Poéticas, Estéticas e Produções Subversivas Nos/Dos/Com Os Cotidianos Escolares (original) (raw)

Cotidiano das escolas: entre violências

1. Educação-Violência-Juventude-Brasil 2. Problemas Sociais-Escolas-Brasil 3. Violência-Escolas-Juventude-Brasil I. Abramovay, Miriam II. UNESCO III. Observatorio de Violência IV. Brasil. Ministério da Educação CDD 362

Poética do Cotidiano

In A Delicadeza: Estética, Experiência e Paisagem. Brasília, ED. UnB, 2007

Se a utilização do cotidiano já era uma arma política proposta por Benjamin contra o sublime apropriado pelo espetáculo fascista (MORICONI, 1998, p. 53), propor uma poética do cotidiano para a contemporaneidade, quando este é dilacerado pelas transformações urbanas e midiáticas, implica enfrentar o embate ético e estético de pensar os espaços e as narrativas da intimidade, especialmente o da casa. Sem repetir a crítica comum de que, por não estar inscrita imediata e diretamente na estrutura produtiva, a cotidianidade seja “despolitizada e assim considerada irrelevante, in-significante” (BARBERO, 2003, p.301), compreendida como espaço de alienação no capitalismo reificador, ou parte de uma cultura do “intimismo à sombra do poder” (COUTINHO, 1990, 30), também procuraremos evitar sua celebração acrítica e populista como espaço de prazer, e portanto, naturalmente de resistência (ver SILVERSTONE, 1997, p. 161/3). Sem aderir necessariamente à politização do cotidiano proposta pelos situacionistas (ver GARDINER, 2000), nem por vários movimentos minoritários; é importante reafirmar com Bakhtin que “a imaginação prosaica pode entender a completude, a contingência, a complexidade e a “confusão’ da vida cotidiana e reconhecer o próprio fenômeno da diferença e da alteridade” (apud idem, 2000, p. 52), sem pretender que o cotidiano seja, como para Henri Lefebvre “ um tecido conectivo de todos os pensamentos e atividades humanos” (apud idem, p. 2), ou seja, uma nova totalidade. Mas simplesmente afirmar ou lembrar que o nosso mundo não é “totalmente admininistrado, colonizado pela reificação” (idem, 15), o que já seria um gesto profundamente político. Para avaliarmos as possibilidades desta poética do cotidiano é que temos que enfrentar o problema do real. O que fazer quando o real se transforma mais e mais em experiência midiática? Seria o Real o último espetáculo como afirma Zizek (2003,31) ou o fim da sociedade do espetáculo como aponta Baudrillard? Estas questões nos serviram como um pano de fundo para marcar nosso interesse neste debate sobre a questão do real na arte contemporânea a partir da presença dos meios de comunicação de massa não só como técnica ou mercadoria mas experiência, afeto, memória.

Acessibilidade: O Cotidiano No Âmbito Escolar

2017

Acessibilidade consiste na possibilidade de acesso a um lugar ou conjunto de lugares, mas tambem na participacao de atividades, como o uso de produtos, servicos e informacoes, em ter acesso a todo e qualquer material produzido, em audio ou video, para tanto adaptando todos os meios que a tecnologia permite. Tendo em vista alto nivel de deficientes na populacao da cachoeirense, e a inclusao destes no meio social, nosso projeto tem como principal objetivo trabalhar inclusao dentro da escola, apresentando a realidade do cotidiano do deficiente, identificando as principais carencias da escola em relacao a acessibilidade, levando-os assim a pensar em uma sociedade mais adaptada comecando pelo ambiente que eles vivem, e saberem conviver e respeitar um deficiente, e como ajuda-lo em seu cotidiano. Para isto serao utilizadas leituras sobre o assunto, videos e trabalhos em grupo, estudos, bem como os trabalhos praticos onde vivenciarao o cotidiano de um cadeirante, deficiente visual, auditiv...

Encontros Estéticos No Cotidiano Escolar: Filosofia, Arte e Educação

Argumentos Pró-Educação

Este artigo discute, parcialmente, conceitos apresentados na dissertação de mestrado “Contribuições estéticas no cotidiano escolar: por uma Educação Menor”, que realiza uma pesquisa documental a partir de duas teses de doutorado e cinco dissertações de mestrado da Universidade Estadual de Campinas, num estudo sobre Teatro e Educação. Tem como objetivo promover encontros entre a arte, em específico o teatro e suas relações com o exercício do pensar no campo educacional. Trata-se de dialogar com o conceito de Educação Menor e valorizar as possibilidades dos movimentos e experiências estéticas no cotidiano escolar contemporâneo.

Currículos e Desejos e Corpos E... Uma Micropolítica Ativa Com Os Cotidianos Das Escolas Públicas Em Tempos Fascistas

Revista Interinstitucional Artes de Educar, 2021

RESUMO: Essa escrita é um dos desdobramentos teóricos da pesquisa de doutorado que tem pensado (DELEUZE; GUATTARI, 2010) as relações entre corpos, currículos e cotidianos escolares a partir do campo epistemológico da filosofia da diferença e do aporte metodológico das pesquisas com os cotidianos. Em frente às maquinações capitalísticas que arregimentam os corpos a um dado desejo disciplinar, problematiza-se como os currículos praticados com os cotidianos das escolas podem fazer insurgir uma micropolítica ativa (ROLNIK, 2018) em tempos fascistas. Em diálogo com Deleuze e Guattari, Suely Rolnik, Carlos Eduardo Ferraço, Silvio Gallo, entre outros intercessores, pressupomos que essa insurgência dos corpos pode ser inventada a partir de uma arte da resistência.Palavras-chave: Currículos. Corpos. Desejos. Cotidiano escolar. Filosofia da Diferença.

Por Um Habitar Poético Na Escola: Potência Inventiva, Alteridade e Educação

Práxis Educacional, 2020

Nesse artigo, compartilhamos o saber da experiência construído no ofício de Orientador Educacional. Lançamos mão da cartografia como percurso metodológico com o objetivo de problematizar a medicalização territorializada nas escolas e produzir movimentos instituintes no fazer pedagógico. Pousamos sobre a dimensão das enunciações e o regime de verdade que orquestram os aparatos legislativos no tocante à educação inclusiva no Brasil, analisados a partir do conto zapatista Historia de las miradas, as forças que duelam no imaginário social entre aqueles e aquelas que elaboram as leis, e aqueles e aquelas que estão no cotidiano das micropolíticas. Ocupamo-nos em afirmar uma escrita resistência, trazendo uma proposta inventiva de escolas moleculares onde se encontram processos de singularização.

Por Alguma Poética Na Docência: A Didática Como Criação

O presente ensaio tem como desafio perspectivar teoricamente a díade didática-criação, por meio da proposição da docência como um trabalho eminentemente poético. Uma série de pensadores – Gaston Bachelard, Paul Valéry e Jacques Derrida, entre outros – é estrategicamente mobilizada a fim de sustentar a hipótese de uma imanência poética a atravessar a prática docente, desde que esta seja concebida e efetivada por escritas e leituras na esteira de traduções transcriadoras. O lastro conceitual que sustenta a argumentação consiste na acepção de tradução, legada por Haroldo de Campos, e de escrileitura, proposta por Sandra Mara Corazza. As discussões encaminham-se para a defesa de um modo de conceber o trabalho didático como um arranjo incessante de gestos que amalgamam leitura, escrita e tradução, redundando em uma espécie de canto tradutório cruzado entre alunos e professores. Palavras-chave: Docência. Poética. Didática. Tradução. Criação.