Mulher e literatura, mulheres na literatura (original) (raw)

Mulher e literatura

GV-executivo, 2006

Uma visão limitada persiste na forma como a literatura feminina é avaliada no Brasil. De acordo com ela, as escritoras brasileiras estariam prioritariamente focadas em explorar questões de gênero, e não em tratar de temas literários abrangentes. O artigo mostra que, apesar de haver um jeito feminino de se fazer literatura, ele não se restringe às questões de gênero, mas engloba reflexões profundas, sensíveis e até transgressivas da sociedade instituída e de seu tempo.

Mulheres e Literatura

Resumo: O resultado que este livro apresenta é a coletânea de pesquisas desenvolvidas por mulheres, dentro do Projeto Ellas, coordenado pelas professoras Larissa de Cássia Antunes Ribeiro e Thatiane Prochner, com a supervisão editorial de Rosenéia Hauer. O Projeto, nesta terceira edição, apresenta uma nova estrutura, partindo, principalmente, da demanda de pesquisadoras voltadas à área dos estudos literários. Ellas, com subtítulo "Mulheres e Literatura" e com o duplo L, simboliza o desdobramento do ser feminino, além de a grafia enfatizar o L do vocábulo tema deste trabalho: Literatura. A obra é composta por seis artigos, escritos pelas oito mulheres que, atualmente, fazem parte do grupo de estudos que direciona os artigos. Os temas giram em torno de textos literários, autoria feminina e autoria masculina, representação e representatividade femininas, mas, sobretudo, o enfoque na pesquisa que essas mulheres realizam, temáticas pelas quais elas se interessam. Nesse sentido, seguindo a sequência de apresentação dos textos, temos: "A personagem Maria Monforte na Minissérie Os Maias: a autoria feminina no processo de adaptação televisivo", de Bianca do Rocio Vogler; "Literatura e Sororidade no círculo de leitoras", Caroline Candido Veroneze e Jeanine Geraldo Javarez; "Diálogos literários com A Noiva Cadáver", Giuly Any Dias Martins e Thatiane Prochner; "A beata Maria do Egito entre as fraquezas e as potencialidades sociais", de Larissa de Cássia Antunes Ribeiro; "Lilith e Eva: a transgressão na poesia de Adélia Prado", de Leila Fajardo; e "Mentoria e influência literárias: a relação entre Marianne Moore e Elizabeth Bishop", de Patricia Barreto Mainardi Maeso. Textos complexos e diversos entre si, no entanto similares no que tange à voz coletiva que realoca a mulher pesquisadora em um espaço todo seu.

Feminismo e literatura no Brasil

2003

STA REFLEXÃO é fruto de um projeto de pesquisa intitulado "Literatura e feminismo no Brasil: trajetórias e diálogos", que ora desenvolvo. A idéia é antiga e sempre esteve em minhas investigações, pois, à medida que delineava o percurso das mulheres na literatura brasileira, buscava sempre identificar os pontos comuns com o movimento feminista e mais representativos de um possível diálogo entre eles. Neste projeto busco -em ensaios, romances e poemas -a interiorização da perspectiva feminista, sua inserção na prática literária de nossas escritoras e, ainda, a historicização do conceito. O presente texto contém os primeiros resultados da pesquisa, assim como uma proposta de compreensão do movimento feminista no país.

O feminino, a literatura e a sexua��o

2007

Propomos, a partir da questão enunciada por Freud e retomada por Lacan, "o que quer uma mulher?", abordar algumas das diferentes maneiras pelas quais, no século XIX e no cenário contemporâneo, se tentou responder à questão do feminino. Para tanto, apresentamos um recorte sobre o cenário das produções discursivas do século XIX, século do advento da psicanálise, e sobre o cenário contemporâneo, a partir de três eixos que consideramos fundamentais: o tempo, o capital e a imagem.

O feminino, a literatura e a sexuação

Psicologia Clínica, 2007

Propomos, a partir da questão enunciada por Freud e retomada por Lacan, "o que quer uma mulher?", abordar algumas das diferentes maneiras pelas quais, no século XIX e no cenário contemporâneo, se tentou responder à questão do feminino. Para tanto, apresentamos um recorte sobre o cenário das produções discursivas do século XIX, século do advento da psicanálise, e sobre o cenário contemporâneo, a partir de três eixos que consideramos fundamentais: o tempo, o capital e a imagem.

CRÍTICA FEMINISTA: Uma contribuição para a história da literatura

(PPGLET/UCS) INTRODUÇÃO A história da literatura, após um período de dominação nos estudos literários, iniciou um processo de decadência que coincidiu com a ascensão da crítica e da teoria literária. No entanto, correntes literárias que se desenvolveram durante o século XX, tais como formalismo e estética da recepção, possibilitaram a revitalização desses estudos que se desenvolveram substantivamente, com a contribuição de conhecimentos advindos de vários campos, entre eles a Nova História e os Estudos Culturais. Atualmente, as relações entre história, crítica e teoria têm sido muito produtivas para todas essas áreas, na medida em que cada uma delas contribui para o avanço das demais. Assim, a história da literatura se vale da crítica literária e da teoria para estabelecer parâmetros de valor mais adequados que referendem a formação do cânone, não mais como conjunto de obras escritas por autores que pertencem a uma casta privilegiada, mas aberto a múltiplas possibilidades. A crítica feminista desenvolveu-se, mais precisamente, na segunda metade do século XX. Aponta-se, em geral, duas modalidades de desenvolvimento da crítica feminista, uma visa ao resgate de obras escritas por mulheres e que, no decorrer do tempo, foram relegadas ao ostracismo; a outra tem por meta fazer uma releitura de obras literárias, independentemente da autoria, considerando a experiência da mulher ou seja, procura detectar, através do estilo, da temática e das diferentes vozes do texto, a relevância da voz feminina e os traços de patriarcalismo que perpassam a obra. Dessa maneira, pretende-se apresentar, neste texto, como a crítica literária feminista pode ser um dado que subsidie a escrita de uma nova história da literatura sob o signo do gênero. 1 HISTÓRIA DA LITERATURA A história da literatura, na contemporaneidade, tem apresentado orientações diferentes daquelas que tradicionalmente eram atribuídas à disciplina. Incorporando 407 novas maneiras de entender a literatura, como o formalismo, na década de vinte e, posteriormente, a estética da recepção, nos anos sessenta do século XX, questões fundamentais, tais como a estruturação do cânone, passaram a ser questionadas, modificando-se o modo de ser da própria disciplina. O avanço dos estudos culturais também contribuiu para a transformação dessa área. Pode-se situar o início da história da literatura, de acordo com Acízelo de Souza (2006), em torno de 1500. O percurso da disciplina comportou uma série de modificações, desde os primórdios quando consistia na escrita de crônicas sobre autores e obras ou na compilação de textos, tais como ocorria com os múltiplos Florilégios e Parnasos, até ser constituída com a utilização da metodologia da ciência histórica, cujo ápice ocorreu no século XIX. Souza (2006: 91) aponta como requisitos essenciais para a construção de uma história da literatura: a completude da narrativa, a explicação de uma época através das relações de causalidade; a utilização, nas obras, da língua nacional. Esses aspectos estão relacionados, em certa medida, às questões do nacionalismo, tema relevante ao Romantismo, o que fomentou a criação de histórias da literatura fundamentadas no conceito de nação. No século XIX, preponderavam modelos filosóficos com base cientificista, tais como evolucionismo, determinismo, positivismo, os quais exerceram significativa influência nas ciências de um modo geral e, em especial, na história. Elevada a uma posição dominante, a história estendeu a outras áreas sua metodologia o que, no caso da literatura, oportunizou a organização da história da literatura. A história da literatura, para estudar autores e obras, incorporou conhecimentos de ciências que se estavam organizando, tais como a sociologia, a psicologia e a filologia. Françoise Perus (1997) aponta como aspecto relevante para essa modalidade de conhecimento, o conceito de literatura como disciplina autônoma com caraterísticas próprias. Acízelo de Souza (2003) define a história da literatura oitocentista como uma narrativa épica, centrada no projeto nacionalista, cuja motivação consistia na construção da nacionalidade através do processo cultural, lembrando que essa era a missão dos escritores românticos. Um dos aspectos relevantes dos estudos de história da literatura diz respeito ao cânone, conjunto de autores e obras reconhecidos pela academia, a partir de critérios nacionalistas e religiosos, tornando-se marco referencial para os estudos literários. Maria Eunice Moreira (2004) chama a atenção para o interesse dessa disciplina no estudo do espírito do país, constituído por costumes, religião, leis da pátria, portanto, a 408

Masculinidades femininas na literatura brasileira: Luzia-Homem e Dona Guidinha do Poço

Moderna språk, 2022

buscamos entender como a literatura brasileira constrói a masculinidade de mulheres. Nesse sentido, investigamos as virilidades sexual, laborativa e guerreira, assim como buscamos inferir como essas personagens se entendem e são entendidas por narradores e outros personagens. Por fim, argumentamos como a masculinidade feminina ao mesmo tempo em que proporciona maior liberdade às personagens, termina por literariamente também produzir a morte. Assim, a masculinidade de mulheres parece se constituir como o intolerável para a literatura brasileira.

Literatura, Imprensa e Mulher

Miscelânea: Revista de Literatura e Vida Social, 2018

Este trabalho propõe uma análise comparativa de três contos de Machado de Assis publicados em diferentes contextos de produção: o Jornal das Famílias, A Estação e a Gazeta de Notícias. Os contos selecionados permitem entrever um processo de reescritura de uma mesma situação temática, que é refundida e rearticulada com enfoques divergentes. Além de averiguar os diferentes contornos que a representação do feminino assume no decurso da produção literária do autor, pretende-se analisar também as transformações e ajustamentos da escrita machadiana em função das diferentes instâncias de publicação em que colaborou no decorrer de sua carreira.

Marcas da violência contra a mulher na literatura

Revista Diadorim, 2013

Este artigo traz um estudo sobre as representações da violência contra a mulher na literatura brasileira contemporânea. Analisam-se diferentes formas de femicídio -- o homicídio feminino -- com destaque para essa violência no conto “A língua do P” (1974), de Clarice Lispector. Metodologicamente, parte-se das abordagens sociológicas que envolvem esse crime, propostas por Heleieth Saffioti e Lia Zanotta Machado. Com uma abordagem politizada da Lei Maria da Penha, investiga-se o crime contra mulheres como parte da violência da sociedade patriarcal.