“Para Além Da TERRA...”: Aspectos Culturais Sobre Campesinato No Estado Do Tocantins (original) (raw)
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2017
O artigo pretende decantar de vozes icônicas de mulheres camponesas, do sudeste do Pará, suas experiências e agenciamentos desdobrando culturas parciais do campesinato. Tratam-se de mulheres, pela voz, trazendo à tona memórias da luta pela terra de um lugar de poder ainda desigual, mas não mais inexistente no interior das versões hegemonizadas pelos homens. São narrativas que apresentam diferenças, por isso alargam o campo da resistência camponesa na produção de sentidos as suas lutas. Encontramos mulheres, em corpo-voz, numa perspectiva relacional (a sua condição de classe e de gênero), intersticial (desdobrando a cultura e a memória camponesa no sudeste do Pará), como também em tons agonísticos (agenciando um campo de luta no limiar da inexistência/existência).
Aturá - Revista Pan-Amazônica de Comunicação, 2019
O artigo proposto se constrói a partir do interesse nas vozes que ecoam das narrativas dos poemas concebidos por mulheres quilombolas, publicados no livro Quilombolas do Tocantins: Palavras e Olhares, da Defensoria Pública do Estado do Tocantins, e a forma como expressam traços do território, cultura e identidade, e as relações sociais de gênero estabelecidas nesse diálogo. A pesquisa possui uma abordagem qualitativa e utilizou o método da análise de conteúdo e de narrativas. Dos 17 poetas com trabalhos classificados para o livro, 11 são mulheres. Em seus versos, ao escreverem sobre a temática proposta, “Ser Quilombola”, as mulheres narram as relações que estabelecem com a cultura e com os territórios, papéis que desempenham nestes espaços, expressando assim suas identidades quilombolas. PALAVRAS-CHAVE: Território; Cultura, Identidade; Mulheres Quilombolas. ABSTRACT The proposed article builds on the interest in the voices that echo the narratives of the poems conceived by “qu...
2021
Este ensaio visual é parte de uma pesquisa de dissertação da autora (Alves, 2020) a respeito do mundo da vida cotidiana (Schutz, 1970) de camponeses agroextrativistas no Pará, especificamente no baixo Tocantins, região das ilhas do município de Mocajuba. Tendo como método a etnografia sensorial (Pink, 2009), a pesquisa interdisciplinar discute a relação entre corpo, ambiente e formas de aprendizagem técnica com a virtuosidade dos indicadores socioambientais (Costa, Fernandes, 2016) e argumenta que tais técnicas não são transmitidas, mas ensinadas e aprendidas por meio de um complexo engajamento sensorial com o ambiente (Lave, 2015) e o entrelaçamento corpo -ambiente (Ingold, 2015) está no cerne do cotidiano camponês, o que implica em interpretá-lo superando os dualismos cultura/natureza e produção/reprodução. Essas relações explicam, parcialmente, a virtuosidade socioambiental.
Revista Brasileira de Educação do Campo, 2024
O presente artigo objetiva analisar como o Documento Curricular do Território do Tocantins – DCT-TO aborda as questões pedagógicas da Educação do Campo. A investigação propõe também refletir sobre a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade enquanto abordagens metodológicas presentes no trabalho com o componente curricular intitulado Saberes e Fazeres do Campo, bem como em que medida elas são articuladas ao longo do documento. A pesquisa, de abordagem qualitativa, apresenta reflexões baseadas na literatura e em documentos que tratam do tema focalizado. Para teorizar a nossa abordagem, mobilizamos autores de diferentes áreas da pesquisa, de forma que o próprio artigo se enquadre no modelo metodológico da transdisciplinaridade. Os resultados da pesquisa revelam que embora o DCT-TO ainda não ofereça uma proposta específica ao currículo da Educação no campo, esse documento não descarta as possibilidades didáticas para o componente de Saberes e fazeres do campo. Por compor a parte flexível do Ensino Médio, consideramos que a proposta em tela permite esse passeio pelos demais componentes para a abordagem em sala de aula. Assim, a efetivação da transdisciplinaridade no ambiente escolar vai depender da proposta pedagógica de cada unidade escolar.
As vozes do território do Tocantins no processo de desenvolvimento regional
Revista Brasileira de Desenvolvimento Regional, 2018
O objetivo deste artigo é analisar as percepções dos atores-chave (Stakeholders) sobre o processo de criação e emancipação do território do estado do Tocantins. Na análise efetuada utilizou-se a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). As vozes do discurso do sujeito coletivo (DSC) foram as dos representantes das instituições e organizações sociais, econômicas e políticas do Tocantins. As entrevistas ocorreram entre janeiro e março de 2015. O aporte teórico se sustenta nos conceitos de território e desenvolvimento regional. Os principais resultados da pesquisa sugerem que o mais novo estado da federação, Tocantins, passou por um longo processo de separação entre o sul e o norte de Goiás. Os investimentos em infraestrutura básica, como a Rodovia Belém-Brasília (BR-153), a Ferrovia Norte-Sul, uma hidroelétrica e a construção da capital, Palmas, possibilitaram a geração de novos postos de trabalho. Cabe destacar que a maioria dos municípios tem sua base produtiva apoiada na econo...
Reflexões Sobre Os Usos e Desigualdades Territoriais Nos Municípios Do Tocantins
Revista Contexto Geográfico, 2022
RESUMO-Este trabalho tem como objetivo refletir sobre os usos do território nos municípios tocantinenses. Para tanto utilizou-se de informações e dados oficiais sobre a distribuição espacial de hospitais, indústrias e empresas, bem como o índice da educação básica no estado do Tocantins. Santos (2000) afirma que o território é usado por tudo e por todos e demonstra os que detêm mais capacidade de uso, atores hegemônicos, que utilizam o território como recurso; ou os que não detêm tal capacidade de uso, os atores hegemonizados, mas que têm o território como abrigo. A Constituição de 1988 firmou garantias à população brasileira que deveriam constituir usos mais igualitários do território brasileiro, refletidos em cada ente da federação, principalmente nos municípios. A representação espacial de temas ligados aos direitos sociais garantidos na Carta Magna de 1988 permitiram analisar os usos e as desigualdades nos municípios do estado do Tocantins.
2013
A proposta deste trabalho consiste em realizar um estudo dos nomes (toponimos) das comunidades remanescentes de quilombos do estado do Tocantins, com foco nos estudos linguisticos e nas praticas culturais e historicas. Sao 9 (nove) as comunidades, a saber: Malhadinha e Corrego Fundo, municipio de Brejinho de Nazare; Morro de Sao Joao, municipio de Santa Rosa do Tocantins; Lagoa da Pedra, municipio de Arraias; Redencao, municipio de Natividade; Ambrosia, Formiga, Mumbuca e Carrapato, municipio de Mateiros. Esta pesquisa ainda faz parte do projeto Populacoes Tradicionais do Tocantins: cultura e saberes de comunidades quilombolas [1] , seu objetivo consiste na compreensao dos saberes e praticas que orientam os modos e estrategias de reproducao da vida social (simbolica e material) de grupos tradicionais do Estado do Tocantins: os quilombos. [1] Convenio CNPq/SECT/N° 700.349/2008. As viagens de campo em 9 comunidades a saber: Malhadinha e Corrego Fundo, municipio de Brejinho de Nazare; ...
Apontamentos De Experiências E Desafios De Se Fazer Pesquisa Antropológica Sobre O Campesinato No Munícipio De Goiás , 2017
RESUMO Este ensaio é uma narrativa de experiência em pesquisar a categoria do campesinato no município de Goiás. Para figurar o camponês político mergulhei nas vivências do Tempo-Escola em que meus interlocutores são os próprios especializados da turma Dom Tomás Balduino, além de visitas de campo no Projeto de Assentamento Serra Dourada, localizado à 5 km da cidade de Goiás. E, para aprofundar minhas reflexões sobre campesinato/história das lutas pela terra apresento uma escuta etnográfica da minha própria família, na memória do meu avô Jovino para retratar a identidade camponesa, para além da terra. PALAVRA-CHAVES: Antropologia. Campesinato. Goiás.