Literatura, infância e espaços escolares - uma instância para reflexão (original) (raw)

Literatura infantil e escola: algumas reflexões

2004

Este texto pretende refletir sobre que concepcoes acerca da literatura infantil permeiam a pratica pedagogica escolar. Busca, em suma, perceber e analisar, mediante os estudos das contribuicoes da Escola de Vigotski: 1) quais as representacoes dos professores de uma escola do Ensino Fundamental, nas series iniciais, acerca da funcao da literatura infantil para o desenvolvimento infantil; 2) quais as representacoes das criancas acerca do trabalho com literatura infantil, efetuado pela escola; 3) de que forma a literatura infantil pode contribuir para o desenvolvimento da crianca e que saberes sao necessarios ao professor para que possa, utilizando-se dessa forma de producao cultural, intervir positivamente sobre o processo de formacao do aluno.

A escola , a criança e a literatura infantil

O perfil do intelectual que se afirma ao longo da década de 1920 é o do indivíduo que possui um saber especializado -o cientista. Cecília Meireles, reconhecidamente uma poeta, também se destacava, no meio intelectual, por ser detentora de um saber especializado -a pedagogia, sustentada pela psicologia. Em outras palavras, era uma educadora. Formada em 1917 pela Escola Normal, a escritora ingressa no magistério público. Suas atividades educacionais, no entanto, não se resumem à prática da sala de aula. Envolvida com a pedagogia moderna, a professora não apenas assumiu uma coluna diária intitulada "Comentário " no jornal Diário de Notícias, mas também foi responsável pela "Página da Educação" neste jornal no período de 1930 e 1933. [1] Foi nessa época, mais precisamente em 1932, que a educadora assinou o Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova. Uma outra série de crônicas da autora foi publicada entre 1942 e 1945, no jornal A Manhã, nas quais aparecem mesclados temas culturais e educacionais.

Colo: o lugar do livro e da literatura na infância

Educação em Foco, 2016

A proposta da nossa reflexão em Colo: o lugar do livro e da literatura na infância é pensar a literatura infantil, seu desenvolvimento no país e seu alcance em bibliotecas e escolas. Que literatura é esta? O que a distingue do livro? Quem é a criança leitora? Conceber o colo como espaço de acolhimento para o bebê e a leitura ajuda a romper paradigmas e ler em voz alta para os bebês e as crianças, cantar e contar histórias. E, principalmente, valorizar e respeitar os sons aparentemente sem sentido como uma linguagem em construção. Incluir a família como responsável pela promoção da leitura é dever dos educadores comprometidos com a democratização da arte literária. O brinquedo é destacado como o objeto primordial da infância, assim como a presença dele na literatura. Ou seja, o jogar, a fantasia e a possibilidade de imaginação são, de fato, elementos preponderantes da literatura infantil. São citados autores da psicanálise que nos ajudam a entender a infância e aspectos da literatura...

Infância, Escola e Literatura Infantil

Revista Coralina (ISSN 2675-1399)

Resumo: O presente artigo dispõe sobre a relação entre infância, escola e literatura infantil a partir de uma perspectiva histórica e social moderna. Busca-se a apresentação de concepções e ideais que marcaram, em especial, o século XVIII, e assim contribuíram para a modulação da infância, da escola e do gênero literário infantil tal como são conhecidos atualmente. Segundo Boto (2017), o iluminista Jean Jaques Rousseau foi precursor da ideia de infância, ainda que já na Antiguidade o método de divisão da educação já existisse, tendo sido abandonado e só é retomado na idade Moderna, a partir de anseios e necessidades da burguesia. Junto com a ideia de infância surge uma literatura voltada para este público, mas que convive com "versões" não artísticas, não literárias, com fins pedagógicos e moralizantes-chamadas de "literatura escolar" ou "paraliterária", segundo Eco (1989). Infere-se aqui que cabe à escola, enfim, promover a leitura literária de fato, direito inalienável de todo cidadão (CANDIDO, 2011) e ferramenta de emancipação e de inserção do aluno na vida social.

Literatura infantil e a produção de uma ‘outra’ infância

Educacao, 2009

Literatura infantil e a produção de uma 'outra' infância Children's literature and the production of "another" childhood Betina HillesHeim* neuza maria de Fátima GuarescHi** RESUMO-Este trabalho busca discutir, a partir do estudo de um texto da literatura infantil brasileira contemporânea, como esta forja determinados conceitos sobre infância, os quais vêm sustentar determinadas formas de ver, descrever, compreender e viver a mesma. Deste modo, analisou-se um texto que pretende abordar o que se convencionou chamar como infância excluída. A análise realizada problematiza as seguintes questões: 1) a produção de uma infância 'perigosa'; 2) a concepção da infância como um lugar de inscrição, a partir de um discurso adultocêntrico e 3) o entrelaçamento do texto com o discurso pedagógico multiculturalista liberal ou humanista. Descritores-Literatura infantil; concepção de infância; discurso pedagógico.

A literatura entre o palco e a infância

O espaço da literatura infantil ganhou nos últimos anos, importância sine qua non na medida em que os índices de letramento literário aumentaram. Os veios de compreensão teórico-prática desta questão apresentam-se das mais variadas formas. Dentro deste contexto buscamos compreender como o corpo poético no tópico ficção e realidade são ministrados. Palavras-chave Literatura infantil, espaço de ficção, teatralização do corpo poético

Literatura infantil e formação de professores da infância

Educação em Análise, 2016

Este texto tem por objetivo trazer à reflexão elementos teórico-metodológicos direcionados para pensar a necessária tomada de consciência do profissional atuante em turmas da Educação Infantil, especialmente no que se refere às escolhas de livros literários e às atitudes leitoras. Esse processo intencionalmente organizado envolve ações anteriores à leitura para as crianças e tem valor precípuo no êxito do trabalho pedagógico potencialmente humanizador, que pode forjar o nascimento de aspectos efetivos de modos de ser leitor desde a mais tenra infância, sem se dirigir à alfabetização precoce, mas com foco no acesso a bens materiais da cultura humana historicamente acumulada e na relação ativa da criança com o livro de literatura infantil. Nossas reflexões teórico-metodológicas estão baseadas nos princípios da Teoria Histórico-Cultural, para fundamentar sobre o desenvolvimento das funções psíquicas superiores e das qualidades especificamente humanas nas crianças, e também utilizamos a...

A literatura como intervenção psicopedagógica com adolescente

2016

RESUMO – O presente trabalho tem como objetivo apresentar a uti­ lização de leitura de textos literários na intervenção psicopedagógica com um adolescente. Ele mostrava­se nas sessões como o bebê de sua mãe e na escola sofria bullying, queixando­se de ser zoado e isolado pela turma. Na tentativa de ser aceito pelos colegas, submete­se a eles, assumindo o lugar de bobo da classe. O valor terapêutico da literatura tem sido defendido por diferentes autores. Candido, quando afirma que a literatura tem o poder de humanização, Benjamin, que vê uma relação entre narrativa e cura, e Petit, quando estuda a leitura em espaços de crise. O texto literário por sua potência de construção e de abertura de sentido oferece ao leitor possibilidades para romper o aprisionamento de sentido único. Herrmann propõe o método da psicanálise, a interpretação, entendida como ruptura de campo e motor do processo terapêutico. É através desta que as regras que aprisionavam o sujeito emergem, criando possibilidad...

Da literacia emergente à emergência da escrita no jardim de infância

2014

Em primeiro lugar, quero agradecer à Professora Doutora Teresa Mendes pela sua amizade, compreensão, dedicação e essencialmente por me ter guiado neste percurso. À Professora Fernanda Barrocas, pelas sugestões, e por ter sido incansável na procura da melhor correção do presente relatório. A todos os professores que me acompanharam quer na licenciatura, quer no decorrer do mestrado, por todos os ensinamentos que levaram à minha formação, em especial à Professora Doutora Amélia Marchão. À Educadora Carmen Pilré, por nos ter acolhido na sua sala. Aos meus meninos e meninas, que sempre se disponibilizaram para tudo o que se pretendia fazer, pelo carinho, compreensão e aprendizagens que me transmitiram. Às assistentes operacionais da instituição, pela simpatia e disponibilidade que sempre demonstraram para comigo. Às minhas colegas de curso, pela troca de ideias e incentivo. Ao meu irmão, cunhada e lindos sobrinhos (Rui e Simão), por me animarem nos momentos menos bons, e por acreditarem em mim e nas minhas capacidades, até mais do que eu. Mais importante, ainda, aos meus maravilhosos pais, que foram os principais responsáveis por ter chegado onde cheguei, pelo seu apoio incondicional, pela compreensão aquando da falta de tempo para eles, e por me fazerem levantar a cabeça sempre que as coisas corriam menos bem. II Resumo O presente relatório enquadra-se no âmbito do mestrado em Educação Pré-Escolar e mais concretamente na unidade curricular da Prática e Intervenção Supervisionada, que se realizou numa instituição pública de educação pré-escolar, e que tem como tema Da Literacia emergente à emergência da escrita no jardim de infância. Ao longo da nossa prática pedagógica, tivemos sempre em conta as diferentes áreas de conteúdo e os vários domínios contemplados nas Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar e a sua articulação. Contudo, a ação retratada no presente relatório incide mais especificamente sobre o domínio da Linguagem Oral e Abordagem à Escrita. Tendo como base a pedagogia participativa da infância, tentámos desenvolver experiências de aprendizagem estimulantes e significativas em que a criança foi vista como um ser ativo e participativo nas suas aprendizagens dando grande relevância às conceções precoces de cada criança relativamente à linguagem escrita, envolvendo-as em ambientes promotores de literacia emergente. Recorremos, para esta investigação, à metodologia de investigação-ação, desenvolvendo uma atitude de pesquisa, experimentação/ação, análise e reflexão, imprescindível para o aperfeiçoamento da nossa prática educativa e pedagógica.