Apontamentos sobre as dimensões cientificas e culturais nas relações Brasil- Alemanha (original) (raw)

Brasil e Alemanha: os brasileiros de origem alemã na construção de uma parceria histórica

Textos De Historia Revista Do Programa De Pos Graduacao Em Historia Da Unb, 2009

A influência de minorias religiosas, culturais e étnicas sobre as relações entre países constitui tema de grande atualidade. No caso das relações entre Alemanha e Brasil, no decorrer dos séculos XIX e XX, temos o dado objetivo de que este último -o Brasil -aparece como o segundo maior receptor de imigrantes daquela -a Alemanha -, mesmo que numa diferença numérica muito grande em relação ao país que teria abrigado o maior contingente de alemães, os Estados Unidos. Enquanto para lá teriam emigrado, até a Segunda Guerra Mundial, cerca de cinco milhões de alemães, o Brasil teria recebido apenas algo em torno de 250.000, 5% daquele número.

Os alemães no Brasil: expedições científicas, colonização e herança intelectual

Revista de Ciências Humanas, 2012

O s efeitos dos movimentos migratórios são complexos e variados, tanto para as nações que fornecem os imigrantes quanto para aquelas que acolhem os contingentes. Os motivos que levam as pessoas a migrarem são variados, mas comumente eles decorrem da pobreza ou são os produtos de guerras, perseguições políticas e intolerância religiosa. Em muitos casos, essas forças se somam e famílias ou vilarejos inteiros buscam melhores condições de vida em outros cantos. Algumas nações do Novo Mundo se beneficiaram enormemente do fluxo migratório, entre as quais a Argentina, Brasil e EUA, mas os países cedentes sofreram despovoamento e perda da capacidade econômica. Atualmente notamos uma inversão do fluxo migratório-são as nações mais ricas e do Velho Mundo que atraem os jovens imigrantes (brain drain). O fluxo migratório ocasiona efeitos significativos, tanto para as nações que cedem seus habitantes quanto para aquelas que os acolhem. Os imigrantes trazem novos costumes, crenças religiosas e conhecimentos técnicos, os quais interferem no modo de vida local e resultam num caldeirão cultural (melting pot). De modo geral, os imigrantes exibem características especiais, levando em conta a motivação e a coragem para o enfrentamento de situações adversas; uns se integraram perfeitamente ao novo local, mas outras comunidades permaneceram isoladas e perdemos gradativamente seus vestígios. O fluxo migratório alemão não foi volumoso, em termos relativos, mas deixou marcas visíveis nos estados do Sul. O espírito empreendedor do colono alemão impulsionou a atividade agropastoril e fez surgir indústrias variadas (tecelagem, cerâmica, metalurgia, construção civil e processamento de alimento). Uma curiosidade: o fluxo migratório alemão não foi contínuo e tampouco o mais volumoso, pois os contingentes italianos, por exemplo, foram maiores e, dentre as nações do Novo Mundo, os EUA e Canadá acolheram volumes mais expressivos de colonos alemães. A germanização do Brasil teve início por volta de 1820, mas os EUA já vinham recebendo esses colonos antes de sua independência (1775). Estima-se que ¾ dos alemães se instalaram na Filadélfia;

Circulação De Conhecimento e Cultura Entre a Alemanha e O Brasil: Recepção Por Tobias Barreto e Sílvio Romero/ the Sharing of Knowledge and Culture Between Germany and Brazil: The Reception by Tobias Barreto and Sílvio Romero

Revista Culturas Jurídicas

Este trabalho analisa a recepção cultural da cultura política alemã em suas relações com a cultura política brasileira, a partir de um enfoque da história cultural (e das ideias), com base nos processos de circulação de ideias e apropriação cultural por Tobias Barreto e Sílvio Romero. A recepção no Brasil destes autores é verificada a partir dos intelectuais do campo jurídico no Brasil, bem como das discussões em torno da Constituição brasileira de 1934. Para tanto, utiliza-se das mediações e interrelações culturais presentes nesse processo, bem como no campo das ideias onde o processo é mediado pela tradução e apropriação de múltiplas culturas políticas. O procedimento metodológico utilizado é o bibliográfico-investigativocom uso de fontes disponibilizadas em acervos bibliográficos da Sessão de Obras Raras da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro e da Biblioteca do Tribunal de Justiça (TJRJ) e arquivos públicos e bibliotecas da Alemanha.

Alemanha, Brasil, América Latina: perspectivas historiográficas alemãs

Esboços - Revista do Programa de Pós-Graduação em História da UFSC, 2000

RINKE, Stefan. Der letzte freire Kontinent: deutsche Lateinamerikapolitik im Zeichen transnationaler Beziehungen, 1918-1933. Stuttgart: Akademischer Verlag Hans-Dieter Heinz, 1996 (Histoamericana) MÜLLER, Jurgen. Nationalsozialismus im Lateinamerika: die Auslandsorganisation der NSDAP in Argentinien, Brasilien, Chile und Mexico, 1931-1945. Stuttgart: Akademischer Verlag Hans-Dieter Heinz, 1997 (Histoamericana)

Legado da cultura alemã na literatura de Guimarães Rosa

Pandaemonium Germanicum (Online), 2011

João Guimarães Rosa was strongly influenced by the German literature, philosophy and music. The German tradition and its methods of associations suggested him to develop his own methodologies from the substrates provided by traditional Brazilian songs. This paper shows the general effects of musical techniques in short-stories of Sagarana, the influence of Heidegger´s philosophy and the use of the concept of Wagner´s Grundmotiv in "O burrinho pedrês" and "Sarapalha". Finally, it is proposed some connections between "A hora e vez de Augusto Matraga" (ROSA) and Parsifal, by Wagner.

Didática da História na Alemanha e no Brasil

Esse artigo visa reconstruir o contexto de surgimento da Neu Geschichtsdidaktik na Alemanha Ocidental e os desafios da nova didática da história no Brasil. Para tanto, ele analisa o conflito de geração na sociedade alemã do pós-guerra, a crise de legitimação da história, o surgimento da nova didática da história como uma resposta a essa crise e as diferenças entre seus diferentes teóricos. Por último, reflete sobre a influência da didática da história alemã no Brasil, analisando as diferenças entre seus adeptos e o modo como os teóricos brasileiros constroem uma nova didática da história que tenta responder as carências de orientação da nossa própria experiência temporal.