A democracia, face política da globalização? (original) (raw)
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A democracia no sistema globalizado
Pressupostos históricos e teóricos para o estudo da democracia e os novos desafios na era da globalização, 2016
Este artigo científico investiga os efeitos da Globalização sobre o Estado Moderno e a Democracia. O problema atacado é a superação do modelo de Estado diante das crises geradas pelo capitalismo nos campos social, político e cultural. A Democracia em crise passa de Representativa a Transnacional e Solidária, visando resolver as demandas globais comuns. Na primeira parte resgataram-se caracteres históricos e conceituais de Democracia. Na segunda tratou-se da formação do Estado Moderno. Na terceira parte analisou-se a influência da Globalização na Soberania estatal. Na quarta abordaram-se os aspectos que identificam a crise da Democracia e a superação do Estado Moderno, com provocação para Democracia Transnacional e Solidária. O trabalho foi desenvolvido com método indutivo. A pesquisa foi bibliográfica e documental.
Crise do Estado e da democracia no contexto da globalização
Revista Jurídicas, 2019
O artigo tem por objetivo apresentar como o fenômeno da globalização impacta no Estado e na democracia colocando-os em crise. Em relação à globalização, observar-se-á sua relação com a economia, a organização política e a cultura. O fato que parece ser inquestionável é que a sociedade como um todo encontra-se envolvida neste processo de globalização e cada vez com mais intensidade. O texto está dividido em quatro itens, três deles relacionados à globalização e um quarto que trata do impacto da globalização no Estado e na democracia. A globalização põe por terra a ideia tradicional de Estado com base em território, povo e soberania e por isso, busca-se um novo formato para adequar-se à realidade da globalização. Com relação à democracia, o impacto é na ideia de representação. Ou seja, a crise não é da democracia, mas de representação.
A interface dialética entre a democracia e a globalização
Direito e Desenvolvimento, 2020
A pesquisa intenta deslindar a relação dialética entre a democracia e a globalização, num processo simbiótico que envolve uma série de atores, estatais e não estatais, que se interagem e se influenciam reciprocamente. O ensaio aborda a contextualização histórica do processo democrático, desde a democracia direta da antiguidade grega, ressurgindo após dois mil anos, sob o paradigma de democracia representativa, evoluindo hodiernamente para a democracia semi-indireta. A seguir, o estudo relata as diversas perspectivas ideológicas sobre a democracia, bem como os entraves enfrentados no processo de democratização na sociedade globalizada. Analisa o panorama histórico da globalização, sobretudo a partir da segunda metade da década de 1980, com o surgimento de novas tecnologias de comunicação e informação, com a redução dos custos dos meios de transporte, o desenvolvimento da internet e uma acentuada interdependência econômica mundial. A partir de então, aludido fenômeno passou de uma dim...
A globalização e seus efeitos sobre a governabilidade democrática
Revista Brasileira De Direito E Gestao Publica, 2013
O fenômeno da globalização é por demais complexo, envolvendo além das dimensões econômicas, os aspectos sociais, culturais, políticos e pessoais. Esse processo, de maneira dramática, alterou profundamente as relações entre sociedade e Estado. De forma ampla e rápida, a globalização mudou o papel do Estado nacional, reconfigurando-o, alterando completamente suas relações no cenário internacional. A governabilidade democrática diz respeito às próprias condições substantivas/materiais de exercício do poder e de legitimidade do Estado e do seu governo. É, portanto, a postura que o Estado assume diante da sociedade civil e do mercado, que gera as chamadas condições substantivas da governabilidade. De forma gradativa está ocorrendo uma mudança do governo para a governança global e que a cada dia, os Estados nacionais têm reduzido suas competências, mandatos e autoridade. Noutras palavras, está ocorrendo o declínio do governo nestes estados. E, o vácuo deixado por esse declínio vem sendo ocupado pelas organizações internacionais e supranacionais, Organizações Não-governamentais Internacionais e empresas multinacionais, mostrando assim, a emergência da governança global. Assim, ao mesmo tempo em que o Estado vem perdendo poder e tendo a sua competência limitada, vem se ampliando os movimentos sociais e outras instâncias participativas, que no cenário atual passaram a ter um papel muito importante a cumprir, visto que podem orientar políticas públicas favoráveis aos interesses das classes subalternas. E, essa redução do poder estatal é uma resultante do processo de globalização.
Globalização, desenvolvimento desigual e democracia
2019
In this text, after a brief critical analysis of the process of globalization and of unequaldevelopment and its main assumptions and visions – neoliberal, neoinstitutional, marxist, territorialist and decolonial – on contemporary society, the author will focus on the virtualities and limits of current democracy, notably in the economic, social and political dimensions of democracy. It is not possible to speak of development without democracy and so little is possible to realize democracy in full sense facing the various types and forms of social inequality. In other words, social inequalities (territorial, class, racial-ethnic and gender) compromise not only direct and associative democracy, but also the representative democracy itself, insofar as it strongly affects social, economic, cultural and political rights. The representative democracy, in addition to being potentiated in its maximum intensity, should be complemented with direct, associative democracy.
A "GLOBALIZAÇÃO DA DEMOCRACIA": ASPECTOS TEÓRICOS DOS MODELOS EM QUESTÃO
2011
Resumo: Em um contexto cada vez mais intenso de interconexões regionais e globais o debate acerca da construção da democracia tem exigido a incorporação dos impactos transformadores deste processo na edificação da cidadania contemporânea. Uma nova formatação que reavalia a ordem internacional de Vestfália de "nacionalização da democracia" e as possibilidades da constituição, pós Vestfália, de sua respectiva "globalização". Nesta direção, apresenta-se na literatura recente no campo das Relações Internacionais três modelos de democracia global: o liberal-internacionalista, o radical e o cosmopolita (MacGrew, 1997). Tais modelos serão objeto de análise deste trabalho a fim de se explorar suas novidades, mas principalmente, com o objetivo de se estabelecer as conexões com os modelos de democracia já tradicionalmente propostos, de modo a aprofundar e fortalecer o debate teórico sobre o tema na área. Introdução A democracia, desde que o sistema internacional se organizou basicamente a partir dos Estados-Nação, passou a ser entendida como uma questão nacional, tendo sempre a figura do Estado como seu agente principal. E assim, também a análise deste fenômeno e suas principais categorias e interpretações sempre foi realizada tendo em conta este agente como referência. Entretanto, atualmente, em um contexto de interconexões cada vez mais intensas, o debate sobre a democracia tem exigido a incorporação de efeitos transformadores do processo de construção da cidadania contemporânea: um novo formato de cidadania que reavalia a ordem internacional de Westfalia de "nacionalização da democracia" e as possibilidades de constituição de sua respectiva "globalização", pós-Westfalia. Tal exigência não pode ser tratada simplesmente com uma adequação automática de toda a tradição de estudos da democracia para o novo contexto, sem que novas reflexões sejam feitas. Nem tampouco pode-se ignorar todo o arcabouço teórico já reunido em torno deste tema.
Revista Internacional de Humanidades, 2015
The purpose of this article is to compare two analytical perspectives that have interpreted the democratization of the international organizations (IOs) in the years 1990 and 2000. The first of this perspectives is supported by authors such as Robert Dahl and Philippe Schmitter who consider improbable to realize the democracy in the space outside the national States. They are 'skeptical', according to the term employed by Dahl to refer to their perspective. On the other hand, David Held sustained a more optimistic interpretation by advocating that the nature of contemporary democracy suffered changes as result of the economic globalization process. For this reason, Held considered possible the democratization of IOs as well as the development of a ‘cosmopolitan citizenship’, located above the limits of the States. To develop the counterpoint between this two perspectives, this article will carry out a literature review of the production of the two authors and will be divided into two main sections. The first one will examine the prospect 'skeptical' of Robert Dahl regarding the possibility of democratization of international organizations. The second section examines the cosmopolitan perspective from David Held. In concluding remarks, the article identifies the elements of reflection generated by two perspectives concerning the sense of democracy in the context of globalization.
Autoritarismo, populismo e democracia na atual conjuntura internacional
2021
Texto apresentado oralmente por Thomas Jacques Cortado na sessão final do seminário "Antropologia da democracia e dos populismos", no dia 7 de julho de 2021, ocorrido de forma online. Este texto discute as noções de autoritarismo, populismo e democracia, com base na bibliografia da disciplina "Antropologia da democracia e dos populismos", ministrada pelo professor Thomas Jacques Cortado na Universidade Estadual de Campinas durante o primeiro semestre 2021. Faz um balanço da literatura e aproveita o material trazido por estudantes na ocasião de exercícios distribuídos pelo professor.