A câmera diegética: legibilidade narrativa e verossimilhança documental em falsos found footage de horror (Revista Significação) (original) (raw)

Elogio da imperfeição: [Rec] e a câmera diegética em falsos filmes de found footage

Fronteiras - estudos midiáticos, 2016

Este é um artigo de acesso aberto, licenciado por Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC-BY 4.0), sendo permitidas reprodução, adaptação e distribuição desde que o autor e a fonte originais sejam creditados. 1 Uma versão preliminar e incompleta deste ensaio foi apresentada no GP Cinema do XXXVI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom), em Manaus (AM), em setembro de 2013.

Elogio da Imperfeição: [Rec] e a Câmera Diegética em Falsos Found Footage de Horror (Intercom 2013)

Filmes de ficção codificados no estilo found footage constituem, desde a virada dos anos 1990 para os 2000, um dos mais prolíficos subgêneros do cinema de horror. A principal diferença estilística entre esse conjunto de filmes e as ficções de horror tradicionais está no princípio que denominamos de câmera diegética : a presença de aparato de registro de imagem e som dentro do mundo ficcional habitado pelos personagens. Este artigo analisa a abordagem empregada pelos diretores espanhóis Paco Plaza e Jaume Balagueró no longa-metragem [Rec] , de 2007, para conjugar, a partir das restrições narrativas impostas pelo princípio da câmera diegética, a verossimilhança documental e a legibilidade narrativa.

Transformações do sujeito-da-câmera em falsos documentários de terror found footage 1

Anais do Encontro Alcar Sudeste, 2020

O presente artigo tem como objetivo refletir as transformações dos sujeitos-da-câmera em falsos documentários de terror do tipo found footage, pensando a experiência do espectador de acordo com cada tipo de posicionamento de sujeito. Para isso, conceitualiza os tipos de sujeito-da-câmera de acordo com Ramos (2008) e analisa sequências de quatro filme de found footage: [REC] (2007), Atividade Paranormal 2 (2011), Host (2020) e Murder Death Koreatown (2020). Como resultados, compreendeu-se que os sujeitos-da-câmera se transformam em diálogo com o surgimento de novas mídias e suas linguagens e com o contexto social da época. Refletiu-se também como as experiências do espectador podem sofrer transformações em momentos de pós-verdade e deep fake, uma vez que os filmes beiram as fronteiras entre ficção e documentário, e portanto, colocam em xeque noções de verdade.

(2018) Demônios virtuais, espíritos hackers, assassinos glitch: câmeras diegetizadas e a manifestação do mal no cinema de horror found footage

Imagofagia - Revista virtual de la Asociación Argentina de Estudios de Cine y Audiovisual, 2018

Este artigo investiga a presença de câmeras diegetizadas em filmes de horror found footage, com o objetivo de compreender como o seu uso afeta esses filmes em suas dimensões estéticas e narrativas. Tendência no cinema de horror contemporâneo, o found footage caracteriza-se pelo uso de câmeras diegéticas, pela emulação de uma visualidade amadora e por imperfeições técnicas na imagem e no som que remetem a uma linguagem realista próxima das convenções do documentário. No artigo, são analisadas sequências extraídas de sete filmes: The Collingswood Story (2002); Atividade paranormal (2007); O segredo do lago Mungo (2008); V/H/S (2012); Atividade paranormal 4 (2012); The Den (2013) e Amizade desfeita (2014). A realização da pesquisa permitiu criar uma tipologia que elenca diferentes tipos de câmeras e interfaces presentes nestes filmes e as distintas visualidades que elas produzem: 1) câmera na mão, 2) câmera de vigilância e 3) webcam e captação da tela. Também foi possível observar os modos como as câmeras diegetizadas são justificadas no enredo dos filmes e, ao mesmo tempo, funcionam como artefato por meio do qual o mal se materializa e se torna visível.

“A lei da equivalência das janelas”: circulação participativa do filme found footage de horror na era da mídia digital

In: AVANCA | Cinema 2015. VALENTE, António Costa; CAPUCHO, Rita (Orgs.). Avanca, PT: Edições Cine Clube de Avanca, 2015, pp.406-415.

Digital technology has impacted the amateur production mode and allowed home video to come out of its house permanently. With the resulting power dispute between participatory culture and mass media, both struggling for the hegemony of audience and the copyright property of popular culture products, horror genre finds other strategies to support the narratives, technically and thematically. The found footage horror subgenre aesthetically alludes or obeys an amateur mode and a low budget quality of production, thus also employs circulation and distribution patterns borrowed from the digital culture. Films like “The Last Broadcast” (USA, 1998), “[REC]” (Spain, 2007, 2009) and “Grave Encounters” (Canada, 2011, 2012), present the mass media in its last breath: punished and weakened the mass media is left aside to bestow for amateurs the horrors of video technology. Even independent productions distributed through collaborative Web 2.0 platforms, as the webseries “Marble Hornets” (USA, 2009-2014) and the homemade trilogy “Matadouro” (“Slaughterhouse”, Brazil, 2012, 2013, 2015), show that the digital culture has become an affront to the industrial values and a propellant of horror and fear. Thus this paper investigates the relationship between the mass media and a “working class” that challenges its values; besides the ways in which these films reflect and materialize anxieties about the digital technology empowerment, as well as the torments, hauntings and curses that this power brings to the individuals, the society and contemporary culture.

(2017) Demônios virtuais, espíritos hackers, assassinos glitch: as tecnologias de registro de imagens diegetizadas no cinema de horror found footage

Este artigo investiga a presença das tecnologias de registro de imagens diegetizadas em filmes de horror found footage. Tendência no cinema de horror contemporâneo, o found footage caracteriza-se por uma estética que dialoga com as convenções do documentário e emula o amadorismo, a partir especialmente do uso de câmeras diegéticas e dos tipos de imagens por elas produzidas. O artigo toma como corpus empírico algumas cenas escolhidas nos seguintes filmes: The Collingswood Story (2002); Atividade Paranormal (2007); O Segredo do Lago Mungo (2008); V/H/S (2012); Atividade Paranormal 4 (2012); The Den (2013); Amizade Desfeita (2014).

Imitacao da vida: Apontamentos sobre o uso da estilística do documentário em filmes de horror (Revista Eco-Pós)

Desde o final da década de 1990, em particular após o sucesso alcançado pelo longa-metragem A Bruxa de Blair, é possível constatar um aumento significativo na produção de filmes de horror codificados estilisticamente como documentários. Seis títulos desse tipo realizados naquela década se transformaram em mais de 150 na seguinte. A expansão levou a crítica estadunidense a criar um jargão específico para nomear esse tipo de filme, chamado de found footage e classificado desde então como um subgênero do horror cinematográfico. Este artigo pretende investigar o fenômeno, tentando mostrar que outros motivos além do baixo custo de produção contribuíram para o uso da estilística do documentário dentro da ficção. Procuramos, também, examinar por qual razão as técnicas documentais parecem ter se adaptado tão bem ao gênero do horror, a ponto de constituir um novo subgênero.