Decolonizando tempos, espaços e memórias (original) (raw)

Assim nossos dias passaram: decolonialidade, temporalidades e territorialidades

2023

Este é um livro derivado dos esforços do corpo discente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da UFMG. Os textos aqui reunidos abrem uma série de artigos elaborados no contexto do V Colóquio Discente Diálogos e Convergências, intitulado "Assim os dias passaram, e esta estória não tem fim". Apesar dos imperativos das condições sanitárias, o Colóquio foi um importante catalisador de encontros e partilhas. Pensamos nele como um evento que faz circular ideias e que promove trocas fundamentais entre os discentes de distintas linhas de pesquisa do programa, com variados objetos empíricos e diferentes abordagens teórico-metodológicas. Acreditamos no Colóquio como este lugar de aproximação, de relações éticas e de hospitalidade. Espaço de partilhas profundas e do estabelecimento de amizades. Aqui, apresentamos o primeiro volume, que antecede a edição organizada pelos colegas do PPGCOM/UFMG Ives Teixeira Souza, Natália Santos Dias, Nayara Luiza de Souza e Prussiana Araújo Fernandes Cunha, a quem agradecemos imensamente pela parceria e colaboração. Nesta primeira parte, intitulada "Assim nossos dias passaram", nos dedicamos ASSIM NOSSOS DIAS PASSARAM 10

E nossas estórias não têm fim: decolonialidade, temporalidades e territorialidades

Para começar este livro, primeiramente pedimos licença, gesto que aprendemos com José Bonifácio da Luz, o mestre Bengala, na abertura do V Colóquio Discente Diálogos e Convergências: "Assim os dias passaram, e esta estória não tem fim", do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da UFMG (PPGCOM UFMG). Através de um canto de deferência para iniciar seus trabalhos no evento, mestre Bengala nos ensinou a demonstrar respeito com o espaço que adentramos, as pessoas com quem dialogamos e as formas de conhecimento que encontramos. Inspiradas e inspirados nele, pedimos licença a você, que nos lê, para apresentar o processo de produção deste livro, assim como o conjunto dos trabalhos que o compõem. Os textos aqui reunidos dão sequência aos do primeiro volume Assim nossos dias passaram, organizado por Daniel Loiola, Flaviane Rodrigues Eugênio, Marcela Barbosa Lins e Yasmine Feital, colegas a quem agradecemos pela colaboração nesse processo de organização dos dois e-books. Esses textos nasceram na forma de resumos expandidos no V Colóquio Discente Diálogos e Convergências, realizado em 2022. Foi ali que receberam suas primeiras contribuições: em primeiro lugar, de pareceristas que buscaram sugerir caminhos para o desenvolvimento das

Temporalidades e saberes inscritos em ruínas e memórias

Revista Vestígios, vol 13 (1) , 2019

Este artigo trata de uma pesquisa desenvolvida em um complexo de ruínas na praia do Sahy, no litoral sul do Rio de Janeiro/Brasil que teve duas linhas de ação concomitantes. A primeira em torno de um problema histórico-arqueológico associado às ruínas sobre o tráfico ilegal de escravos e o processo de escravização de africanos na primeira metade do século XIX. A segunda enfocou os usos contemporâneos desse espaço e o caráter público da prática de pesquisa, refletindo sobre aspectos metodológicos e o processo de produção do conhecimento. Recebeu o Premio Luiz de Castro Faria de melhor artigo científico no Edital CNA/IPHAN 2017.

Narrar ´e encadear tempos e espaços perdidos

Revista Criação & Crítica, 2020

No presente artigo, pretendemos evidenciar como o romance Um amor incômodo, de Elena Ferrante, é atravessado por um abuso sexual que resvala na relação entre uma filha e sua mãe. Na medida em que se articula à violência de gênero, esse acontecimento apresenta-se como um ponto cego da cultura, configurando-se como traumático. Ao final do livro, após reconstituir a história de sua mãe, é possível para a narradora, Delia, lembrar do abuso que sofreu quando criança e significar pontos de sua trajetória que se apresentam como um mal-estar. O incômodo do título, que diz respeito à relação mãe e filha, atravessa a trama ressoando o incômodo da violência que é desvelada no final do romance. Como aporte teórico, tomamos as considerações da crítica literária Shoshana Felman acerca de literatura, testemunho e traumas culturais. Com o intuito de relacionar o trauma com a violência de gênero, retomamos a perspectiva de Sigmund Freud sobre o tema, assim como a discussões mais atuais, através de C...

Cultura, Conhecimento e Memória: olhares decoloniais

Liinc em Revista, 2021

A sessão 3 aborda as condições e as circunstâncias da produção de conhecimento tanto na sua dimensão acadêmica, no âmbito das universidades, quanto na perspectiva da criação artística, através dos produtos culturais de grande circulação. O fio condutor de ambas as reflexões é a colonialidade do saber, pensada como desdobramento das noções de colonialidade do ser e do poder. A professora Nancy Sanchez Tarrago discorre sobre a produção de conhecimento científico nos hemisférios Sul e Norte e as implicações dos processos de legitimação e valoração. A professora Giulia Crippa, por sua vez, analisa duas obras literárias, de origem australiana, adaptadas como audiovisuais - O Livro dos Peixes de William Gould (Richard Flanagan) e Picnic at Hanging Rock (Joan Lindsay) – as quais permitem perceber instantes de desconstrução e crítica da memória e da história oficial da colonialidade

Em busca do tempo e dos espaços perdidos

Pós. Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP, 2015

Claudio Soares Braga Furtado m busca do tempo e dos espaços perdidos 1 Re sumo Celebrando os 100 anos da publicação de Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust, é feita uma leitura de algumas relações entre esse clássico da literatura mundial e o pensamento arquitetônico, à luz da prática que se ensina na FAUUSP. A importância das inovações estilísticas de Proust é vista por reflexos no pensamento da Arquitetura brasileira, ao aceitar-se o papel dessa arte como linguagem do mundo que nos cerca. A imbricação de tempo e espaço permite a transposição da busca da reminiscência para a procura dos espaços de fruição da Arquitetura moderna.

Mafalala: memórias e espaços de um lugar

2016

Mafalala: memórias e espaços de um lugar é o resultado de um trabalho conjunto entre investigadores moçambicanos e portugueses das áreas de literatura e de urbanismo, e da organização não governamental moçambicana IVERCA, nascida neste bairro histórico de Maputo e vocacionada para a promoção do turismo, cultura e meio ambiente. Com este livro cumprem-se as diretivas de uma investigação de responsabilidade cívica pela transferência de conhecimento da comunidade para a universidade e da universidade para a comunidade. De forma mais detalhada pode-se também dizer que este livro conjuga o projeto da IVERCA com o projeto académico Patrimónios de Influência Portuguesa, sediado no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, que se dedica ao estudo e interpretação proactivos das heranças das culturas que se exprimem em língua portuguesa ou que, de outra forma, como em ações sobre o território, sofreram a influência portuguesa. […] Mafalala: memórias e espaços de um lugar é um livro escrito e composto a várias mãos por investigadores portugueses e moçambicanos, que em conjunto sentiram a necessidade e a vontade de trabalhar e registar um assunto que ambas as partes, de formas diferentes e segmentadas, tinham estudado e conheciam. O resultado desta leitura conjunta não é um simples somatório de todas esses contributos, mas antes um todo que vale pela visão fundamentada e abrangente.

História da educação, espaços e tempos

Revista HISTEDBR On-line, 2021

Ao longo deste artigo apresentaremos a trajetória e as ressonâncias do Diretório/Grupo de Pesquisa “Educação, História, Memória e Culturas em diferentes espaços sociais”, no período que abrange a sua criação até o ano de 2020. O texto foi construído levando em conta detalhes qualitativos e quantitativos que refletem a realidade do Diretório/Grupo de Pesquisa, consequentemente, da pesquisa em História da Educação no Centro-Oeste e no Brasil. O trabalho é uma manifestação de resistência e de esperança. Resistência que se faz em não se render jamais aos desânimos e cansaços provocados pela ganância e pelas posturas governamentais e institucionais intransigentes que deliberam desgoverno, desrespeito e destruição em relação à pesquisa acadêmica e científica no Brasil. Esperança que reativa o sonho, possibilita a militância e alimenta o compromisso de prosseguir e avançar na contribuição para os estudos e pesquisas na área da História da Educação.