Racionalidade musical e experiencia natural formativa em Rousseau (original) (raw)
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Linguagem natural e música em Rousseau: a busca da expressividade
Trans/Form/Ação, 2008
As análises de Rousseau indicam que o ingresso no universo simbólico traz consigo a possibilidade da perda da unidade do indivíduo e com ela a possibilidade de ruptura do vínculo social. Partindo da demonstração que a mediação dos signos representativos dá-se em três instâncias distintas, procurou-se detectar se a mesma lógica que comanda o sistema como um todo subjaz às suas teorias musicais. A idéia de que uma seqüência hierarquizada de valores, que vão do mínimo ao máximo de inserção de signos representativos, também se exprime nas concepções musicais de Rousseau é aqui demonstrada, de modo que estas se integram perfeitamente ao conjunto da obra do autor por estarem em conformidade com os princípios que fundamentam suas doutrinas.
Origem e Alteração no Pensamento Linguístico-Musical de Rousseau
Cadernos de Ética e Filosofia Política
A linguística de Rousseau transita entre dois polos distintos, mas igualmente válidos, quais sejam, o saber antropológico e o julgamento histórico do estado presente. O objetivo maior deste trabalho é apresentar cada um destes polos: o último apoia-se em um modelo único e originário de língua (uma protolinguagem) que paulatina e historicamente se degeneraria, corrompendo-se; ao passo que o primeiro multiplica as origens de modo a afirmar positivamente as diferenças, explicando-as enquanto tais. Um se constitui em escala de medida, outro em antídoto contra o etnocentrismo.
MELODIA, HARMONIA, CONSONÂNCIAS E DISSONÂNCIAS: A música como língua em Rousseau
REVISTA SABERES, Natal RN, 2017
As reflexões sobre a indústria cultural no séc. XX apontam que a música é em geral uma forma de gerar apenas diversão e consumo. Mas, em 1781, Rousseau no Ensaio sobre a origem das línguas aponta uma análise diferente sobre a música. Assim, o objetivo aqui é explicar em que medida a música pode ser caracterizada como uma língua. Inicialmente, expõe-se de que forma as línguas foram originadas, conceitua-se a música de acordo com Rousseau e, por fim, explicita-se a relação entre música e língua.
Educação natural e os princípios de sociabilidade em Rousseau
Anais do XIV Seminário Internacional de Educação no Mercosul da Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ., 2012
Rousseau estabelece os princípios de sociabilidade inicialmente no Segundo Discurso escrito em 1755, na qual o filósofo refletiu sobre os fatores que geraram a desigualdade social, discutiu desta forma quais os fundamentos que tornam possível a sociabilidade humana. Em sua obra Emílio ou Da Educação, Rousseau faz a conexão entre o diagnóstico pessimista do Segundo Discurso e o modelo políticosocial traçado no Contrato Social. É a partir da crença na educação reformadora ou natural, que a criança se desenvolverá capaz de acompanhar e realizar as transformações sociais necessárias quando adulta. É no desenvolvimento infantil que se encontra a chave de compreensão do homem e da sociedade, valorizando a infância como uma fase peculiar de desenvolvimento, que não pode ser reduzida a uma simples conceitualização adulta. Palavras-Chave: infância, desenvolvimento, homem, sociedade.
A Classificação da Música na obra de Jean-Jacques Rousseau
A historiografia musical reconhece o filósofo Rousseau, basicamente, por sua participação em três eventos do século XVIII. O primeiro evento foi a reviravolta causada pela formulação da noção do baixo fundamental por Jean-Philippe Rameau; o segundo, a criação da enciclopédia por Diderot e d'Alembert, tendo nos escritos de Rousseau a principal contribuição para a Música como área de conhecimento; e finalmente, o evento conhecido como a Querela dos Bufões (1753), no qual Rousseau discutiu os relativos méritos da ópera cômica italiana e da ópera trágica francesa. Neste trabalho pretende-se mostrar, através do enfoque da História da Ciência, de que forma Rousseau desenvolveu sua argumentação nos documentos relativos aos eventos anteriormente citados e, principalmente, na definição de seus verbetes do Dictionnaire de musique, possibilitando a identificação da sua concepção, ou concepções, da Música como área de conhecimento.
Música e política em Jean-Jacques Rousseau: da teoria da unidade da melodia à vontade geral
Cadernos de Ética e Filosofia Política, 2021
Tradicionalmente, são os textos ligados diretamente aos temas de moral, política e educação os que mais chamaram a atenção de comentadores e estudiosos para a filosofia de Jean-Jacques Rousseau. No entanto, parece ter sido a música um dos assuntos que mais ocupou os pensamentos do autor genebrino ao longo de toda sua vida. Sendo assim, o pensamento musical aparece não apenas como ideia inspiradora, mas antes, como própria referência teórica que compartilha dos mesmos princípios que irão fundamentar também seu pensamento político: para nosso autor, são as faculdades naturais do homem, que se traduzem em sentimentos e afetos originais, presentes antes do atual estado de corrupção moral, que dão expressividade à música, tanto quanto significado e coesão às instituições políticas.
Educação Musical enquanto formação humana
Anais do XXVIII Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música (ANPPOM), 2018
Resumo: Neste trabalho, refletimos acerca do papel da formação musical enquanto significativo aspecto da formação humana realizada nos espaços escolares. Concordando com Saviani (2011), entendemos que a educação tem como objetivo produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular a humanidade que foi produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens. Desse modo, o educador musical cumpre sua função quando contribui significativamente nesse processo de formação do ser humano apropriando-o e sensibilizando-o para as sínteses e construções históricas relativas às práticas culturais ligadas às " culturas musicais " que adquiriram relevância em caráter universal e/ou local. Palavras-chave: Formação Humana. Formação Musical. Educação. Educação Musical. Abstract: In this work, we reflect the musical formation role as a significant aspect of human formation performed in school spaces. In agreement with Saviani (2011), we understand that education aims to produce, directly and intentionally, in each singular individual the humanity that was produced historically and collectively by all men. Thus, the musical educator fulfills his function when he contributes significantly in this process of formation of the human being appropriating it and sensitizing it to the syntheses and historical constructions related to the cultural practices linked to the "musical cultures" that have acquired relevance in a universal and/or local character.
Experiências Educativo-Musicais Na Formação De Um Habitus Musical
Roteiro, 2020
Neste artigo, debatemos a importância de se reafirmar o ensino de música nos espaços educativos garantindo sua permanência no âmbito da escola regular. Assim, temos aqui como objetivo primordial apresentar a relevância da utilização de práticas educativo-musicais “criativas” para o ensino de música (FONTERRADA, 2015) como elemento potencializador do desenvolvimento humano, cognitivo, crítico, emocional, político e social. Essa forma de ensinar música, com esteio em práticas “criativas” nas salas de aulas, traz possibilidades de se inovar o ensino de música e, assim, romper e/ou ultrapassar o tradicionalismo que sempre imperou nesse campo. O motor central de nossas discussões é a necessidade de se reinventar o ensino de música, propondo práticas diversificadas que incentivem a criação e a fruição, que possam romper com o ensino tradicional de música e com a lógica do consumo mercadológico que o repertório comercial forma nos ouvintes. É necessário incentivar a criação de experiências...
Rousseau e a primeira infância
Resumo O presente artigo tem o objetivo de pensar as contribuições de Rousseau para a educação na primeira infância a partir do Livro I do Emílio. Pretende mostrar como o adulto pode ser o mediador do processo em que a criança tomará consciência de sua dependência social e sua autonomia. Rousseau defende que devemos respeitar a natureza da criança e o mundo da criança com suas especificidades. Assim, analisa, num primeiro momento, as necessidades da criança e as especificidades do mundo infantil. Depois, procura entender como Rousseau aborda os cuidados que o adulto deve dispensar a criança nessa fase. E, por fim, busca entender a tensão que surge da necessidade de atender a criança e, ao mesmo tempo, não contaminar o seu mundo com ideais e desejos que fazem parte do mundo do adulto. Resumé Cet article a l'objectif de penser les contributions de Rousseau pour l'éducation dans la première enfance à partir du livre I d'Émile. Il veut montrer comme l'adulte peut être le médiateur du procès dans lequel l'enfant prendra conscience de son indépendance sociale et de son autonomie. Rousseau défend que nous devons respecter la nature de l'enfant avec ses spécificités. De cette façon, il analyse, dans un premier moment, le besoin de l'enfant et les spécificités du monde enfantin. Après, il cherche à comprendre comme Rousseau aborde les soins que l'adulte doit avoir avec l'enfant dans cette phase. Et, finalement, il cherche à comprendre la tension qui naît du besoin de faire attention à l'enfant et, au même temps, ne pas contaminer son monde avec les idées et les désirs qui font partie du monde de l'adulte.