Sobre paisagem e representação (original) (raw)

Conversas com a paisagem

EDUFES, 2013

"Viajar, transitar, percorrer, transladar, caminhar, deslocar, seguir, passar, perceber, refletir, analisar, conhecer, conversar. Cada uma dessas palavras manifesta o desejo de encontrar um território ao qual pertenço, mas que, ao mesmo tempo, sinto não ser o meu" – é o sentimento que perpassa essa obra de fotografias de viagens.

A fotografia e as representações

Galaxia Revista Do Programa De Pos Graduacao Em Comunicacao E Semiotica Issn 1982 2553, 2007

A fotografia e as representações do tempo ronaldo Entler resumo: Buscamos compreender o modo como o corte fotográfico codifica o "espaço", mas menosprezamos o "tempo" considerando-o uma variável que é simplesmente aniquilada nesse processo. Podemos, no entanto, resgatar estratégias que ainda permitem à fotografia construir uma referência ao tempo e ao movimento, mesmo que resulte numa imagem fixa. Chegamos então a três possibilidades de representação do tempo na fotografia: a) um "tempo inscrito" na imagem sob a forma de um borrão, uma tradução espacial contínua deixada pela exposição de um objeto ao longo de uma duração de tempo; b) um "tempo denegado", a percepção do tempo denunciada pelo modo forçoso como o movimento é paralisado no instantâneo; c) um "tempo decomposto", o fracionamento de suas etapas num conjunto de imagens distintas que podem compor uma obra fotográfica.

A paisagem e sua dimensão estética

Princípios (Revista de Filosofia), 2018

Os estudos que se dedicam à paisagem a compreendem como a materialização de relações entre o homem e o território. Por outro lado, a noção de paisagem abriga, desde sua origem, uma conotação estética, pensada como discurso valorativo da natureza. Assim, o objetivo desse artigo é mostrar a paisagem como categoria do pensamento e parte do campo reflexivo da disciplina Estética. Serão mencionados escritos de determinados filósofos empenhados em interpretar a paisagem em sua dimensão estética. Dentre eles, pode-se citar Georg Simmel, Augustin Berque e Arnold Berleant. Busca-se ampliar sua noção para além das transformações sociais do espaço, celebrando as maneiras sensíveis de apreensão da natureza. Pretende-se, ainda, compreender a noção de pai- sagem formulada no Renascimento e, especialmente, no final do século XVIII, pondo luz em algumas obras literárias de Goethe, tais como Os sofrimentos do jovem Werther e Escritos sobre arte.

Arte e paisagem

PÓS: Revista do Programa de Pós-graduação em Artes da EBA/UFMG

Este artigo revisita a noção de paisagem sob diferentes perspectivas, motivado em mover fronteiras conceituais por vezes muito rígidas e excludentes. Nesse movimento, um horizonte nos aproxima de outras percepções que sinalizam ser a paisagem uma experiência sensível do espaço. Nesse desejo de expansão conceitual, o estudo procura tocar em cosmogonias ameríndias com base nos escritos dos autores indígenas Ailton Krenak e David Kopenawa. Por fim, a partir de dois projetos artísticos interessados no enlace com a paisagem urbana, a vídeo-projeção Le petit pont, de Karina Dias, e BR-3, espetáculo do Teatro da Vertigem, procura-se evidenciar como a arte contemporânea repensa a noção de paisagem num exercício de reencontrar a terra: olhar a árvore, olhar o rio, olhar o céu.

Contra a paisagem

Anais do 33° Encontro Anual da COMPÓS, 2024

A representação da paisagem ganha autonomia iconográfica a partir do Renascimento, no século XVI, sendo um fenômeno tipicamente moderno, articulado ao progresso científico e à dessacralização da natureza. Neste contexto, a paisagem opera como um dispositivo colonial, enquadrando a natureza para um sujeito dotado de interioridade que a objetifica, estabelecendo com ela uma relação de contemplação distanciada. O artigo pretende evocar essa função colonial da paisagem, que atravessa as artes plásticas e chega ao cinema e audiovisual de forma praticamente intocada. A emergência contemporânea de uma produção audiovisual realizada pelos povos ameríndios recoloca a discussão, apontando uma inadequação desse dispositivo e refundando posturas e existências por meio de dissidências que atestam a função da paisagem como forma de sustentar uma colonialidade do ver.

De volta às discussões sobre o significado de paisagem e outras avenças

Ateliê Geográfico, 2018

ResumoAcompanhando as proposições metafísicas que sobrecarregam o discurso geográfico e, certamente, nossas noções de paisagem, este artigo dialogando com um conjunto de citações disponibilizado pelo professor e amigo Nicolás Ortega Cantero, em uma das aulas ministrada na Universidade Autônoma de Madri, é uma revisita ao tema – lembrando que os artigos que já publiquei sobre o assunto se encontram identificados na bibliografia. Palavras-chave: Geografia, teoria e método, paisagem, território, região. Following the metaphysical propositions that overload the geographical discourse and, certainly, our conceptions of landscape, this paper is a revisit to the theme and dialogues with a set of quotes, provided by the friend and professor Nicolás Ortega Cantero, in one of his classes given at the Autonomous University of Madrid – remember, the articles I have already published about the subject are identified in the bibliography. Keywords: Geography; theory and method; landscape; territ...

A paisagem enquanto País

Paisagem enquanto País (…) -Lhe explico a palavra, filha. Paisagem vem de pai… (Mia Couto) "-Isso que trouxe para mim? O pai acenou. Que sim, trouxera da viagem para o aniversário da mais nova. Uma anónima pedra, sem tamanho nem cor especiais. Ser pedra era o único valor daquela prenda. A menina já conhecia as ofertas que lhe cabiam: pena de corvo, casca de arbusto, fragmento de chão. Tudo fragrância do natural, nada comprado nem comparável. (…) A moça levou a prenda e colocou-a sobre a mesa do seu quarto. Sentou-se, sem gesto nem ruído. Assim calada, esperava que a pedra saísse do silêncio. -Nenhuma coisa é um qualquer nada. Assim aprendera a inventar nome para os muitos incógnitos objectos. Ela vestia esses pequenos desvalores com histórias que retirava de sua fantasia. Nesse criar ela mesma se iluminava. (…) -Lhe explico a palavra, filha. Paisagem vem de pai… A filha riu, enquanto ele lhe contava como descobrira aquela pedra, tão aquela e nenhuma mais. Começava, então, a prenda não de aniversário mas de eternidade. (…) Seu pai lhe dava um outro pai, roubando-a dessa orfandade original que nos assalta nas fraquezas. "

Representações, desenhos e imagens do território

2021

Considerations I enjoy talking a lot about technical things with regard to my studio practice and ultra-light gear with regard toward the wilderness backpacking. I do, but bear in mind that I don't want you to lose sight of the content of my work as those aspects are very instrumental to the form that my art takes and the content that my art conveys. Ultimately, art is culturally significant and serves to engage feeling and contemplation in humans. Besides my use of tools and materials, technical approaches, form, and conceptual matters, I want you to know that since my undertaking of art as a professional practice, I have inherently learned a tremendous amount about underlying and endearing themes relevant to human experience. Mountain landforms are Conferência proferida a 4 de março de 2019, na Biblioteca Pública Municipal do Porto

TransFORMAR a paisagem

Avesso da Paisagem: Percepção Artístico-Urbana e Imaginário Socioespacial, 2012

TransFORMAR a paisagem consiste na reflexão sobre a construção da paisagem através de uma abordagem interdisciplinar, baseada na compreensão da paisagem artificializada como base para a intervenção no território a partir da ordenação do sistema de espaços livres. Esta proposta brinda a possibilidade de formulação de critérios para a (re) ordenação da paisagem urbana, considerando sua fragmentação e degradação na metrópole contemporânea e a possibilidade de reversão deste quadro a partir da proposta de ordenação do sistema de espaços livres como condutor da ocupação urbana. O desafio consiste na necessidade de criar paisagens que conectem natureza e cultura, seus elementos e processos, em distintas escalas. Em entender natureza e cultura de modo fluído e inter-relacionado para a ordenação do sistema de espaços livres com uma ordem complexa, cujos rebatimentos funcionais e espaciais, que permeiam a vivência e o tempo, possam resultar em propostas renovadas de análise e intervenção. Nesta direção, a ordenação da paisagem urbana através da proposta de um sistema de espaços livres, como estruturador da ocupação, possibilita direcionar estas intervenções, comumente pensadas a partir da “lógica” da ocupação (o que ocupar e como ocupar), desde o princípio “inverso”. Ou seja, pensar a ocupação urbana a partir do que não está ocupado, seus valores e atributos como condicionantes do que não se deve ocupar, do que se deve ocupar, como e por que. Considerar o sistema de espaços livres como o que pode conduzir, direcionar, estruturar a ocupação e, ao mesmo, estar inter-relacionado com ela, em sinergia com suas necessidades e potencialidades e vice-versa, esta com os espaços livres, seus elementos e processos. Como espaços livres são considerados os espaços passíveis de sofrer transformação, passar de espaços livres a ocupados, de modo a poder influir decisivamente na (re) ordenação da paisagem urbana, em estreita conexão com os espaços livres da ordem dos assentamentos (praças, avenidas, parques urbanos, etc.) e as infra-estruturas viárias.

Ficçoes em torno da paisagem

2013

title: Fictions about the landscape Abstract: This article aims to establish a reflection on the landscape in order to explore the concept of fiction associated to the poetic construction process of the Mexican artist Sebastián Romo during his artistic residency in 8th Mercosul Biennial in 2011.