Narrar ´e encadear tempos e espaços perdidos (original) (raw)
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Em busca do tempo e dos espaços perdidos
Pós. Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP, 2015
Claudio Soares Braga Furtado m busca do tempo e dos espaços perdidos 1 Re sumo Celebrando os 100 anos da publicação de Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust, é feita uma leitura de algumas relações entre esse clássico da literatura mundial e o pensamento arquitetônico, à luz da prática que se ensina na FAUUSP. A importância das inovações estilísticas de Proust é vista por reflexos no pensamento da Arquitetura brasileira, ao aceitar-se o papel dessa arte como linguagem do mundo que nos cerca. A imbricação de tempo e espaço permite a transposição da busca da reminiscência para a procura dos espaços de fruição da Arquitetura moderna.
Temporalidades e saberes inscritos em ruínas e memórias
Revista Vestígios, vol 13 (1) , 2019
Este artigo trata de uma pesquisa desenvolvida em um complexo de ruínas na praia do Sahy, no litoral sul do Rio de Janeiro/Brasil que teve duas linhas de ação concomitantes. A primeira em torno de um problema histórico-arqueológico associado às ruínas sobre o tráfico ilegal de escravos e o processo de escravização de africanos na primeira metade do século XIX. A segunda enfocou os usos contemporâneos desse espaço e o caráter público da prática de pesquisa, refletindo sobre aspectos metodológicos e o processo de produção do conhecimento. Recebeu o Premio Luiz de Castro Faria de melhor artigo científico no Edital CNA/IPHAN 2017.
Caminhos traçados por 'Um tempo e um lugar'
Artigo a propósito da Exposição "Um tempo e um lugar – Dos anos quarenta aos anos sessenta – Dez exposições gerais de artes plásticas", comissariada por Rogério Ribeiro, no Celeiro da Patriarcal, em Vila Franca de Xira, Out.-Dez. 2005. Publicado no jornal Triângulo.
Decolonizando tempos, espaços e memórias
Revista Cadernos do Ceom, 2020
O presente artigo resulta de pequisa de pós-doutorado realizada no Instituto Superior de Ciencias da Educação – ISCED de Lubango em Angola. Objetivamos identificar como experiências, memórias, patrimônios e culturas locais são agenciados na produção dos saberes escolares a partir da investigação do trabalho em instituições de educação básica em sete municípios da Provincia de Huíla. Para a coleta das informações trabalhamos com documentos diversos, fotografias e entrevistas orais com quinze professore/as. Teoricamente dialogamos com epistemologia decolonial, interculturalidade, História Oral, memória, patrimônio cultural e história local. Neste artigo apresentamos algumas narrativas sobre os diálogos entre escolas e os saberes das comunidades. O artigo é composto por considerações iniciais, explicitando o conceito de decolonialidade contextualizando Angola, diálogos escola-comunidade e considerações finais.
Morte, silêncio e descrições erradas: em busca do tempo perdido
2014
This thesis is on Marcel Proust’s In Search of Lost Time. It will be observed the relationship of some of the main characters of the novel with habit. This thesis will also try to understand what are the necessary conditions that allow these very characters to free themselves from the prison imposed by the habit. Furthermore it will be taken in consideration that silence and the comprehension of one’s mortality are privileged occasions for the liberation from habit to occur. Finally, Marcel Proust’s answer to an inquiry made by Jean-Louis Vaudoyer on L’Opinion will be analyzed. This answer will be seen as an exercise of literary self-criticism by Proust that allows us to define In Search of Lost Time as a novel of mistaken descriptions.
Tempo e obsessão nas narrativas dos diários íntimos
“Arquivar a própria vida é se pôr no espelho, é contrapor à imagem social a imagem íntima de si próprio, e nesse sentido o arquivamento do eu é uma prática de construção de si mesmo e de resistência” (ARTIÈRES, 1998, p. 11). Com esta frase, o historiador francês Philippe Artières define uma das grandes problemáticas do estudo de narrativas biográficas. O estudo dos diários, mais especificamente, carrega em si a questão de um arquivamento compulsivo, que escapa aos refinamentos das autobiografias e à própria limitação do tempo. No diário, sucedem-se imagens de situações ditas banais e desimportantes para o desenrolar de um grande enredo, que Roland Barthes chama “biografemas extraordinários”. Por outro lado, autobiografias categorizam e ordenam “biografemas fatais”, responsáveis pela construção de uma imagem linear e ascendente de uma grande figura. Em ambos os casos, trabalha-se com uma acumulação constante de momentos, que diferem no fim a que se pretendem, e encontram-se na circunscrição que o tempo de uma vida lhes impõe. O objetivo deste capítulo será, então, a partir de exemplos de narrativas biográficas – principalmente diários – analisar esse desejo de acumular memórias, de arquivar vidas, que permeia não só a construção dessas narrativas, mas de todo o conhecimento Ocidental. Norteado por ideias como a de Arquivo de Jacques Derrida, e de tempo, de Phillipe Lejeune, buscaremos compreender o diário e a autobiografia como partes de um mesmo sistema de arquivamento obsessivo, com suas devidas particularidades quanto ao que é selecionado. O ponto de partida é de que não há narrativa que seja completamente exaustiva (ARTIÈRES, 1998, p. 10), e mesmo diários imensos, como os de Claude Mauriac e Henri-Frédéric Amiel, contém em si uma seleção – subjetiva – e um patente desejo de arquivamento compulsivo, que reflete um ethos próprio da tradição judaico-cristã.
Educação e Pesquisa, 1999
Este artigo apresenta análises produzidas a partir de investigação etnográfica realizada em uma escola pública de ensino fundamental, localizada na periferia de Curitiba (PR). O material empírico foi obtido a partir de observações realizadas durante um período de treze meses em uma sala de aula de terceira série, de entrevistas realizadas com a professora e com os alunos, e pelo exame de documentos. O foco recai sobre as práticas de uma professora bem sucedida e sobre a organização do tempo na sala de aula. As análises foram desenvolvidas a partir de três categorias: distribuição do tempo, momento oportuno e ritmo. Os resultados do estudo permitiram ampliar a compreensão sobre as relações entre o tempo escolar, o ensino e a avaliação. Indicam a necessidade de se pensar a temporalidade da sala de aula a partir de duas dimensões - chronos e kairós - que, no caso em estudo, se coordenam e se ajustam na situação de ensino, abrindo espaço para uma estratégia de trabalho que privilegia o ...