Livro - Olhares Feministas (original) (raw)

Livro Olhares e perspectivas

Euclides Afonso Cabral , 2021

Este capítulo representa o esforço de um grupo que tem dedicado a vida profissional a desenvolver trabalhos acadêmicos com o intuito de formar professores de EJA num processo permanente. Para isso, tomamos como objeto deste trabalho o curso de Pós-Graduação lato sensu (especialização) de Educação de Jovens e Adultos (EJA) para a Juventude fruto do envolvimento COLETIVO de docentes e discentes da UFU, como também da rede pública de ensino de Uberlândia e região. Esse curso fez parte de um Projeto maior aprovado junto ao Ministério da Educação e coordenado pela Faculdade de Educação (FACED) em parceria com a Pró Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis (PROEX), da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) nos anos de 2015/2016.

Livro - Mulheres pela Agua

removidos daquele lugar ou, ainda, de que fossem criadas melhores condições para sua permanência ali. Outro aspecto do qual ainda me recordo, mesmo depois de tanto tempo, era de que possuíam a crença de que entulhar as cavas com lixo ajudaria com que se tornassem "secas". Nesses locais , então , pode-se encontrar toda a sorte de materiais com poder contaminante, enterrados desde o início dessas tentativas de urbanização. Decidi então, contrariando inclusive as expectativas da coordenação do mestrado, que, para conseguir efetuar uma análise criteriosa acerca da disponibilidade hídrica, eu deveria, necessariamente, associar com a trágica realidade social dos moradores ali instalados. Minha percepção acerca da importância da água mudou significativamente, não conseguindo mais dissociar as questões sociais e políticas que circunscrevem a água enquanto um recurso. Não saí incólume de tudo isso. Acima de tudo, entendi que as pessoas, excluídas dos bens sociais e ambientais, são o ponto principal, senão essencial da sustentabilidade que almejamos alcançar. E essa experiência passou, de maneira fundamental, a orientar a minha trajetória profissional. Sinto-me constantemente atravessada por esses questionamentos: por que apesar de todos os esforços aumenta cada vez mais o grau de degradação a que estão submetidas nossas águas? Por que mais e mais seres humanos sofrem em função da sua escassez e também pelo seu excesso? Por que aumentam exponencialmente os conflitos que envolvem o direito à água? Como psicanalista entendo que algo nos escapa nesses fatos, isto é, há uma dimensão inconsciente das nossas práticas sociais e que refletem uma dimensão conflitiva-portanto, pulsional-, do homem com o meio ambiente. Para mim, o lado traumático da crise da água está em materializar a eminente falência geral dos nossos sistemas naturais, produzida por nós mesmos e , além de tudo, no fato de que, a grande maioria da população, continua seguindo silenciosa ante a condição miserável de tantos que sofrem essa crise. Em todos os projetos que participei tenho comigo que sempre trouxe o registro da minha infância assim como os sentimentos que o meu mestrado me provocou. Isso é um fator de alento pois apesar da minha impotência para modificar esse cenário, eu tento dar o melhor do meu conhecimento, adquirido ao longo de toda minha vida. Essa perspectiva atravessa o meu trabalho, faz-me estar cada vez mais atenta ao que está acontecendo em nossa atualidade. Minha escuta é cuidadosa, mais delicada quando se trata de projetos e/ou ações socioambientais, de gente. De certa maneira, sinto que isto é cada vez mais necessário para modificar o quadro da grave crise que estamos atravessando. Muitas transformações já estão acontecendo. Algumas ainda modestas, muitas invisíveis, marginais, mas, de toda forma, são processos que revelam uma efervescência criativa, em completo movimento, a contribuir para as mudanças que necessitamos, sobretudo, em curto prazo. Freud nos diz, dentro da sua teoria do inconsciente, que nós precisamos pensar os indivíduos além da ciência. Somos seres falantes, divididos emocionalmente e nossas escolhas neuróticas propiciam aos outros e a nós mesmos, grande sofrimento. Mas, diznos ele, justamente, por serem escolhas, podem ser modificadas. Olhar o sofrimento do outro, a partir do mundo dele, não do nosso, é definição de compaixão e a sustentabilidade deve ser compassiva. O abandono de tantos seres sencientes, a crueldade com que são tratados, retirados da condição de usufruir os bens sociais e ambientais , mostra que, antes de tudo, precisamos reenlaçar, de forma mais amorosa, os outros. Mas para isso devemos ter coragem de olhar para o próprio caos e horror que nos habita, o que não é fácil. Psicanalista. Geóloga-UFRGS ; MSc em Geologia Ambiental, PhD em Meio Ambiente e Desenvolvimento, ambos pela UFPR. Autora do livro "A Psicanálise e o Meio Ambiente: caminhos para uma educação ambiental", lançado em junho de 2021. 21 das mulheres e a igualdade de oportunidades para a liderança em todos os níveis de tomada de decisão na vida política, econômica e pública"; 5.c "adotar e fortalecer políticas sólidas e legislação aplicável para a promoção da igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas em todos os níveis". Comecei minha luta pelas águas, quando fui participar de uma ONG chamada AMAI-Associação de Meio Ambiente de Itanhém BA. No entorno da cidade tinha o Rio Água Preta, cantada em prosa e versos pelos artistas da cidade, mas essas águas começam a ser poluídas pelos esgotos da cidade lançados em suas águas, pois não havia tratamento. Começamos fazendo movimentos, mobilizando a cidade para cobrar da gestão pública ações para solucionar o problema. Essa problemática do saneamento ambiental ainda não foi resolvida aqui no Território Extremo Sul da Bahia. Quando mudei para Teixeira de Freitas no ano 2000, trabalhando como professora na Universidade do Estado da Bahia, logo comecei a fazer pesquisa e a participar de grupos de estudos em Educação Ambiental. Desde então, nunca parei. Atualmente, sou presidente do Comitê de Bacias Hidrográficas dos Rios Peruípe, Itanhém e Jucuruçu (CBHPIJ), Extremo Sul da Bahia. É uma luta diária para manter o Comitê vivo, pois todas as forças levam para o lado contrário. Sem apoio do Estado e dos municípios. Muitos dos membros do CBHPIJ estão desanimados, pois são reuniões, deliberações e não temos resultados concretos. O que funciona bem é o processo de formação, temos uma equipe boa, bem preparada para discussões. A participação da mulher na gestão dos recursos hídricos no Brasil, ainda é pouca. Mas, existem mulheres que desafiam essa lógica e enfrentam as adversidades da função. É um desafio para nós mulheres, aqui no CBH-PIJ, o que é possível fazer, a gente faz. Em 2020 e 2021, estamos empenhadas(os) para cumprir as seguintes metas: Construção dos Planos Municipais de Mata Atlântica, parceria Suzano e SOS Mata Atlântica e as Prefeituras que fazem parte do Território. Acompanhamento dos planos de saneamento básico na área de abrangência da Bacia (EMBASA) conversando com Prefeituras. Projeto de Educação Ambiental em Escolas-dar continuidade, buscar parcerias com Secretarias Municipais de Meio Ambiente e Educação. Comitê-fortalecimento e melhoria da infraestrutura da sede. Mobilização do Comitê por todas as bacias-retornar o projeto de expedições aos rios Jucuruçu, Peruipe, Itanhém. Criação de Câmara técnicas-continuidade das existentes e criar outras. Continuação do plano de formação. Educomunicação e educação ambiental (e os instrumentos que elas vão atender). Articulação Comitê/comunidade. Ações ambientais-"Projeto Águas da Bahia"-ações relacionadas à gestão; Diagnóstico da Região do Extremo Sul (Plano Diretor); Revisão do Regimento Interno do CBH PIJ; Mobilização do Comitê por todas as bacias: Projeto de Pesquisa do Grupo do Prof. João Batista, UFSB, Campus Paulo Freire, Teixeira de Freitas; Projeto de Educação Ambiental em espaços não formais. (Áreas rurais e urbanas)-Educação Ambiental na agricultura familiar. Programa de Elaboração do Plano de Bacias. Programas de Articulação do Comitê com o Poder Público e o Setor Privado. Programas de Recuperação e Preservação de APP. Programa de Diagnóstico e Prognóstico dos Impactos nos Recursos Hídricos das Bacias Hidrográficas dos Rios Peruípe, Itanhém e Jucuruçu. Programa de Gerenciamento Costeiro. Graduação em Ciências Biológicas pela PUC/MG e mestrado em Educação pela PUC/MG. Doutoranda em Ensino de Ciências pela UESB. Professora assistente da Universidade do Estado da Bahia. É presidente do CBH-PIJ. Coordenadora Adjunta do FBCBH.

Miradas de Mujeres, um olhar feminino

dObra[s] – revista da Associação Brasileira de Estudos de Pesquisas em Moda

De 14 de setembro 2022 a 12 de fevereiro 2023. "Miradas de Mujeres é uma exposição que destaca o olhar da artista belga Isabelle de Borchgrave sobre a artista mexicana Frida Kahlo. Miradas de Mujeres homenageia um diálogo entre duas mulheres que nunca se conheceram-a primeira nasceu pouco antes da morte da segunda-mas que, no entanto, compartilham o mesmo amor por tecidos para Frida/papéis para Isabelle, elementos decorativos, objetos, plantas e cores. Afinal é o olhar de uma mulher da atualidade, sobre o que representa o papel das artistas na sociedade…talvez uma exposição das cores do México. Foi em companhia de Isabelle de Borchgrave que o rei Philippe percorreu o espaço em que está instalada a exposição dedicada a Frida Kahlo. O soberano pode assim passear pela famosa "Casa Azul", onde viveu a artista mexicana, e conhecer a sala, o atelier, a cozinha e até o jardim de Frida Kahlo. No final da exposição, ainda é possível admirar uma "oferenda", um altar feito para a festa dos mortos no México, "El Dia de Los Muertos". Este espaço reúne fotos e objetos pessoais dos falecidos. Para esta exposição, a artista belga Isabelle de Borchgrave levou nada menos do que

Livro: Literatura e Múltiplos Olhares

Livro: Literatura e Múltiplos Olhares - Organizadores: Acir Dias da Silva; Lourdes Kaminski Alves; Éris Antônio Oliveira; Maria de Fátima Gonçalves Lima. Vários autores

Illuminata: lendo e escrevendo como mulher

2016

This paper inserts Illuminata, by Luzila Goncalves Ferreira, into Latin American context, proposing a reading of some selected topics such as: first-person narrative, feminine reading, reception and gender studies. It discusses aspects related to textual genre and social gender and introduces the mother’s writing and the daugther’s correspondent reading, the two narrative voices that compose the work, showing the contrast in comparing the two different views of the world.

CONTRIBUIÇÕES RORTYANAS PARA UMA FILOSOFIA FEMINISTA: (RE)LEITURAS A PARTIR DA AUTOCRIAÇÃO

Essa dissertação tem por objetivo apresentar a discussão ocorrida a partir do ensaio Feminismo e Pragmatismo de Richard Rorty, no ano de1990, bem como algumas das possibilidades a partir de seus desdobramentos. Primeiramente foi feito um breve resgate do histórico do feminismo, especialmente no que diz respeito à tradição estadunidense, em seguida, um breve resumo do neopragmatismo com suas principais características. No primeiro capítulo a proposta de Rorty é apresentada, destacando a importância das posições de Catherine MacKinnon, bem como a perspectiva de Sabina Lovibond, esta última como crítica do pensamento rortyano. No segundo capítulo, temos algumas das principais críticas sofridas pela proposta de Rorty, especialmente aquelas feitas por Nancy Fraser ou nela inspiradas. No terceiro capítulo, são desenvolvidas algumas das possibilidades percebidas a partir das sugestões feitas por Rorty, como resultado da interlocução com o feminismo. Essas possibilidades residem especialmente na idéia da criação poética, que resultaria na autocriação da mulher. Por fim, foi incluído um tópico para reflexão sobre a criação poética de Emily Dickinson e Adrienne Rich, como exemplos do processo redescrito por Rorty. A autocriação, a poesia e a redescrição são algumas das metáforas utilizadas pelo neopragmatista para desenvolver seu pensamento neste diálogo com o feminismo. E por fim, conclui-se que, apesar da resistência de parte das teóricas feministas à proposta de Rorty, a interlocução do neopragmatismo deste com o feminismo pode ser bastante eficiente.