O Devir dos Animais Não-Humanos Em Um Mundo Pós-Pandêmico (original) (raw)

Os Animais Não Humanos Sob O Jugo Do Negacionismo Climático

Sapere Aude

A relação humana com a natureza e os animais não humanos é atravessada por uma ética historicamente antropocêntrica. As consequências de uma conduta humana predatória diante do planeta e dos outros seres traz graves consequências para todas as espécies, gerando a atual crise climática que ora aflige a casa comum. Uma das manifestações dessa conduta é a indústria de exploração animal, que se vincula profundamente ao aquecimento global. A partir disso, o presente trabalho, de metodologia qualitativa, a partir de pesquisa bibliográfica, tem como objetivo apresentar as contribuições da Ecologia Integral para a realidade dos animais não humanos no contexto da crise climática. Para isso, inicia-se com as consequências dessa crise para os animais não humanos. Em seguida, discute-se outras éticas possíveis para além da ética antropocêntrica, e os fundamentos conceituais da Ecologia Integral. Por fim, a partir da ótica ecológica, apresenta-se as relações entre a indústria de exploração anima...

Relações Simbólicas: Animais Humanos e Não-Humanos

Confluências | Revista Interdisciplinar de Sociologia e Direito, 2018

rtigo RESUMO Este ensaio tem como escopo trabalhar a problematização envolvendo a luta pela democratização dos meios de comunicação no Brasil sob a perspectiva das novas mídias como meio de resistência ao controle da informação. Neste contexto, destaca-se o processo histórico da concentração midiática no país e os entraves e interesses da agenda política e demais atores sociais. Por sua vez, desenvolve-se um olhar para os dispositivos constitucionais que regulam a matéria na Constituição Federal de 1988, assim como contempla a discussão sobre a necessidade de um marco regulatório para as comunicações, de modo a considerar a reivindicação da sociedade civil organizada, instituições e movimentos sociais em prol de um espaço público de comunicação plural e democrática, onde seja possível a visualização da cultura de forma heterogênea e descentralizada, fora do eixo dos grandes centros de poder político e econômico.

Ética animal e pós-humanismo: uma leitura a partir de Humana Festa

Sustentabilidade: o que pode a literatura?

As reflexões ora propostas surgiram através do olhar atento a uma obra de uma autora brasileira, Regina Rheda. Em Humana festa (2008) há várias portas a serem abertas para vários mundos analíticos. A materialidade da obra de Rheda foi o dado a possibilitar as análises propostas, não o contrário. Ela própria uma vegana, Rheda é a tradutora brasileira de um controverso autor da defesa animal segundo a abordagem dos Direitos Animais, o advogado Gary Francione. Atenho-me, no presente ensaio, a três pontos de encontro da ética animal: com os movimentos sociais, com o ambientalismo e, mais detidamente, com o feminismo – mormente em sua abordagem ecofeminista de autoras como Ynestra King ou Rosi Braidotti. Da ética animal propriamente, refiro-me a autores como o próprio Gary Francione, além dos filósofos Peter Singer, Tom Regan e Carlos Naconecy.

Pós-humanismo na Máquina Anímica

Semiótica: desordem e incertezas.1 ed.São Paulo : Kazuá, 2018, v.1, p. 257-280. (http://www.editorakazua.net/academico/semiotica-desordem-e-incertezas-vol-1-de-alexandre-rocha-da-silva-regiane-m-de-o-nakagawa-lisete-dias-de-oliveira-orgs), 2018

O reposicionamento pós-humanista busca demonstrar como a co-presença evolucionária de outros seres — técnicos e animais — potencializa outras compreensões sobre o humano. Esse é o posicionamento base para a compreensão do anime japonês como uma máquina, tal qual se apresenta na teoria de Thomas Lamarre (2009) em conjunto às teorizações de Gilbert Simondon, Félix Guattari e Gilles Deleuze. Nesse artigo, iremos analisar três aspectos constitutivos da animação — intervalo, perspectiva e composição — na segunda animação Evangerion Shin Gekijōban: Ha da tetralogia Evangerion Shin Gekijōban (Rebuild of Evangelion). Nossa hipótese é demonstrar como a máquina anímica poderia permitir uma heterogênese pós-humana através da dobra comunicacional do intervalo anímico.

A Humanização De Animais Como Compulsão À Dominação Do Mundo Natural

Revista Inclusiones, 2022

A definição do que é um animal implica em possíveis caminhos acerca do que, em termos morais, ele deve ser. Partindo dessa proposição, está pesquisa quer saber: como o fenômeno da humanização dos animais domésticos, segundo a perspectiva da ontologia elaborada pelo filósofo alemão Hans Jonas, constitui um dilema moral?. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica de caráter analítico. Ao enfrentar a questão acerca do que é um animal, compreende-se os elementos que fazem parte daquilo que se pode conceber como sua natureza. Uma vez investigado o que é próprio da existência animale o que não existe em outros modos de vidapode-se entender o processo de humanização como uma maneira de furtar aos animais daquilo lhes é próprio. Humanizar significa conceber segundo caracteres humanos, subjugar o mundo natural ao modo de vida humano, para tirar-lhes proveitos de tudo que teriam a oferecer à humanidade: desde o mais inocente afeto aos mais diversos bens de consumo.

Abertura Ao Mundo Categorização Filosófica e Destino Da Animalidade

2011

Resumo: Problematizando a exposição heideggeriana sobre a animalidade, incluindo as suas fontes científicas e biológicas, Agamben e Derrida dão-nos conta das possíveis críticas e limitações a que essa abordagem pode ser sujeita. Para os autores contemporâneos, trata-se de repensar o estatuto metafísico ou da categorização do animal perante o discutível enaltecimento parcial do humano. Mesmo ressalvando a recondução que Heidegger faz da animalidade ao território do pensamento metafísico, é possível traçar as linhas legítimas dessa crítica que rejeita a degradação do animal perante o humano. Pretende-se, assim, acompanhar e elucidar o percurso da questão da animalidade em Agamben e Derrida, no momento em que continua a colocar-se no terreno da Filosofia, porventura com mais pertinência do que no passado. Palavras-chave: Animalidade, Abertura, Mundo, Ser, Alteridade, Velamento, Desvelamento. Abstract: Elaborating on Heidegger's inquiry about animality, including its scientific and ...

Ninfas e Monstros: O Pós-Vida De Criaturas Fantásticas Na Imaginação Humana

Revista Interdisciplinar Internacional de Artes Visuais, 2021

Resumo: Este ensaio busca vasculhar as trevas pelas quais os monstros transitam a fim de compreender como esses seres se relacionam com as ninfas discutidas pelo historiador da arte e estudioso das imagens Aby Warburg. Ninfas e monstros compartilham características como a eterealidade de seus corpos, o estranhamento causado por suas figuras e o deslocamento temporal de suas presenças. Para Warburg, as imagens das ninfas na arte renascentistas são manifestações de pathosformeln antigas, heranças do passado, engramas no sistema nervoso dos indivíduos. Os monstros, por sua vez, trazem inscritos em seus corpos advertências ancestrais (Cohen, 2000). Mais que isso, vampiros, medusas e demônios persistem na cultura, em processo de nachlebentermo caro a Aby Warburgum processo transmissão, recepção e polarização. Assim, embora simbolicamente se situem em polos distintos, ninfas e monstros se encontram na dimensão do inesperado, do imprevisto, do acidental: enquanto as ninfas de Warburg pairam misteriosamente, flutuando imprudentemente nas obras do Quattrocento italiano como persistência do paganismo no cenário cristão, as bestas deformadas da imaginação humana espreitam nas sombras prontas para saltar sobre os que cruzam os seus caminhos. O encontro com ninfas ou monstros é irreparáveldele, não saímos ilesos/as.

RESENHA: Brincar, fazer parentes e outras saídas: A Cosmopolítica dos Animais

Matos, M. de A. (2021). Brincar, fazer parentes e outras saídas: A Cosmopolítica dos Animais / A cosmopolítica dos animais, de FAUSTO, Juliana. Revista De Antropologia, 64(3). https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2020.189659, 2021

A Cosmopolítica dos Animais, de Juliana Fausto, muito mais do que caracterizar e atribuir aos chamados "animais" uma determinada modalidade de política (como a preposição de seu título poderia sugerir), instaura, pelo movimento mesmo do texto, uma série de situações cosmopolíticas, que forçam as leitoras a ralentar o pensamento, se perguntando pelo sentido de suas posições e por seus limites. O livro obriga a lançarmo-nos no meio do problema, a exemplo da própria autora: ela está lá, diante dos gatos, narrando histórias e abdicando das perspectivas do juiz, do pensador, etc. "Diante", como escreveram Deleuze e Guattari, "é uma questão de devir. (...) Pensamos e escrevemos para os animais. Tornamo-nos animais, para que o animal também se torne outra coisa" (apud. Fausto, 2020: 47). Estamos, pois, diante (!) de um livro que quer se tornar, ele mesmo, um animal ("que este livro possa latir", diz Fausto, 2020: 342), para que os bichos também se tornem outra coisa. O livro é habilmente composto pelo entrelaçamento de narrativas e análises cujo propósito é abrir passagem para que se possa pensar a política para além da redução de seres a animais. Ele é, em certo sentido, mais jurisprudencial que demonstrativo, além de relativamente propedêutico. Sua leitura atenta servirá...