O corpo é voz, mas na educação física não: compreensões sobre corpo na formação docente (original) (raw)
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Compreensão da corporeidade na formação de professores
2007
TCC (Graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Desportos. Educação Física Licenciatura.Este presente estudo discute como se dá a compreensão de Corporeidade na área da Educação Física por alunos do CDS da UFSC. Tentamos compreender a dificuldade dos estudantes da Educação Física em admitir uma nova abordagem de corpo no processo ensino - aprendizagem: Corporeidade. O movimento humano, e consequentemente a Corporeidade, constituem a matéria-prima da Educação Física. Porém é necessário um aprofundamento desse estudo de forma a compreender o ser humano como um “ser-no-mundo”, e não apenas um corpo em movimento, sem intenções. Tradicionalmente, a Educação Física tem visto o corpo de forma fragmentada, fixa num paradigma reprodutivo e mecanicista. Desta forma, como se dá a formação de professores na graduação em Educação Física? Essa visão fragmentada em que se encontra o profissional de Educação Física necessita ser compreendida e superada em direção à postura de um...
O corpo no ensino de canto: uma discussão a partir de cinco artigos brasileiros. 2022
XXXII Congresso da Anppom, 2022
O texto apresenta uma discussão acerca dos modos como o corpo é abordado pela literatura acadêmica que trata do ensino de canto. Trata-se de uma revisão parcial da literatura que tem como objetivo compartilhar o estado atual da discussão que está sendo desenvolvida na pesquisa de doutorado em andamento acerca dos valores do corpo no ensino de canto. A discussão toma como referência a filosofia de Nietzsche, em especial, os conceitos de apolíneo e dionisíaco. Os textos consultados tratam o corpo principalmente como um instrumento que pode ser controlado e utilizado pelo cantor com finalidades estéticas já estabelecidas. Esta concepção é relacionada ao apolíneo, como força de medida e delimitação. Além deste trato apolíneo do corpo, alguns textos apresentam aspectos que remetem à superação de limites, aspectos que consideramos dionisíacos e que, na abordagem que está sendo desenvolvida, são atrelados à experimentação e ao “deixar-se controlar pelo corpo”. Por fim, a disputa entre apolíneo e dionisíaco proposta por Nietzsche é transposta para o ensino de canto por meio de uma metáfora que trata o canto como resultado de um conflito entre controlar o corpo e ser controlado por ele.
O corpo em cena: reflexões para a educação escolar
Pensar a Prática, 2021
O objetivo deste ensaio foi refletir sobre o corpo no cenário da educação escolar. Inicialmente, houve a preocupação de abordar como o fenômeno corpo tem sido percebido no ambiente escolar. Na sequência, ressaltou-se sobre como o ele tem sido sujeito alvo de amplas discussões no Primeiro Ciclo do Ensino Fundamental via a abordagem da corporeidade. As considerações finais propiciam refletir que, se direcionarmos nosso olhar para o corpo na escola, perceberemos que os processos educativos ainda continuam enraizados numa perspectiva de querer educar os corpos para serem ágeis, fortes, belos, saudáveis e inteligentes. Porém, esquecem de olhar o aluno que vai à escola como um sujeito de corpo inteiro.
CORPO E EDUCAÇÃO FÍSICA: QUE RELAÇÃO É ESSA
1 INTRODUÇÃO No mundo atual, o corpo tem sido discutido e tratado sob as mais diferentes perspectivas, na tentativa de superar as antigas e dominantes interpretações do corpo, a visão de corpo como máquina. A forma como o ser humano lida com o corpo, seus regulamentos e o controle do comportamento corporal advém de uma construção social, resultante de um processo histórico que se dá ao longo da vida. O homem vive em um determinado contexto com o qual interage e modifica, e essa mesma realidade acaba por influenciá-lo, mudando suas formas de pensar, sentir e agir. Ou seja, as formas que o homem desenvolve a respeito de sua corporeidade e suas formas de comportar-se estão ligadas a condicionamentos sociais e culturais. Segundo Bracht (1999), educar o comportamento corporal é educar o comportamento humano. Ele precisa, assim, ser alvo de educação, pois a educação corporal é a educação do comportamento não só corporal, mas também, humano. A Educação Física tem como objeto de estudo e intervenção pedagógica, o corpo. No entanto, tal objeto pode ser compreendido de diferentes formas, de acordo com a sua fundamentação teórica, juntamente com a concepção de Educação Física que se tem. Diante disso, este ensaio tem como objetivo apresentar uma possibilidade de conceber o corpo e sua relação com a Educação Física. A importância deste estudo está ligada à sua contribuição para área de Educação Física, estudantes e profissionais nos seus constantes processos formativos, no sentido de dar subsídios para problematizar as relações do corpo com a Educação Física. 2 METODOLOGIA Este estudo caracteriza-se como bibliográfico, pois buscou-se referenciais teóricos para discutir o tema em questão. De acordo com Gil (2002, p. 44): é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas a partir de fontes bibliográficas.
School and Physical Education have a fundamental role in shaping views and conceptions of the body to the students, therefore it is important to have an education that considers the differences and reflections on issues related to the body. The Physical Education teacher is immersed in a sociocultural context of body ideals and self-care that, in a way, can be related to their pedagogical intervention. To what extent can the teacher’s social standpoint and personal and/or professional trajectory impact their pedagogical practice? The aim of this study was to understand the possible relations between the ways Physical Education teachers deal with their own bodies and the possible implications to their pedagogical practice. From a qualitative approach, semi-structured interviews were conducted with 12 Physical Education teachers from a federal institution, who worked in the first segment of elementary school. There were also records in a field diary and verification of documents from the institution. The work on the empirical material was carried out based on content analysis and the basic principles of repetition and relevance. It was found that body-related personal experiences interfere with the pedagogical practices of those teachers. There is also an effort to update body experiences in search of a renewing pedagogical practice. It is concluded, therefore, that there are relations between the personal and professional life of Physical Education teachers, as their conceptions interfere with their pedagogical practices, but what they develop and seek to work in class also affects their bodies and can change their conceptions.
A linguagem do corpo e o lugar do educador
ETD - Educacao Temática Digital, 2007
RESUMO Na década de 1970, nos discursos educacionais que no Brasil constituem o campo da educação alternativa, a palavra postura torna-se um dos significantes que demarcam o lugar do educador, de todos talvez o mais incisivo. Esse significante, que desde então reúne traços e articulações discursivas que procedem do campo alternativo, em fins da década seguinte fica sob a injunção do discurso pedagógico que se configura nesse período: o construtivismo. A postura continua como um elemento importante, mas ela não mais se configura assentada no largo registro das experiências alternativas que haviam surgido alicerçadas pelos questionamentos de natureza política e cultural. A postura, agora do professor, é concebida como algo que resulta da compreensão e assimilação de uma teoria que surge sob a marca da ciência. Em meados da década de 1990, quando o construtivismo adquire um claro viés tecnicista, o lugar do professor sofre uma nova inflexão, esvanecendo-se o que era da ordem da sua postura. Este artigo recupera alguns elementos desse percurso para nele situar o lugar do educador ou professor, que aqui será pensado a partir dos traços e significantes que o definem e que concernem ao corpo e a sua linguagem.
O presente artigo, de cunho interpretativo, apresenta uma reexão acerca do papel da Educação Física Escolar na re-signicação do corpo, face ao estereótipo construído na contemporaneidade. Recorre-se, às contribuições de alguns estudiosos do corpo, em especial, Le Breton, e de algumas idéias de sociólogos como Durkheim e Foucault e do antropólogo Mauss. Aborda-se, também, reexivamente a questão do corpo, no "fazer" Educação Física, onde o professor e os alunos reúnem possibilidades de re-signicação do corpo pela conscientização, superando a fragmentação e propondo a interdisciplinaridade na sua constituição. A reexão exige, portanto, o reconhecimento da realidade da prática pedagógica da Educação Física na escola, enquanto espaço social emancipatório e não apenas mero reprodutor de práticas a-críticas.