Panorama de traduções métricas de poesia greco-romana no Brasil (original) (raw)
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Pervivência Clássica, 2019
Avaliação crítica da tendência da tradução de poemas gregos e latinos em Portugal nas duas primeiras décadas do séc. XXI, da qual participam tradutores como Frederico Lourenço, Carlos Ascenso André, Paulo Farmhouse Alberto, dentre outros.
Questões de equivalência métrica em tradução de poesia antiga
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Por uma história da tradução dos clássicos greco-latinos no Brasil (Tranlatio, 12, 2016)
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Satyricon e tradução poética: traduções brasileiras perante sutilezas cruciais da poesia de Petrônio
Cadernos de Tradução, 2008
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Tradução de fragmentos de poetas gregos
ONELLEY, Glória Braga; PEÇANHA, Shirley Fátima G. de A.
ARQUÍLOCO DE PAROS (séc. VII a. C.) Coração, coração, perturbado por dores irremediáveis, levanta com coragem, defende-te, lançando teu peito contra os inimigos, colocando-te firmemente perto deles em emboscada! Se venceres, não te enalteças publicamente, nem, se vencido, te lamentes, deixando-te abater em casa. Vamos, alegra-te com os prazeres e não te irrites em demasia com as [infelicidades! Reconhece que tal ritmo governa os homens. (Fragm. 128W) Pai Licambas¹, o que disseste? Quem transtornou o teu espírito em que antes te apoiavas? Mas agora, para os cidadãos, te tornas motivo de muita chacota. (Fragm. 172W) Não mais tens tão florescente a pele, pois já está ela enrugada, com pregas e, por causa da maldita velhice, te condena. (Fragm. 188W = Papiro de Colônia 7511², 36-40) ... tendo-te afastado por completo; de igual modo, toma coragem! se tens pressa e o desejo te impele, há em nossa casa ¹ Segundo a lenda, Licambas, nobre de Paros, prometera em casamento ao iambógrafo Arquíloco a filha Neobule. Por razões desconhecidas, Licambas teria negado a mão da filha e, em consequência, ter-se-iam tornado, ele e a família, alvo das invectivas do poeta de Paros. Essas invectivas culminaram no suicídio coletivo da família, referido em duas passagens da Antologia Palatina (VII, 69 e 71). ² O Papiro de Colônia (Alemanha), materialmente datado entre os séculos II e I a. C., foi editado, pela primeira vez, por Merkelback e West (1974, p. 97-113). No papiro, encontram-se dois textos independentes: o primeiro, com 35 linhas, corresponde ao fragmento 196a West, e o segundo, com apenas cinco linhas, ao fragmento 188W. Neste último, tem-se como tônica a desonra de uma mulher por ter ela perdido o vigor da juventude. Não há unanimidade entre os helenistas no que diz respeito à autenticidade do papiro. ³ Constitui o fragmento 196W um epodo de temática erótica no qual há um diálogo entre uma jovem e um homem que a seduz e, ainda, a referência depreciativa a uma terceira figura, Neobule, a filha de Licambas, desprezada pelo sujeito poético/narrador em proveito da jovem, talvez a mais nova irmã de Neobule.
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