A vertente utópica-milenarista do pensamento de Fernando Pessoa (original) (raw)
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Os orientes de Fernando Pessoa
Embora Fernando Pessoa nunca tenha visitado o Oriente, revisitou-o em inúmeras ocasiões. Dos vestígios dessas viagens surgiu o nosso intuito de traçar alguns dos caminhos percorridos pelo autor, horizontes de uma cartografia constituída pelas mais diversas vozes de filósofos e poetas. Desde as já conhecidas traduções de quartetos de Omar Khayyâm − manuscritas no exemplar ainda hoje presente na sua biblioteca particular (cf. Rubaiyat, 2008) − à tradução de alguns versos do Fruit-Gathering [Colher de Frutos] de Rabindranath Tagore e de Nezāmi (estes últimos acompanhados de escansão), passando por extensas listas de literatura clássica hindu onde curiosamente encontramos a «Mrichchhkati (The Toy Cart)» –peça construída em torno da troca de identidade entre personagens –, este dossiê pretende ilustrar a duradoira relação que Pessoa manteve através dos livros com o Oriente.
A heteronímia de Fernando Pessoa como expressão da modernidade
2010
Nota: Palavras-chave criadas pelo pesquisador do Projeto PROGRAD/DIREN/UFU 2016-2017 Historiografia e pesquisa discente: as monografias dos graduandos em História da UFU.Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação)Este trabalho analisa as ligações entre a obra literária de Fernando Pessoa e a modernidade por ele vivida. Esta tarefa é realizada através do estudo do recurso literário da heteronímia trazendo consigo uma analise dos principais heterônimos, considerando suas peculiaridades e divergências
Os Orientes de Fernando Pessoa: Adenda
Pessoa Plural , 2016
Resumo: Apresentam-se aqui documentos do espólio de Fernando Pessoa e da sua biblioteca particular referentes a padrões antropológicos, espirituais e estéticos das tradições asiáticas. Alguns deles integraram um dossiê publicado pela primeira vez na revista Cultura Entre Culturas. O contributo resgatado, precedido por um conjunto de novos testemunhos, alguns inéditos, permite traçar uma cartografia mais completa de nomes e obras de poetas, filósofos e mestres espirituais, descobertos por Pessoa em virtude do seu fervoroso " vício " pela leitura. Abstract: This selection of documents from Pessoa's archive and private library deals with anthropological, spiritual and aesthetic issues from the Asiatic traditions. Some of these documents first appeared in the journal Cultura Entre Culturas. Accompanied by a set of new documents, both published and unpublished, this selection offers a more complete array of works by poets, philosophers and spiritual masters that Pessoa discovered throughout a life deeply devoted to the art of reading.
A Poética Filosófica de Fernando Pessoa: Heteronímia, paganismo e a problemática do sentir x pensar
Neste ensaio, pretendo analisar alguns elementos da poética pessoana, como a heteronímia e o paganismo, em vista de uma problematização sobre o tema “sentir versus pensar”. A partir disso, defendo que a poética pessoana se estabelece como filosófica na medida em que exprime e de certo modo reflete a respeito das consequências do pensamento moderno sobre a existência. Julgo pertinente mostrar que o poeta construiu uma obra que deve ser compreendida para além da mera apreciação de sua poética, transpondo os limites tradicionais da filosofia, pois em seu cerne encontramos a seguinte questão: o que é a existência humana senão uma luta entre sensação e pensamento? Assim, a obra pessoana institui o que chamo de “poética filosófica”, porque nada mais é do que a arte de se expressar como existente num mundo e, ao mesmo tempo, de especular a seu respeito, sem que uma ação anule a outra. Pessoa foi um criador de heterônimos e não é por acaso que esta é a característica do poeta que mais suscita curiosidade e estudos. A partir de textos encontrados em sua Obras em Prosa, mostro que a heteronímia foi, antes de tudo, uma espécie de condição natural em Pessoa e que somente em sua maturidade viria a ser a base de uma estética literária/filosófica que desemboca no paganismo do ortônimo e dos heterônimos. Em vista disso e da leitura de alguns comentadores, considero que a heteronímia, bem como o projeto pagão, foi, em Pessoa, uma resposta à história do pensamento e à sua época, principalmente no que diz respeito à inteligência (produto do pensamento), à sensação – e a como elas se originam.
Misoginia e antifeminismo nos escritos de Fernando Pessoa
“Introdução” a J. Barreto, Misoginia e Antifeminismo em Fernando Pessoa, Lisboa: Ática, 2011, pp. 9-34, 2011
Texto publicado como "Introdução" a J. Barreto, Misoginia e Antifeminismo em Fernando Pessoa, Lisboa: Ática, 2011, pp. 9-34. 1. Num texto de 1913 ainda hoje muito pouco conhecido, que começa com a pergunta:
Entre duas pátrias: o bilinguismo de Fernando Pessoa
By stating "ʺA real man cannot be, with pleasure and profit, anything more than bilingual."ʺ Fernando Pessoa clearly emphasized one of the traits that undoubtedly marked all his life and work. This paper aims to gather and review the main reflections that biographers and critics of Pessoa made on his bilingualism. I will also take in consideration what Pessoa himself had written on this subject. The main contribution of this brief essay is to draw attention to the importance of the relationship of Pessoa with English language and English and American Literatures, a subject that deserves to be investigated more closely.
Fernando Pessoa: germanófilo ou aliadófilo?
Pessoa Plural - A Journal of Fernando Pessoa Studies, n.6, Fall 2014, pp. 152-215, 2014
During the first years of the First World War, Portuguese political life was concentrated around the dramatic option between military intervention next to the Allied and neutrality.