Sonhos que cruzam fronteiras: sentidos construídos a partir do processo migratório (original) (raw)

Entre travessias e escuridão: notas sobre os espectros (i)migrantes em Border

Logos, 2020

O artigo se propoe pensar, atraves das imagens de Border (2004), filme dirigido por Laura Waddington, a questao dos refugiados na periferia da regiao francesa de Sangatte, local que recebe diariamente fluxos incontaveis de imigrantes de todos os cantos. Nestas imagens, buscamos aproximar os refugiados com a questao dos espectros – estes seres de outra parte e de outro tempo que o mundo ocidental busca refutar, excluir de todas as maneiras –, como tambem com a questao da hospitalidade historicamente negada a estas vidas ja tao dilaceradas pelas fugas da morte, da guerra, e que nao desejam outra coisa senao uma nova possibilidade – uma nova terra – para poder recomecar suas vidas. Theodor Adorno (e o “ideal do negro”), Hannah Arendt (e o seu ensaio pouco conhecido sobre os refugiados), Jacques Derrida (e o seu livro sobre os espectros e sobre a hospitalidade), Marielle Mace (via conceitos siderar e considerar ) e Georges Didi-Huberman (suas exposicoes sobre os refugiados e sobre a sob...

[LOGOS] Entre travessias e escuridão: notas sobre os espectros (i)migrantes em Border

LOGOS, 2020

O artigo se propõe pensar, através das imagens de Border (2004), fil-me dirigido por Laura Wadding-ton, a questão dos refugiados na periferia da região francesa de Sangatte, local que recebe dia-riamente fluxos incontáveis de imigrantes de todos os cantos. Nestas imagens, buscamos apro-ximar os refugiados com a ques-tão dos espectros – estes seres de outra parte e de outro tempo que o mundo ocidental busca re-futar, excluir de todas as maneiras –, como também com a questão da hospitalidade historicamente negada a estas vidas já tão dila-ceradas pelas fugas da morte, da guerra, e que não desejam outra coisa senão uma nova possibilida-de – uma nova terra – para po-der recomeçar suas vidas. Theo-dor Adorno (e o “ideal do negro”), Hannah Arendt (e o seu ensaio pouco conhecido sobre os refu-giados), Jacques Derrida (e o seu livro sobre os espectros e sobre a hospitalidade), Marielle Macé (via conceitos siderar e considerar) e Georges Didi-Huberman (suas exposições sobre os refugiados e sobre a sobrevivência dos vagalumes) iluminam, sem dúvida, a tentativa teórica e morfológica do presente texto.

Expressões Imagéticas e Migração

REVISTA NAVA, v. 6, 2021

As produções imagéticas presentes no Projeto Vidas paralelas Migrantes representam experiências poéticas vivenciadas suas potências de partilha, possíveis trilhas a uma emancipação estética, política e de resistência da memória e do pensamento. Este breve artigo propõe um diálogo entre as composições, as junções de pistas, as interrupções de fluxos que constituem as imagens produzidas no projeto, na busca por um pensamento transmetodológico de experiências partilhadas.

Potencial criativo e padrões de migração

Revista Brasileira de Inovação, 2020

O presente trabalho formula um modelo computacional baseado em agentes visando compreender o comportamento migratório da classe criativa e os padrões de aglomeração urbana a ele associados, assim como a relação de tais padrões com o potencial criativo. Na formulação do modelo, foram utilizados conceitos de geografia evolutiva econômica, teoria de redes e a literatura de economia criativa. O modelo simula o aprendizado, interação e migração dos agentes, considerando diversidade étnica, política e sexual, assim como as amenidades urbanas e oportunidades de emprego como fatores atratores da classe criativa.Como resultado, observa-se uma relação exponencial entre o potencial criativo e população de uma localidade, sugerindo uma vantagem relativa e absoluta dos grandes centros no que tange ao potencial para inovar. Considerando as variáveis que interferem na velocidade de crescimento do potencial criativo, a quantidade de conhecimento trocado entre os agentes parece exercer um efeito pot...

Fronteiras imaginadas e imaginárias do transnacional

Anuário de Literatura, 2018

Apresentamos, às leitoras e aos leitores da revista Anuário de Literatura, a segunda edição do ano de 2018, com textos que abordam literaturas provenientes de diferentes países (Brasil, Estados Unidos, Argentina, Portugal, Itália, Rússia e República Tcheca) e constituem, assim, uma proposta de transitar entre as fronteiras imaginadas e imaginárias do transnacional. Esse transitar aparece desde a capa, de Ricardo Henrique Wiggers, que trabalha com mapas, textos e cores para evidenciar contatos, conexões e continuidades, bem como para estabelecer nossa enunciação a partir do Sul Global. Os textos aqui presentes possuem temática livre e foram organizados em quatro seções: Ensaios, Pesquisadores Docentes, Artigos e Entrevista. Orgulhosamente abrimos este número com o ensaio de Regina Dalcastagnè, que faz uma importante reflexão sobre os desafios que o país enfrenta na contemporaneidade, intitulado O que o golpe quer calar: literatura e política

Partir e ficar. Dois mundos unidos pelas trajetórias de migrantes

Revista Interdisciplinar da …, 2010

Resumo A região de Ribeirão Preto é uma das maiores áreas de produção de açúcar e álcool do estado de São Paulo. A grande maioria dos trabalhadores empregados na colheita é constituída por migrantes vindos dos estados do nordeste e do Vale do ...

Juventudes, Subjetividades e Intercessores Em Experiências Migratórias Transnacionais

Polem Ca, 2012

Resumo: O artigo analisa experiências migratórias transnacionais de jovens migrantes nas cidades de Barcelona e Porto Alegre. Atenta-se para os intercessores que operam impulsionando a criação de "projetos de migração" em suas complexas e singulares experimentações. A cartografia dos "porquês" os jovens entrevistados deixaram seus países de nascimento e escolheram os países de migração evocou algumas distinções conceituais, entre elas o modo como se compreende "motivos" e "desejos". Ao final, são sugeridos alguns dos operadores que potencializam a escapar de uma lógica binária de afirmação identitária a partir do lugar de nascimento ou do lugar de migração para visualizarmos as experimentações migratórias-pessoais e coletivas-expandindo e oferecendo pontos de vistas privilegiados para compreendermos as subjetividades que emergem das migrações, na contemporaneidade.