Tessituras entre imagem e a imaginação do real (original) (raw)

Imagens da ficção e entrecruzamentos teórico-ficiconais

Este estudo pretende dar rendimento a uma indagação epistemológica, enunciadas no corpo do estudo, a respeito de dois poemas nacionais e contemporâneos: Teia e Crustáceo. Por Imagens da ficção entendemos que o trabalho teórico tem mais êxito quando evita generalizações e se detém sobre um determinado corpus, no nosso caso, os referidos poemas. Por entrecruzamentos teórico-ficcionais entendemos que podemos dar rendimentos a nossa leitura com o auxílio de outras leituras, neste caso: o corpus teórico, para propor um diálogo entre o ficcional e o teórico.

Imagens cinematográficas e imaginação

E-Compós

A taxonomia de imagens cinematográficas proposta por Deleuze em Cinema 1: A imagem-movimento e Cinema 2: A imagem-tempo e a relação dessas imagens com a imaginação, enquanto pensamento com imagens, é o tema deste artigo. Com o propósito de sugerir que a análise fílmica pode ter como foco as imagens cinematográficas, busca-se explicitar as teorias peirceanas que contribuíram para a compreensão das divisões da imagem-movimento e da imagem-ação, com destaque para a grande forma. Para tanto, analisamos recortes do filme Beleza Americana, com base em conceitos da semiótica de Peirce e na taxonomia deleuzeana para as imagens cinematográficas. Entre os resultados, destaca-se que as atualizações da cor vermelha fazem com que o filme prepondere como uma modalidade de imagem-ação, a grande forma, o que contribui para a compreensão do pensamento como diagramático.

ARTE NA FILOSOFIA DE SARTRE: TENSÃO ENTRE IMAGINAÇÃO E ENGAJAMENTO

O artigo pretende mostrar como Sartre pensa a obra de arte, obra concreta do imaginário e ao mesmo tempo engajamento, a partir principalmente dos livros O imaginário e Que é a literatura?, sem que isso constitua uma contradição. Trata-se de compreender que o imaginário nega o real mantendo-o como pano de fundo, de forma que, longe de ser alienação ou abstração, volta-se sempre a este para desvelá-lo, fazendo com que aqueles que criam a arte (tanto artista quanto público) compartilhem e se reconheçam no exercício conjunto de liberdade – o que torna a arte, como obra do imaginário, engajada.

MAPAS, MAPEAMENTOS E A CARTOGRAFIA DA REALIDADE

Although Geography is a predominantly visual discipline that claims the map as one of its most powerful tools, spatial representations are threatened to lose their meaning in our image-laden society. For this reason, Cartography must be appraised as a communication language by excellence in order to express ideas and emotions about the world that is directly or indirectly experienced. It is suggested a complementary approach to scientific Cartography, laying emphasis on functional mapping and everyone’s spatial creativity and imagination, which will be illustrated by several concrete examples. Keywords Cartographic language – Functional mapping – Social Cartography.

Ficção e realidade: limiares

O presente trabalho pretende aprofundar o sentido da afirmação de Peter Sloterdijk segundo a qual o humanismo naufraga como escola de formação humana por meio da literatura, postulando, por conseguinte, o fim da utopia da formação humana por meio da literatura. Para tanto, interessa o fato de que o conceito de literatura proposto por Sloterdijk como uma comunidade subjacente ao humanismo se coaduna com o conceito de literatura proposto no Brasil por Antonio Candido. Afinal, Sloterdijk sugere pensar o humanismo segundo o modelo de uma sociedade que recorda as academias mencionadas por Candido como formadoras da literatura brasileira, e a literatura como meio comunicativo pelo qual os homens se formam a si mesmos. Se a literatura constitui um aspecto da civilização, como postula Candido, resta perguntar o que significa a civilização e, sobretudo, a que se opõe. Questionar os limiares da ficção e da realidade corresponde a questionar as polaridades suspensas da exclusão e da inclusão, do externo e do interno.

‘Não é imaginação, é realidade’: intersecções entre o flâneur e o rolezeiro

‘Não é imaginação, é realidade’: intersecções entre o flâneur e o rolezeiro, 2018

A partir das perspectivas temporal, espacial e social visa-se investigar qual foi o cenário, o impacto de ação e as relações identificáveis entre o flâneur, pelas ruas de Paris, capital da modernidade no século XIX, e o rolezeiro, pelos corredores dos shoppings centers da maior metrópole do hemisfério sul, a cidade de São Paulo, no século XXI, partindo da concepção de que a flânerie e o rolezinho são fenômenos sociais e não experiências efêmeras e desconexas de seus tempos históricos. Tanto Charles Baudelaire, escrevendo sobre o flâneur, quanto o historiador do século XXI, escrevendo sobre a cultura funk paulista estão, em medidas diferentes, estão fazendo a História do Tempo Presente. Para Jean-Pierre Rioux, a História do Tempo Presente é “um vibrato do inacabado que anima todo um passado, um presente aliviado de seu autismo, uma inteligibilidade perseguida fora de alamedas percorridas” (1999) e o historiador deve, nesse sentido, se atentar a recusa do que é efêmero de modo a ser protagonista na redação da História e não os jornalistas que possuem as informações nas mãos mas, realizam análises superficiais, momentâneas e enviesadas. Domínio ainda em consolidação na academia, a História do Tempo Presente é para Eric J. Hobsbawm, um dos maiores historiadores do século XX, uma necessidade “ainda que seja para salvar do esquecimento, e talvez da destruição, as fontes que serão indispensáveis aos historiadores do III milênio” (1998). Com base nas obras sobre o tema é possível salientar que o exercício da inserção tanto do flâneur, quanto do rolezeiro se dá nos seus referidos tempos históricos, então, na chave da experiência no/do espaço urbano que com seus ritmos e traços característicos moldam estes sujeitos, ao passo que, estes sujeitos também moldam as referidas cidades, não existindo, assim, uma relação hierárquica entre o homem e o espaço, mas, uma relação de dupla troca em que a temporalidade se afirma, ademais, como um elemento de suma importância, tendo em vista, que sociedade, espacialidade e temporalidade são produtos de construções sociais de longa duração. Isto é, estes três elementos (sociedade, tempo e espaço) são resultados de interações sociais, das quais o flâneur e o rolezeiro desempenharam papéis significativos, cada um a seu modo, com seu trajeto, seja caminhando pelas ruas de Paris, no século XIX, em meio a arte, jogatina, mulheres ou seja caminhando pelos corredores de um shopping center, em São Paulo, no século XXI.

Imaginação nos limites da literatura

Sociopoética, 2019

Resumo: O presente artigo disserta sobre a capacidade da literatura, a partir de uma leitura de 2666, de Roberto Bolaño, e de Elizabeth Costello, de J. M. Coetzee. Compreendo que as duas obras versam, ainda que de modos distintos, sobre a relação entre literatura e mal, e fazem conjecturar sobre os ganhos e as perdas quando o mal "cabe na literatura". Tendo em conta a afirmação de Derrida de que a literatura é uma instituição em que se pode dizer tudo, o artigo busca indicar a ambiguidade presente nos atos de imaginar, escrever e ler sobre o mal. Abstract: This article discusses the limits of literature from reading 2666, by Roberto Bolaño's 2666 and J. M. Coetzee's Elizabeth Costello. Although it is in different fashions, both literary texts work on the relationship between literature and evil in a way that makes us think about this relation's advantages and disadvantages. Having in mind Derrida's assumption that literature is an institution where everything can be said, this text attempts to point out the ambiguity in the acts of imagining, reading and writing about evil. Resumen: Este artículo discute los límites de la literatura a partir de una lectura de 2666, de Roberto Bolaño, y Elizabeth Costello, de J. M. Coetzee. Si bien están hechos de distintos modos, se puede afirmar que ambos textos literarios tratan de la relación entre la literatura y el mal, permitiendo conjeturar acerca de las ventajas y desventajas presentes en dicha relación. Teniendo en cuenta la suposición de Derrida de que la literatura es una institución en la que se puede decir todo, este texto intenta señalar la ambigüedad de los actos de imaginar, leer y escribir sobre el mal.

Imersão em realidades ficcionais

Compós 2013, 2013

Este artigo discute as estratégias de imersão utilizadas para a construção de mundos de histórias nas múltiplas plataformas de mídia, levando em consideração as abordagens teóricas que denotem sua natureza lúdica, assim como os aspectos da imersão sensorial, cognitiva e emocional. Neste contexto, as experiências que relacionam atividades cotidianas e a vivência de mundos ficcionais, envolvem os jogadores em ações interativas e colaborativas pelas zonas imersivas em que se desenvolvem os mundos de histórias.

Imaginação e literatura

Estudos Italianos em Portugal, 2009

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Escrever sob o fascínio da imagem - ressonâncias entre o pensamento de

Revista Visualidades, 2017

Resumo O artigo problematiza o conceito de imagem a partir do pensamento de Maurice Blanchot e Georges Didi-Huberman. Explorando especialmente os conceitos de duplicidade da imagem em Blanchot e dupla distância do olhar em Didi-Huberman, pretende-se verificar os pontos em que se faz convergir nesses autores um modo de operar o pensamento e a escrita sobre a arte em sua relação com a imagem. Nesse jogo, sujeito e objeto são lançados a uma instabilidade, movimento em que o sujeito se desfaz de si mesmo pela imagem, se desfaz de si no encontro com uma obra. Momento em que a imagem solicita a palavra e em que a língua torna-se o lugar desde onde podemos nos aproximar dela. Palavras-chave: Blanchot, Didi-Huberman, imagem