História global, histórias conectadas: debates contemporâneos (original) (raw)

História da historiografia e perspectiva global: um diálogo possível?

Esboços: histórias em contextos globais, 2019

Partindo da análise de dois empreendimentos realizados no campo da história da historiografia e das histórias globais da historiografia de Georg Iggers, Q. Edward Wang e Daniel Woolf, neste artigo se propõe pensar o escopo e os fundamentos da história global, evidenciando possíveis contradições e obstáculos conceituais dessa perspectiva de investigação histórica, como a resiliência do eurocentrismo, o determinismo dos vieses nacionais e os limites culturais impostos pelo domínio de idiomas.

Outros olhares: debates contemporâneos

Editora Leiditathi, 2008

Se é certo que a rua é palco da conquista e afirmação de direitos, uma sociedade que deixa de questionar-se está fadada a carregar a opressão como marca de uma mudança de época. O esvaziamento do espaço público denota o momento crucial em que a punição é adotada como maneira de coibir manifestações populares e reivindicações legítimas de um povo. O livro ‘Outros Olhares – debates contemporâneos’ abre a Coleção Olhares do Dissenso. Revela, em três artigos, a leitura apurada de quatro intelectuais brasileiros, do nosso tempo – o Doutor em Sociologia (Paris VIII – França), Alder Júnior Ferreira Calado, a Pós-Doutora em Ciência Política (USP), Cecília Coimbra, a Mestra em Psicologia (UFF), Ana Maria R Monteiro de Abreu e o Doutor em Direito Constitucional (UFMG), José Luis Quadros de Magalhães – sobre o abismo existente entre os mais pobres e mais ricos do planeta. O trabalho questiona o papel do Estado, dos movimentos sociais, das políticas de inclusão governamentais e plataformas apresentadas por organizações internacionais, além de apontar a resignificação do papel do cidadão na esfera pública enquanto agente de luta por melhores condições de vida e afirmação da dignidade humana.

Vivemos em um mundo integrado? Uma experiência com história global e educação histórica

Anais IX CONEDU, 2023

Este trabalho apresenta os resultados parciais da pesquisa e ensino em desenvolvimento intitulada “História Global e Educação Histórica: novas possibilidades metodológicas para o ensino de história”, desenvolvida no Instituto de Aplicação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (CAp-UERJ) desde meados de 2022. Buscou-se promover um diálogo entre o campo da Educação Histórica, preocupado com a forma como os estudantes aprendem e atribuem sentido ao tempo e à história, e a abordagem da História Global, que busca superar o nacionalismo metodológico característico das abordagens tradicionais da História ao privilegiar as ideias de “conexão” e “integração global”. Através da metodologia da pesquisação, construímos um planejamento pedagógico anual baseado nesse encontro, colocando-o em prática com turmas do 8º ano do ensino fundamental. Além do debate teórico-metodológico envolvendo a educação histórica e a história global, recorremos à produção historiográfica recente ligada não apenas à abordagem da história global, mas também à perspectiva decolonial, que contribuiu grandemente para o desenvolvimento de uma abordagem pedagógica que superasse perspectivas difusionistas a partir do Norte Global. Através do acompanhamento das narrativas produzidas pelos estudantes em sala de aula e em suas produções, procuramos observar de que forma sua aprendizagem histórica expressava elementos promovidos pela abordagem da história global, tais como: uma superação do eurocentrismo e do referencial nacionalista para a história e uma concepção da integração global (ainda que desigual) de diferentes regiões do mundo no período da modernidade.

Diálogos Internacionais: Reflexões Críticas do Mundo Contemporâneo

Diálogo Internacionais: Reflexões Críticas do Mundo Contemporâneo é a consolidação do projeto iniciado em junho de 2014 com a criação de um blog, cuja motivação inicial foi a promoção do debate, o exercício da escrita, da reflexão e da crítica de temas da atualidade e da história com foco, não exclusivo, na cena internacional. As nossas pretensões eram, portanto, singelas. Dentro deste vasto universo em que consiste a internet, com milhares de websites e blogs, procuramos oferecer aos nossos leitores um conteúdo atualizado, com embasamento teórico e reflexão crítica. Optamos desde o início pela não monetização de nosso espaço, cientes de que seu crescimento dependeria do contato interpessoal. Escolhemos, também, não o vincular a nenhuma instituição de ensino e/ou pesquisa, por entender que independência e certa rebeldia devem fazer parte da nossa identidade enquanto blogueiros. Apesar do aparente isolamento em que nos encontrávamos, fomos construindo nossa história. Entre 2014 e 2017, foram publicados 134 textos de 28 autores diferentes, com mais de 3.000 visualizações semanais. Procuramos ser regulares em nossas publicações, que acontecem (quase sempre) uma vez por semana. Para nossa felicidade, os textos do blog passaram a ser citados em trabalhos acadêmicos e tornaram-se instrumento de estudo didático para muitos estudantes das ciências sociais e humanas com pesquisas ligadas à área internacional. Foi a partir desse momento que decidimos seguir este caminho que extrapola o mundo virtual, ainda que nele esteja contido, e materializar esta publicação, cuja seleção dos textos seguiu dois critérios: o número de visualizações do texto e temas mais recorrentes. O livro está dividido em 9 seções. A primeira, intitulada “Diálogos com as Relações Internacionais” apresenta os textos de Ingrid Sarti, Mônica Leite Lessa e Williams Gonçalves, nossos professores, orientadores e nossos maiores incentivadores, que discutem a atualidade das Relações Internacionais no mundo contemporâneo, a integração regional e a busca pela autonomia. São os únicos textos cedidos para a publicação que não passaram pelo blog. A segunda seção “Diálogos sobre Economia Política Internacional” é composta pelos textos de Hélio Farias, Patrícia Nasser de Carvalho e André Saboya que nos ajudam a refletir a complexidade do momento atual internacional através do olhar da EPI. Em seguida apresentamos “Diálogos sobre Desenvolvimento” com os textos de Glauber Cardoso Carvalho, Túlio Sene e Luiza Bizzo Affonso, que nos apresentam os dilemas do desenvolvimento em um contexto neoliberalizante. Em “Diálogos sobre Política Externa”, o leitor encontrará textos relevantes sobre paradiplomacia e a necessidade de pensar a política externa como uma política pública, através das perspectivas de Leonardo Granato, Suellen Lannes e Victor Tibau. Na quinta seção retornamos nosso olhar para os “Diálogos sobre Segurança e Defesa”, com os textos de Larissa Rosevics e de Ricardo Zortéa Vieira. Em seguida, os “Diálogos sobre Geopolítica” são promovidos pelos textos de Hélio Farias, Bernardo Salgado Rodrigues e Marcelo Campello. Na sétima seção estão os “Diálogos sobre Integração Regional” com as contribuições de Luiz Felipe Brandão Osório, Glauber Cardoso Carvalho, Larissa Rosevics e Thauan dos Santos. A oitava seção traz os “Diálogos sobre a América Latina”, com a busca pela desconstrução do senso comum promovido pelos textos de Larissa Rosevics, Bernardo Salgado Rodrigues e Licio Caetano do Rego Monteiro. A nona seção denominada “Diálogos com a História Contemporânea” apresenta as análises de Edilson Nunes dos Santos Junior, Julia Monteath de França e Suellen Lannes. Agradecemos a todos aqueles que colaboraram com o blog “Diálogos Internacionais” e que por ventura não fazem parte dessa edição: Beatriz Guimarães de Araújo; Caroline Rangel Travassos Burity; Janaína Pinto; Jessika Cardoso de Medeiros; Mario Afonso Lima; Natalia Rezende; Tiago Nasser Appel; Victor Carneiro Corrêa Vieira; Wagner Souza, Wesley S.T Guerra (do Blog NEMRI/FESPSP). Aos nossos leitores dos cursos de Defesa e Gestão Estratégica Internacional da UFRJ e de Relações Internacionais da UFRRJ, da UniLaSalle e da Universidade Católica de Petrópolis por contribuírem para a divulgação dos textos publicados. E aos professores e colegas da Pós-Graduação em Economia Política Internacional da UFRJ pelos intensos debates e reflexões valorosas.

A narrativa histórica em debate: algumas perspectivas

Revista Urutágua, 2005

Resumo O presente texto busca tecer algumas considerações éticas, estéticas e epistemológicas a respeito da disciplina histórica, sobretudo em face do impacto que certas proposições do “pós-modernismo” têm causado nas atividades dos historiadores. O artigo ...

Os Discursos em nossa contemporaneidade e os “Combates pela História”

NEARCO - Revista Eletrônica de Antiguidade e Medievo

Temos observado nas últimas décadas o surgimento de uma série de discursos oriundos das redes sociais e das mídias audiovisuais oriundas da internet, ou seja, meios como o Facebook, Orkut, Youtube, Twitter, 1 Linkedin, entre muitos outros. É interessante apontar que tais redes possuem suas especificidades midiáticas, às quais Aleida Assmann (2011, p. 161) define como meios (medias) que veiculam memórias e discursos de acordo com um determinado suporte físico. Em tal perspectiva, seriam 1 Um exemplo da utilização da rede social Twitter como parte integrante de um corpus documental para o historiador se localiza no artigo intitulado "Entre a Música Antiga Grega e o Funk Carioca: reflexões acerca dos aspectos sociopolíticos da música na Atenas Clássica do séc. V a.C. e no Brasil do início do séc. XXI" (2021), no qual ao analisar os discursos desfavoráveis acerca do funk carioca no Brasil contemporâneo, me utilizei das mensagens do Twitter oficial de Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares (2019-atualmente), como exemplo de posicionamento antagônico ao gênero musical por parte de uma instituição pública brasileira. Para maiores detalhes, consultar ARAUJO, Felipe Nascimento de. Entre a Música Antiga Grega e o Funk Carioca: reflexões acerca dos aspectos sociopolíticos da música na Atenas Clássica do séc. V a.C. e no Brasil do início do séc. XXI. In: LEMOS,