Efeitos de ausência: A tela contra a cena (original) (raw)
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Estudos das ausências nas artes da cena
The panel Absence Studies in the Performing Arts promotes a debate about the ab- sence/presence and actual/virtual binaries through the analysis of XXIth Century plays and productions. In the first pair, the characteristic gaps found in drama and scene, very widespread in theatrical productions of the period, besides other more traditional styles, demanded the contribution of the spectator for the construction of meaning. The second opposition, with the spreading of the remote transmission te- chnologies of presence brought the issue of the intromission of the virtuality onto the stage.
Corpo na tela: imagem e presença
As formas de manipulação visual do corpo na tela, provocam contornos expressivos em distintos estados de presença que vão das representações análogas à figura humana, à subjetivações onde o corpo se apresenta disforme e fragmentado. Este artigo apresenta uma reflexão centrada nos possíveis aspectos que a presença do corpo humano pode assumir, enquanto ma- terial para a produção artística mediada. Adota-se como su-porte teórico central, as ideias sobre iconologia do teórico da arte alemão, Hans Belting, explicada através da percepção dos diferentes papéis que imagem, mídia e corpo podem assumir. Esta reflexão foi baseada na observação de uma se- leção de peças artísticas produzidas para a tela nas quais o corpo humano cumpre papel principal.
Olhares sobre a ausência/presença: teatro e tecnologia
ARJ – Art Research Journal / Revista de Pesquisa em Artes
O presente artigo propõe uma reflexão sobre os conceitos de ausência e presença na cena contemporânea, relacionados à utilização/produção de aparatos tecnológicos, com ênfase em três aspectos: texto, máscaras videográficas e espaço cênico.
Self - Revista do Instituto Junguiano de São Paulo
O objetivo deste estudo foi compreender o relacionamento dos filhos com mães portadoras de transtorno bipolar do humor, a partir do referencial teórico junguiano. Analisou-se o impacto da psicopatologia da mãe na vida de seus filhos, a percepção deles em relação ao vínculo afetivo que possuem com suas mães e as possibilidades/ impossibilidades de interações entre ambos. Foram realizadas e analisadas seis entrevistas com pessoas dos sexos feminino e masculino, idade adulta, filhas e filhos de mães com esse diagnóstico. As entrevistas seguiram um roteiro de perguntas abertas e a aplicação de desenhos com a temática da relação mãe e filho. Observou-se que o diagnóstico psiquiátrico de transtorno bipolar de humor nas mães acarretou prejuízos emocionais para os filhos, interferindo diretamente na fase de desenvolvimento de alguns participantes que, por vezes, assumiram o papel de cuidadores em idade ainda precoce e apresentaram perceptíveis características de personalidade ansiosa. Por o...
Um bocadinho mais: o sujeito e a tela
2017
A uso de objetos com tela, o aparato integrado à mão composto de vidro e elementos eletrônicos e óticos, se intensifica a ponto de alguns pensadores considerarem o ser humano atual uma espécie de ciborgue lowtec (CASE, 2012), ou verem a evolução tecnológica como um prolongamento da própria evolução biológica do homem (SFEZ, pg. 291). O uso de algumas telas, como a do telefone celular, já justifica a criação de nova ontologia e de debates acalorados no ambiente filosófico, em busca por exemplo do conceito contemporâneo de verdade (FERRARIS, 2015). A máquina integra e prolonga o corpo, apoia ou rechaça a tomada de decisões e confere virtudes ao dono, conforme seu tamanho e outros critérios que definam poder. A relação com esse aparato técnico tem um propósito central: comunicar-se com outros, expor-se a um certo olhar e ver o que os outros expõem, característica que também nos dá a impressão de estarmos falando de um ambiente certamente contemporâneo. Nesse contexto, a provocação do grupo de pesquisa Sujeito <> Contemporâneo, do Fórum do Campo Lacaniano de São Paulo, para que se foque a relação da psicanálise com os dias correntes, encontra obrigatoriamente a relação do sujeito com um corpo ausente, por meio da tela. Pensamento que logo chama outro para junto de si: haveria uma clínica para a técnica, ou para seu mais recente avatar, a tecnologia? Há muitas formas de abordar essa relação no caudaloso conteúdo lacaniano. Escolho uma abordagem que seleciona e exclui, mas que acredito pode ajudar a pensar paradigmas da relação homem/técnica. Está claro que a tela afeta o estatuto do olhar do outro, põe-se em algum lugar nesse circuito, e com isso afeta a relação entre público e privado, coletivo e individual. Ela substitui o olhar do outro quando oferece observação sobre a produção textual, de imagens, a interação do sujeito com a escolha de ícones (emojis, smileys, emoticons etc). É um proto-olhar que curte, comenta e manipula algoritmos interessadíssimos em observar as preferências do sujeito. Porém, submete-se ao tempo imposto pelo sujeito, que liga e desliga, responde quando quer, autoriza ou não a interpelação. Portanto trata-se de um olhar menos poderoso do que o do outro ausente. Este faz-se apenas representar. Mas também é um olhar editado pelo sujeito, que escolhe sua cor, tipologia, enquadramento, regras de acesso, sons acoplados, volume, design etc. Não deixa de produzir uma imagem especular do eu. A tela representa portanto, paradoxalmente, uma ausência que também é um significante constitutivo. Temporalidade da tela É importante notar que esse olhar da tela, presente/ausente, manipulado pelo sujeito, é destituído do poder de causar vergonha no sentido apontado por Lacan em " O avesso da psicanálise " , ou seja, não é esse aparato, em si, que causa a principal característica da vergonha lacaniana, " a angústia de se ser excluído " (MIJOLLA, pg. 1.949). Ela não excluirá o sujeito e não retirará seu amor ou interesse pelo sujeito. Apesar disso, todas as variações entre o que se mostra e o que se esconde, suas muitas possibilidades de escolha e seleção, estão mediadas pela temporalidade peculiar da tela, onipresente,
O Corpo, a Tela e a Produção de Presença na EaD
EaD em foco, 2022
Em meio à intensificação das práticas pedagógicas mediadas pelo digital em rede, demandadas pela pandemia de Covid-19, propomos pensar, por meio da ideia de cibercorpos, a produção de presença através das telas. A partir do que temos discutido em torno do Ensino Remoto e dos fenômenos da cibercultura, pensamos a EAD enquanto modalidade de ensino que possui especificidades inconciliáveis com algumas práticas educativas consolidadas no formato presencial. Destacamos a urgência de formações docentes comprometidas com os fenômenos da cibercultura e defendemos a criação de currículos online que sejam exercícios narrativos de si, do mundo e dos conhecimentos, isto é, hiperescritas ficcionais que se enredam nas redes educativas de 'práticasteorias' cibercorporais. Palavras-chave: Corpo. Presença. Cibercultura. Educação a distância.
Morte e espectralidade nas artes e na literatura, 2019
A conquista da visibilidade na história da fotografia começou quando se fixaram as primeiras imagens da câmara escura, num processo envolto pelos nevoeiros da fotoquímica que progressivamente subtraiu tempo ao tempo, acrescentou definição à transcrição e contrariou o desvanecimento da evidência e da verdade. Talvez por isso, na sua concepção meramente funcional, refém do inabalável vínculo à realidade, as fotografias defeituosas, deterioradas ou simplesmente falhadas – pela incapacidade em reproduzi- rem fielmente o que retratam – cingem-se com frequência à descrição da sua inútil e precária disrupção. Marcadas por parasitas, manchas brancas, buracos negros, aparições inesperadas e figuras acidental ou proposita- damente apagadas, essas outras imagens que emergem nos bastidores do tempo e nas margens do arquivo ampliam a noção de erro e as fronteiras da representação, transformando-se num instrumento fundamental de conhecimento para expor e ver os princípios fundamentais da natureza do meio fotográfico.
A presença de uma ausência: Passagens e o Mal-estar na cultura
Porto Alegre: Editora Fi, 2018
Nesta artigo, analisando as obras de Freud, Benjamin e Hinkelammert, intentamos mostrar que a não solução total de um "certo" mal-estar na cultura - de uma identidade perfeita entre o sujeito e sua sociedade - é, paradoxalmente, a situação social que melhor faz jus à dignidade humana.
Notas sobre o "efeito de presença" da representação
Revista de Sociologia e Política, 2004
Nossa intenção neste trabalho é discutir teoricamente a representação política e radicalizá-la a ponto de combiná-la com a noção weberiana de dominação. Isso requer, desde já, que partamos do pressuposto de que estamos diante de um tipo - e de um efeito - muito particular de representação: a representação carismática associada ao que chamaremos de seu "efeito de presença". Nossa proposta é, portanto, explicar as razões que levam o representado, devoto ou apóstolo a seguir cegamente um líder carismático. Assim, em um primeiro momento, discutiremos a idéia lato sensu de representação - o "estar em lugar de" - e a necessária distinção entre representante e representado. Após isso, analisaremos a possibilidade de tratar, a partir da perspectiva weberiana, a dominação carismática como um tipo particular de representação, chamada por Weber de "representação apropriada". Por fim, trataremos especificamente, a partir da noção de "supplément", de Derri...