MULHERES ARTISTAS: HÁ DESIGUALDADE DE GÊNERO NO MERCADO DAS ARTES PLÁSTICAS NO SÉCULO XXI (original) (raw)
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MULHERES ARTISTAS NO MERCADO ARTÍSTICO INTERNACIONAL: UM OLHAR A PARTIR DOS ÍNDICES DO ARTPRICE
Revista de Pesquisa do Centro de Pesquisa e Formação do SESC, 2019
RESUMO O artigo discute a presença feminina no mercado internacional de arte, em especial analisando o caso das artistas brasileiras, a partir dos dados disponibilizados pelo Artprice (provenientes de leilões internacio-nais). Se até 2015 o caso brasileiro parecia se configurar como uma ex-ceção num sistema internacional fortemente generificado, os dados mais recentes apontam uma baixa representatividade geral do país no merca-do internacional. Estaríamos diante de uma "exclusão democrática"? A mundialização do sistema artístico não assinala, necessariamente, uma maior equidade entre os artistas do ponto de vista de seu gênero e/ou de suas origens. Palavras-chave: Mercado Internacional de Arte. Artistas Brasileiros. Mulheres Artistas. ArtPrice. Gênero. ABSTRACT The article discusses the female presence in the international artistic market, in particular by analyzing the case of Brazilian artists, based on data provided by Artprice (from international auctions). If by 2015 the Brazilian case seemed to be an exception in a strongly gendered international system, the most recent data indicate a low overall representativeness of the country in the international market. Would we be faced with a "democratic exclusion?" The globalization of the artistic system does not necessarily indicate greater equity between artists from the point of view of their genre and / or their origins.
Resumo: A presente pesquisa aborda as políticas públicas sob a perspectiva de gênero. O objetivo foi entender como as políticas públicas destinadas às mulheres tratam o combate ao machismo e o empoderamento da mulher. Para tanto, realizou-se uma revisão bibliográfica sistematizada sobre o tema gênero nos estudos de políticas públicas. Primeiramente foram consultados todos os artigos científicos reunidos na Plataforma de Periódicos CAPES, no período de 2003 a 2016. Usou-se o descritor ―Políticas públicas mulheres‖. Do total de 2005 artigos encontrados, foram selecionados trinta e seis que tratam o empoderamento e/ou profissionalização da mulher. Os resultados indicam que as políticas públicas para as mulheres estão incluindo de forma incipiente e simbólica a perspectiva gênero, uma vez que as políticas analisadas não proporcionaram de maneira efetiva o empoderamento e/ou profissionalização das mulheres e sua consequente inclusão no mercado de trabalho.
RECEPÇÃO DE LISÍSTRATA EM A FONTE DAS MULHERES - DEMANDAS FEMININAS E A SUA REPRESENTAÇÃO NA ARTE
Anais III Congresso Internacional de Estudos da Linguagem: "Descolonialidade e desobediência nos Estudos da Linguagem.", 2019
Resumo: A fonte das mulheres, filme de 2011, do diretor e roteirista Radu Mihaileanu, é uma releitura de Lisístrata, comédia de Aristófanes, colocada em cena no século V a.C. em Atenas. Ambas as obras retratam uma greve de sexo empreendida pelas mulheres como instrumento de convencimento dos homens. As mulheres, personagens tanto do drama quanto do filme, negam-se ao sexo com seus maridos para que os homens tomem decisões políticas que atendam às necessidades femininas. É evidente que cada obra responde a demandas sociais de sua época e, portanto, mesmo utilizando o mesmo topos - a greve de sexo das mulheres -, o significado resultante é diferente. Nesta comunicação vamos analisar o longa metragem, comparando-o com a comédia grega antiga. Vamos demonstrar como o diretor do filme retoma e resignifica a comédia de Aristófanes, criando novos sentidos para o uso do passado na modernidade. Palavras-chave: Lisístrata; A fonte das mulheres; Recepção dos clássicos; Comédia grega; Cinema.
A REDE BRASILEIRA DE MULHERES FILÓSOFAS E A DESIGUALDADE DE GÊNERO NA ÁREA DE FILOSOFIA
Juliana Aggio, 2023
O artigo pretende apresentar as motivações e os desafios enfrentados pela instituição da Rede Brasileira de Mulheres Filósofas, coletivo de profissionais da área da filosofia, criado em 2019, onde pesquisas e iniciativas diversas que congregam atividades acadêmicas de mulheres da área de Filosofia são compartilhadas, divulgadas e incentivadas. Diante do quadro de desigualdade de gênero na área, são ali computados dados que quantificam a diferença gritante da presença das mulheres filósofas nas universidades brasileiras, se comparada à dos homens. Além disso, a Rede abre espaço para que estudos em andamento, dedicados à articulação entre filosofia e mulheres, e ligados a programas de pós-graduação do país, sejam amplamente divulgados. Por fim, a Rede incentiva o debate acerca de problemas que atingem diretamente o desenvolvimento de pesquisas filosóficas por mulheres, tais como: a predominância do cânone filosófico europeu, masculino, branco e heterossexual; a baixa presença de mulheres em eventos acadêmicos, em bancas de pós-graduação ou de concursos; a quase ausência destas nas bibliografias de livros, teses e disciplinas regulares oferecidas pelos cursos de filosofia do país; a vulnerabilidade destas ao assédio moral e sexual ao longo da carreira. O artigo visa discutir esses problemas de modo a mostrar a importância desse tipo de iniciativa – a criação de uma Rede Brasileira de Mulheres Filósofas – para o enfrentamento institucional destes no contexto acadêmico brasileiro.
Ausência das mulheres artistas na história da arte e o apagamento identitário
Comitê Brasileiro de História da Arte eBooks, 2022
Este artigo evidencia a ausência das mulheres artistas na história da arte a partir das referências bibliográficas do ensino da arte. A produção editorial do século XX negligenciou a presença feminina frente aos artistas homens sendo verificado o aumento de citações a partir dos anos 2000. Toma-se por objeto inicial a "História da Arte", de Gombrich e o descaso do cenário editorial que resulta em um apagamento identitário, e chega-se à obra das artistas nórdicas Ejlerskov e Lindahl com a obra About the blanks pages(2014), questionando a Editora Taschen sobre a desigualdade entre homens e mulheres na série Basic Art, constituindo-se como um apagamento das identidades femininas na história da arte. Também destaca-se o tratamento nominal dado às artistas mulheres, geralmente pelo primeiro nome: Artemísia, Frida, Tarsila frente ao sobrenome dos artistas homens como Dali, Picasso ou Duchamp.
Arte contemporânea e precariedade
2017
O termo precario vem abrindo caminho lentamente e convertendo-se em uma chave de compreensao da situacao presente. Embora nao seja incomum no campo das artes visuais, a precariedade apos 2008, emerge como uma caracteristica distintiva de parte das praticas artisticas e das obras, tanto do ponto de vista de sua ontologia como de sua recepcao. Este texto busca analisar o conceito de precariedade no auxilio da compreensao de propostas artisticas desenvolvidas nos ultimos anos. Para isso, serao analisados trabalhos artisticos como uma potente expressao da precariedade, e que ao mesmo tempo impulsionam reflexoes sobre a mesma.
SILENCIAMENTOS E MAINSTREAM: HISTORIOGRAFIA SOBRE AS MULHERES NA ARTE
ANPUH - PR
Resumo O presente artigo discute as diferentes perspectivas colocadas pela crítica feminista da história da arte, inaugurada por Linda Nochlin em 1971 com o texto " Why have there been no great women artists? ". Abordaremos um debate histórico que passa pelas revisões e contribuições de Griselda Pollock, Whitney Chadwick e Lucy Lippard acerca do funcionamento e constituição do cânone artístico a partir de noções estreitas do que é arte – noções essas excludentes e ideológicas que pressupõem uma história linear e de sucessão de genialidades individuais. Essa trama de poderes e micropoderes tem estruturado o tecido sociocultural, impactando a realidade de reconhecimento das artistas mulheres. Visa-se traçar um panorama desta já consolidada bibliografia na área de arte e gênero e, a partir dos mencionados estudos que desvelam os silenciamentos colocados como norma geral às artistas ao longo da história, investigar-se-á o atual debate sobre a inserção das artistas no mainstream. A abordagem histórica encontra a visão sociológica de Alain Quemin, necessária aqui para discutir os mecanismos de consagração atuais neste momento de absorção de mulheres no cânone artístico e no mercado de arte, bem como para fomentar o debate a respeito do lugar que essa nova posição de relativa visibilidade ocupa na contemporaneidade e na consequente disputa por espaço, reconhecimento e memória.
RESUMEN A partir de um acontecimento na Academia Brasileira de Letras, que suspendeu a transmissão online de uma palestra sobre arte erótica, parte-se da argumentação freudiana da arte como uma das formas à qual os seres humanos recorrem em busca de felicidade. Ela serve de bálsamo para a dor de existir, o mal-estar que nos acompanha. A arte serve assim ao nada, ao vazio existencial e proporciona gozo. Mas ela é também uma mercadoria controlada pelo capital que induz ao consumo. O artista faz de sua arte uma forma de resposta ao encontro com o real e nós, expectadores, deixamos que ela nos acalente ou desperte, ainda que para o deserto do real. O gozo feminino é tomado como um equivalente àquilo que se experimenta diante da obra de arte: indizível, desconhecido, estranho, esplendoroso, devastador. Palavras-chave: arte, gozo, mal-estar, contemporaneidade. EL ARTE, EL GOCE FEMENINO Y EL MALESTAR EN LA CONTEMPORANEIDAD Resumen A partir de un hecho en la Academia Brasileña de Letras, que suspendió la transmisión online de una conferencia sobre arte erótico, se parte de la argumentación freudiana del arte como una de las formas a la que los seres humanos recurren en busca de felicidad. Este sirve de bálsamo para el dolor de existir, el malestar que nos acompaña. El arte sirve así a la nada, al vacío existencial, y proporciona goce. Pero es también una mercancía controlada por el capital que induce al consumo. El artista hace de su arte una forma de respuesta al encuentro con lo real, y nosotros, espectadores, dejamos que nos arrulle o despierte, puesto que detiene el desierto de lo real. El goce femenino se toma como un equivalente de lo que se experimenta ante la obra de arte: indecible, desconocido, extraño, esplendoroso, devastador. Palabras clave: arte, goce, malestar, contemporaneidad. ART, FEMININE JOUISSANCE, AND DISCONTENT IN CONTEMPORANEITY Abstract From an incident at the Brazilian Academy of Letters, that cancelled the online transmission of a lecture on erotic art, this paper presents the Freudian argumentation of art as a form to which human beings resort in search of happiness. It is a balm for the pain of existence and the discontent that accompanies us. Thus, art serves the void, the existential emptiness, and provides jouissance. But it is also a merchandise controlled by the capital that induces to consumption. The artist makes of his art a form of answer to the encounter with the real, and we –spectators– allow it to lull us to sleep or to awaken us, since it stops the desert of the real. Feminine jouissance is taken as an equivalent of what is experienced faced with the work of art: unspeakable, unknown, strange, splendorous, devastating. Keywords: art, jouissance, discontent, contemporaneity.