SARTRE LEITOR DE HEGEL: AVALIAÇÃO DA HISTÓRIA NOS CADERNOS PARA UMA MORAL (original) (raw)
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A CRÍTICA DE HEGEL AO CONCEITO DE LEI EM KANT
Hegel foi um leitor atento da filosofia kantiana, em particular, pela sua pertinência histórica e densidade conceitual. A centralidade da figura do sujeito reúne Kant e Hegel no que diz respeito à determinação da realidade, mas eles se separam na medida em que o sujeito kantiano reconhece o objeto e, diferentemente de Hegel, não se reconhece aí. Tal separação é explorada por Hegel em sua análise do conceito de liberdade em Kant. Para Hegel, a liberdade em Kant não vai além de uma abstração enquanto não se deixa determinar. O mesmo raciocínio se estende à lei, pois Hegel entende que Kant opera uma distinção entre a forma e o conteúdo da lei que não são entendidos como complementares. Em Hegel, a lei é mais do que uma referência formal. Sem a lei, enquanto determinação histórica, a liberdade permanece uma intenção sem jamais atingir o status necessário de realidade entre os homens. Palavras-chave: Legalidade, efetividade, comprometimento Introdução Hegel sempre incentivou seus alunos a lerem Kant, pois Hegel considerava a filosofia kantiana como aquela que havia estabelecido as referências para a adequada e possível compreensão da realidade. A tão mencionada revolução copernicana operada por Kant significa um marco determinante para a ciência e a história. O mérito kantiano, segundo Hegel, é o de estabelecer a centralidade do sujeito no processo de conhecimento e de tratamento do real. O idealismo de caráter absoluto começa a ganhar consistência e seus postulados apresentam desafios perturbadores e de complicada rejeição, se esta for ensejada. De fato, aponta Hegel, o sujeito é o ponto de partida e também o ponto de chegada. Toda e qualquer investigação tem início no sujeito, pois é ele que se indaga sobre o objeto; é ele que põe as questões já que é ele que considera o objeto. Na ausência do sujeito o que permanece não pode ser determinado, posto que não há quem o faça. Além disso, a conclusão pertence ao sujeito. As respostas são as respostas do sujeito. O sujeito é a voz do objeto, sua expressão e, poder-se-ia até dizer, sua existência. No entanto, o sujeito não se restringe em ser o começo e o fim. Ele é necessariamente o meio entre o começo e o fim. É pelo sujeito e pelo seu proceder que o objeto é conhecido, é atingido. O objeto não avança mais do que seu aparecer ou sua manifestação. Mesmo assim o aparecer do objeto é um aparecer para o sujeito. Se o objeto aparece para si mesmo tal aspecto não pode ser comprovado pelo sujeito de forma absoluta. O objeto é sempre o que está fora ou que permanece além do sujeito. Daí, o aparecer do objeto é um aparecer para, um mostrar-se a, que no caso, como um imperativo, sempre é um mostrar-se para o sujeito, pois outra possibilidade não há. Então, o sujeito jamais chega ao objeto ou jamais sabe absolutamente sobre o objeto? Para Kant a resposta é obrigatoriamente negativa. Essa constatação torna-se Revista Páginas de Filosofia Crítica de Hegel ao conceito de lei em Kant Revista Páginas de Filosofia, v. 1, n. 1, jan-jul/2009.
CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS NA SALA DE AULA: UM PODER MÁGICO
Este trabalho tem por objetivo apontar importantes contribuições da contação de histórias para o desenvolvimento dos alunos em sala de aula. Dentre elas, podemos citar algumas: suscitar o imaginário infantil, responder indagações, enriquecer o vocabulário, favorecer a reflexão crítica, respeitar os turnos de fala, auxiliar na leitura e na escrita, conhecer aspectos da própria cultura e possibilitar a interação social. Como aporte teórico, tomamos como referência os estudos de Bagno, Bortoni, Ong, Patrini e Silva. Para melhor entendimento, retomamos um pouco da história do conto e dos contadores. Sabemos que a prática social do reconto é uma arte que ressurgiu recentemente, depois de quase ter desaparecido no começo do século XX. De acordo com Patrini , esse quase desaparecimento do conto está associado ao surgimento das novas mídias, como o cinema e a televisão, que substituíram o horário dos saraus do passado. Isso porque o poder da imagem é muito grande, ao ponto de subentender que a escuta do conto tradicional é algo fora de moda. Acreditamos que a presença do contador de histórias na sala de aula possibilita manter vivos na escola outros repertórios conhecidos das crianças e dos professores. Além do mais, esta presença reconhece e valoriza a oralidade.
MEMÓRIA E TRAJETO SECULAR: OS TERENA COMO PROTAGONISTA DE SUA HISTÓRIA
Resumo: O presente artigo possui como objetivo apresentar duas situações de protagonismo Terena na luta pela terra ao longo do século XX e historiar o movimento Terena em defesa de seus direitos. A metodologia utilizada foi à história oral e a etnografia (trabalho de campo), portanto um diálogo entre a História Indígena e a Antropologia. Os resultados apresentados foram de intensa movimentação dos indígenas para recuperação de seus territórios tradicionais. As duas situações reivindicativas em destaque demonstram que essa etnia e seus "guerreiros" (autodenominação dos homens que vão para frente dos embates com os fazendeiros) estão dispostos a retomar seus territórios, ao menos esses dos quais não se apartaram, para dar continuidade ao seu jeito de ser Terena. Os Terena atuais, pelo que pudemos perceber, foi tomando consciência de seu lugar social na sociedade brasileira. A partir desse movimento foram traçando novas estratégias políticas para ocupar novos espaços sócio-políticos. A arte da dissimulação faz parte do conjunto de táticas de negociação dos Terena e é amplamente utilizada pelas lideranças. Essas costumam concordar e aceitar as propostas que lhes são feitas em espaços não-indígenas de poder. Muitas vezes se comprometem a desenvolver as atividades propostas que lhes são favoráveis. Ou seja, concordam e se propõem a executar as atividades desde que sua população o aceite. Entretanto, se o grupo de apoio na aldeia discordar dos encaminhamentos propostos, simplesmente engaveta o projeto e suas ações.
A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO LEITOR PELA VIA DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
Momento: diálogos em educação, 2020
Resumo: Este artigo resulta de ações desenvolvidas em componente de 45h, em um curso de pós-graduação (mestrado e doutorado), em 2018. Foram ouvidos dezenove estudantes matriculados no componente, sobre a sua formação leitora e como ouvinte de histórias, dialogando com suas experiências, enquanto docentes, buscando entender: qual a constituição leitora de mediadores de leitura? Para alcançar resposta a essa pergunta, a escuta sensível foi usada como dispositivo metodológico de produção das informações, registradas, em diário de campo, além da escrita individual de memorial. O objetivo geral foi a descrição de mediações que se estabelecem em sala de aula, no processo de enleituramento, através da oralidade da contação de histórias. Os resultados apontaram para reflexões pedagógicas de abordagem da oralidade, como prática em aulas com crianças, jovens, adultos e idosos. A pesquisa teve ancoragem, principalmente em: Soares (2004); Orlandi (2003) e Oliveira (2018). Palavras-Chave: Formação de professores. Contação de histórias. Práticas docentes. Oralidade LA CONSTITUCIÓN DEL SUJETO LECTOR POR LA VÍA DE LA CUENTA DE HISTORIAS Resumen: Este artículo es el resultado de acciones desarrolladas en un componente de 45 horas en un curso de posgrado (maestría y doctorado), en 2018. Diecinueve estudiantes inscritos en el componente fueron escuchados en su capacitación en lectura y como oyentes de historias, dialogando con sus experiencias como docentes, buscando comprender: ¿cuál es la constitución de lectura de los mediadores de lectura? Para alcanzar respuesta a esa pregunta, la escucha sensible se utilizó como dispositivo metodológico de producción de las informaciones, registradas en diario de campo, además de la escritura individual de memorial. El objetivo general fue la descripción de las mediaciones que se establecen en el aula en el proceso de enrutamiento a través de la oralidad de la cuenta de historias. Los resultados apuntaron a reflexiones pedagógicas de abordaje de la oralidad como práctica en clases con niños, jóvenes, adultos y ancianos. La investigación tuvo anclaje principalmente en: Soares (
CONTRIBUIÇÃO PARA UMA HISTÓRIA DE OS HERDEIROS – ENTREVISTA COM MONIQUE DE SAINT-MARTIN
Nessa entrevista, Monique de Saint-Martin examina o contexto e as operações de pesquisa que cercaram a produção do livro Os Herdeiros – Os estudantes e a cultura. Ela também reflete sobre o lugar desse livro no desenvolvimento da contribuição particular dos pesquisadores e pesquisadoras do Centre de sociologie européenne e do Centre de Sociologie de l’éducation et de la Culture para fazer avançar a nossa compreensão sobre o lugar social da escola nas sociedades contemporâneas.
Resumo: Objetiva-se debruçar sobre os modos de tratamento dado à História, na obra de maturidade de HEGEL, a Filosofia da História, como meio de lançar luzes ao estudo do Direito e do Estado a partir de um método que leve em consideração o desenvolvimento processualizado e dialético da realidade no bojo da história. O método dialético que HEGEL inaugura apresenta-se como capaz de fornecer interpretações e visões inéditas acerca do fenômeno humano, e dentro dele, da juridicidade, de um modo diferenciado do que tem sido tradicionalmente adotado no ensino do Direito. A história, aqui, pode ser compreendida, portanto, como metonímia, para significar qualquer produto do agir humano que se desenvolva no tempo, como as artes, as ciências, a Filosofia e o direito. Em sua proposta historiográfica, HEGEL indica como que a partir de um material primário, a história original – os relatos elaborados por aqueles que vivenciaram os fatos – desenvolve-se uma espiral que vai se sofisticando, passando-se, em seguida, para uma história refletida, que já sabe de si e se re-elabora a partir de conceitos, e, posteriormente, alcança, em seu cume, a história filosófica. Após a exposição desse crescente conhecimento da história, aborda-se a complexidade de uma Filosofia da História que dá conta tanto do que é essencial quanto, também, daquilo que aparece como contingente, dotando a realidade da nota de racionalidade que, para o filósofo, é-lhe ínsita. Por fim, são apresentados, segundo a visão do filósofo, os verdadeiros protagonistas da história universal, destacando-se, primeiro, os indivíduos históricos universais e, em seguida, os Estados, que permitem a perenidade das conquistas históricas. Há, ao final, apontamentos críticos no sentido de evidenciar pontos relevantes para o modo de se estudar o Direito, tendo em vista o conteúdo da exposição. PALAVRAS-CHAVES: Filosofia da História e do Direito; Metodologia da Pesquisa Jurídica; Direito, História e Dialética ABSTRACT Abstract: This paper aims on the methodological treatment given to History by G. W. F. HEGEL in his maturity work, the book Philosophy of History. We intend to focus the Law and the Rule of Law within a dialectical and a processualized approach, regarding their development through history. This dialectical method, presented by HEGEL, is able to provide a series of new ways to interpret the human phenomena – and, also, the law phenomena – that are different of those traditionally employed in universities to the law teaching and learning process. History, then, should be comprehended as a metonym, in a way it could mean any human behavior’s product given in time, as the arts, the sciences, the Philosophy and the law. HEGEL, in his historiography proposal indicates how the original history – the raw material, the reports elaborated by those who lived the facts – turns into a reflected history, when it is thought in a sophisticated way: the history is re-elaborated through concepts, after what it is possible to realize that there is a spiral, which reaches each time a more complex and complete position. In the end, there is the philosophical history, aware of its intrinsic rationality. Afterwards, we take a deep look into that philosophical history, in order to understand that it intends to capture the totality – the contingent and the essential – highlighting the fact that it is made by the conjugation of the empirical, the facts, and the logical, the rational. At last, the universal history true protagonists are presented: the universal historical individuals, followed by the States, responsible to everlasting, to the future, the historical conquests. Finally, with reference to the exposition, there are critical appointments concerning the methodological approaches of the researching, teaching and learning law process. KEYWORDS: Philosophy of the Law and of the History; Law’s Methodology of Research; Law, History and Dialectics
Os pedidos de intervenção militar no Estado brasileiro, o senso comum de uma "administração pacífica e exitosa feita pelos militares", que tem encontrado reverberação no ambiente escolar, motivaram a busca por uma ferramenta pedagógica que possibilite a problematização de tais "verdades". Este trabalho propõe a utilização de memórias como "objetos geradores" (LOPES, 2004), visando à produção de um jogo para abordagem dialógica do tema. Proceder-se-á ao estudo dos conceitos sobre Memória e Ensino de História, adotando como tema Ditadura Civil Militar e como são estudados no Ensino Médio. O jogo facilitará diálogos entre os temas visando à cientificização da cultura histórica (RUYSEN, 2014) no ambiente escolar. Conclui-se que tal instrumento permitirá que professores e estudantes relacionem o conhecimento histórico à vida prática.