Sensibilização à diversidade linguística através dos métodos visuais: um relato com migrantes e refugiados graduandos da UFPR (original) (raw)
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Revista X, 2018
As a reflection of an international scenario of crisis migrations, the number of foreign students in Brazilian elementary and high schools has been increasing (INSTITUTO UNIBANCO, 2018), which reinforces the importance of policies sensitive to the linguistic heterogeneity. Affiliated to the Indisciplinary/ Transgressive Applied Linguistics (MOITA LOPES, 2006; PENNYCOOK, 2006), this article aims precisely to contribute to the planning of these language policies. In order to do so, we firstly analyze some elements of educational documents, arguing that in the Basic Common Curriculum of Minas Gerais (CBC) the multilingualism is erased because one does not talk about it, whereas in the National Common Curricular Base (BNCC) it is silenced while one talks about it. Subsequently, we advocate for the need of some “extended linguistic education” (CAVALCANTI, 2013), highlighting that, despite some recent policies in the field of the so-called Portuguese as a Welcoming Language (PWL) in the Basic Education, the development of educational specialists and teachers is still, in general, marked by the monolingual tradition. In addition, we analyze the functioning and some effects of what we have been naming the "discourse of the lack", which, in the field of PWL, derives largely from an "autonomous" literacy model, criticized by Street (1984; 2013). We conclude our article emphasizing the importance of denaturalizing some evidence already sedimented in the area of PWL, putting in suspension its own name.
Entretextos, 2021
Os estudantes em mobilidade na Universidade de Aveiro cursam pelo menos uma disciplina de Português como Língua Estrangeira durante o período de intercâmbio. Mesmo que a variedade ensinada seja a variedade europeia, esses alunos têm contato com outras variedades do português. Este trabalho investigou quais são as atitudes e percepções linguísticas desses alunos em relação a variedade brasileira e europeia. Para que isso fosse possível, elaboramos um teste de atitude e percepção linguística, com base na teoria variacionista, e aplicamos através da plataforma Google Forms. Os níveis linguísticos mais suscetíveis à avaliação dos estudantes foram o fonológico, lexical e monitoramento estilístico (grau de formalidade). As expressões avaliativas associadas mais frequentemente à variedade brasileira foram “mais fácil”, “mais clara” e “mais suave” e as expressões mais frequentemente associadas à variedade europeia foram “mais difícil”, “menos clara” e “mais formal”. Além disso, os estudant...
Ateliê de Conversação: uma experiência da língua viva no contato com imigrantes
A Cor das Letras, 2020
Este artigo apresenta uma ação do Grupo de Pesquisa em Processos de Interação em Discursos de Caráter Conversacional, envolvendo uma experiência de contato linguístico, por meio de práticas que visam garantir o direito à comunicação humana. O objetivo do trabalho é apresentar o projeto Ateliê de Conversação para imigrantes, o qual tem por finalidade promover, por meio da interação conversacional com alunos e professores do curso de Letras da Universidade de Passo Fundo/UPF, um tempo e um espaço de acolhida aos imigrantes vindos de diferentes países à cidade de Passo Fundo/RS. Vinculado às ações de extensão do Programa Ensino e Inovação, a proposta fundamenta-se teórica e metodologicamente em princípios da Teoria Dialógica do Discurso, do Círculo de Bakhtin (VOLÓCHINOV, 2017), segundo a qual a relação entre os indivíduos em sociedade e a expressão de cada um por meio de palavras é de natureza social e é um puro produto da interação social. Os encontros promovidos, inspirados nos Atel...
Português para imigrantes e refugiados na UFRGS: ações de política linguística e educacional [2019]
In: Ferreira, Luciane C.; Perna, Cristina; Gualda, Ricardo; Leurquin, Eulália V. L. F.. (Orgs.). Língua de acolhimento: experiências no Brasil e no mundo. 1ed.Belo Horizonte: Mosaico Produção Editorial, 2019., 2019
Apresentamos algumas ações de política linguística e educacional no âmbito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) quanto ao Português como Língua de Acolhimento (PLAc), considerando especificamente o contexto do Programa de Português para Estrangeiros (PPE) do Instituto de Letras da UFRGS. Primeiramente, discutimos a inclusão de refugiados da comunidade em geral em seus cursos de extensão, bem como o acolhimento dos alunos com visto humanitário ou de refúgio ingressantes pelo edital extravestibular da UFRGS de 2017/2. Na sequência, relatamos ações do projeto multidisciplinar Laboratório de Migração (LabMig), envolvendo o PPE e a Faculdade de Educação, em uma escola municipal da zona norte de Porto Alegre, incluindo uma fase de ensino de PLAc Básico I para um grupo de imigrantes e outra com oficinas audiovisuais em uma turma da Educação de Jovens e Adultos (EJA), composta por imigrantes com diferentes níveis de proficiência em português como língua adicional (PLA) e brasileiros falantes de português como língua de socialização. Por fim, sistematizamos as principais questões levantadas no 1o Encontro Interdisciplinar sobre Ensino de Português para Imigrantes e Refugiados, realizado no final de 2017 no PPE, do qual participaram professores e pesquisadores envolvidos com PLAc em diferentes regiões do Rio Grande do Sul e do Brasil, e uma participação internacional enfocando o contexto de acolhimento europeu. BULLA, G. S.; LAGES E SILVA, R. ; OLIVEIRA, B. S. ; Conceição, J. V. . Português para imigrantes e refugiados na UFRGS: ações de política linguística e educacional. In: Luciane Corrêa Ferreira; Cristina Perna; Ricardo Gualda; Eulália Vera Lúcia Fraga Leurquin. (Org.). Língua de acolhimento: experiências no Brasil e no mundo. 1ed.Belo Horizonte: Mosaico Produção Editorial, 2019, v. , p. 103-120.
“Passar a Visão”: Reflexões Sobre Acolhimento Pelo Ensino Do Português Do Brasil a Refugiados
Revista X, 2019
O presente artigo tem por objetivo traçar um histórico do projeto desenvolvido pela Cáritas RJ e pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), cuja principal finalidade é oferecer o ensino de português a falantes de outras línguas que se encontram em situação de deslocamento dito enquanto forçado ou necessário. Este trabalho focaliza a experiência de utilização de uma unidade do material didático desenvolvido para o curso, discutindo os efeitos de sentidos movimentados a partir dessa atividade. O diálogo aqui empreendido procura se alinhar à perspectiva Indisciplinar da Linguística Aplicada, de modo a dar maior visibilidade − ou “passar a visão” − sobre um trabalho que vem sendo direcionado aos solicitantes de refúgio e aos que se encontram na condição de refugiados na cidade do Rio de Janeiro. As análises serão realizadas considerando o conceito de Interculturalidade, conforme discutido por Maher (2007).
Metodologias visuais na educação em direitos humanos com estudantes migrantes na UFPR
Revista X
O presente estudo tem como objetivo refletir sobre a utilização dos métodos visuais no contexto de educação em direitos humanos com públicos plurilíngues, além de discutir sobre as diferentes percepções de estudantes migrantes acerca das dinâmicas entre migração, direitos humanos, justiça e realidade social. Trata-se de um estudo de caso a partir da experiência da disciplina “Migração, Refúgio e Direitos Humanos” da Universidade Federal do Paraná. A disciplina integra o Programa de Formação Suplementar: Ciclo de Acolhimento Acadêmico para Estudantes Refugiados, destinado aos estudantes migrantes e refugiados ingressantes nos cursos de graduação da instituição por meio de políticas específicas para esse público. Através da utilização das metodologias visuais foi possível perceber e refletir sobre as diferentes percepções e compreensões dos estudantes acerca dos direitos humanos, em que a diversidade sociocultural e linguística revelou-se como um fator positivo e determinante para os ...
Diversidade Cultural e Linguística Nas Escolas De Fronteira Brasil/Paraguai
2012
Delante de la realidade multilingue e multicultural de la region de frontera entre Brasil y Paraguay, devido su formacion etnico-linguistica resultante del flujo migratorio y de los conflictos etnicos, culturales y linguisticos vivenciados por diversos alumnos en las escuelas de esta region, fueron encontradas algunas dificultades para con el proceso de ensino-aprendizage. Dentre las dificultades mas frecuentes esta la de como ensenar el portugues para un alumno estrangero, siendo que no existe la opcion de ensearla como segunda lengua, esto porque la Lengua Portuguesa es ensenada como lengua materna independiente de quien sea el alumno; la presencia de alumnos bilingues o, hasta mismo de alumnos que no conocen el portugues en la modalidad escrita; como reconocer un alumno brasiguayo y ayudarlo a superar sus dificultades de aprendizage y, aun, experiencias de prejuicio y estigma vivenciados por estos alumnos. Delante de esta realidad, se tiene como objetivo contribuyr com reflexione...
A presente pesquisa tem como contexto o município de Prudentópolis -PR, cidade conhecida pela descendência ucraniana, sendo que cerca de 75% da população, segundo dados do IBGE, (2010) compartilham o mesmo dialeto e cultura. Nesse sentido, se torna de significativa importância pesquisas realizadas nessa área, especialmente ao que se refere à educação, pois percebemos no contexto pesquisado o contato entre as culturas, línguas e dialeto ucraniano. Por essa razão, o objetivo, foi investigar como a cultura/língua portuguesa/dialeto ucraniano se hibridizam e são vistos entre os muros da escola e fora deles, entre as crianças que falam o dialeto ucraniano. Diante do objeto investigado, buscamos compreender como os professores da instituição pesquisada concebem o processo de ensino e aprendizagem, uma vez que encontramos alunos bilíngues do português/ucraniano e alunos monolíngues do ucraniano. O micro-contexto da pesquisa, uma escola formada eminentemente por alunos e professores descendentes de imigrantes ucranianos de terceira e quarta gerações. O resultado da pesquisa indica a necessidade de políticas educacionais e linguísticas que valorizem e preservem a cultura e dialeto/língua ucraniano na comunidade, mediados pelo capital cultural e linguístico ainda preservado e falado em Prudentópolis, sobretudo, nas comunidades interioranas. Evidenciamos ainda, a mescla do dialeto ucraniano e língua portuguesa dentro e fora da escola, formando outro modo de falar, singular e reconhecido pela comunidade, muitas vezes majoritário para a comunicação orolocal.