Intervenientes, formas e obstáculos na preservação do património etnográfico em museus: o caso do Museu Municipal de Penafiel (original) (raw)

Museu etnológico português (1893-1914). Um projecto nacional e uma tentativa de conjugação disciplinar

1992

Evocação do panorama museolôgico português no final do século XIX As décadas finais do século passado são caracterizáveis, no plano museolôgico, pela criação de um significativo conjunto de novos estabelecimentos de âmbito e importância nacionais. A esse movimento corresponde ainda a autonomização e aparecimento, no contexto museolôgico português, do domínio das ciências antropológicas e da arqueologia. Assim, a partir de 1859 é organizado um Museu de antiopologia e pré-história na Comissão dos Trabalhos Geológicos do Reino, em 1864 o Museu da Associação dos Arqueólogos e Arquitectos Civis, seguindo-se-lhe, em 1875, a do Museu Etnográfico da Sociedade de Geografia de Lisboa e, em 1884, a do Museu Nacional de Bellas Artes e Arqueologia. No âmbito imiversitário opera-se, em 1885, o desdobramento do Museu de História Natural, passando as suas secções, entre as quais a de antropologia, a constituir unidades autônomas. Pode-se assim constatar que os domínios científicos mencionados tinham então representação na maioria dos principais museus portugueses, assumindo desse modo particular importância para a anáfise do panorama museolôgico da época. Será igualmente de sublinhar que este processo de especialização e de diversificação científica e conseqüente projecção no plano museolôgico * Universidade Nova de Lisboa Este assunto foi apresentado de forma condensada, sob o título "Le Musée Ethnologique Portugais (1893-1914). Un projet national et un essai de multidisciplinarité", em "Anthropologie et Muséologie". Journées d'étude organisées par le G.S.

Museu, comunidade e património cultural imaterial: um estudo de caso - o Museu da Terra de Miranda

O conteúdo deste website está sujeito à legislação francesa sobre a propriedade intelectual e é propriedade exclusiva do editor. Os trabalhos disponibilizados neste website podem ser consultados e reproduzidos em papel ou suporte digital desde que a sua utilização seja estritamente pessoal ou para fins científicos ou pedagógicos, excluindo-se qualquer exploração comercial. A reprodução deverá mencionar obrigatoriamente o editor, o nome da revista, o autor e a referência do documento. Qualquer outra forma de reprodução é interdita salvo se autorizada previamente pelo editor, excepto nos casos previstos pela legislação em vigor em França.

Os Museus e o Património Cultural Imaterial. Algumas considerações

RESUMO: Tomando como referência fundamental o trabalho desenvolvido pela UNESCO em matéria de protecção do Património Cultural Imaterial (PCI), muito particularmente a Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial (2003), considerou-se oportuno reflectir sobre as implicações que este enfoque traz para os museus. São indiscutíveis as repercussões que este instrumento trouxe para o reconhecimento da importância do PCI à escala internacional, motivando um crescendo de iniciativas em torno da sua salvaguarda. O International Council of Museums (ICOM) reconhece um papel central aos museus nesta matéria. Este artigo reflecte sobre as possibilidades de actuação dos museus no sentido de dar resposta aos desafios da Convenção 2003, sendo certo que a partir das actividades dos museus é possível encontrar formas de estudar e de dar visibilidade a este património. ABSTRACT: Recalling the UNESCO‘s work towards the protection of Intangible Cultural Heritage (ICH), in particular the Convention for the Safeguarding of the Intangible Cultural Heritage adopted in 2003, I took this opportunity to reflect upon the implications that this recognition brings to museums. The overwhelming success of this document has raised the importance of ICH at international level, motivating a growing number of initiatives towards its safeguard. The International Council of Museums (ICOM) recognises a central role for museums regarding ICH. This article reflects upon the possibilities that museums have to answer the changeling 2003 Convention, recognizing that it‘s possible through museum activities to find ways to study and give visibility to ICH.

61 Anos de Museu Monográfico de Conimbriga - Museu Nacional: um caso de estudo para a museologia portuguesa

Al-Madan, Arqueologia, Património, História Local. Dossier: musealizar e expor sítio arqueológicos, n.º 26, 2ª série, novembro 2023, p. 83-91. Centro de Arqueologia de Almada. , 2023

The historiography of the Conimbriga Monographic Museum, created in 1962 and later classified as National Museum, follows closely the methodological evolution of Portuguese archaeological research and museology. During those 61 years, scientific knowledge and international recognition led to the development of a special cultural syncretism between the museum and the territory, where both are essential to each other’s identity and that of the whole. This unified background provides the context for this reflection about the Museum’s mission, which has been renovated through the contribution of different generations. The author also projects the future and the museology of the archaeological site that gave origin to the museum which, in turn, safekeeps an archaeological field in progress. Key words: Site Musealisation; Museology; Archaeology; Conservation; Conimbriga.

Museu, Memória, Identidade, o “Bazar das Maravilhas” e o problema da conservação. In: MAGALHÃES, A. G. (ORG) "Anais do 3º Simpósio Internacional de Pesquisa em Museologia: o futuro dos museus e os museus do futuro".São Paulo: Museu de Arte Contemporânea da USP, 2019, p. 338-349.

Anais do 3° Simpósio Internacional de Pesquisa em Museologia: o futuro dos museus e os museus do futuro, 2019

Este trabalho é fruto da avaliação final da disciplina “Memória e Identidade na América Latina: o Papel dos Museus”, oferecida pelo Programa de Pós-Graduação Interunidades em Museologia do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, onde foi proposto aos alunos que relacionassem bibliografias e discussões feitas em aula com seus projetos de pesquisa. Intitulado “Curadoria e Conservação Arqueológica no Rio Grande do Sul: um Levantamento dos Métodos”, o projeto da autora trata-se de uma pesquisa-ação para compreender de que maneira os métodos curatoriais e conservativos utilizados nas instituições museais foram selecionados e a partir de quais problemáticas, quais destes são considerados eficazes pelos profissionais que os aplicam e se sentem a necessidade de aprimoramento, considerando que as Instituições de Guarda e Pesquisa devem ser capazes de conservar, proteger, estudar e promover a extroversão dos bens arqueológicos, atendendo o trinômio pesquisa, conservação e socialização. Pretende-se com este artigo, portanto, contextualizar os conceitos de Museu, Memória e Identidade com o termo “Bazar das Maravilhas” e suas respectivas implicâncias no âmbito da Conservação de acervos arqueológicos. Para isso, o trabalho discorrerá sobre o contexto atual de legislações e iniciativas para a preservação do patrimônio cultural arqueológico. Palavras-chave: Instituições de Guarda e Pesquisa; “Bazar das Maravilhas”; Preservação do Patrimônio Cultural Arqueológico.

Os museus como requalificação do património

patrimonio.pt , 2012

A crescente valorização do património cultural, ao longo do século XX, favoreceu o paralelo desenvolvimento das instituições museológicas, a nível mundial. Se, em determinados contextos, a decisão de criar ou renovar um museu motivou a construção de novos edifícios, concebidos de raiz para este tipo de programa, na Europa, a reabilitação de imóveis preexistentes afirmou-se como via preferencial.

Museus municipais de Lisboa: Perplexidades, dúvidas e possíveis caminhos para um novo modelo de gestão

Siam Series Iberoamericanas De Museologia Vol 3 2012 Isbn 978 84 695 6668 8 Pags 147 157, 2012

Resumo: A partir do caso concreto da situação dos museus municipais de Lisboa, esta comunicação tem por objetivo discutir novas abordagens aos modelos de governança e de gestão de museus públicos, e em particular de museus municipais. O facto de, em Lisboa, haver museus municipais geridos por duas instâncias distintas, a Câmara Municipal de Lisboa e a Empresa Municipal para a Cultura, levou a um processo de investigação, reflexão e propostas de novos modelos organizacionais e de gestão para aqueles equipamentos culturais. A impossibilidade da tentadora autossuficiência leva à necessidade crescente de cooperação. Face ao imperativo do estabelecimento de parcerias entre museus e entre museus e outras entidades, tanto a nível do redesenho das estruturas, como a nível da sobrevivência quotidiana, os valores da inovação e da mudança parecem ter que predominar sobre os da tradição e da permanência. Palavras-chave: Modelos de Governança de instituições culturais e museológicas; Gestão de museus; Inovação na gestão cultural.

Reflexões sobre Património Cultural Imaterial e Museus: Das Políticas às Práticas

Gestão Integrada do Património em Museus e Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, 2020

«Património imaterial» tornou-se uma expressão recorrente, interpelada nos mais diversos fóruns, da academia ao campo profissional dos museus e do património. Em parte, este enfoque resulta da visibilidade que a Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial de 2003 da UNESCO alcançou, chamando a atenção para a necessidade de valorizar um património vivo, em constante adaptação, que faz parte da identidade dos grupos e das comunidades, e que é transmitido de geração em geração. A participação das comunidades na gestão e salvaguarda do Património Cultural Imaterial (PCI) é central na Convenção de 2003, mas permanece como um dos principais desafios na sua implementação. Neste capítulo reflete-se sobre o papel dos museus, como uma das organizações interpeladas a actuar neste campo. Neste contexto analisamos o papel da participação, paradigma actual no mundo dos museus, estabelecendo uma ligação com a salvaguarda do PCI. Consideramos, ainda, as políticas públicas para o PCI no caso português e o lugar dos museus. Colocamos em análise vários aspectos que se interligam com este tópico (das políticas, à crise, às tecnologias digitais), contribuindo para perspectivar os desafios que os museus portugueses enfrentam para se redefinirem e actuarem no âmbito da salvaguarda do PCI./«Intangible heritage» has become a buzzword nowadays, echoing in several forums, ranging from academy to the professional field of museums and heritage. In part, this focus is due to the visibility of the UNESCO Convention for the Safeguarding of Intangible Heritage (2003), which called international attention to the need of giving awareness to a living heritage, in constant modification, that is part of the identity of communities, groups and individuals, and is transmitted from generation to generation. The participation of communities in managing and safeguarding Intangible Cultural Heritage (ICH) is a central aspect of the 2003 Convention, but insofar the most challenging aspect of this international framework. In this chapter we reflect on the role of museums as one of the organizations urged to act in this field. In this context we analyze the role of participation — a current paradigm in the world of museums — making a link with ICH safeguarding. We also consider the framework of public policies for ICH in the Portuguese context and the role given to museums. In this analysis we also focus on several interconnected aspects (from policies, to the financial crisis, to digital technologies), putting into perspective the challenges facing Portuguese museums when it comes to redefining themselves and actively engage in ICH safeguarding.

De espaços de memórias a arquivos de e para todos: o caso do Arquivo Municipal de Penafiel De espacios de memoria a los archivos de y para todos: el caso del Archivo Municipal de Penafiel Arquivo Municipal de Penafiel Archivo Municipal de Penafiel

Os arquivos municipais, de há uns anos a esta parte, têm assumido, cada vez mais, um papel pró-ativo na difusão da informação, conquistando espaço na cultura e na educação, nas localidades onde se situam. Deixaram de ser meros guardiões de documentos para chegarem a todas as franjas da população, desde as crianças aos adultos, dos investigadores aos meros curiosos. As iniciativas levadas a cabo são várias, criando-se para tal, parcerias com outros organismos locais, associações, escolas, entre outros. Aproveitando datas significativas para a história local ou mesmo para a nacional, chamando a atenção para os seus fundos documentais criaram cursos, workshops, publicações, exposições, visitas, ludotecas. As novas tecnologias e as redes sociais não foram esquecidas pelos arquivos municipais e permitiram que estes entrassem na era do mundo global, aproximando todos. Desta forma, pretendeu-se mostrar o trabalho efetuado pelo Arquivo Municipal de Penafiel nesta jornada que empreendeu há já 17 anos.