O debate entre comunitaristas e cosmopolitas e as teorias de Relações Internacionais: Rawls como uma via média (original) (raw)
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Discípulos de Rawls em busca de uma Concepção Cosmopolita de Justiça Distributiva Internacional
Revista de Sociologia e Politica, 2010
Neste artigo argumentamos que alguns " discípulos " de John Rawls, refletindo sobre princípios de justiça internacional, apresentam uma po-sição mais consistente com o espírito da obra Uma teoria da Justiça (1971) do que seu próprio autor. Neste artigo, argumentamos que alguns 'discípulos" de John Rawls, refletindo sobre princípios de justiça internacional, apresentam uma posição mais consistente com o espírito da obra Uma teoria da Justiça do que seu próprio autor. Autores como Charles Beitz e Thomas Pogge defendem mecanismos de justiça distributiva internacional mais condizentes com o cosmopolitismo do " princípio da diferença " da obra Uma teoria da Justiça do que qualquer outro esforço que Rawls faz nesse sentido em sua obra posterior, mais voltada para as questões internacionais: O Direito dos Povos. Mais especificamente, sustentamos que Pogge e Beitz desenvolveram argumentos (a relativização do princípio da soberania absoluta dos Estados e a transferência internacional de recursos naturais) mais sólidos para transportar o " princípio da diferença " para o cenário internacional do que a proposta rawlsiana de " dever de assistência " , encontrada em O Direito dos Povos. Assim, demonstramos que os discípulos são mais fiéis ao espírito cosmopolita para o plano internacional do que Rawls por conta de três razões: a crença desses autores em uma comunidade global de concidadãos dentro de uma estrutura institucional internacional; a idéia segundo a qual a produção global de recursos coletivos deve ser redistribuída a partir de um princípio distributivo denso; e, por fim, uma redistribuição que somente pode ser justa se exigir reformas morais das instituições internacionais (Fundo Monetário Internacional, Organização Mundial do Comércio, Banco Mundial, princípio da soberania etc.) no sentido de melhorar as condições de vida dos indivíduos mais pobres de todos os povos do sistema. Este artigo pretende, portanto, discutir o legado mais progressista de autores que, ao inspirarem-se em Rawls, desenvolveram argumentos mais condizentes com o espírito cosmopolita para o plano internacional.
Discípulos de Rawls em Busca de uma Concepção de Justiça Internacional
Neste artigo, argumentamos que alguns “discípulos” de John Rawls, refletindo sobre princípios de justiça internacional, apresentam uma posição mais consistente com o espírito da obra Uma teoria da Justiça do que seu próprio autor. Autores como Charles Beitz e Thomas Pogge defendem mecanismos de justiça distributiva internacional mais condizentes com o cosmopolitismo do “princípio da diferença” da obra Uma teoria da Justiça do que qualquer outro esforço que Rawls faz nesse sentido em sua obra posterior, mais voltada para as questões internacionais: O Direito dos Povos. Mais especificamente, sustentamos que Pogge e Beitz desenvolveram argumentos (a relativização do princípio da soberania absoluta dos Estados e a transferência internacional de recursos naturais) mais sólidos para transportar o “princípio da diferença” para o cenário internacional do que a proposta rawlsiana de “dever de assistência”, encontrada em O Direito dos Povos. Assim, demonstramos que os discípulos são mais fiéis ao espírito cosmopolita para o plano internacional do que Rawls por conta de três razões: a crença desses autores em uma comunidade global de concidadãos dentro de uma estrutura institucional internacional; a idéia segundo a qual a produção global de recursos coletivos deve ser redistribuída a partir de um princípio distributivo denso; e, por fim, uma redistribuição que somente pode ser justa se exigir reformas morais das instituições internacionais (Fundo Monetário Internacional, Organização Mundial do Comércio, Banco Mundial, princípio da soberania etc.) no sentido de melhorar as condições de vida dos indivíduos mais pobres de todos os povos do sistema. Este artigo pretende, portanto, discutir o legado mais progressista de autores que, ao inspirarem-se em Rawls, desenvolveram argumentos mais condizentes com o espírito cosmopolita para o plano internacional.
Rawls e a Justificação Coerentista Em Ética
Pensando Revista De Filosofia, 2011
Buscarei neste artigo examinar alguns aspectos da filosofia de Rawls ligados ao problema da justificação na ética. Apresentaremos inicialmente a importância do tema da justificação e veremos os traços principais do que normalmente é chamado de argumento coerentista. Depois, sugeriremos que a metodologia rawlsiana oscila entre uma abordagem objetivista (cognitivista) e uma subjetivista (nãocognitivista), sendo marcada, nos dois casos, por um intuicionismo mitigado. A estratégia rawlsiana encontra-se sujeita às críticas que podem ser feitas ao intuicionismo, em especial, que seu coerentismo é vítima do relativismo. Um esboço de resposta rawlsiana a esta crítica será oferecido, porém.
Voluntas: Revista Internacional de Filosofia. Teoria da Justiça de John Rawls - Dossiê 50 anos. 13(1), e7. , 2023
Proponho comparar e aproximar as fundamentações normativas para o socialismo de Axel Honneth e John Rawls. Parto, para tanto, de alguns traços da teoria de Honneth desenvolvidos em seu escrito sobre socialismo e dos próprios contrastes estabelecidos por ele frente ao projeto de Rawls. Destrincho a comparação em duas frentes: a primeira, tratando do conteúdo normativo das noções de liberdade de ambos os autores, a segunda, tratando do que Honneth e outros autores da tradição da teoria crítica chamam de base social ou imanente das teorias. Da primeira, concluo que o contraste estabelecido por Honneth entre o seu ideal de liberdade social e o ideal de liberdade encontrado na filosofia política de Rawls, não encontra respaldo em uma análise acurada da proposta rawlsiana, e que a filosofia de Rawls também pode fornecer uma normatividade crítica para o Socialismo. Da segunda, concluo, a despeito da crítica de Honneth de que haveria uma deficiência 'prático-política' na filosofia de Rawls, que é possível encontrar na obra deste, de uma forma mais ou menos similar àquela do autor alemão, os três elementos que Honneth julga serem necessários para uma teoria crítica que não queira ser apenas uma crítica 'puramente normativa' da sociedade.
Discípulos de Rawls em busca de uma concepção Cosmopolita de Justiça Distributiva
Neste artigo argumentamos que alguns "discípulos" de John Rawls, refletindo sobre princípios de justiça internacional, apresentam uma posição mais consistente com o espírito da obra Uma teoria da Justiça (1971) do que seu próprio autor. Neste artigo, argumentamos que alguns "discípulos" de John Rawls, refletindo sobre princípios de justiça internacional, apresentam uma posição mais consistente com o espírito da obra Uma teoria da Justiça do que seu próprio autor. Autores como Charles Beitz e Thomas Pogge defendem mecanismos de justiça distributiva internacional mais condizentes com o cosmopolitismo do "princípio da diferença" da obra Uma teoria da Justiça do que qualquer outro esforço que Rawls faz nesse sentido em sua obra posterior, mais voltada para as questões internacionais: O Direito dos Povos. Mais especificamente, sustentamos que Pogge e Beitz desenvolveram argumentos (a relativização do princípio da soberania absoluta dos Estados e a transferência internacional de recursos naturais) mais sólidos para transportar o "princípio da diferença" para o cenário internacional do que a proposta rawlsiana de "dever de assistência", encontrada em O Direito dos Povos. Assim, demonstramos que os discípulos são mais fiéis ao espírito cosmopolita para o plano internacional do que Rawls por conta de três razões: a crença desses autores em uma comunidade global de concidadãos dentro de uma estrutura institucional internacional; a idéia segundo a qual a produção global de recursos coletivos deve ser redistribuída a partir de um princípio distributivo denso; e, por fim, uma redistribuição que somente pode ser justa se exigir reformas morais das instituições internacionais (Fundo Monetário Internacional, Organização Mundial do Comércio, Banco Mundial, princípio da soberania etc.) no sentido de melhorar as condições de vida dos indivíduos mais pobres de todos os povos do sistema. Este artigo pretende, portanto, discutir o legado mais progressista de autores que, ao inspirarem-se em Rawls, desenvolveram argumentos mais condizentes com o espírito cosmopolita para o plano internacional. PALAVRAS-CHAVE: teorias normativas de Relações Internacionais; justiça distributiva; reformas das instituições internacionais. 1989; 1994a; 1994b; 2001) 2 defendem mecanismos de justiça distributiva internacional mais condizentes com o cosmopolitismo do "princípio da diferença" da obra Uma teoria da Justiça do que qualquer outro esforço que Rawls faz nesse sentido em O Direito dos Povos (1999).
Teoria da justi�a de John Jawls: entre o liberalismo e o comunitarismo
Trans Form Acao, 2007
■ RESUMO: O objetivo do presente artigo é realizar uma análise da teoria da justiça como eqüidade de John Rawls em A Theory of Justice e no Political Liberalism, destacando seu modelo de complementaridade entre o deontológico e o procedimental com o teleológico e substancial, buscando responder algumas das críticas levantadas por autores comunitaristas à teoria rawlsiana de justiça e procurando apontar para suas semelhanças. Parto das críticas dos comunitaristas à teoria da justiça como eqüidade; posteriormente, analiso os aspectos teleológicos contidos em seu modelo deontológico; em seguida, destaco a intrínseca relação entre o procedimental e o substancial; por fim, apresento as respostas às críticas comunitaristas à Rawls, destacando a especificidade de sua concepção de justiça. ■ PALAVRAS-CHAVE: justiça como eqüidade, deontológico/teleológico, procedimental/substancial, John Rawls.
Rawls e a prioridade das liberdades básicas
2014
Apos John Rawls publicar sua obra Uma teoria da justica , em 1971, seguem-se varias criticas a interpretacao dos dois principios de justica. Entre as objecoes feitas ao primeiro principio, destaca-se a de H. L. A. Hart, que aponta a insuficiencia do artificio da posicao original na determinacao da prioridade das liberdades basicas e a ausencia de criterio satisfatorio para ajusta-las nas demais etapas do citado procedimento. Com isso, Hart assinala a inexistencia de motivacao suficiente a determinar, por exemplo, que as pessoas nao prefeririam obter vantagens economicas em detrimento de algumas de suas liberdades. Para esclarecer seu posicionamento, Rawls altera parcialmente a redacao do citado principio para incluir a necessidade de se garantir o “valor equitativo” das liberdades politicas e afirmar que as liberdades basicas devem ser pensadas como um sistema coerente, harmonico e prioritario. Tomando o exemplo da liberdade de consciencia, Rawls argumenta que a prioridade do primei...
Teoria da justiça de John Jawls: entre o liberalismo e o comunitarismo
Trans/Form/Ação, 2007
■ RESUMO: O objetivo do presente artigo é realizar uma análise da teoria da justiça como eqüidade de John Rawls em A Theory of Justice e no Political Liberalism, destacando seu modelo de complementaridade entre o deontológico e o procedimental com o teleológico e substancial, buscando responder algumas das críticas levantadas por autores comunitaristas à teoria rawlsiana de justiça e procurando apontar para suas semelhanças. Parto das críticas dos comunitaristas à teoria da justiça como eqüidade; posteriormente, analiso os aspectos teleológicos contidos em seu modelo deontológico; em seguida, destaco a intrínseca relação entre o procedimental e o substancial; por fim, apresento as respostas às críticas comunitaristas à Rawls, destacando a especificidade de sua concepção de justiça. ■ PALAVRAS-CHAVE: justiça como eqüidade, deontológico/teleológico, procedimental/substancial, John Rawls.
Sobre o direito internacional em Kant e Rawls
2020
Este estudo pretende reconstruir os principais elementos das concepcoes de direito internacional de Immanuel Kant e John Rawls, a fim de realizar uma comparacao e um contraste entre as duas concepcoes. Rawls sustenta em The Law of Peoples que segue os passos de Kant em Zum ewigen Frieden ao desenvolver sua propria concepcao de direito internacional. Entretanto, como sera possivel apontar, ambos os pensadores, embora se aproximem sob certos aspectos, em outros se distanciam radicalmente. E importante observar que este estudo nao foca apenas na concepcao de direito internacional apresentada em Zum ewigen Frieden , mas tenta delinear a maneira como Kant trata do direito internacional em ao menos tres obras distintas com o intuito de melhor realizar o contraste e a comparacao.
Pensar a comunicação intermundos: fóruns cosmopolíticos e diálogos interepistêmicos
Galáxia (São Paulo)
Resumo O artigo apresenta um diagnóstico e uma plataforma teórico-metodológica. O diagnóstico busca dar conta da apartada relação entre os estudos de comunicação e os saberes-fazeres de populações tradicionais no Brasil, sublinhando as mútuo-exclusivas relações entre Tradição e Modernidade, constituidoras do campo da comunicação social. Segue-se então um esforço de articulação entre duas matrizes filosóficas, decolonialidade e cosmopolítica, do qual emergem duas proposições articuladas como uma plataforma para pensar a comunicação intermundos: 1) a de fórum cosmopolítico que busca enfrentar a dicotomia Natureza X Cultura em face da aproximação etnográfica com outras formas de vida e suas pragmáticas; 2) a de diálogo interepistêmico, que, por via histórica de longa duração, reconhece as diferenças culturais e as formas remanescentes do colonialismo do ponto de vista epistemológico, enfrentando a dicotomia Sujeito X Objeto pela via da interculturalidade.