Explorando Convergências Entre a Perspectiva Wittgensteiniana De Linguagem Ea Prática Exploratória (original) (raw)
Related papers
Resumo: Este trabalho, de natureza teórica, explora convergências entre a perspectiva de linguagem do filósofo Ludwig Wittgenstein, em sua versão tardia, e a Prática Exploratória. Assumindo como pressuposto a existência de uma substantiva afinidade entre o discurso exploratório e a perspectiva radical de linguagem desenvolvida pelo filósofo, essa pesquisa lança mão de construtos centrais na filosofia de linguagem wittgensteiniana tais como jogos de linguagem, objetos de comparação e semelhança de família com vistas a desenvolver uma reflexão conceitual acerca das noções de 'bronca' e 'conversa'. Os dados deste estudo, construídos coletivamente por professores e alunos do Grupo de Prática Exploratória da PUC/RJ, são constituídos de depoimentos, PEPAS (atividades pedagógicas com potencial exploratório), puzzles, assim como pequenos textos extraídos de pôsteres e são submetidos a uma investigação gramatical (Haller, 1990, p.59; Wittgenstein, [1974 Wittgenstein, [ ] 2005. A análise dos dados mostra que uma caracterização wittgensteiniana das noções de 'bronca' e 'conversa' é compatível com os princípios exploratórios, o que torna possível dizer, entre outras coisas, que tais noções são apreensíveis por semelhança de família, determinadas por atuações reguladas e públicas dos membros da comunidade exploratória e invulneráveis simultaneamente ao essencialismo e ao ceticismo.
O conceito de gramática nas Investigações Filosóficas de Ludwig Wittgenstein
Resumo: Nas observações acerca da linguagem tecidas por Wittgenstein, especificamente em sua obra Investigações Filosóficas, o conceito de gramática (assim como o de forma de vida e o de jogo de linguagem) é de fundamental importância. Assim, tendo este conceito como fio condutor pretendemos, no presente trabalho, clarificar tais observações. Antes disso se faz necessário, no entanto, apresentar, mesmo que brevemente, a crítica de Wittgenstein à teoria tradicional do significado linguístico, a saber, a teoria referencial do significado, pois é apenas em contraposição a tal teoria que se pode compreender o verdadeiro sentido dessas observações tecidas pelo filósofo vienense, que segundo ele próprio, não se pode chamar de uma " teoria do significado linguístico " nem de uma " filosofia da linguagem ". A análise do conceito de gramática nos auxiliará, deste modo, na compreensão tanto do que Wittgenstein entende por linguagem, quanto da sua concepção de filosofia, que lhe permite declarar que o que ele faz, nas Investigações, não é criar " teorias ". Palavras-chave: Wittgenstein. Gramática. Jogos de linguagem. Forma de vida. Filosofia. Abstract: In the remarks about language woven by Wittgenstein, specifically in his work Phylosophical Investigations, the concept of grammar (as well as form of life and language game) is of fundamental importance. Thus, having this concept as a conducting wire we intend on, in this work, clarifying such remarks. Before that is necessary, however, presenting, even if briefly, Wittgenstein's critique to the traditional theory of lingustic meaning, that is, the referential theory of meaning, because it is only in contraposition to such theory that someone may comprehend the real meaning of this remarks made by the viennese phylosopher, that according to himself, may not be called a " theory of the linguistic meaning " nor a " phylosophy of language ". The analysis of the concept of grammar will help us, thereby, in the comprehension of both what Wittgenstein understands as language, and his conception of philosophy, that allows him to declare that what he does, in the Investigations, is not to create " theories " .
Paradigmas de analise conceitual em Wittgenstein
2009
Abreviações-Wittgenstein Obs.: DS = Datiloscrito. MS = Manuscrito. Onde houver indicação de DS ou MS, a fonte é o Nachlass (Espólio) de Wittgenstein. BB-The Blue and Brown Books [O livro azul / O livro marrom]. BF-Bemerkungen über Frazers Golden Bough [Observações sobre O Ramo de Ouro de Frazer]. BGM-Bemerkungen über die Grundlagen der Mathematik [Observações sobre os fundamentos da matemática]. BPP-Bemerkungen über die Philosophie der Psychologie [Observações sobre a filosofia da psicologia]. BT-Big Typescript [DS 213]. [F-cap. "Filosofia" do BT] BÜF-Bemerkungen über die Farben [Anotações sobre as cores].
O “Método De Ensino Ostensivo” Da Linguagem e a Crítica De Wittgenstein
Educação e Linguagem: ensino, contribuições e discursos - Volume 2, 2022
Neste capítulo, buscaremos fazer uma reflexão geral sobre o funcionamento da definição mais básica que o ser humano costuma utilizar, a saber, a definição ostensiva. Nesse artigo, consideraremos essa reflexão enfatizando o aspecto da aprendizagem através do que chamamos de Método de Ensino Ostensivo, de modo que mostraremos um grave problema associado a esse método. O objetivo é compreender, na medida do possível, o que é a definição ostensiva, assim como alguns dos problemas que envolvem esse tipo de definição, que é uma das mais elementares. Para tanto, basearemos a pesquisa no trabalho que Ludwig Wittgenstein fez em suas "Investigações Filosóficas", sem a pretensão de esgotar o assunto, mas apenas para mostrar de modo geral algumas das limitações da definição ostensiva.
Os Limites da Linguagem Conforme Determinados pela Lógica em Wittgenstein
Ludwig Wittgenstein, importante filósofo do Círculo de Viena e professor em Cambridge, escreveu o Tractatus Logico-Philosophicus, onde postulou que as normas ou critérios da investigação de todo conhecimento dependem da linguagem. Wittgenstein procurou compreender como a linguagem consegue representar o mundo, ou seja, como as proposições são capazes de representar estados de coisas. Para o filósofo, nós só podemos pensar e falar sobre o mundo, porque há algo em comum entre linguagem e mundouma estrutura lógica. E esta constitui a possibilidade de representação do mundo pela linguagemo que equivale a dizer que o mundo tem uma estrutura a priori. Em seu livro "Investigações Filosóficas", Wittgenstein diz o seguinte:
Wittgenstein, a Arbitrariedade Da Gramática e O Fim Da Filosofia Especulativa
Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia, 2019
Tendo como definição de modo especulativo de se fazer Filosofia a busca por um conhecimento a priori, essencial, necessário e universal, da estrutura do mundo. O presente trabalho tem o objetivo de apresentar a ideia wittgensteiniana de arbitrariedade da gramática e conceitos relacionados, tais como: proposição gramatical e forma de representação, e a partir deles dissolver as tentativas de uma Filosofia a partir dos moldes especulativos.
Uma Reflexão sobre o Sentido Linguístico Rumo a uma Pedagogia de Inspiração Wittgensteiniana
Educação & Realidade
Resumo: Com base nas reflexões de Wittgenstein sobre a linguagem, buscamos transpor algumas de suas afirmações terapêuticas para o campo da educação, em particular aquelas sobre as relações entre saber fazer (conhecimento prático) e o aprendizado de regras (conhecimento teórico). Suas considerações filosóficas, na minha opinião, permitem esclarecer não apenas o conceito de ‘seguir regras’ como fundamento da ação significativa e do pensamento, mas também o papel desempenhado pelas diferentes técnicas desenvolvidas nos procedimentos adotados pelos professores para que o aluno aprenda o conteúdo de suas disciplinas, apontando assim uma pedagogia que não proclama como o professor deve agir, mas, sobretudo, o que evitar.