O Ateísmo De Holbach À Luz De Hegel (original) (raw)

A Carta De Feuerbach a Hegel

Revista Dialectus - Revista de Filosofia, 2019

As três cartas que nos finais de 1828 acompanham o envio da dissertação De ratione, una, universali, infinita apresentada por Ludwig Feuerbach à Universidade de Erlangen, embora de desigual relevo quanto ao conteúdo filosófico, formam no seu conjunto um documento de especial interesse para a compreensão da biografia intelectual de Feuerbach [...]

Sobre a crítica aristotélica de Feuerbach a Hegel

Revista de Estudos Filosóficos e Históricos da Antiguidade

O artigo visa a demonstrar como a crítica de Ludwig Feuerbach a Hegel é de matriz filosófica aristotélica. Para isso, analisaremos inicialmente o primeiro grande texto de Feuerbach contra seu velho mestre, "Para a Crítica da Filosofia de Hegel" (1839). Nele já aparecerão praticamente todos os temas que marcarão suas importantes obras do início da década de 1840. Como buscaremos desenvolver, a matriz aristotélica insere Feuerbach na longa tradição filosófica da lógica da identidade, da não-contradição, de uma filosofia essencialista (uma ousiologia). Seu projeto ontológico – e o de verniz socialista dele derivado – revela-se assim uma onto-teologia, resultando numa via completamente oposta à negativa e revolucionária (dialética) desenvolvida por Karl Marx e Friedrich Engels após 1845.

Ateísmo e Religião em Ludwig Feuerbach: uma aposta na essencialidade do humano

Revista Caminhos (PUC Goiás), 2016

Resumo: através desta incursão procuramos apontar algumas chaves de leitura para repensarmos o fenômeno do ateísmo, por ora vislumbrado a partir de uma de suas principais bases teóricas no século XIX, qual seja, a filosofia de Ludwig Feuerbach. Marcando sua distância em relação às demais críticas à religião, cujo núcleo de interesses geralmente se desenvolvia ao redor da inexistência de Deus, Feuerbach defende o reconhecimento de uma orfandade originária, única possibilidade capaz de reconduzir-nos rumo à essencialidade do huma-no. A religião é, nesse sentido, a principal forma de expressão desta essência, sendo que seu objeto não é Deus, mas o próprio homem. Toda projeção é, por-tanto, introjeção, a busca por uma interioridade perdida. Palavras-chave: Religião. Deus; Ateísmo. Ludwig Feuerbach.

Materialismo e história: o caso do Barão d’Holbach

DoisPontos, 2012

Trata-se, em primeiro lugar, de examinar em que medida o monismo materialista, tal como se apresenta na obra Sistema da natureza de Holbach, de 1770, permite a formulação de uma concepção original da história, para, em seguida, averiguar se esta concepção do curso geral dos acontecimentos humanos poderia ser identificada na História natural da superstição, do mesmo autor. We aim, in the first place, to examine at what extent…

A filologia segundo Erich Auerbach

Princípios: Revista de Filosofia, 2021

Resumo: O trabalho do filólogo deve ser circunscrito entre arte e ciência, é isto que ensina a análise do método e do escopo da filologia de Auerbach. Para aprofundar isto, é preciso analisar o modo e o sentido através do qual este estudioso situa seu público no interior de uma determinada situação mundial. Depois da circunscrição do privilégio da filologia em meio às humanidades, será apresentada a discussão em torno do perspectivismo. Em contraste com isto será posto em relevo o prejuízo que motiva o filólogo profissional a acreditar que apenas a palavra seria portadora de pensamentos e que ele seria um mediador privilegiado.

A ETOCRACIA DE HOLBACH: POLÍTICA E MORAL NUMA PERSPECTIVA MATERIALISTA

Resumo: Em suas últimas obras, Barão de Holbach elabora um sistema moral e político propondo uma análise da natureza humana a partir de sua filosofia materialista. Ao investigar as idiossincrasias humanas, ele expõe uma concepção de paixão que se liga à tradição espinosista, na qual as paixões são tomadas por sentimentos de amor ou ódio pelos objetos que afetam a sensibilidade, de acordo com as impressões de prazer e dor que esses objetos causam. Assim, um objeto que proporcione prazer nos sentidos desperta uma sensação de amor, que impele o homem a buscá-lo. Igualmente, um objeto que proporcione uma sensação dolorosa despertará o ódio, que fará com que esse objeto seja repelido e evitado. Esse mecanismo funciona tanto com relação aos objetos inanimados que servem para satisfazer as necessidades humanas, como também para dar origem às relações sociais entre os indivíduos. Por isso o autor sugere alguns princípios morais como deveres, dos quais a virtude seria seu fundamento. Logo, ações como a temperança, a prudência, a compaixão ou a tolerância, que tem por base a alegria e o prazer, funcionam como instrumentos de realização das relações sociais. Todavia, sentimentos como a inveja, o orgulho, a avareza ou o fanatismo tornam essas relações nocivas e contribuem para que os homens sejam inimigos uns dos outros. Desse modo, para que uma sociedade seja estável, Holbach sugere que as paixões derivadas das impressões de prazer e dos impulsos de amor sejam o laço que possibilita às relações humanas tornarem a vida coletiva agradável e desejada. A proposta dessa tese é analisar o pensamento político que emerge dessa perspectiva de moral, com base principalmente nas últimas obras de Holbach, quais sejam, A Moral Universal, La Politique Naturelle e Système Social. Nosso objetivo é investigar a relação que existe em sua filosofia entre três operadores morais: as paixões que servem como instrumentos para a sociabilidade, o interesse que é o motor das ações e a utilidade enquanto vislumbre dos objetos que podem ou não satisfazer as necessidades humanas. A partir destes operadores, que constituem um mecanismo que corresponde à natureza material do homem, temos o alicerce da moral e da vida política. Compreendendo a Natureza enquanto complexo de moléculas que interagem entre si a partir de suas qualidades, a sociedade é entendida nessa perspectiva. Pretendemos assim investigar o homem em seus aspectos psicológicos e sociais, e as instituições que fomentam suas relações, para enfim analisar como é possível, a partir dessa visão determinista e reducionista do materialismo, fundamentar um sistema moral e político de fato.

Interpretacao figural de Erich Auerbach como ferramenta hermeneutica

PARALELLUS, 2022

Erich Auerbach, in his classic work "Figure", presents "figural interpretation" as a tool for interpreting the Old Testament by the New Testament and by later authors and texts of Western literature. The aim of this study is to show that the "figural interpretation", described by Auerbach, can also be found in the interpretations of the Old Testament itself with reference to itself and also in the interpretations of the New Testament with respect to itself. In this way, it appears that figural interpretation was not born with Christianity, but with the Hebrew Bible itself. The study will be carried out through qualitative bibliographic research and through the exegesis of selected texts, from both Testaments, that confirm the figural interpretation in each of the Testaments. The results obtained reinforce the relevance and usefulness of this approach as a hermeneutic tool for the analysis of biblical texts, being also applicable to texts that use the figures and discourses of the Bible in their elocution.