Visões da África Representações e ideias acerca do continente africano nas capas da Revista Visão (1993-2006) (original) (raw)
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Notícias Sobre a África Representações Do Continente Africano Na Revista Veja (1991-2006)
Afro-Ásia, 2008
Este trabalho contou com o apoio financeiro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Esta é uma versão parcial de capítulo da minha Tese de Doutorado: "Lições sobre a África: diálogos entre as representações dos africanos no imaginário Ocidental e o ensino da história da África no Mundo Atlântico (1990-2005)", apresentada ao
Revista Canoa do Tempo, 2021
Resumo Esse artigo trata da linguagem fotográfica. Seu objeto é um conjunto de fotografias, supostamente de africanos (a), publicadas por uma revista missionária brasileira durante a década de 1960. Através dos conceitos de "representação" , nos termos elaborados por Roger Chartier, e de "comunidade de sentidos", segundo Michel Foucault, perseguiremos o duplo objetivo de mostrar o funcionamento dessas imagens enquanto vetores de comunicação cultural e demonstrar que, mesmo sem as informações autorais relevantes para a sua análise, é possível, ao historiador, seguir as pistas que apontem para suas provisórias conclusões, aqui denotadas pela afirmação de que tais imagens participavam de um circuito de formação de sentidos, onde portugueses e brasileiros compartilhavam de ligações simbólicas, com as quais a África e seus habitantes eram construídos e dados a ler.
África e os africanos em textos e imagens da Revista Eu Sei Tudo (1917-1958)
ETD - Educação Temática Digital, 2020
O magazine ilustrado Eu Sei Tudo foi publicado no Brasil entre 1917 e 1958. Sua origem, entretanto, é francesa e parte significativa de seu conteúdo pertencia também àquela versão. Neste artigo, tomando como fontes históricas figuras e textos presentes na revista brasileira e adotando como referencial teórico os conceitos de representação e imaginário social, investigamos a produção e a circulação entre mundos de imagens relativas à África e aos africanos, inquirindo sobre seus significados. Nossa hipótese é a de que a Eu Sei Tudo promoveu a difusão de estereótipos e preconceitos raciais a partir de uma matriz europeia ligada ao contexto do imperialismo, reproduzida em várias de suas páginas, apesar dos cenários sociais radicalmente diferentes. Tais imagens e textos, expostos a partir de um discurso sobre a alteridade, repetiam no Brasil os supostos antagonismos entre modernidade e atraso, primitivismo e progresso, civilização e barbárie.
Historia Social, 2005
Este artigo pretende discutir a respeito do conjunto de representações existentes nas revistas ilustradas brasileiras do início do século XX, onde elas procuravam criar imagens nas quais a palavra civilização aparecia como sinônimo de Ocidente, modernidade e progresso. Um dos fatores mais relevantes dessa temática é que muitas das noções de civilização aplicadas pelos europeus no mundo colonial de então foram amplamente usadas por uma parte significativa dos letrados brasileiros, para entender as questões próprias do país.
Este artigo busca descrever as representações contemporâneas do Continente Africano através de notas sobre filmes e anúncios cinematográficos entre os anos de 1950 à 1954 no jornal carioca Correio da Manhã. Essas matérias e propagandas sobre filmes, que expressam imaginários da África, simbolizam retratos cotidianos sobre um continente alvo de um processo histórico de estigmatização e preconceito formulado por estrangeiros. A criação desses preceitos sobre africanos será problematizada ao longo do texto, enquanto uma ferramenta de depreciação das culturas e sociedades da África pelos veículos de imprensa brasileiros.
Lusofonia: Timor Leste Nas Capas Da Revista Visão, De Portugal
2018
Ao pensar a relacao entre os paises falantes de Lingua Portuguesa e possivel dizer que muito alem da lingua, sao considerados os lacos construidos pelos fatos historicos e culturais. Assim, Portugal, como colonizador e saudoso de sua epoca de imperialismo, acabou se afastando de suas ex-colonias quando elas se tornaram independentes, porem, apos algum tempo, acabou se reaproximando de alguns paises lusofonos, visando cooperacoes relacionadas a formacao profissional ou assistencia humanitaria ou mesmo outras ligadas ao nivel militar e de seguranca. Nesta linha, podemos destacar a relacao de Portugal e Timor Leste, que foi retomada anos apos a invasao indonesia ao Timor Leste, com a divulgacao mundial das imagens do Massacre de Santa Cruz. Sendo assim, a proposta deste estudo e a analise de duas capas da revista Visao, que circularam em Portugal, apos a atencao dispensada ao Timor Leste, por causa daquele tragico episodio. As capas escolhidas para analise destacam um assunto em comum:...
Comunicação e Sociedade, 2016
Este artigo analisa filmes e documentários, realizados em Portugal, que tiveram como pano de fundo as ex-colónias africanas ou nelas foram inspirados. Durante o Estado Novo, a defesa de uma boa imagem do “império” e da política colonial levou a proibir filmes que incluíssem maus-tratos a indivíduos de origem africana, ilustrassem a luta entre o “branco” (colono) e o “negro” (colonizado), retratassem os movimentos de luta pela ascensão dos negros nos EUA ou exaltassem aspetos pacifistas ou antimilitaristas. Muitos documentários destacam as potencialidades (naturais e humanas) de África. Alguns são dedicados à criação de estruturas de ensino e evangelização dos africanos, ou procuram retratar os seus “usos e costumes”. Outros evidenciam a força de trabalho do africano na construção de um futuro prometedor. Tal trabalho é orientado pelo “branco”, i.e., é ao saber técnico deste que se junta a força do africano. Os africanos são representados como exemplos de um conjunto uno (todos são denominados “indígenas”), mas entre eles procuram-se evidenciar características distintivas. As imagens que denotam modernização, em cidades como Luanda ou Lourenço Marques, ofuscam os “colonizados”. Estes filmes têm amiúde um carácter mais de propaganda do que informação, ou etnográfico, e têm como objetivo transmitir uma consciência colonial.