Repensar Competências e Habilidades para as Novas Gerações. Propostas para uma Nova Literacia Mediática (original) (raw)
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Novos media e gerações. Pensar as veredas da literacia
Literacia dos novos media, Mundos Sociais, 2019
A divisão entre nativos e imigrantes digitais subestima, a priori, a capacidade de indivíduos mais velhos de lidarem com as inovações tecnológicas. Então, qual a influência do fator etário na aquisição de competências ou literacias dos novos media? Este capítulo faz uma análise das abordagens que tendem a naturalizar a noção de nativos digitais a partir dos dados transnacionais do World Internet Project (WIP). Com este estudo procura-se demonstrar que usar o conceito de nativos digitais sem uma análise multidimensional eleva o risco de encobrir condições assimétricas no seio de uma mesma coorte, como a possível distribuição desigual de recursos e capitais ou a presença de circunstâncias que poderão conferir (des)vantagens—sociais, económicas, geográficas, educacionais, etc. A utilização da internet como o primeiro porto de ligação com a comunicação e a informação parece ser a mudança mais importante dos últimos tempos, como sugerem os dados do WIP. O fenómeno é suscetível de ser amparado pelo crescimento de redes sociais, como Facebook, Twitter e YouTube, mas também pelo aumento de aplicações da Web 2.0 de cocriação.
Educação de adultos: novas oportunidades de literacia
Perspectiva, 2014
Numa sociedade quase totalmente estruturada sobre textos escritos, as práticas de literacia com que os indivíduos têm de se envolver diariamente são diferentes ordens e complexidades. A crença de que a participação no mundo da escrita depende apenas do domínio de habilidades específicas de compreensão (principalmente) e de produção de textos tem vindo a ser teórica e empiricamente desconstruída, particularmente no contexto do que tem vindo a ser chamado Novos Estudos de Literacia, que advogam a literacia como um conjunto de práticas sociais, histórica e culturalmente situadas, onde têm lugar eventos mediados por textos. Esta mesma perspetiva coloca sob escrutínio o que conta como literacia e, ao fazê-lo, a relação entre literacias institucionais ou dominantes e as pessoais ou vernáculas. Dessa forma, neste texto apresentamos alguns resultados de um estudo realizado junto de adultos que frequentaram processos de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC), cujo pr...
Literacia mediática: Práticas e competências de adultos em formação na Grande Lisboa
Será que os adultos em formação na Grande Lisboa retratam o país de consumos informativos tipicamente baixos, de que falavam Hallin e Mancini em 2004? Será que se mantêm os baixos níveis de interesse pelas notícias afirmados por José Rebelo e a sua equipa de investigadores, em 2008? Será que, na utilização de internet, a prática mais comum entre estes adultos é a gestão de emails, como revelado pelo Observatório da Comunicação em 2012? E será que os efeitos da exposição aos media (old e new media) condicionam as competências de literacia mediática dos indivíduos? Este texto apresenta alguns resultados do projeto de investigação “Literacia mediática e cidadania. Práticas e competências de adultos em formação na Grande Lisboa”, desenvolvido no Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES), entre 2009 e 2013, e enquadrado no Programa de Doutoramento em Sociologia do ISCTE - IUL. Algumas pistas: os resultados mostram uma clara divisão entre gerações no acesso à informação e que apenas uma minoria gera conteúdos e participa publicamente online.
Este artigo reflecte sobre as literacias, numa perspectiva comparativa entre media tradicionais e novos media, passando pelas relações entre estes e a sociedade. São apresentados vários factores de clivagem social, numa abordagem cronológica, mostrando diferentes níveis de participação, competência e relações dinâmicas de poder que acompanham as mudanças de paradigma comunicativo na sociedade. Esta análise é feita tendo como base a redefinição do conceito de literacias, proposta por Aufderheide e, mais tarde, Livingstone e segue uma estrutura composta pelos quatro aspectos que a compõem: acesso, análise, avaliação, criação. This article reflects about literacies in a comparative perspective between traditional media and new media, going through the relationships between them and society. It presents several factors about social cleavage, in a chronological approach, showing different levels of participation, competence and dynamic relations of power that accompany communicative paradigm shifts in society. This analysis is based on the aspects of the literacies concept redefinition, proposed by Aufderheide and, later, Livingstone and follows the structure of its four aspects of which it is composed: access, analysis, evaluation and creation.
Formação para formar o leitor jovem do século XXI
Interacções, 2011
Os autores investigam a formação de professores em sua relação com a leitura e a cultura midiática, partindo de estudos feitos em uma universidade estadual do Norte do Paraná, Brasil, contemplando os cursos de Letras e Pedagogia. Uma parte destas investigações foi ampliada, tomando-se como referência um curso equivalente de Licenciatura em Educação Básica de uma universidade da região do centro de Portugal. Estes estudos sinalizaram uma abordagem de leitura percebida como insatisfatória por parte dos alunos, bem como propostas curriculares distanciadas das demandas atuais na área da linguagem. O quadro teórico está fundamentado no campo da Leitura e Formação do Leitor, de Estudos Culturais e do Currículo. Neste contexto, os pesquisadores se propõem a discutir o processo formativo dos docentes com vistas a um trabalho proficiente no campo da leitura, em articulação com a linguagem do jovem leitor contemporâneo.
Educar para a Literacia: Perspectivas e Desafios
Aprender a utilizar a língua de uma forma sofisticada e abrangente (incluindo, naturalmente, o ser capaz de ler, de escrever e de interpretar, com eficácia, as representações gráficas e simbólicas do mundo contemporâneo), o manifestar a capacidade de mobilizar os conhecimentos adequados para o exercício da leitura e da escrita na vida quotidiana e o sentir vontade em o fazer de forma autónoma e voluntária constituem actualmente alguns dos maiores desafios com que se depara a instituição escolar e, num sentido lato, a sociedade. A literacia, como sublinhou Rosa-Maria Torres (2008), é uma componente essencial da educação e ela corresponde a um direito básico da pessoa: a capacidade de cada um em usar a informação escrita constitui um direito, independente da idade ou da frequência ou não a de um determinado sistema escolar. A conexão destes saberes, capacidades e competências com uma sociedade de bemestar e com o desenvolvimento económico são, nos dias de hoje, um estímulo suficientemente atractivo para que a educação para a literacia seja concebida, nas sociedades desenvolvidas ou em vias de desenvolvimento, como um autêntico desígnio nacional, transversal a toda a sociedade. De facto, vivemos numa sociedade globalizada, profundamente competitiva sob o ponto de vista económico e dominada já não apenas pela chamada galáxia de Gutemberg, mas pela geração dos chamados nativos digitais. Se, quando avaliada a competência em literacia dos estudantes portugueses com 15 anos, esta se situa em níveis claramente inferiores aos de outros estudantes com a mesma idade e idêntico nível de estudos de outros países da OCDE, nossos parceiros económicos e nossos concorrentes no mercado global, a situação torna-se grave, exigindo necessariamente medidas adequadas à superação deste deficit.
Diálogo Intermídias e Formação De Novos Leitores Literários:Potencialidades
Revista Coralina (ISSN 2675-1399)
O presente artigo propõe, a partir da leitura da obra Letramento literário: teoria e prática (2014), de Rildo Cosson, demonstrar a importância do diálogo intermídias para a formação de novos leitores de literatura. Entretanto, para reconfigurar o olhar sobre as obras literárias, sua leitura e estudo, é indispensável avaliar o que é significativo para o estudante e se está pertinente as suas práticas sociais. Assim, acredita-se que o professor se sinta responsável em fazer uso de estratégias no sentido de tentar aperfeiçoar esse contato entre texto e leitor, com a finalidade de promover um diálogo intermídias através do olhar literário ambicionado na prática da formação de novos leitores. O estudo evidenciou que o uso das intermídias, aliado à perspectiva da formação de novos leitores literários, tem a capacidade de favorecer a aproximação entre ensino e realidade social, o que configura uma aprendizagem significativa, tendo em vista que os alunos consomem e produzem conteúdos interl...
Novo Cenário da Comunicação e as Novas Competências Exigidas
Revista Panorama - Revista de Comunicação Social
RESUMO: O atual estágio da comunicação social impõe novos e maiores desafios aos profissionais de comunicação corporativa. Por isso, este artigo analisa o novo cenário existente e traça um paralelo com as competências acadêmicas adquiridas por jornalistas, publicitários e profissionais de relações públicas, para então questionar como será o futuro da área: uma mescla de responsabilidades ou atividades ainda mais segmentadas? PALAVRAS-CHAVE: Comunicação social. Comunicação corporativa. Comunicação integrada. Academicismo.