Narrativas sobre mortes suicidas ou histórias (im)possíveis (original) (raw)
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Narrativas de Pessoas LGBTQIA+ Universitárias acerca do Suicídio
Estudos e Pesquisas em Psicologia, 2022
O objetivo principal deste trabalho é discutir e compreender quais questões estão em volta do suicídio na comunidade LGBTQIA+ de acordo com a narrativa de alguns estudantes universitários participantes dessa comunidade. Para construção do estudo, utilizou-se da pesquisa social em saúde, apresentando uma abordagem qualitativa. Na produção de dados, foi utilizado um roteiro de entrevista semiestruturado que foi realizado, em sua maioria, de maneira remota. O estudo contou com 11 interlocutores. Os resultados foram analisados por meio da análise do discurso, emergindo quatro categorias extraídas das entrevistas: a invisibilidade; o preconceito; a violência; e o acesso ao serviço de saúde. Nos resultados e na discussão elencaram-se narrativas dos interlocutores com temáticas levantadas por autores como Foucault, Butler, Mbembe, entre outros. Assim, a partir de questões como biopoder, necropolítica e vidas precárias, discutiu-se sobre as vulnerabilidades e atravessamentos que perpassam a vida de um corpo LGBTQIA+ em relação ao suicídio através da narrativa de estudantes universitários.
Galáxia (São Paulo)
Resumo Há um pequeno relato de morte escrito por Fiódor Dostoievski em 1876, inspirado em notícias de jornal, em que o esforço narrativo se volta para cobrir de sentido a falta de sentido original do morrer. Intitulado A dócil, esse texto é aqui retomado para pensar sobre alguns dos caminhos que tomam o jornalismo e seus relatos ao ingressarem na teia de referências associadas à morte em nossa cultura.
Narrativas mitológicas sobre processos de morte simbólica
Resumo: Este artigo visa refletir sobre a abordagem e integração de vivências de morte simbólica na prática Naturológica, propondo a utilização de mitos como ferramenta terapêutica a partir dos pressupostos da psicologia analítica de Carl Gustav Jung. A Naturologia emerge na atualidade dispondo de enorme gama de possibilidades de se trabalhar em saúde, mesclando práticas naturais à escuta acolhedora e troca dialógica. Agregar a este diálogo a mitologia tradicional é enriquecedor, pois esta, em uma de suas potencialidades, atua de modo estruturante ao guiar o ser humano nas fases da vida e integrar o sentido dos ritos de passagem. Com esse olhar foram selecionados seis mitos de diferentes partes do mundo que apresentassem a temática da morte renovatória com o objetivo de realização de uma análise simbólica, sendo estes: Mauí e Hinenuitepo, da Nova Zelândia; o surgimento do mundo e da morte, da tribo Ajuru do Brasil; Hades e Perséfone, da Grécia; Inanna, da antiga Suméria; Hainuwele, da Nova Guiné e Quetzalcóatl, da cultura Maia da Mesoamérica. Neles foi possível identificar a presença de dois mitologemas: a catábase, que na expressão mítica se refere ao ato de descer ao submundo em virtude de uma busca; e a recompensa da morte como alimento ou planta essencial para um povo.
Narrativas (Auto) Biográficas: Singularidades Possíveis
Revista Ambivalências, 2016
O presente artigo é parte da análise dos resultados da pesquisa em andamento intitulada "(Auto)biografias e subjetividades: o outro de si mesmo na Esclerose Múltipla", na qual objetiva-se analisar, a partir dos conceitos tempo e memória, os processos de subjetivação das pessoas acometidas pela doença Esclerose Múltipla. A empiria da pesquisa são os discursos (auto)biográficos organizados em redes de Histórias de Vida, visibilizando-as como patrimônios culturais. Essas narrativas fazem parte de um acervo, também em construção, que se somará às mais de 16 mil Histórias de Vida do Museu da Pessoa. São entrevistas coletadas em situação de pesquisa e delas se produzirá um acervo de textos biográficos e material audiovisual. As análises desse artigo fazem parte da elaboração desse acervo e dos procedimentos metodológicos anteriores à elaboração desses textos biográficos. O artigo analisa duas narrativas (auto)biográficas, de um homem e de uma mulher, de 41 anos e 54 anos respectivamente, que vivem com os sintomas da Esclerose Múltipla, há cerca de 20 anos. Destaca-se os processos de singularização, a partir dos fluxos de agenciamentos coletivos de enunciação em que os narradores estão implicados. Essas análises evidenciam o desejo de ser lembrado, mas também o desejo de potência nas experiências com a doença que se apresenta degenerativa com potencial incapacitante. Desejos talhados em um presente com a doença, mas a partir do medo e da insegurança do tempo futuro, das sequelas que são imprevisíveis, que mobilizam tessituras de suas memórias dos passados seguros, anteriores à doença. Em um esforço para refutar o enunciado "superação", as análises apostam nas possíveis singularizações inventadas nas vidas ordinárias, nos processos de subjetivação engendrados nos fluxos dos enunciados mais traumáticos como pode ser um diagnóstico com o da Esclerose Múltipla.
Narrativa e historia de si contadas em análise
Revista Reverso , 2020
Este artigo surge através de questões sobre as fronteiras instáveis entre psicanálise e história. Todos têm alguma questão sobre o valor da vida, a sexualidade e a morte, este é um ponto relevante, pois o que é possível obter como resposta é a narrativa de uma história. A história surge no atendimento clínico: todos têm algum tipo de história cotidiana a narrar. É inevitável contar, mas isso também conduz ao que é inenarrável. A concepção de história que se pesquisa neste artigo é capaz de suportar o equívoco; a história passa a ser algo que comporta o sem sentido, o sem nome, o impossível e a possibilidade de morte. A história também abarca o indizível. É emergência do novo e interrompe o tempo. O que seria uma concepção de história capaz de incluir a psicanálise? Até que ponto se faz necessário aproximar verdade, inconsciente Real e história, e por essas fronteiras se verificar possível reflexão? Por fim, um impasse: a história – apartada e íntima da psicanálise
O Suicídio Em Contos De Maria Benedita B
Interdisciplinar Revista De Estudos Em Lingua E Literatura, 2013
de Érico que se atira do décimo andar de um prédio, em O resto é silêncio, Negrinha, do conto de Monteiro Lobato, a Bertoleza, de Aluísio Azevedo, a Mariana que, em O Retrato do Rei, se joga às labaredas da floresta e a noiva do mascate Abraão, que se enforca, depois que Amina apresenta a "dança proibida", em Amrik, ambas de Ana Miranda, Corina, de Staël, Celeste, que se deixa morrer e Lésbia, que cortas os pulsos, num banho de emersão, ambas protagonistas dos romances homônimos de Délia, pseudônimo da escritora gaúcha Maria Benedita Bormann, todas essas são personagens que apresentam uma característica comum: suicidam-se.
Narrativas Orais de Histórias de Vida
Comunicação & Inovação, 2015
Trata-se de apresentar a metodologia das Narrativas Orais de Histórias de Vida e suas relações com comunicacão e inovação, considerando as narrativas orais dos sujeitos artífices da própria história, suas subjetividades e suas memórias. O objetivo é discutir como os relatos de histórias de vida, expressos pela narrativa oral do sujeito, podem ser objetos da comunicação e identificar o aspecto de inovação desse método na comunicação. Parte de uma discussão teórica da bibliografia e conclui que a subjetividade é o principal elemento inovador da comunicação nessa proposta metodológica. This is the methodology of Oral Narratives of Life Stories and their relationships with communication and innovation, considering the oral narratives of persons, leaders of their own history, their subjectivities and their memories. The aim is to discuss how the expressed oral narratives of life stories can be communication objects of studies and to identify the innovation aspect of this method. Starts with a theoretical discussion of the literature and concludes that subjectivity is the main innovative aspect of communication in this methodological proposal.
Sensibilidades De Gênero: Narrativas Sobre a Morte e Os Mortos
A Transversalidade da Prática do Profissional de História 2, 2019
História-Estudo e ensino. 2. Prática de ensino. 3. Professores de história-Formação I. Pereira, Denise. II. Série. CDD 907 Elaborado por Maurício Amormino Júnior-CRB6/2422 O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores. 2019 Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. www.atenaeditora.com.br APRESENTAÇÃO Ao longo das últimas décadas, o ensino de História vem se consolidando enquanto campo de pesquisa, principalmente a partir da década de 1980, e as linhas de pesquisa, mormente, estão ligadas às metodologias de ensino, ao livro didático ou, ainda, às políticas públicas de inserção desses temas no currículo escolar. Neste modo, falar de transversalidade na prática do profissional de História, é observar a ligação aproximada da escola da realidade vivida pelos alunos, ou seja, trazer as disciplinas, os professores, os conteúdos escolares e aproximá-los do mundo do estudante. Dessa maneira, os alunos teriam uma aprendizagem significativa e seriam vistos com sujeitos históricos. Os temas transversais são abordados recorrentemente a partir da proposta do trabalho interdisciplinar. O fato recorrente nessas abordagens interdisciplinares é que cada disciplina/campo se preocupa com seu recorte específico sobre o tema, o que acaba fragmentando-o ainda mais. A aplicação dos temas transversais acontece a partir da renovação nos métodos, conceitos e didáticas no campo da pesquisa em História. Neste e-book temos a compreensão da realidade e a afetiva participação do indivíduo a partir de dados e noções relativos ao seu cotidiano, ao seu universo, fazem com que a campo do historiador a passe a ser considerada como um espaço de conhecimento e reconhecimento, onde por intermédio das diversas outras áreas de pesquisa se concretize como construtor de sua própria história. Aqui diversos pesquisados do campo da História, trabalharam com a proposta de temas transversais em várias áreas baseadas em eixos temáticos, tais como: cultura, religião, educação, arte, cinema, gênero, entre muitos outros. Boa leitura.
Amparo e sentidos de vida nas narrativas sobre mortos por COVID-19
Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica
Este artigo é parte da pesquisa em andamento intitulada “Biografias das vítimas do COVID-19” e se propõe comunicar as primeiras análises desenvolvidas. Trata-se de uma pesquisa interdisciplinar e seu objetivo é analisar os sentidos de vida das narrativas biográficas das vítimas do novo COVID-19 no Brasil, apresentadas no programa Fantástico, da rede Globo de televisão, a partir do portal Memorial Inumeráveis. Para dar conta deste recorte inicial, em diálogo com o campo da Psicanálise e do Patrimônio Cultural, desenvolve-se a noção de memória cultural em Eleida Assmann (2011) e Jan Assmann (2016) para pensar a função do Memorial Inumeráveis ao acolher os sentidos de vida comunicados nas narrativas dos entes queridos das vítimas e, posteriormente, disseminados na revista semanal. Esse acolhimento funciona como um amparo, na perspectiva freudiana, quando conecta sentidos de humanidade. Esses sentidos de vida foram capturados a partir da análise de conteúdo das narrativas e são revelado...