A ética existencialista de Luís de Araújo: da heteronomia à autonomia moral (original) (raw)

Autonomia versus heteronomia: o princípio da moral em Kant e Levinas

Conjectura: filosofia e educação, 2013

Não apenas distantes no tempo, Kant e Levinas são distantes em suas respectivas propostas de ética. Este trabalho visa a analisar reflexivamente os princípios morais dos dois autores com o intuito de introduzir o acadêmico aos conceitos fundamentais em dois grandes expoentes da ética. Dessa forma, Kant propõe uma moral baseada na razão (pura prática), livre de toda inclinação sensível. Nada alheio à razão pode fundar uma lei. Por conseguinte, o único princípio da determinação da vontade é a lei moral, de forma que ser moral é ser racional. Logo, na medida em que as máximas do agir concordarem com a lei moral expressa no imperativo categórico, tem-se uma ação com valor moral. Levinas, por sua vez, faz uma crítica a toda a tradição ética pelo fato de ter subjugado o outro ao eu. Na tradição, o outro foi reduzido a "objeto", a conceito. Por isso, para Levinas, a ética é filosofia primeira, na qual afirma que o outro interpela e causa irrecusavelmente responsabilidade por ele. Tal responsabilidade é fundada antes mesmo do sujeito se constituir como eu consciente. Logo, o rosto do outro é um mandamento que exige minha responsabilidade.

Autonomia versus heteronomia: o princípio da moral em Kant e Levinas // Autonomy versus heteronomy: the principle of morality in Kant and Levinas

CONJECTURA: filosofia e educação, 2013

Não apenas distantes no tempo, Kant e Levinas são distantes em suas respectivas propostas de ética. Este trabalho visa a analisar reflexivamente os princípios morais dos dois autores com o intuito de introduzir o acadêmico aos conceitos fundamentais em dois grandes expoentes da ética. Dessa forma, Kant propõe uma moral baseada na razão (pura prática), livre de toda inclinação sensível. Nada alheio à razão pode fundar uma lei. Por conseguinte, o único princípio da determinação da vontade é a lei moral, de forma que ser moral é ser racional. Logo, na medida em que as máximas do agir concordarem com a lei moral expressa no imperativo categórico, tem-se uma ação com valor moral. Levinas, por sua vez, faz uma crítica a toda a tradição ética pelo fato de ter subjugado o outro ao eu. Na tradição, o outro foi reduzido a "objeto", a conceito. Por isso, para Levinas, a ética é filosofia primeira, na qual afirma que o outro interpela e causa irrecusavelmente responsabilidade por ele. Tal responsabilidade é fundada antes mesmo do sujeito se constituir como eu consciente. Logo, o rosto do outro é um mandamento que exige minha responsabilidade.

Egoísmo contra identidades: a avaliação da moral como estética da existência e ética como amor-próprio

Resumo: Este ensaio pretende levantar as seguintes questões: 1. de que modo é possível reconstituir o sentido de moral segundo um amor-próprio cujo conteúdo é dado menos por um isolamento ou negação do outro do que por um trabalho pessoal sobre si mesmo, em vista de um êthos, de uma ética? 2. em que medida o valor da moral hoje em dia pode ser deslocado da lei universal para uma atitude de diferença, da normalidade do comportamento para o cultivo de si e, por fim, da verdade sobre o sujeito para uma subjetivação ascética que não exige a prerrogativa de uma identidade, mas a transformação de si na relação consigo e com os outros? Tais questões são levantadas a partir de Friedrich Nietzsche, Michel Foucault e Fernando Savater. Abstract: This paper intends to rise the following questions: 1. how is it possible to reconstruct the moral sense according to self-esteem whose content is given less by negation or isolation from the other than by personal work about oneself, with an eye to an êthos, of an ethics? 2. nowadays, can the value of morals be dislocated from the universal law to an attitude of difference, from the normality of behavior to oneself's improvement and, at last, from truth about the individual to an ascetical subjectivation that does not require the prerogative of an identity, but the transformation of the self in relation to itself and to others? Such questions are raised from Friedrich Nietzsche's, Michel Foucault's and Fernando Savater's.

Naturalismo e existencialismo na teoria moral de Richard Hare

ethic@ - An international Journal for Moral Philosophy, 2009

Resumo Em um artigo de 1966, Amartya Sen procurou mostrar que mesmo Richard Hare, um devoto explícito do antinaturalismo em ética, ainda que inadvertidamente, incorreu num tipo de naturalismo que Sen intitulou de existencial. Neste breve artigo, traço um resumo dessa crítica à teoria de Hare, em especial, da chamada "Lei de Hume", a qual Sen preferiu apropriadamente intitular "Regra de Hare". Pretendo mostrar como esse tipo peculiar de "existencialismo" nos conduz, ainda que sob o possível protesto de Hare e seus seguidores, a conclusões subjetivistas e relativistas sobre a moralidade.

LIBERDADE, AUTENTICIDADE E ENGAJAMENTO: Pressupostos de ontologia moral em Sartre

Think ethics is not the same as conjecture rules, regulations, prescribed values, established standards and stereotyped behaviors. At least it's not that the description of the human condition conceived by the French philosopher Jean-Paul Sartre, through his phenomenological ontology allows support. The ontological ethics is not limited to dogmatic and regulatory fields, Sartre operates a deconstruction of the metaphysical foundations: remove models, fixed behaviors, prototypes, archetypes, gods, concomitantly, transcends all attempts to assert the good and evil with based on an substrate absolute extreme, like the nature or essence. The moral ontology we describe here, using mainly the works of Sartre's period-so calledmetaphysical, has the freedom as its foundation and its greatest value, is therefore a theory of ambiguity, like the human condition. It must be understood freedom in this sense, not as a mere human attribute, but on the ontological way, as a fundamental structure of man. To found the values, actions and choices consistently with the human condition, the traditional moral laws based on rational or universal rules should be suspected. The ontological ethics that we want to bring up is like a large building whose foundation is the notion of freedom and built on it are the conceptions of man and world. The main work in which such building may be appreciated, and justify under which our research was published in 1943, entitled Being and Nothingness, it found a detailed and thorough analysis of the human condition, allowing a find out a kind of ethics consistent with the human reality in the situation. The notion of freedom in Sartre's phenomenological analysis, it is not, however, the only aspect of ethics, it comes with responsibility, authenticity, engagement and relationship with others.