexão ético-política que teria sido incapaz de se debruçar sobre os movimentos políticos de minorias, tornando-se, assim, um tanto extemporânea ou passadista. Do ponto de vista do feminismo, portanto, nenhum diálogo pareceria possível entre Arendt e Butler, tanto mais pelo fato de que até bem pouco tempo atrás somente dispúnhamos da tradução de sua primeira obra importante, Gender Trouble: Feminism and the subversion of
A Liberdade e Ação Política No Pensamento De Hannah Arendt
O presente trabalho tem como objetivo analisar a liberdade e a ação política no pensamento de Hannah Arendt, adotando como ponto principal a sua obra A condição humana. Analisa-se as condições humanas do trabalho, obra e ação, buscando, assim, compreender o papel da liberdade política na contemporaneidade diante da emancipação do trabalho e da vitória do animal laborans.