A heurística do medo, muito além da precaução (original) (raw)

Entre o medo e a ousadia

2021

Recensão à obra de Freire, Paulo (1993). Professora sim, tia não: Cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho d'Água.

Educar para a Prudência: convergências com a heurística do temor / Educate to Prudence: convergences with the heuristics of fear

Textos & Contextos (Porto Alegre), 2017

O artigo nasce da necessidade de demonstrar a importância de educar para a prudência em um contexto global, em que ações desmedidas e inconsequentes colocam em risco a sobrevivência humana na terra e a vida do planeta. Trata-se de uma reflexão de natureza teórico-bibliográfica, amparada em autores como Jonas (1994,1997, 2006), Cortina (2010), Aristóteles (1995), Tomás de Aquino (1934), Bauman (2011) e Lévy (2007), com o intuito de explicitar o significado mais profundo da prudência e de como ela se sustenta enquanto fundamento para a prática de ações coerentes de retidão ética. Embora haja relativo silêncio a seu respeito no cenário presente, ela nunca se ausentou de guiar as ações que visam ao bem e à defesa da vida. Urge tirá-la do silêncio em que se encontra, por meio da prática educativa escolar, e explicitá-la nos discursos e práticas humanas para que protejamos a dignidade humana e a continuidade da vida sobre a terra.

Saúde & Preconceito: narrativas do medo

Resumo: O presente trabalho busca compreender a estratégia discursiva que integra as notícias de saúde ao panorama geral das chamadas "narrativas do medo", do qual são elementos fundamentais as notícias de crime, violência e catástrofe. Com esse objetivo, traçamos uma breve análise da maneira como as notícias de saúde se tornaram associadas ao conceito de risco para, mais tarde, participar do repertório de narrativas assustadoras que proliferam na mídia de maneira geral, cooperando para a construção de estereótipos negativos associados às doenças.

Reflexões sobre o medo

Aufklärung: journal of philosophy, 2020

O presente trabalho pretende, de forma muito breve, proporcionar algumas reflexões sobre o fenômeno do medo ao longo de um processo histórico, a partir de um ponto de vista de vários pensadores, desde a Antiguidade Clássica até os dias atuais. Mais do que um fenômeno individual, o medo pode ser considerado como uma representação coletiva, e em sua conexão com a religião tem sido um importante instrumento de controle social. Na atualidade, as reflexões de pensadores como Slavoj Zizek alertam que em função da necessidade de um processo de organização social e administração eficiente da vida em grupo, bem como da possibilidade de se dispor de um poder de grande amplitude, o poder do medo tornase cada vez mais relevante, dando ênfase a chamada política do medo. Em uma realidade cada vez mais desprovida de perspectivas futuras, onde se busca evitar tudo que seja capaz de causar sofrimento, o medo passa a adquirir uma modalidade de consumo, desprovido das antigas visões religiosas. PALAVRASCHAVES: medo; controle social; conflitualidade ABSTRACT: The present work intends, very briefly, to provide some reflections on the phenomenon of fear along a historical process, from the point of view of various thinkers, from Classical Antiquity to the present day. More than an individual phenomenon, fear can be considered as a collective representation, and in its connection with religion has been an important instrument of social control. At present, the reflections of thinkers like Slavoj Zizek warn that because of the need for a process of social organization and efficient management of group life, as well as the possibility of having a wide range of power, the power of fear becomes increasingly relevant, emphasizing the socalled politics of fear. In a reality increasingly devoid of future prospects, where one seeks to avoid anything that is capable of causing suffering, fear begins to acquire a mode of consumption, devoid of old religious views.

Ambivalência e medo: faces dos riscos na modernidade

Sociologias, 2008

No diagnóstico da modernidade, incerteza e insegurança - e portanto o medo - são elementos presentes. Partindo dessa constatação, este trabalho tem por objetivo descrever os efeitos ambivalentes do medo sobre a sociedade contemporânea. Nesta tentativa, busca-se o apoio de diversas teorias sociais que, embora não enfoquem o medo, mostram de certa forma os riscos constantes do processo de modernização. Por outro lado, isso permite separar a crítica social que ainda tenta continuar pensando a modernidade com base nas premissas conceituais da razão ocidental, de uma outra, que por sua própria fadiga proclama sua autodestruição. Entende-se aqui que se despedir da razão e considerar o movimento autônomo da modernidade é fazer surgir um processo que apenas garante a modernização do medo.

“Mistérios dispersos na geografia do medo”

Terra Brasilis, 2022

Geografia portuguesa, trópicos e colonialismo tardio "Mistérios dispersos na geografia do medo" Aparições e espaços sobrenaturais "Misterios dispersos en la geografía del miedo": apariciones y espacios sobrenaturales "Dispersed mysteries in the geography of fear": hauntings and supernatural spaces « Mystères épars dans la géographie de la peur » : apparitions et espaces surnaturels

O princípio responsabilidade e a educação: aportes freirianos para uma compreensão ecopedagógica da heurística do temor em Hans Jonas

EccoS – Revista Científica, 2019

Este artigo apresenta uma reflexão sobre a ética da responsabilidade do filósofo alemão Hans Jonas, especificamente a partir da sua concepção de heurística do temor em diálogo com o pensamento de Paulo Freire. A reflexão objetiva compreender a expressão heurística do temor a fim de interpretar a contribuição do seu significado com algumas proposições pedagógicas para contribuir com as discussões sobre ética, responsabilidade e a ação educativa. A metodologia da abordagem é de cunho bibliográfico e hermenêutico. Discute-se que a educação pode assumir essa tarefa de produção intencional da representação dessa imagem do temor que ainda não foi experimentado, de modo que a mesma traduza em aspectos político-pedagógicos seus reais propósitos de problematizar conjunturas e conscientizar a partilha global da responsabilidade. Propõe-se, com base em Paulo Freire, uma educação conscientizadora, uma ecopedagogia para a cidadania planetária.

O discurso publicitário que incita o medo e a superstição

Media & Jornalismo, 2019

O ato de pensar e criar estratégias para marcas origina inúmeras discussões sobre a sociedade de consumo. Neste artigo, que tem como objeto de estudo o discurso publicitário, procuramos refletir sobre as questões éticas e legais da publicidade que incita o medo e a superstição. Mais especificamente, procuramos desvelar os efeitos de sentido do discurso da marca Hyundai, por meio dos pressupostos teórico-metodológicos da Análise de Discurso, de linha francesa, fundada no final da década de 1960, por Michel Pêcheux. Dedicamo-nos a uma análise materialista das práticas de linguagem ao trabalhar, na materialidade da língua, articulando o materialismo, a psicanálise, a linguagem e o sujeito. O estudo reflete sobre as estratégias discursivas da marca na relação entre desejo e consumo na sociedade capitalista, para então pensar sobre a publicidade que é ensinada e praticada atualmente.

Insegurança e medo: exageros midiáticos?

Ação Midiática – Estudos em Comunicação, Sociedade e Cultura., 2016

O artigo aborda o medo provocado e amplificado pela mídia. Trata a relação sujeito-mídia involuntária e compulsória, por meio da qual cenários ficam ainda mais dramáticos em determinadas circunstâncias. Apresenta situações que podem levar ao temor exagerado quanto à preservação do corpo, da propriedade, da ordem social; um medo derivado, facilmente desacoplado de ameaças e perigos que os causam. Na perspectiva de ethos discursivo, discute notícias de veículos impressos e digitais que da seleção de pautas à elaboração de títulos provocam angústias e frustrações.