Elogio da imperfeição: [Rec] e a câmera diegética em falsos filmes de found footage (original) (raw)

Elogio da Imperfeição: [Rec] e a Câmera Diegética em Falsos Found Footage de Horror (Intercom 2013)

Filmes de ficção codificados no estilo found footage constituem, desde a virada dos anos 1990 para os 2000, um dos mais prolíficos subgêneros do cinema de horror. A principal diferença estilística entre esse conjunto de filmes e as ficções de horror tradicionais está no princípio que denominamos de câmera diegética : a presença de aparato de registro de imagem e som dentro do mundo ficcional habitado pelos personagens. Este artigo analisa a abordagem empregada pelos diretores espanhóis Paco Plaza e Jaume Balagueró no longa-metragem [Rec] , de 2007, para conjugar, a partir das restrições narrativas impostas pelo princípio da câmera diegética, a verossimilhança documental e a legibilidade narrativa.

A câmera diegética: legibilidade narrativa e verossimilhança documental em falsos found footage de horror (Revista Significação)

Falsos documentários de horror codificados como found footage têm sido massivamente realizados nas últimas duas décadas. Filmar um roteiro de ficção com a textura estilística de um documentário exige restrições criativas, a fim de impor a imagens e sons o efeito de real presente em material filmado de forma amadora. Este ensaio examina padrões recorrentes de estilo usados para conjugar legibilidade narrativa e verossimilhança documental, combinação exigida pela presença de dispositivos de registros no diegese.

Imperfeição calculada: [Rec] como paradigma do sound design em falsos documentários de horror

E-Compós, 2014

Falsos documentários codificados como found footage vêm se consolidando como um subgênero prolífico do cinema de horror. Na área do sound design, esse estilo de filme empurra os limites criativos em direção a uma estética que, ao contrário da ficção tradicional, valoriza certo grau de imperfeição técnica. Como estudo de caso, propomos analisar o sound design de [Rec], filme de Paco Plaza e Jaume Balagueró, a fim de examinar como a construção sonora desse filme resolve o equilíbrio entre legibilidade e verossimilhança.

Imperfeição calculada: [REC] como paradigma do sound design em falsos documentários de horror (Revista E-Compós)

Falsos documentários codificados como found footage vêm se consolidando como um subgênero prolífico do cinema de horror. Na área do sound design, esse estilo de filme empurra os limites criativos em direção a uma estética que, ao contrário da ficção tradicional, valoriza certo grau de imperfeição técnica. Como estudo de caso, propomos analisar o sound design de [Rec], filme de Paco Plaza e Jaume Balagueró, a fim de examinar como a construção sonora desse filme resolve o equilíbrio entre legibilidade e verossimilhança.

(2018) Demônios virtuais, espíritos hackers, assassinos glitch: câmeras diegetizadas e a manifestação do mal no cinema de horror found footage

Imagofagia - Revista virtual de la Asociación Argentina de Estudios de Cine y Audiovisual, 2018

Este artigo investiga a presença de câmeras diegetizadas em filmes de horror found footage, com o objetivo de compreender como o seu uso afeta esses filmes em suas dimensões estéticas e narrativas. Tendência no cinema de horror contemporâneo, o found footage caracteriza-se pelo uso de câmeras diegéticas, pela emulação de uma visualidade amadora e por imperfeições técnicas na imagem e no som que remetem a uma linguagem realista próxima das convenções do documentário. No artigo, são analisadas sequências extraídas de sete filmes: The Collingswood Story (2002); Atividade paranormal (2007); O segredo do lago Mungo (2008); V/H/S (2012); Atividade paranormal 4 (2012); The Den (2013) e Amizade desfeita (2014). A realização da pesquisa permitiu criar uma tipologia que elenca diferentes tipos de câmeras e interfaces presentes nestes filmes e as distintas visualidades que elas produzem: 1) câmera na mão, 2) câmera de vigilância e 3) webcam e captação da tela. Também foi possível observar os modos como as câmeras diegetizadas são justificadas no enredo dos filmes e, ao mesmo tempo, funcionam como artefato por meio do qual o mal se materializa e se torna visível.

Transformações do sujeito-da-câmera em falsos documentários de terror found footage 1

Anais do Encontro Alcar Sudeste, 2020

O presente artigo tem como objetivo refletir as transformações dos sujeitos-da-câmera em falsos documentários de terror do tipo found footage, pensando a experiência do espectador de acordo com cada tipo de posicionamento de sujeito. Para isso, conceitualiza os tipos de sujeito-da-câmera de acordo com Ramos (2008) e analisa sequências de quatro filme de found footage: [REC] (2007), Atividade Paranormal 2 (2011), Host (2020) e Murder Death Koreatown (2020). Como resultados, compreendeu-se que os sujeitos-da-câmera se transformam em diálogo com o surgimento de novas mídias e suas linguagens e com o contexto social da época. Refletiu-se também como as experiências do espectador podem sofrer transformações em momentos de pós-verdade e deep fake, uma vez que os filmes beiram as fronteiras entre ficção e documentário, e portanto, colocam em xeque noções de verdade.

Found footage e apropriação de imagens: Uma análise de Faceless

Lumina, 2020

Nesse artigo pretendemos analisar a apropriação e reutilização de imagens de arquivo no cinema de found footage, regime estético que tem como característica o uso de imagens pré-existentes como base de sua realização. O nosso objetivo específico é analisar o filme Faceless (Áustria, Dir. Manu Luksch, 2007, 50’). Parte de um projeto artístico homônimo, o filme é resultado da apropriação e montagem de imagens produzidas por CCTVs, câmeras de segurança de circuito fechado, espalhadas na cidade de Londres, no Reino Unido. As imagens foram adquiridas dentro dos temos da Lei de Proteção de Dados britânica de 1998, que fornece aos cidadãos o direito de acessar dados pessoais armazenados em computadores, o que inclui imagens gravadas por CCTVs. A narrativa fílmica foi desenvolvida no processo de obtenção das imagens, cuja lei impõe limites relativos à privacidade alheia no caso da sua publicação ou reutilização. De acordo com as diretivas da lei, isso pode ser feito obscurecendo o rosto dos demais indivíduos presentes na cena. Tais condições são assimiladas pelo cenário e pela narrativa fílmica, que dialoga de forma crítica com o sistema contemporâneo de crescente vigilância e visibilidade.

Da câmara subjetiva à falsa objetividade das imagens no cinema: apontamentos sobre duas experiências limite

Revista Lumina, 2019

Resumo: Através da análise de um aspeto morfológico do dispositivo cinematográfico, a câmara subjetiva, procuro apresentar modelos divergentes de utilização do cânone e processos alternativos de projeção/identificação pela imagem. O recurso à câmara subjetiva está associado, geralmente, a momentos de grande tensão quando se espera uma maior aderência do espectador ao ecrã : vemos através dos olhos das personagens e assim aumenta a sensação de envolvimento, e de presença, do filme em nós e de nós mesmos dentro do espaço diegético. Raramente a câmara subjetiva é /foi utilizada durante todo o filme, apagando assim o corpo das personagens do ecrã, porque se sabe que o mundo das imagens é o mundo da sedução e do reconhecimento que se dá pelo corpo projetado, e idealizado, que se (im) põe ao nosso olhar. Não nos podemos esquecer devque a imagem do ecrã é um constructo ideológico que faz parte da tradição artística ocidental. Os artistas do início do século XX pretenderam desmistificar o c...