Ensaio "Emancipação e curadoria na escritura de Silviano Santiago" (Folio, 2021) (original) (raw)

Artigo "Ficção-crítica e vida literária nos romances "Em liberdade" e "Machado", de Silviano Santiago (2021)

2021

Este artigo apresenta uma análise de dois romances de Silviano Santiago, o Em liberdade (1981) e o Machado (2016), com ênfase na discussão ética e estética da imaginação de cenas da vida literária brasileira de outros tempos, que recontextualiza arquivos e ressignifica personagens da história cultural. A análise está baseada na noção de ficção-crítica (WEINHARDT, 2011), mas, também, amparada nos ensaios de Barthes (2007) acerca do entrelace discursivo entre as práxis literária e crítica desde a década de 1960 em cenário francês, além das reflexões em torno da ficção histórica contemporânea na América Latina que dialogam diretamente com a problemática da globalização e do neoliberalismo (PERKOWSKA, 2008; AÍNSA, 2003). Conforme análise e cotejo dos romances, percebe-se que, na impossibilidade de desocupar os lugares e as funções de ficcionista e de crítico, o intelectual Silviano Santiago se utiliza da narrativa híbrida para falar de si e dos outros, da literatura e da vida, como forma de alargamento dos campos estético e político.

Resenha de "Leituras críticas sobre Silviano Santiago" por Ana Maria de Bulhões-Carvalho

Luso-Brazilian Review, 2010

which off ers a small undergraduate program in Portuguese) draws a considerable percentage of its heritage students. I write these words as a professor of Portuguese at UMass Amherst who happens to be an Azorean immigrant and who, in the spring of 2010, used In Pursuit of their Dreams and had to spent more time than I wished explaining to my non-Azorean students that Azoreans are Portuguese and that the Portuguese from mainland Portugal, although considerably fewer in number in the US than Azoreans, were not excluded from this study because of their lack of importance. Nor does the study imply that the mainlanders are the true Portuguese and that Azoreans are somehow lesser Portuguese. As it stands now, however, In Pursuit of their Dreams is still an excellent contribution to the fortunately ever-growing body of works dealing with the Portuguese presence in the United States.

Memórias Do Cárcere Em Liberdade: O Texto Do Leitor Em Silviano Santiago

Fólio-Revista de Letras, 2009

A palavra interação, já existente em nosso vocabulário e comum entre indivíduos que a buscam sob o propósito de se comunicarem, assume proporções relevantes quando se fala em texto ficcional e/ou autobiográfico, posto que, sob uma nova perspectiva, estes não se mostram apenas através do sujeito que os produz, mas, também, através de uma complexa ação de recepção dando a falar o sujeito/leitor que os consome. Sob estas considerações, este artigo, respaldado na estética da recepção e fundamentado nos pressupostos de Wolfgang Iser sobre a interação do texto com o leitor, busca entender o "conflito da leitura" vivenciado e dramatizado por Graciliano Ramos em Memórias do Cárcere e Em Liberdade por Silviano Santiago, bem como o processo de relacionamento dos diferentes discursos entre estes textos-memória e ficção-processo este legitimado pela teoria da intertextualidade que referencia o caminho palimpsesto trilhado por Silviano ao se "apropriar das memórias do outro" transcendendo-a num texto ficcional, conjugando memória e imaginação. PALAVRAS-CHAVE: Ficção. Imaginação. Interação. Leitor. [...] como poderá então uma coisa apresentar-se verdadeiramente a nós, já que a síntese nunca se completa [...] Como posso ter a experiência do mundo como de um indivíduo existente em ação, quando nenhuma das perspectivas segundo as quais o vejo consegue esgotá-lo e quando os horizontes estão sempre abertos?[...]. (Merleau-Ponty). Diz Santiago (1982, p. 165) que Barthes, "ao perceber o equívoco que cometia com a sua 'análise estrutural da narrativa', descobre que toda leitura individual é uma escrita". Deixando de ser um produto padronizado, mero consumo, a leitura passa a requerer do leitor(a) "uma força criativa tão forte e intensa quanto a do criador". Sem compreender a obra literária como um organismo fechado, mas, sim, enquanto produção, recepção e comunicação numa relação dinâmica entre autor, obra e público, a estética da recepção, discutida e fundamentada por estudiosos como Hans Robert Jauss, Wolfgang Iser, Hans Ulrich Gumbrecht, Karlklinz Stierle, dentre outros, embora divirjam em alguns princípios, convergem no ponto comum da discussão: o papel concedido ao leitor no ato da leitura, ou melhor, a descoberta desse leitor como objeto da ciência da literatura.

Silviano Santiago e a desconstrução: entrevista com Silviano Santiago

Remate de Males

Trata-se de entrevista concedida em 14 de agosto de 2016 por Silviano Santiago, ensaísta, poeta e romancista. Nascido em Formiga, Minas Gerais, em 1936, é autor de um vasto trabalho intelectual e artístico, tendo iniciado sua formação em Letras no Brasil e a completado na França, concluindo seu doutorado na Sorbonne em 1968. Foi professor no Brasil (PUC-Rio) e no exterior, passando pelas universidades de Rutgers, Toronto, Nova York, Buffalo, Indiana e Novo México. A entrevista aborda o papel de Silviano Santiago no debate intelectual brasileiro, sua leitura da obra de Jacques Derrida e seu papel na disseminação do pensamento deste autor no Brasil.

"Borrão" de Silviano Santiago: reflexões sobre a construção do espaço ficcional

Revista ContraPonto , 2017

Entendendo que o sujeito se constrói a partir de sua interação com os diversos planos espaciais e levando em consideração que o espaço literário se configura como elemento fundamental para a significação do texto, este estudo se propõe a refletir sobre a construção dessa categoria narrativa no conto “Borrão” (2005) de Silviano Santiago. A partir dos estudos realizados por Osman Lins, Marc Augé, Gaston Bachelard e Luís Alberto Brandão, procuraremos compreender como, por meio do exímio trabalho com a linguagem, a construção do espaço ficcional adquire múltiplos sentidos, tornando-se, dessa forma, polissêmico dentro do universo simbólico da narrativa. Almejamos, com isso, lançar luz sobre alguns caminhos interpretativos para o texto de Santiago, sem, contudo, tentar esgotar quaisquer possibilidades de análise.