Memórias, territórios, identidades : diálogos entre gerações na região da grande Madureira (original) (raw)
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Revista Brasileira de História da Educação, 2017
Resumo: No presente artigo, analisam-se as inter-relações entre memória, identidade e patrimônio histórico e cultural e suas utilizações no processo de ensino-aprendizagem de história, a partir do estudo de caso de uma comunidade escolar localizada no bairro de Madureira (RJ). Chama-se a atenção para a importância assumida pela noção de referência cultural tanto nas atuais políticas de preservação do patrimônio cultural quanto no processo de ensino e aprendizagem, marcado pela apropriação, invenção e produção de significados, resultantes do protagonismo dos sujeitos que o constituem. Propõe-se que a identificação das referências culturais seja elemento fundamental na construção de uma didática do ensino de história, em cujo centro está o aluno.
Madureira: trajetória identitária como lugar do consumo
Blucher Engineering Proceedings, 2020
Este artigo apresenta a trajetória histórica de Madureira, bairro tradicional localizado na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, Brasil, com ênfase na relação simbiótica entre comércio, centralidade e sociedade. Conforme referências consultadas na área da História e Geografia urbana, a vocação comercial do bairro tem suas origens em meados do século XX, caracterizando-o como uma importante subcentralidade. Entretanto, a investigação histórica realizada revela que a relação identitária entre o lugar e o consumo se consolida de período anterior. A metodologia empregada abarca uma revisão teórico-histórica, bem como um levantamento empírico realizado no bairro. Verifica-se que a forte presença do comércio informal foi, historicamente, incorporada na vida cotidiana, permeando a vocação comercial com os usos / apropriações dos seus espaços urbanos.
Por um trabalho de campo afrogeográfico: Territórios negros em Madureira
RC
O presente trabalho aborda a ideia de que na construção de uma educação geográfica e antirracista devemos sublinhar o protagonismo do negro na produção do espaço. Utilizando o trabalho de campo como metodologia de ensino da Geografia, disciplina que carrega um saber posicional aos sujeitos que a acessam. Construímos um roteiro geográfico que contemple uma visão positiva, decolonial e de pertencimento sobre o bairro de Madureira, localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro. Dialogamos aqui com autores como Andrelino de Oliveira Campos, Renato Emerson dos Santos e Aníbal Quijano, que contestam a brancura epistêmica, fulcral na construção dos currículos oficiais e trazem contribuições para uma visão do professorado sobre outros referenciais territoriais identitários. Nosso esforço consiste em localizar e sublinhar manifestações culturais, religiosas e de resistência do movimento negro presentes no espaço urbano sob a luz da Lei 10.639, vinculada as relações raciais.
Memória e vivência: como as histórias da migração nordestina são contadas
2016
Este artigo busca refletir problemas sociologicos para entender como ocorre o processo de socializacao em um grupo de pessoas que viveram a migracao de estados do Nordeste para o Sudeste na decada de 1960 e de como essa experiencia e transmitida para as geracoes de filhos e netos. Buscamos problematizar os conceitos de lugares e espacos nessa trajetoria e investigamos o modo como a memoria da migracao emerge dentro da familia. A esse modo chamamos de “lugares da memoria”, que sao tanto fisicos quanto simbolicos, e e a partir desses lugares criados geralmente pelos avos migrantes que tanto os filhos quanto os netos incorporam costumes e memoria que fazem com que elementos da experiencia migratoria permanecam vivos no contexto geracional-familiar.
EM MEIO A CIDADE, OS REMANESCENTES DE UMA HISTÓRIA RURAL
O Município de Campinas conta na atualidade com boa parte de seu território rural preservado. Antigas fazendas e bairros rurais permanecem presentes no entorno da malha urbana, guardando testemunhos, práticas e tradições trazidas por populações que, no curso dos séculos XIX e XX, fixaram-se no município e região procedentes das mais variadas partes do mundo. Um passeio pelos distritos de Sousas e Joaquim Egídio (leste), pelos bairros rurais de Carlos Gomes (norte), Friburgo e Fogueteiro (sudoeste), ou ainda, pelo bairro rural de Pedra Branca (sudeste), é capaz de surpreender os viajantes mais exigentes ao revelar a permanência de saberes e fazeres centenários que deram forma a uma rica trajetória de produção, circulação e desenvolvimento cultural e tecnológico importante não apenas para o município, mas para o Estado de São Paulo e para o País.
Expedições afrogeográficas: georeferenciando a negritude no bairro de Madureira
Geopolítica e debates emergentes em política, economia, religião e cultura, 2022
O presente trabalho aborda a ideia de que na construção de uma educação geográfica e antirracista devemos sublinhar o protagonismo do negro na produção do espaço. Utilizando o trabalho de campo como metodologia de ensino da Geografia, disciplina que carrega um saber posicional aos sujeitos que a acessam. Construímos um roteiro geográfico que contemple uma visão positiva, decolonial e de pertencimento sobre o bairro de Madureira, localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro. Dialogamos aqui com autores como Andrelino de Oliveira Campos, Renato Emerson dos Santos e Aníbal Quijano, que contestam a brancura epistêmica, fulcral na construção dos currículos oficiais e trazem contribuições para uma visão do professorado sobre outros referenciais territoriais identitários. Nosso esforço consiste em localizar e sublinhar manifestações culturais, religiosas e de resistência do movimento negro presentes no espaço urbano sob a luz da Lei 10.639/2003, vinculada as relações raciais.
Memórias de Velhos: sobre terras e gentes
Memórias de Velhos: sobre terras e gentes, 2020
Memórias, densas memórias. Doze anos se passaram desde que apresentei ao mundo as “Memórias de Velhos”. O mundo mudou. Eu mudei. Os sujeitos lembrantes que tão prestativamente cederam seu tempo e permitiram o registro de suas memórias também mudaram. Na verdade, quase dois terços deles já foram ao encontro do Criador. Memórias de velhos foi meu livro mais lido, mais citado, mais referenciado – mesmo com uma tiragem de apenas duzentos exemplares e exposição gratuita do e-book na internet. Algumas centenas de vezes tive o privilégio de constar em referências de dissertações e teses, além de artigos científicos. Havia prometido aos idosos que esperaria uma década antes de refletir novamente sobre a obra – cumpri o acordado. Nenhuma linha escrevi a respeito nos últimos doze anos – apenas expliquei o conceito de transcriação. “Memórias de Velhos” é fruto dos estudos de Linguagem e Identidade, com ênfase nos estudos culturais. A primeira edição foi publicada em 2008, composta por 164 páginas. Acrescentamos o conceito de transcriação e o corpus base. Propositadamente, nenhum dos novos conceitos desenvolvidos ao longo dos últimos anos foi incluído nesta obra. Todos podem ser acessados gratuitamente na internet e em obras que levem o nome do autor.
Fronteiras da “italianidade”: representações entre gerações na cidade de Toledo/PR
O texto aborda as relações étnicas e geracionais contemporâneas entre os(as) ditos(as) " descendentes de italianos(as) " na cidade de Toledo, Unidade Federativa Paraná, Brasil. O objetivo da pesquisa pautou-se por compreender a ressignificação das fronteiras étnico-geracionais da " italianidade " nas representações desses(as) descendentes explicitando sua gênese e explicando sua (re)configuração social no espaço-tempo como parte integrante de um movimento mais abrangente de modernização das relações sociais no local. Para isso entrevistei 16 descendentes de " italianos(as) " de faixas etárias e gerações diferenciadas, apropriando-me de suas memórias e interpretando suas narrativas partindo de aspectos relativos a suas interações cotidianas. O contraste de suas representações, estabelecido por meio das fronteiras geracionais, permite verificar as consonâncias e as dissidências acerca da " italianidade " entre as gerações, indicando uma possível descontinuidade geracional desse grupo étnico no local, embora também indique a apropriação da lógica hierárquica da diferenciação étnica pela geração mais atual de descendentes. Por meio desse arranjo, é possível vislumbrar as disputas e negociações geracionais acerca das representações étnicas da " italianidade " na cidade de Toledo em sua interface com o processo mais abrangente de modernização das relações sociais.
Rede de Memórias: Patrimônio e História Regional
2013
O projeto "Rede de Memorias", como subprojeto do Projeto Momento Patrimonio, enfoca o patrimonio material e imaterial do municipio de Passo Fundo, com base na sua diversidade intrarregional, etnica, social, cultural, entre outras, tendo como principal objetivo a patrimonializacao dos elementos culturais das comunidades escolares passo-fundenses. Atraves desse projeto, buscou-se o entendimento de como os objetos e fazeres cotidianos das diferentes comunidades sao apropriados e significados pelos distintos grupos, ou seja, de que forma esses elementos passam a constituir a memoria e representacao da cultura e da identidade local e regional. Assim, a proposta deste artigo e discutir os referenciais teorico-metodologicos da Rede de Memorias atraves da capacitacao de professores do ensino fundamental, juntamente com a divulgacao da producao cientifica por meio de programas televisivos e radiofonicos, contribuindo para o desenvolvimento de politicas publicas junto aos poderes pu...