A Crise Na Ucrânia e Os Níveis De Análise Em Segurança Internacional: Um Exercício Analítico a Partir Da Escola De Copenhagen (original) (raw)
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As Dimensões Interna e International da Crise Ucraniana
Em novembro de 2013, as ruas de Kiev foram palco de uma onda de manifestações que reclamavam uma maior aproximação da Ucrânia à União Europeia, bem como um compromisso real com reformas institucionais. Não obstante a clara conexão à situação interna do país, a crise da Ucrânia não pode ser dissociada do quadro geopolítico e de segurança em que Kiev se insere. Com o objetivo de lançar um olhar sobre a imbricada relação entre as dinâmicas endógenas e exógenas em jogo na crise da Ucrânia, este artigo começa por desconstruir a dimensão interna do conflito, para depois analisar como a dimensão externa contribuiu para o desenrolar dos eventos. O artigo termina com algumas reflexões finais sobre a crise ucraniana e as suas consequências para a paz e segurança europeia.
A Escola Galesa de Estudos Críticos em Segurança Internacional: 25 anos depois
Carta Internacional, 2017
Tendo como fio condutor os trabalhos de Ken Booth e Richard Wyn Jones, o artigo analisa a produção acadêmica da Escola Galesa de Estudos Críticos em Segurança Internacional. O argumento a ser desenvolvido é que, a despeito da produção de conceitos que contribuíram para o campo crítico em Segurança Internacional, o desenvolvimento teórico da escola ainda padece de insuficiências, sobretudo a controversa relação entre segurança e emancipação. Por conseguinte, derivar conceitos que informam a ação política torna-se tarefa difícil. Logo, a análise aponta para a necessidade de a Escola Galesa engajar-se em um debate teórico com perspectivas distintas, especialmente o pós-estruturalismo e o pós-colonialismo, o que pode produzir implicações importantes para a teoria e prática dos Estudos Críticos em Segurança Internacional. Abstract Anchored in the works of Ken Booth and Richard Wyn Jones, the article reviews the academic production of the Welsh School of Critical Security Studies. It is argued that despite a meaningful conceptual contribution to critical security studies, the Welsh School production is still pervaded by weaknesses, mainly the troubled security and emancipation equation. Thus, deriving concepts for political action becomes an arduous task. The analysis points 1 Gostaria de agradecer a Rafael Villa e Thiago Babo pelo convite para escrever sobre a Escola Galesa de Estudos Críticos em Segurança Internacional no âmbito de projeto desenvolvido junto ao NUPRI-USP. Ademais, agradeço novamente a Thiago Babo pelos comentários a uma versão prévia do trabalho durante o I Encontro Brasileiro de Estudos para Paz, em setembro de 2016. Não menos importante, o meu muito obrigado também se estende aos pareceristas anônimos da revista Carta Internacional.
Estudos de Segurança no Brasil e a aplicação da Escola de Copenhague
Anais Eletrônicos do 5o Encontro Nacional da Associação Brasileira de Relações Internacionais - ABRI, 2015
A chamada “Escola de Copenhague” tem sido utilizada cada vez mais para se estudar Segurança Internacional e Regional na academia brasileira. Por meio de um mapeamento do estado da arte na produção acadêmica de 2000 a 2014 (revistas indexadas com Qualis A1, A2 e B1 na área de Ciência Política e Relações Internacionais), analisa-se a forma como tem sido utilizada a Escola de Copenhague como embasamento teórico nas pesquisas nacionais. O problema de pesquisa de fundo é de que há no Brasil um “calcanhar metodológico” nas Relações Internacionais, e a hipótese que se trabalha é de que no Brasil se estuda Segurança Internacional com a abordagem proposta pela Escola de forma assistemática, com ausência de verificação dos conceitos centrais propostos pela Escola; tomando como base central três principais variáveis: 1. Identificação do setor que emerge o tema – ambiental, econômico, societal, militar ou político; 2. Identificação do agente securitizador; 3. Identificação do processo de securitização: não politizado, politizado e securitizado. Como hipótese secundária, afirma-se que nos estudos brasileiros prevalece apenas a confirmação do setor da questão, não apresentando o processo de securitização, bem como, o agente securitizador. Os resultados da pesquisa permitem inferir a confirmação das hipóteses propostas.
ANÁLISE DRAMATÚRGICA DE UM UNIVERSO EM EXPANSÃO: UM ESTUDO DE WORLD OF WARCRAFT
Video games Dramaturgical models are not thoroughly mapped yet. In this context, even a computer game like World of Warcraft lacks dramaturgical analysis. World of Warcraft is the most popular Massive Multiplayer Online Role Playing Game (MMORPG) in the World, with almost 10 million current subscribers and more than 100 million accounts created since it was launched in 2004. This paper presents the preliminary results of doctoral thesis project that claims analyse World of Warcraft dramaturgically. This research supports that the dramaturgic composition of World of Warcraft is structured in order to allow game expansions with a strong literary genre hybridization and transmedia narrative strategies.
Anexação da Crimeia e a Crise da Ucrânia sob a perspectiva político- estratégica da Rússia
2021
RESUMO O objetivo do ensaio é analisar a anexação da Crimeia e a Crise da Ucrânia sob a perspectiva político-estratégica da Rússia. As seções do ensaio foram desenvolvidas em quatro partes. A primeira parte é referente à introdução ao estudo. A segunda parte envolve a análise da Guerra da Geórgia em 2008 e a Guerra da Ucrânia de 2014 como laboratórios para mudanças na doutrina militar russa. A terceira parte teve como objetivo discutir, por meio da literatura e de documentos, a renovação da doutrina militar da Rússia e o emprego de um novo tipo de guerra. Por fim, foram apresentadas reflexões finais e implicações para o Exército Brasileiro.
RÚSSIA & UCRÂNIA ANÁLISE DA SEGURANÇA ESTABILIDADE E PREVISIBILIDADE INTERNACIONAIS
Inferimos acerca dos princípios da segurança, estabilidade e previsibilidade internacionais sob a ótica do conflito existente entre Rússia e Ucrânia, que aflora com força total, aventando sobre possíveis soluções que poderão ser adotadas pelos Estados Unidos, União Europeia e organismos internacionais, principalmente no que se refere às sanções econômicas. Ao assumir seu mandato como presidente dos EUA, Joe Biden tinha esperança de encontrar em Vladimir Putin um sócio, mas a incorporação da Crimeia à Rússia, e a recente ameaça de invasão da Ucrânia, sugere que todo cuidado é pouco ao se lidar com um adversário beligerante à frente do Kremlin. O passado da União Soviética vem à tona, com o acúmulo militar russo perto da Ucrânia e uma forte retórica ameaçadora que agita o Ocidente nas últimas semanas, espalhando o temor do imperialismo russo, a violação da soberania da Ucrânia, o sofrimento causado pela imprevisibilidade das ações da Rússia, que tenta impedir que a Ucrânia se aproxime mais do Ocidente e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Ucrânia e Rússia estão em desacordo desde que o governo russo anexou a península da Crimeia em 2014, o agravamento do conflito no leste ucraniano que deixou mais de 13.000 mortos, onde a Rússia é acusada de apoiar os separatistas. O Kremlin nega.
A Crise Ucraniana e suas Implicações para as Relações Internacionais.
Conjuntura Austral, 2014
O presente artigo trata da crise ucraniana e suas implicações para as relações internacionais. Para tanto, são apresentados os acontecimentos que deram origem à crise e seus desdobramentos até a anexação da Criméia pela Rússia. Em um segundo momento, os argumentos ocidentais contra a anexação russa são contrastados com os argumentos russos, para que a lógica por trás das ações de Moscou fique mais clara. A seguir, os acontecimentos após a anexação da Criméia são analisados de modo a lançar luz sobre três possíveis cenários decorrentes e suas implicações para as relações internacionais. Na conclusão, a estratégia ocidental para lidar com a Ucrânia é criticada e faz-se um apelo para que a Rússia seja tratada na atualidade sem referências obsoletas do período soviético.
A Evolução Dos Estudos De Segurança Internacional: Da Escola De Copenhague À Macrosecuritização
IOSR Journal Of Humanities And Social Science (IOSR-JHSS), 2024
Este artigo explora a evolução dos Estudos de Segurança Internacional (ESI), destacando a contribuição da Escola de Copenhague (EC) e a emergência da teoria da macrosecuritização. A EC revolucionou o campo ao introduzir a teoria da securitização, que analisa como questões de segurança são construídas através de discursos políticos. Com a ascensão de novas ameaças globais e a complexidade crescente das interconexões internacionais, a macrosecuritização, proposta por Buzan e Waever, oferece um quadro teórico para compreender as ameaças transnacionais e as políticas de segurança global. Este estudo fornece uma análise crítica das práticas securitizantes e suas implicações políticas, sociais e econômicas, traçando a trajetória histórica dos ESI e examinando as dinâmicas de poder no cenário contemporâneo.