A Nova Inglaterra como paisagem para o horror feminino em A Bruxa (original) (raw)
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A Representação do Mal Feminino no filme A Bruxa (2016)
Revista Gênero, 2018
O presente artigo discute as representações do feminino e do Mal a partir da análise do filme de horror A Bruxa, dirigido pelo estadunidense Robert Eggers e lançado em 2016. O enfoque principal é problematizar como a narrativa cinematográfica de horror, centrada na temática da bruxaria, dialoga com uma tradição antifeminina antiga que associa as mulheres ao Mal e ao demoníaco, perpetuando uma visão negativa do feminino, relacionado desta forma a forças ocultas e reproduzindo ansiedades, medos e mitos históricos. This article discusses the representations of the feminine and the Evil through the analysis of the horror movie The Witch: A New-England Folktale, directed by the american Robert Eggers and released in 2016. The main focus is to question how the horror movie narrative, centered on the theme of witchcraft, dialogues with an ancient anti feminine tradition that associates women with Evil and the demonic, perpetuating a negative view of the feminine, related in this way to hidden forces and reproducing historical anxieties, fears and myths.
The proposal of this article is to reflect on woman in the ancient society, especially from Britannia, during the arrival and presence of the Roman Empire in the province. This was not a homogeneous group. In fact, for both people, who had settled there and those who came later, there was a great variety of ideas about Roman and Briton women status and how they should lead their lives. Materials about them were found epigraphically, on altars, tombstones and burials. This work compared these sources with the work of Tacitus, Annals, since this author always seems to place women with pejorative characteristics, very different from the words of affection given to them in these places of death.
Irene Lisboa e as Ficções De Género Do Estado Novo
Via Atlântica
Vivendo na sociedade patriarcal, machista e misógina que é a portuguesa no período do Estado Novo (1933-1974), Irene Lisboa (1892-1958) ousa pôr em causa normas sociais e literárias. Em linha com a experimentação modernista, assina os seus livros de poemas com o pseudónimo “João Falco”, acto revelador da recusa de conformidades e imposições. A sua inteligente intuição parece já entrever as limitações de uma categorização em duas identidades fixas, cada uma com o seu conjunto de possibilidades e preconceitos. Partindo de alguns contributos dos estudos feministas, interroga-se a definição e a construção de uma identidade de género da “mulher” representada na poesia de Irene Lisboa.
Poder e sexualidade: a mulher bruxa na narrativa de Anne Rice
2020
Ao meu orientador, professor Julio Cesar Jeha, pela sua orientação, diálogo, acompanhamento e amizade durante quatro anos de aprendizagem. Suas palavras sempre me ajudaram a acreditar em minha capacidade para aprender e seu profissionalismo é exemplo do que realmente significa ensinar. Ao meu amigo Rogério Lobo Sáber, por ser meu primeiro leitor e compartilhar todas as lições que o doutorado traz consigo. Ao Félix Pérez Reyes, por sempre estar disposto para me escutar e aconselhar. À Organização dos Estados Americanos, à CAPES e ao Programa de Pós-Graduação em Letras: Estudos Literários, por possibilitarem minha formação doutoral. A todos os professores da UFMG que me acolheram e me fizeram sentir em casa. Às minhas amigas Cátia, Luciana e Laila, por fazerem da minha vida no Brasil uma viagem muito feliz.
Um estudo sobre as mulheres da "Britannia
Revista Veredas da História
Este artigo tem como intuito apresentar uma reflexão a respeito das mulheres, as quais foram ocultadas dos estudos do passado. E esse artigo sugere um trabalho sobre as mulheres da Britannia, propondo, dessa forma, uma ponderação acerca das mulheres da sociedade antiga. Deve-se ter em mente que esse não era um grupo homogêneo. Desse modo, tanto para a população que ali já havia se alojado quanto para a que veio depois, existia uma grande variedade de ideias a respeito do status das mulheres e da forma como elas deveriam conduzir suas vidas. Materiais epigráficos sobre romanas e bretãs já foram encontrados em altares, lápides e sepultamentos. Contudo, este trabalho propõe-se a comparar essas primeiras fontes com documentos de antigos autores, como Tácito, em sua obra Anais, uma vez que esses autores parecem sempre expor as mulheres por meio de características pejorativas, muito diferentes das palavras carinhosas e amorosas dadas a elas nesses locais de óbito.
DO CONTO AO FILME, O DEVIR-BRUXA: UMA LEITURA FEMINISTA-ANIMISTA DE THE JUNIPER TREE
Famecos, 2024
Resumo: Neste artigo buscamos atualizar a noção histórica de bruxa, a partir de uma análise comparada entre o filme The Juniper Tree, de Nietzchka Keene (1990), e o conto que o inspira, O junípero (1994), dos Irmãos Grimm. O propósito é mostrar como o filme, ao apontar para o fora de campo do fenômeno da caça às bruxas, através não só da narrativa e da mise-en-scène, mas também da melancolia que institui a ambiência cinematográfica, desloca a misoginia do conto, dando lugar à condição pragmática e animista da bruxaria. Resta ainda, nas ambiguidades das personagens, uma perspectiva feminista que denominamos devir-bruxa. Palavras-chave: caça às bruxas; cinema; feminismo; conto infantil. Abstract: In this article we seek to update the historical notion of witch, from a comparative analysis between the movie The Juniper Tree, by Nietzchka Keene (1990), and the short story that inspires it, The Almond Tree (1994), by the Brothers Grimm. The purpose is to show how the film, by pointing to the out-of-field of the witch-hunt phenomenon, through not only the narrative and mise-en-scène, but the melancholy that institutes the cinematographic ambience, displaces the misogyny of the short story, giving way to the pragmatic and animist condition of witchcraft. In the ambiguities of the characters, there still remains a feminist perspective that we call becoming-witch.
Quando a Historiografia encontra a Narrativa Cinematográfica: Uma Análise do filme A Bruxa. When Historiography meets the Cinematic Narrative: An Analysis of the film The Witch: A New-England Folktale, 2020
Resumo O objetivo deste trabalho é analisar de que maneira uma pesquisa histórica pode exercer consequências nas decisões estéticas e narrativas de uma obra audiovisual, desta forma foi selecionado o filme A Bruxa (The Witch: A New-England Folktale), dirigido por Robert Eggers e distribuído nos cinemas a partir de 2016, que conta a história de uma família puritana, na época da formação das treze colônias britânicas na américa do Norte, no século XVII, que após serem expulso da comunidade, por divergências religiosas, passam a viver seu "verdadeiro cristianismo" se alojando em um local inóspito da colônia, porém começam a serem provadas em sua fé e conduta cristã. A partir do filme em questão tecemos algumas análises sobre a relação entre História e Cinema, tendo como principais referenciais teórico os estudos de Robert Rosenstone que considera o cinema uma forma eficaz de representar o passado, também Marc Ferro que estuda essa consonância entre pesquisa histórica e narrativa cinematográfica. Esta análise não se faz somente em função do filme como película cinematográfica e seus aspectos técnicos, estéticos, gênero ou movimento artístico, todavia enseja uma busca pela simbiose entre pesquisa histórica e narrativa cinematográfica, pois o filme em questão foi realizado sob um prisma histórico, após diversas pesquisas históricas realizadas pelo diretor Robert Egges, que desde a escrita do roteiro, tinha como objetivo reencenar um passado, pelo prisma dos puritanos, representar a religiosidade e a relação entre o sagrado e o profano na mentalidade da época registrada, culminando assim em uma decupagem que evidência trechos de como a pesquisa histórica pode influenciar em uma narrativa cinematográfia. PALAVRAS-CHAVE: Filme. História. Narrativa. INTRODUÇÃO Como um filme vendido como o novo clássico do terror contemporâneo, distribuído como O Exorcista do século XXI, aclamado pela crítica e recebido com intensa polarização entre os espectadores, pode ser objeto de estudo em um artigo que pretende analisar a presença da pesquisa histórica em uma narrativa cinematográfica? Isto decorre exclusivamente ao fato desta obra estar sendo analisada não apenas como uma produção de entretenimento, mas como um filme histórico, inserido em um contexto sócio histórico em que quanto mais se examina, mais encontra-se potencialidades na obra. Desta maneira, o objetivo deste trabalho é analisar como a pesquisa histórica exerce consequências nas decisões estéticas e narrativas apresentadas no filme The Witch: A New-England Folktale, traduzido para português como A Bruxa 2 , dirigido por Robert Eggers e distribuído nos cinemas a partir de 2016. O filme se passa na época da formação das treze colônias britânicas na américa do Norte, a trama gira em torno de uma família puritana, composta pelo patriarca, William, sua 2 Durante o texto usarei de forma alternada o título do filme em português e inglês. Quando me referir ao filme como A Bruxa estarei analisando-o estética e tecnicamente, quando citá-lo como The Witch-A New-England Folktale estarei fazendo referência ao seu aspecto histórico, está decisão foi tomada, pois, o título original elucida o cerne da questão apresentada neste artigo que é demonstrar como a pesquisa histórica influência nas decisões narrativas e representações do passado.
"É a noite da Bruxa": o imaginário da mulher bruxa na produção da banda Ghost
História em Perspectiva, 2020
O satanismo e ocultismo sempre estiveram presentes nas produções de bandas de Rock e Metal. Dentre estas bandas destoa o Ghost, banda formada na Suécia em 2010, que busca representar um culto satânico desde suas músicas até suas vestes. Em algumas de suas composições é ressaltada a presença e/ou a referência de figuras femininas que se aproximam do imaginário da mulher-bruxa. Intencionamos assim, analisar como esse feminino é construído nas letras de Ghost e quais são as referências utilizadas na composição dessas representações. Entendemos a possibilidade da análise de conteúdo enquanto método para a busca dos questionamentos aqui levantados. Palavras Chave: Imaginário, Ghost, Bruxaria, Feminino.