Ghost tour : os fantasmas como elo entre museus e público (original) (raw)
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O museu de cada um: montagens e fantasmas
Para Warburg, cada imagem é o resultado de deslocamentos temporais e culturais, que se sedimentam e sobrevivem como forma. Assim, a imagem é um momento energético e dinâmico, que ciclicamente reaparece de maneira fantasmática, denominada por Warburg de Pathosformel e que aflora nas frições. Nessas considerações, avalia-se, também, o que fez André Malraux ao constituir o seu Museu imaginário, em que desenvolve, como exercício, uma história da arte por similitudes (formais e retóricas), mas não por influências, cuja principal relevância recai em uma espécie de montagem visual experimental, que pensa dar conta, em arte, de uma herança cultural maior e mais expandida que a produção ocidental de matriz greco-latina.
Museus de grandes novidades: centros culturais e seu público
2008
In this article, we analyze the attendance of what we call the general public in plastic art exhibitions. At first, we put in focus the spread of cultural centers or institutes with some of its characteristics, since the 1970 decade, where a great number of exhibitions directed to this kind of public take place. After that, we approach the political importance of this flowing registered in sociological studies concerning people being in touch with art objects legitimated by affluent people. Finally, based on ethnographic research, we reflect on the fact of the plastic art exhibitions be specific and continuous before other situations of artistic products presentation, observing the sense of the public attendance in the exhibitions and the analytical consequences of their study.
Públicos da cultura: o lugar dos estranhos
2008
Artigo revisto a 11.2018Quando Ortega y Gasset afirma que «viver é estar entregue ao inimigo, ao mundo» (Gasset, 142), numa variação complementar do seu famoso aforismo «o homem é o homem e as suas circunstâncias», dá a entender que não se pode compreender a ipseidade individual (a existência singular e concreta) prescindindo dos contextos e do momento histórico em que se vive, bem como das relações que se estabelecem. Neste caso, acrescenta o filósofo, haveria que substituir o princípio cartesiano resumido no cogito ergo sum (penso, logo existo), e na sua vez afirmar: penso, logo somos, o mundo e eu. A composição social das nossas cidades está em constante mutação, tendo a valorização da “diversidade cultural” assumido, nos últimos anos, uma importância política, retórica e mediática, sem precedentes. É nosso objectivo neste artigo equacionar o seu significado e as suas práticas do lado dos públicos da cultura.N/
SIZA E WRIGHT: Dois Museus e o Visitante
Pós : revista do programa de pós-graduação em arquitetura e urbanismo da FAUUSP, 2018
O artigo apresenta um estudo comparativo sobre dois edifícios – o museu da Fundação Iberê Camargo (FIC), em Porto Alegre, e o museu Guggenheim, em Nova York – analisados desde o ponto de vista da sua qualidade espacial ou seja, do modo de acolhimento e acomodação do visitante. A motivação deste trabalho está na oportunidade que o edifício do museu da FIC vem oferecendo desde sua implantação em Porto Alegre – em virtude das honrarias e distinções das quais ele foi alvo pela crítica de arquitetura, local e internacional – para uma discussão sobre o tema da qualidade na arquitetura. Já o museu Guggenheim foi selecionado para compor esse estudo por ser um edifício análogo, tanto do ponto de vista formal quanto funcional, ao Museu da FIC, e também, por seu caráter icônico, consagrado como paradigma no cenário arquitetônico mundial. O artigo tem uma natureza eminentemente empírica. A metodologia utilizada tem antecedentes no passeio arquitetônico, no sentido corbusiano do conceito, na qualidade desse passeio, tendo em conta o modo como as edificações são entendidas pelo observador em movimento – a legibilidade – e o modo como as edificações acomodam o corpo – a funcionalidade/comodidade.
Anos atrás, em viagem à Espanha, percorri o Museu do Prado inteiro arrastando meu caçula para ver El sueño de la razon produce monstruos (1797-1799) de Francisco de Goya. Não podíamos perder aquela oportunidade: monstros haviam me acompanhado ao longo da escrita de tese -Leviatãs, Golens, Cyborgs, Calibãs, etc -mas não eram monstros produzidos pelo sono da razão e sim pelo acordar ou abertura da razão a uma multiplicidade de formas de vida. Esses monstros da ambivalência, do excesso, da desmedida e da resistência eu os havia encontrado na leitura de Antonio Negri e dela estava impregnada quando me deparei com um cartaz-faixa que, pendurado no alto de uma imensa ocupação em pleno centro da cidade de São Paulo, gritava "Zumbi somos nós!"[i]. Impactada pela sublime visão da Prestes Maia, decidi pesquisar sua potente produção social, cultural e artística, e a ela dedicar um texto: Outros monstros possíveis [ii]. Anos mais tarde, voltei a me deparar com o monstro, desta vez na cidade do Rio de Janeiro em plena "ressignificação" criativa e "revitalização" urbana. Nesse processo, a museificação (ou simplesmente institucionalização) da cultura e da arte carioca organiza em termos econômicos a primeira e legitima em termos políticos a segunda. É no seio desse projeto que remove favelas, gentrifica bairros populares e elimina qualquer possibilidade de alteridade e heterogeneidade na cidade,
Aumento de público em museus: a visitação turística como realidade controversa
Aumento de público em museus: a visitação turística como realidade controversa, 2017
ABSTRACT Museums receive a growing and heterogeneous public, and tourism is an important source of increase in their visitation flows. The number of visitors is understood as a success factor for many museums, and the museum-tourism binomial is established as a close and attractive interface to various museum institutions. However, this assumption may be controversial, since the understanding of tourism in museums tend to disregard relevant aspects regarding the experience of visitation and the practice of their activity in these institutions. Thus, this paper aims to present such disputes, identifying points of approach and conflict between the discourse and practice of tourism which are effective in museological spaces, and investigating to what extent the public increase arising from tourist visitation may be considered a factor that generates exclusively benefits for museums. Based on research that have been developed five years ago, this study is based methodologically on Cartography of Controversies, by Bruno Latour, and shows results obtained from the analysis of the reality faced by museums nowadays. Keywords: Tourism. Museums. Public. Controversies. RESUMEN Los museos reciben un público creciente y heterogéneo, y para ellos el turismo representa un importante aumento en los flujos de visitación. El número de visitantes es comprendido como un factor de sucesso para muchos museos y el binomio turismo-museo se establece como una estrecha y atractiva relación para diversas instituciones museísticas. Sin embargo, esta premisa se puede presentar de forma controvertida, uma vez que la comprensión sobre el turismo en museos tiende a no tener en cuenta aspectos pertinentes em cuanto a la experiencia de la visitación y a la práctica de esta actividad en esas instituciones. Por lo tanto, el presente artículo tiene como objetivo presentar dichas controversias, identificando puntos de aproximación y conflicto entre el discurso y la práctica de la actividad turística que se efectiva en los espacios museológicos, e investigando en qué medida el aumento de público que surge de la visitación turística puede ser considerado factor que genera, exclusivamente, beneficios para los museos. Basado en investigación que se ha desarrollado hace cinco años, el presente estudio se apoya metodológicamente en la Cartografía de las Controversias, de Bruno Latour, y señala resultados obtenidos, por medio del análisis de la realidad que enfrentan los museos, en la contemporaneidad. Palavras clave: Turismo. Museos. Público. Controversias. RESUMO Os museus recebem público crescente e heterogêneo, e o turismo representa para essas instituições importante incremento dos fluxos de visitação. O número de visitantes é compreendido como fator de sucesso para muitos museus, e o binômio turismo-museu se estabelece como relação estreita e atrativa para diversas instituições museológicas. Contudo, essa premissa pode-se apresentar de forma controversa, uma vez que o entendimento sobre o turismo em museus tende a desconsiderar aspectos relevantes quanto à experiência da visitação e à prática da respectiva atividade nessas instituições. Assim, o presente artigo objetiva apresentar tais controvérsias, identificando pontos de aproximação e conflito entre o discurso e a prática da atividade turística que se efetivam nos espaços museais e investigando até que ponto o aumento de público oriundo da visitação turística pode ser considerado fator que gere, exclusivamente, benefícios para os museus. Com base em pesquisas que vêm sendo desenvolvidas há cinco anos, o estudo se apoia metodologicamente na Cartografia das Controvérsias, de Bruno Latour, e aponta resultados obtidos, segundo análises da realidade enfrentada por museus, na contemporaneidade. Palavras-chave: Turismo. Museus. Público. Controvérsias. GODOY, K. E.; MORETTONI, M. M. Aumento de público em museus: a visitação turística como realidade controversa. Caderno Virtual de Turismo. Rio de Janeiro, v. 17, n. 2, p. 133-147, ago. 2017.
Ser turista num museu-especificidades de um público
RESUMO A opção de um turista visitar ou não um museu decorre de factores inerentes à sua própria condição de turista, já que o seu comportamento tem uma lógica que lhe é muito própria e que condiciona as suas opções e ritmos de consumo cultural. Os museus que desenvolverem uma política de divulgação da instituição e serviços adequados à especificidade deste segmento de público verão não só aumentar o número dos seus visitantes como melhorarão a qualidade da respectiva visita. For a tourist to visit or not to visit a museum depends on his own condition of being tourist, because tourist behavior has its own logic with great impact on cultural consumption. Museums that publicize the institution and provide necessary services for this group of visitors can raise up the number of visitors and improve the quality of their visit.