Variação em Português e em Outras Línguas Românicas (original) (raw)

Variação em línguas românicas: occitano e português

Revista Diadorim, 2022

Este dossiê temático, publicado no primeiro número do volume 24 da Diadorim: revista de estudos linguísticos e literários, do Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, reúne olhares sobre variações e variedades do português e também olhar sobre a língua occitana. Articula-se a ações que vêm sendo construídas nesse programa em prol de ampla internacionalização da ciência linguística promovida a partir do espaço acadêmico brasileiro. Uma delas é a gestada a partir do projeto franco-brasileiro VariaR-Variação em línguas românicas (https://variar.wixsite.com/variar), cuja equipe de pesquisadores, atuantes em diferentes universidades, é coordenada por docentes vinculadas a programas de pesquisa e pósgraduação com sede na Universidade Paul-Valéry Montpellier 3/unidade Recherches Sur les Suds et les Orients e na Universidade Federal do Rio de Janeiro/Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas. O dossiê contém, ao todo, 19 textos, entre treze artigos submetidos à avaliação duplo cega e aprovados por pareceristas especialistas do Brasil, Portugal, Suécia, Estados Unidos e França, assim como duas entrevistas com dois pesquisadores, uma com pesquisadora do continente americano/Estados Unidos e outra, em francês e em português, com pesquisador do continente europeu/França, e uma resenha de livro brasileiro feita por pesquisadora brasileira.

A Variação ou ~ oi em Portugal Continental

Dissertação orientada pela Prof.ª Doutora Esperança Cardeira MESTRADO EM LINGUÍSTICA 2013 2 3 4 RESUMO Esta dissertação estuda a variação dos ditongos decrescentes ou e oi em Portugal continental. A motivação teórica baseia-se no texto de Luís Filipe Lindley Cintra: «Os ditongos decrescentes ou e ei: esquema de um estudo sincrónico e diacrónico» (1983: 35-54). Neste texto, Cintra supõe que a área de predominância do ditongo oi em Portugal continental seja a área de passagem de [ow] a [o], e desta forma, o maior uso de oi poderá ser um esforço de "diferenciação vocálica". A investigação, de natureza fonético-fonológica, visa delimitar as áreas linguísticas onde o ditongo [oj] tem maior uso, embora possa alternar em algumas palavras com o ditongo [ow] ou o monotongo [o] sempre em posição inicial e medial de palavra (cf. ouro ~ oiro; touro ~ toiro), como também determinar os factores linguísticos e extra-linguísticos subjacentes à variação dos ditongos e à predominância de oi em algumas áreas. Revemos os trabalhos, teorias e explicações de diversos autores sobre este tema (Leite de Vasconcelos, Paiva Bóleo, Azevedo Maia, E. B. Williams, entre outros). A orientação metodológica fundamenta-se nos princípios gerais da Geografia Linguística, tendo como material de estudo e apoio os dados do Atlas Linguístico da Península Ibérica; o Atlas Linguarum Europae; e o Atlas Linguístico-Etnográfico de Portugal e da Galiza. A partir destes foi constituído um corpus de 20 palavras integrando os ditongos [ow] e [oj], palavras obtidas a partir das respostas em formato fonético de 503 informantes, em 228 pontos de inquérito distribuídos pelos 18 distritos portugueses.

Variação e o estatuto de variedades do português

Revista Diadorim, 2016

RESUMO: Focaliza-se, na perspectiva sociolinguística, à luz da Teoria da Variação e Mudança, a concordância de plural com base em estudos realizados pela autora, desde a década de 1990. Tais estudos abarcam a fala de comunidades pesqueiras do Rio de Janeiro e, ainda, variedades urbanas do Rio de Janeiro, de Lisboa e de São Tomé. As observações desenvolvem-se em duas etapas. Na primeira, centrada no Sintagma Nominal, parte-se da hipótese de que a análise comparativa do Português do Brasil (PB) com outras variedades não europeias é fundamental para que se possam melhor compreender as motivações que determinaram os padrões de concordância nelas registrados. Tecem-se, ainda, comentários sobre o papel do contato multilinguístico como elemento detonador dos padrões variáveis e discutem-se os conceitos de simplificação e complexificação linguísticas. Na segunda etapa, depois de mostrar o que se observa quanto à concordância nominal no Português Europeu (PE), centralizam-se as análises no PB e no PE, de modo a esboçar um quadro do estatuto das variedades do Português com base na tipologia de regras proposta por Labov (2003).

Variação e desvio em estruturas comparativas do português

XXX Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Linguística. Textos Selecionados (pp. 403-417). Porto: Associação Portuguesa de Linguística, 2015

In this paper, a group of relatively anomalous comparative constructions found in corpora of newspaper texts is studied from a syntactic and semantic perspective. These illustrate the fact that comparatives exhibit a high degree of variation in the standard variety of European Portuguese. Assuming the hypothesis that comparatives are a special type of relative clauses, and taking into account the grammatical properties of (the relevant) quantifiers, clitics and anaphoric expressions, an explanation is proposed as to why some marginal structures are more frequent-and better accepted-than others. Two major classes of comparative constructions are considered: those that include explicit anaphoric elements (in three kinds of environments), and those-arguably non-sentential in nature-that directly refer to degrees.

Diversidade e estabilidade em línguas românicas / Diversité et stabilité dans les langues romanes

Diversidade e estabilidade em línguas românicas / Diversité et stabilité dans les langues romanes, 2024

A obra 'Diversidade e estabilidade em línguas românicas', organizada pelas coordenadoras do Projeto VariaR, oferece um panorama das nuances linguísticas presentes em expressões românicas ao redor do mundo. Os capítulos incluem questões de diversidade e estabilidade em variedades de espanhol, português (língua materna e não materna), gascão e francês, até a intercompreensão românica com foco no romeno. Esta obra é um convite à exploração das dinâmicas intrincadas que permeiam as línguas românicas.

Variedades do português no mundo e no Brasil

2005

O PORTUGUÊS NO MUNDO Acompanhando os navegadores, colonizadores e comerciantes portugueses em todas as suas incríveis viagens, a partir do século XV, o português se transformou na língua de um império. Nesse processo, entrou em contato – forçado, o mais das vezes; amigável em alguns casos – com as mais diversas línguas, passando por processos de variação e de mudança lingüística. No limite, deu origem a várias línguas crioulas. O português, como se sabe, é a língua oficial nos países de Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe e – mais recentemente – Timor Leste. Como assinala Mattos e Silva (1988), em tais ex-colônias ainda não se sabe que rumos o português estaria tomando, visto que o processo de independência política se deu há pouco tempo e o português, em muitos casos, se expande via escolarização, já que países como Angola e Moçambique têm uma situação lingüística complexa, sendo o português a língua oficial mas não a língua materna da maioria da popul...

Variação linguística em Porto

Actas do Encontro Comemorativo dos 25 anos do CLUP, Vol.I, pp.119-130., 2002

Neste artigo são discutidos aspectos da variação linguística do PE, em dialectos continentais e insulares do português, que levantam algumas questões interessantes no que se refere à especificação das consoantes palatais em português, para além das questões relacionados com a existência de articulações secundárias.