Uma História Transnacional do Cinema? revendo cômicos e vamps com Siegfried Kracauer (original) (raw)
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“Revendo filmes antigos” com Siegfried Kracauer na formação do cinema moderno
História Revista, 2021
O presente artigo sustenta a hipótese que Siegfried Kracauer identifica em seus primeiros escritos sobre a história do cinema aspectos que estarão presentes na linguagem do cinema moderno. Analisando filmes de Pudovkin, Gance e Vigo na série Revendo Filmes Antigos (Wiedersehen mit alten Filmen, 1938-1940), Kracauer discute a persistência do simbolismo e atmosfera no auge e declínio do cinema silencioso, com a técnica da montagem; na primeira infância do sonoro, nos diálogos e na narração; e na síntese formal que alcança a partir da relação que estabelecem com os personagens. Trata-se, em conjunto, de uma escrita da história pluridimensional, que interpreta os filmes antigos em relação ao passado, ao presente e ao futuro não apenas dos filmes, mas do próprio cinema e do historiador que a eles se dedica à época da formação do cinema moderno.
O documentário segundo Kracauer
a sua Teoria Realista para o cinema. Nesta nossa leitura iremos atender, em especial, ao que o autor nos diz sobre o documentário.
Olhar “Nativo” e “Estrangeiro”: Uma Breve Análise Do Cinema No Complexo Do Alemão
Revista de Comunicação Dialógica, 2020
Resumo: Trata-se de uma Análise de dois filmes brasileiros, gravados no mesmo ano sobre o Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, porém com olhares cinematográficos representativos distintos, aqui chamados de “nativo” e “estrangeiro”. Analisaremos os filmes Copa Pra Alemão ver (2014) dirigido e roteirizado por um grupo de jovens moradores do Complexo do Alemão, e o filme Alemão (2014) dirigido pelo cineasta Eduardo Belmonte e roteirizado por Gabriel Martins, com intuito de entender como se constrói uma narrativa cinematográfica sobre determinado local, a partir dos olhares externos, aqui chamado de estrangeiro e o olhar interno, aqui chamado de nativo
Pauta Geral, 2020
O artigo tem por objetivo analisar o ensaio Why France Liked Our Films (1942), do intelectual judeu-alemão Siegfried Kracauer, publicado na National Board of Review Magazine, a mais antiga revista sobre cinema dos Estados Unidos. Com grande experiência no jornalismo, Kracauer trabalhou durante anos na posição de editor do influente jornal alemão Frankfurter Zeitung, ocupando-se da coluna destinada ao feuilleton. Várias publicações em periódicos estadunidenses de Kracauer, em exílio no país desde 1941, ilustram algum aspecto do fenômeno migratório. Desse modo, sua escrita jornalística permite observar, dentro de um contexto cinematográfico, aspectos de renovação das suas referências espaciais e socioculturais, num processo que envolve e atinge o próprio cerne da sua construção identitária.
‘Cinema Nacional, para quem? Associações, Recepção e Transnacionalismo.’
2016
Discursos sobre cinema nacional, normalmente, se focam no aspecto da produção e excluem as questões de distribuição e recepção. A partir de uma perspectiva transnacional, neste artigo procura-se analisar o papel das exibições de filmes provenientes de associações educativas alemãs no Brasil, nos anos 1930. A Associação de Professores Alemães em São Paulo, o Serviço Teuto-Brasileiro de Filmes Culturais e o Serviço de Filmes da Associação Nacional de Professores Teuto-Brasileiros mostraram filmes de não ficção de tipo cultural (Kulturfilme) da Alemanha para imigrantes alemães e brasileiros. No artigo, argumenta-se que a recepção das exibições deve ser interpretada não apenas em relação à propaganda fascista alemã, mas também no contexto de uma cultura cinematográfica nacional dinâmica.
Resumo: Neste artigo, discutimos a possibilidade de uma historiografia do cinema transnacional tendo como pano de fundo um conflito político-cultural entre o Brasil e a Alemanha. Apesar de diferenças estruturais entre os dois cinemas (p. ex. cronologia ou força econômica), vamos argumentar que escrever uma historiografia de uma perspectiva transnacional permite abrir não só novas áreas da pesquisa históricas do cinema como também entender melhor acontecimentos do cinema e da história nacional. Abstract: The paper discusses the possibility of a transnational film historiography on the background of a political-cultural conflict between Brazil and Germany. Despite the structural differences between the two national cinemas (e.g. chronology or economic strength), the paper argues that writing a historiography from a transnational perspective opens not only new areas of film historical research, it also offers a better understanding of film historical events and of national history.
Jean Rouch -Filme etnográfico e Antropologia Visual
Resumo: Procuramos em torno de duas conversas com Jean Rouch ocorridas em 1992 e 1995 organizar algumas notas para utilização dos estudantes. Posteriormente estas conversas foram editadas em DVD e utilizadas em múltiplos contextos, nomeadamente na 12 a Mostra Internacional do Filme Etnográfico do Rio de Janeiro. As contínuas solicitações destes materiais levam-nos a organizar e a apresentar estas notas. Estamos certos de que as conversas com Rouch mereciam mais ampla reflexão e a participação de outros autores. Deixaremos esta missão para uma ulterior publicação. Apraz-nos disponibilizar aqui as lições de Rouch, referência incontornável do cinema etnográfico.