O anO de 1968 em Cuba: mudanças na pOlítiCa internaCiOnal e na pOlítiCa Cultural (original) (raw)

1968 e O Processo Cultural Brasileiro

Revista Aspas, 2019

O período em torno de 1968, que costuma ser, principalmente no campo dos estudos culturais, associado à contracultura, quando não ao desbunde total e geral, foi também quando se viu abrir uma clareira deflagradora de importantes transformações anticapitalistas. Ou como diz Iná Camargo Costa em entrevista publicada nesta edição da revista Aspas: “Em 1968 houve a última grande tentativa mundial de acabar com o capitalismo e foi derrotada.” De acordo com essa perspectiva, procuramos pensar os acontecimentos que marcaram esse emblemático ano, tentando dissipar de nosso horizonte certa tendência à mistificação que paira sobre os fatos e esfumaça sua importância política. Afinal de contas, refletir sobre o impacto da experiência de 1968, que completou cinquenta anos em 2018, no Brasil, significa pensar o movimento da luta armada contra a ditadura, as memoráveis greves operárias de Osasco e Contagem, a passeata conhecida como a dos “Cem Mil” no Rio de Janeiro, a Batalha da Maria Antônia em...

Impressões de 1968: contracultura e identidades

RESUMO. O presente artigo realiza uma avaliação sintética das implicações dos acontecimentos de 1968, principalmente no que se refere ao movimento da contracultura e ao processo de formação de novas identidades. Procura apresentar como fatores históricos, políticos e culturais acabaram por suscitar, no contexto, uma recusa dos projetos em voga, uma descrença nas instituições, ampla oposição à indústria cultural e à sociedade do espetáculo, favorecendo a perspectiva de uma revolução comportamental e a politização da subjetividade. ABSTRACT. Impressions of 1968: counterculture and identities. This article presents a short appraisal of the implications of events related to 1968, particularly regarding the counterculture movement and the process of emergence of new identities. It addresses ways in which historical, political and cultural factors ultimately triggered a refusal of projects of that time, a disbelief in institutions, great opposition to the cultural industry and the society of spectacle, fostering the perspective of a behavioral revolution and rendering subjectivity political.

Entre a juventude e a coerção: o ano de 1968 em perspectiva multiescalar

Patrimônio e Memória, 2020

O novo fazer historiográfico do campo político brasileiro tem avançado nas últimas décadas ao dialogar com outras áreas de saber e incluir nos debates os marcadores sociais (relações de gênero, raça, religião, geração e classe social), bem como os jogos de escalas cronológicos e espaciais nas suas pesquisas (SIRINELI, 2014). Ao "olhar" para a historiografia brasileira que ganhou projeção ao longo do século XX percebe-se uma concentração de estudos situados espacialmente no eixo Rio-São Paulo, o que impôs uma "narrativa única"-centrada neste eixo-para a história do Brasil, ao ponto que as pesquisas que se encontravam por fora deste eixo eram consideradas regionais ou periféricas. Isso se deve muito pelo fato de os programas de pós-graduação e os primeiros cursos de história estarem situados naquelas regiões há mais tempo 1 .

Repensando as interpretações e memórias de 1968

Tempo Social, 2021

Resumo O artigo analisa como as interpretacoes e as memorias dos acontecimentos de 1968 se transformam ao longo de suas comemoracoes decimais. Respalda-se na analise qualitativa da Historia do Tempo Presente, abordando as Politicas de Memoria em torno dos sentidos que aqueles eventos foram ganhando ao longo de seus cinquenta anos, tanto por parte de seus interpretes quanto pelos protagonistas. Argumenta-se que a ampla gama de estudos valorizou seus sujeitos e conflitos, abrindo um enorme leque de interpretacoes, as quais guiam 1968 pelo tempo presente, renovando as suas memorias. Conclui-se discutindo algumas linhas memorialisticas em torno dos atores coletivos e de novos relatos de protagonistas, que permitem reinterpretacoes de 1968, em seus cinquenta anos, elucidando o seu dialogo com as atuais identidades politicas.

As repercussões do movimento estudantil de 1968 no México

Anais VIII Encontro Internacional da ANPHLAC. Vitória, 2008

As manifestações juvenis eclodiram no ano de 1968 em muitos países, como a França, Estados Unidos, Brasil; e no México não foi diferente. No entanto, a forte repressão do governo mexicano na Praça de Tlatlelolco diante de protesto de estudantes e professores foi um ato de singular violência e marcou uma cisão entre os intelectuais críticos e os governos do PRI no México a partir daquele momento. Enfocarei as repercussões deste evento a partir das posições políticas assumidas pelos colaboradores de Plural e Vuelta, revistas mexicanas publicadas nos anos setenta e dirigidas por Octavio Paz.