HELENISMO: a estrada do Cristianismo (original) (raw)

O QUE É E O QUE NÃO É JUDAÍSMO HELENÍSTICO? - Caminhos, v. 15, n. 2 (2017)

Resumo: em estudos sobre o judaísmo na Antiguidade, bem como da História geral, é comum encontrar referências ao judaísmo helenístico, por vezes em oposição ao judaísmo palestino. Neste artigo, reflito sobre o conceito de judaísmo hele-nístico a partir de referências a casos pontuais de textos e autores comumente alocados em tal âmbito. Demonstro a frequente simplificação que a expressão estabelece para um fenômeno intercultural extremamente completo. Não sugiro a abolição do uso da mesma, mas sim seu uso refletido e com o reconhecimento da necessidade de se considerar as diversidades existentes. Palavras-chave: Judaísmo. Helenismo. Interculturalidade. Judaísmo helenístico. J udaísmo helenístico é uma expressão corrente em estudos sobre judaísmo na An-tiguidade. Diversos personagens históricos são enquadrados como judeus hele-nísticos, e uma série de textos são catalogados como judaico-helenísticos. Apesar de extremamente comum, esse conceito não é livre de complexidades o mais das vezes desconsideradas. O objetivo principal deste artigo é problematizar a noção de judaísmo helenístico, assinalando dados complicadores de seu uso, de modo a fomentar uma reflexão vital sobre um aspecto importante da Antiguidade, o encon-tro grego-judaico, e sua nem sempre clara apreciação por parte dos estudiosos. Não pretendo apresentar uma resposta definitiva para a pergunta do título, que deve ser lida duas vezes: O que é judaísmo helenístico? O que não é judaísmo he

O EROTISMO DE HELENA NA ILÍADA: DIONISO, A PERSPECTIVA HOMÉRICA E O GOSTO DOS COMENTADORES 1

Classica, 2019

RESUMO: Quando aparece na Ilíada, Helena já não está mais envolvida eroticamente com Páris, aceitando deitar-se com ele apenas porque Afrodite a obriga. Se, por um lado, o comportamento de Helena parece colocar em questão o erotismo de sua relação com Páris, por outro o poeta afirmará em Ilíada 24, 30 que foi a 'lascívia feminina' (makhlosýnē) lançada por Afrodite que causou a união com Páris, consequentemente levando a tantas mortes. Como o termo 'makhlosýnē ' não aparece nenhuma outra vez nos poemas homéricos, alguns comentadores antigos colocaram em dúvida a autenticidade da passagem, que introduziria segundo eles uma compreensão da relação erótica estranha à Ilíada como um todo. Todavia, o esclarecimento do termo em um escólio da Ilíada a partir da referência ao fragmento hesiódico 132 M-W (= fr. 81 Most) traz novos elementos para sua interpretação. ABSTRACT: When she shows up in the Iliad, Helen is not any more erotically involved with Paris, accepting to lay down with him just because Aphrodite had obliged her to do so. If, on the one hand, Helen’s behavior seems to call into question the erotic dimension of her relation with Paris, on the other the poet will state in Iliad 24, 30 that it was the ‘feminine randiness’ (makhlosýnē) thrown upon her by Aphrodite that created her union with Paris, causing so many deaths as a consequence. Since the word makhlosýnē isn’t used nowhere else in the Homeric poems, some ancient commentators considered the possibility of athetizing the passage, because it would introduce in the poem an understanding of the erotic relation incompatible to the Iliad as a whole. Nevertheless, the explanation of this term in a scholion to the passage based on a reference to the Hesiodic fragment 132 M-W (= fr. 81 Most) adds new elements to its interpretation.

Hermenêutica Bíblica: Refazendo Caminhos

Estudos de Religião, 2014

A Bíblia contém Palavra sempre atual por causa da hermenêutica. O que é a Bíblia senão a reinterpretação de fatos do passado. Desse modo, a hermenêutica é uma ação constante na Bíblia, como também na vida e conclusões de seus leitores de qualquer tempo. Após o surgimento do Método Histórico Crítico, no princípio do século XX, muitos métodos e abordagens surgiram, a partir dele ou em reação a ele, o que revela a riqueza e o interesse que a Bíblia tem despertado. Nos rastos da hermenêutica latino-americana e caribenha, o ensaio apresenta um panorama desses métodos e abordagens, com suas contribuições e limitações. Apresenta, ainda, as recentes novidades e tendências do enfoque bíblico, como a teoria pós-colonial, o pluralismo religioso e as contribuições das últimas descobertas arqueológicas.

ACOSMISMO E PASSAGEM AO FINITO: HEGEL LEITOR DE SPINOZA

Revista Eletrônica Estudos Hegelianos, 2024

This work investigates two interconnected issues. The first involves an analysis of Hegel's reading of the notions of substance, attribute, and mode in Spinoza, highlighting how Hegel characterizes this philosophy as acosmitic in contrast to the notion of pantheism. Furthermore, it explores the reasons why Hegel associates Spinoza's philosophy with Eleaticism, resulting in the thesis of the "immobility of substance," which is contrasted with Hegel's own project, centered on the thesis of the "becoming-Subject of substance." From this context rooted in Hegel's interpretation of Spinoza, the second issue addressed is the passage from the infinite to the finite, which is a translation of the effectivation of infinite substance into its finite modes. This problem is investigated in relation to the broader context of German Idealism, emphasizing Spinoza's crucial role in the construction of Hegel's philosophical project. In this context, the epistolary debate between Schelling and Fichte involving Spinoza is analyzed to gain a clearer understanding of the inversion of quantity into quality in Hegelian perspective.

O Judeu-Helenismo e as origens do Cristianismo

Classica - Revista Brasileira de Estudos Clássicos

Este trabalho tem como objetivo apresentar algumas considerações gerais sobre o contexto inaugural do Cristianismo com vistas a relativizar as abordagens sociológicas que interpretam a ocorrência do Messianismo nas sociedades modernas e contemporâneas como algo “deslocado”, sintoma de arcaísmo e de irracionalidade. Pretenderemos demonstrar que tais abordagens geralmente ignoram o fato de que, desde o início, este sistema religioso está fundado numa tensão – esta podendo ser reduzida à oposição Fé X Razão – em virtude do lugar e do papel desempenhado pela civilização helenística e pelo Judaísmo em sua constituição.

A MODALIDADE NO GERUNDISMO

RESUMO: Neste trabalho discutimos algumas questões sobre as expressões de futuridade no português brasileiro (PB) e sobre o gerundismo. Posteriormente, levantamos algumas discussões sobre a modalidade presente nessas expressões numa perspectiva funcional com o objetivo principal de verificar qual a interpretação do ouvinte para a perífrase ir + estar + GER levando em consideração graus de comprometimento e de polidez sugeridos por Possenti .

O ALÉM. A CONDUTA RELIGIOSA EM AGOSTINHO DE HIPONA

Este trabalho tem o intuito de reunir breves entendimentos acerca do discurso eclesiástico, representado por Agostinho de Hipona, em que tem o intuito de normatizar as condutas humanas nos primeiros séculos da Igreja Católica, principalmente utilizando o mecanismo do Além, especialmente o Além enquanto inferno e purgatório. O presente trabalho também abarca algumas discussões acerca do período histórico em que Agostinho estava inserido e que pode ter influenciado ele a reler e criar condutas morais religiosas.

A importância do helenismo no pensamento do Apóstolo Paulo

Theologica Xaveriana, 2019

Paulo foi um homem de três culturas e “três cabeças”. Ele assimila elementos importantes do ambiente grego, do judeu e do romano. Paulo mostra-se mais do que um apóstolo; revela-se um grande mestre das mentes e corações. Na missão dentro do mundo greco-romano, ele faz uso de muitos elementos da cultura helenística, a fim de alcançar seus objetivos evangelizadores. Este artigo pretende realçar a importância da linguagem, dos conceitos e outros elementos da cultura grecoromana na teologia e antropologia paulina.