Relíquias da existência de um intelectual (original) (raw)

A morte e a valorização do intelectual

Aurora Revista De Arte Midia E Politica Issn 1982 6672, 2012

Resumo: O artigo reflete sobre o papel da morte para a consagração e popularidade do intelectual nos meios acadêmicos, e para a sociedade. Além disso, reconstrói a trajetória que antecede a morte de importantes filósofos e intelectuais que nortearam o desenvolvimento da cultura ocidental, de forma a permitir articulações entre a própria morte e o contexto histórico e social em que estiveram inseridos ou foram protagonistas.

Nascimento dos intelectuais contemporâneos

Historia Da Educacao, 2003

Este estudo tem como fio condutor o caso Dreyfus, considerado revolucionário no campo intelectual, espectro para discemir as transformações sociais que afetaram os intelectuais na segunda metade do século XIX. Apresenta os intelectuais do século XIX em uma perspectiva de longa duração e analisa o debate suscitado pela noção de "intelectual" nesse momento. Divide-se em duas partes: uma diacrônica com a apresentação sumária das transformações do campo intelectual na segunda metade do século XIX; e outra que procura esclarecer, pelas hipóteses tiradas do estudo geral, a conscientização dos intelectuais em 1898-99. Palavras-cbave: intelectuais; século XIX; caso Dreyfus. Cette étude a comme fi! directeur l'affaire Dreyfus, conçue comme une révolution dans le champ intellectuel, qui sert de spectre pour discemer les transformations sociales qui ont affecté les intellectuels du XIXe siecle. Elle présente les intellectuels dans une perspective longue et analyse le débat suscité par Ia notion d"'intellectuel" au moment de cette affaire. Elle obéit à deux parties: Ia premiere, diachronique, avec Ia mise en place sommaire des transformations du champ intellectuel dans Ia seconde moitié du XIXe siecle et, l'autre, qui cherche à éclairer, par les hypotheses tirées de l'étude générale, Ia prise de conscience des intellectuels en 1898-99. Mots-c1efs: intellectuels; XIXe siecle; l'affaire Dreyfus.

Figuras do intelectual: gênese e devir

Sociologias

Resumo Este ensaio pretende apresentar a gênese moderna do intelectual e as figurações que assume ao longo de uma história relativamente recente até chegar a alguns impasses que sugerem sua crise, arriscando-se ao final caminhos possíveis para uma reconfiguração que o permita enfrentar os desafios do mundo social contemporâneo.

Uma genealogia intelectual da paz

Revista Eletrônica da ANPHLAC

REZA, Germán A. de la. A invenção da paz: da República Cristã do duque de Sully à Federação das Nações de Simón Bolivar. Trad. Jorge Adelqui Cáceres Fernández e André Figueiredo Rodrigues. São Paulo: Humanitas, 2015.

História intelectual e dos conceitos

The reason that led me to write this chapter on the relationship between intellectual history and decolonial thought or what could be defined as “epistemologies of the South” has fundamentally to do with some problems that I have encountered in the research and teaching activity of intellectual history in the Brazilian context, among which I would like to highlight: 1) written texts as central objects of intellectual history and above all written texts in Western languages; 2) the exercise of a certain intellectual history by practitioners of decolonial thought, without it being effectively named as such; 3) the thinking of authors who, although not defining themselves as decolonial, produce a thought that approaches the fundamental premises of Intellectual history and decolonial thought, without claiming an identity in terms of belonging to such intellectual networks. I intend to develop, in this chapter, a reflection on the third point mentioned, relating it to the two previous ones, since such discussion implies the problem of the predominance of the written tradition in the definition of the sources of intellectual history, as well as the emergence of an intellectual history in the decolonial network (and outside of it).

O lugar do intelectual na cena literária contemporânea

Há uma década o campo literário brasileiro tem observado uma crescente proliferação de obras literárias assinadas por autores não pertencentes aos centros hegemônicos de saber. Desde a publicação de Cidade de Deus, de Paulo Lins, em 1997, uma série de autores trilharam um caminho semelhante ao preconizado por Lins, romperam a silenciosa posição de objeto, para, em seu lugar, figurarem como enunciadores do próprio discurso. Ferréz, autor residente na favela do Capão Redondo, na periferia de São Paulo, decerto é o exemplo mais bem sucedido deste empenho em estruturar um discurso a partir do próprio referencial, formando uma compreensão das fraturas marginalizadas da sociedade fora dos espaços centrais de saber e poder. O êxito de Ferréz deve ser medido não apenas na expressiva vendagem de seus livros, fator que revela o alcance de seu discurso, mas, principalmente, em sua contribuição na formação de um grupo de autores da periferia, a chamada Literatura Marginal. No prefácio da coletânea Literatura marginal: talentos da escrita periférica, publicação que reúne alguns dos principais textos publicados nos três números especiais da revista Caros Amigos destinada à produção literária marginal, Ferréz exemplifica qual a principal característica do grupo: "A Literatura Marginal, sempre é bom frisar, é uma literatura feita por minorias, sejam elas raciais ou socioeconômicas. Literatura feita à margem dos núcleos tradicionais do saber e da grande cultura nacional, isto é, de grande poder aquisitivo" 1 . Nesta definição, a Literatura Marginal surge como um discurso de rasura da fala hegemônica, estruturando não apenas uma proposta literária contrária, mas, antes de tudo, negando-a. A Literatura Marginal busca assumir o status de voz unívoca da periferia, silenciando assim qualquer outro discurso que busca investigar/representar as margens, como afirma Ferréz: "Não somos os retrato, pelo contrário, mudamos o foco e tiramos nós mesmos a nossa foto" 2 .

Um intelectual admirável

Lua Nova: Revista de Cultura e Política, 2009

A morte inesperada de Gildo Marçal Brandão produziu em muitos de nós certo desconsolo com a fragilidade de nossa presença no mundo dos viventes. As muitas manifestações de apreço que sua morte desencadeou mostram que, enquanto viveu, o fez com força invejável. Elas revelam, cada uma a sua maneira, um pouco das marcas duradouras que a personalidade vigorosa de Gildo deixou nos seus circunstantes-alunos, colegas, companheiros de lutas, amigos e familiares. Depois de mais de vinte anos de amizade fraterna e cada vez mais próxima, em que tecemos elos intelectuais, políticos e pessoais, não consigo encontrar palavras para expressar bem o afeto e a admiração que tinha por ele. Vou me limitar aqui a dizer dele como intelectual. Já o admirava por isso antes mesmo de conhecê-lo pessoalmente. Lembro do entusiasmo com que li e reli o seu artigo 'Totalidade e Determinação Econômica", muito instigante, luckacsiano, publicado em 1977, no primeiro número da revista Temas de Ciências Humanas. Quando o conheci já estava às voltas com a pesquisa sobre o Partido Comunis