Imagens de presente/ fantasmas de passados (original) (raw)
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2017
Nossa experiência contemporânea do tempo, mediada pelas imagens, parece sujeita a uma dupla ameaça: crise do futuro e desaparecimento do passado. Ela é vivida em meio às ruínas de um eterno presente, omnipresente, portador de uma verdade abstrata e refratário à multiplicidade de experiências do tempo de cada sociedade. Esse tipo de representação unívoca do tempo, que exclui as possibilidades de relação com o passado e com o futuro, é denominado, hoje, "presentismo" (Hartog), por analogia ao futurismo de Marinetti. Vivemos num fluxo veloz e contínuo de imagens fugazes. Se, com o aparecimento das mídias sociais e digitais, os meios de produção e as plataformas de difusão das imagens da atualidade se socializam e se diversificam, por outro lado, o controle da informação e dos processos de armazenamento de dados torna-se cada vez mais concentrado. No regime de visibilidade total, perdemos de vista o passado e erramos em busca do "futuro perdido" (Huyssen).
Retratos de um passado recente
2015
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Literatura, Florianópolis, 2015.Esta tese procura investigar as razões e os desdobramentos da existência de dois periódicos culturais estudantis, Universitário (1974-1975) e O Acadêmico (1975-1982), que circularam no interior de Santa Catarina, na cidade de Blumenau, especificamente na Fundação Regional de Blumenau (FURB) durante os anos de 1970. A partir de relatos de memória advindos de um passado recente e construídos como narrativas do agora, obtém-se a configuração da história desses projetos. Assim, o objetivo deste estudo é conhecer a conjuntura histórica desse corpus e também analisar o discurso que nele se apresenta, sobretudo apontando sinais de crítica e resistência ao regime autoritário em Blumenau. Para tanto, foram indexadas 11 (onze) edições do jornal Universitário, incidindo, de forma predominante, a publicação de artigos-informes; em seguida, o ...
Fotografias Para Falar Do Passado
Padê: Estudos em filosofia, raça, gênero e direitos humanos (encerrada), 2007
Resumo: Este artigo trata dos modos com que utilizamos a fotografia como objeto de memória. A principal referência é a obra Errância, de Décio Pignatari, e a relação que faz Walter Benjamin entre história e memória. Por fim, recorre-se ao evento que privilegia a imagem como tema, Kodama, para refletir sobre possíveis efeitos que produzem.
Desenhando o presente no passado
Este texto apresenta inversões do senso comum propostas como crítica por Paul Valéry e Henri Bergson e as aproxima de considerações sobre o imaginário da arquitetura amparadas por reflexões de Paulo Mendes da Rocha e Vilanova Artigas. Expostos os fundamentos conceituais que o motivam, o texto organiza-se como uma memória-crítica de um percurso de pesquisa que lida com uma questão metodológica fundamental e bastante comum às abordagens sobre as representações e os processos projetuais: a miragem do presente no passado.
Lampejo do passado no presente
Revista ARA
Pesquisam-se ações memoriais, fixadas em formas. Em 2016 surgiu o Memorial Cabeza de Vaca/PR e em 2020, o grafite de Mundano/SP alusivo à tragédia da Cia. Vale, em Brumadinho/MG. Como o ontem raia no hoje e rasga certezas? O que se omitiu? Quais soluções, técnica, material e poética usadas? Contra e a favor de quem se rebelam? Como se dá a reunião de recursos? Por que? Qual a diferença na abordagem da memória?
Retratos de família, imagens na memória
2006
Esta é uma pesquisa sobre fotografias, mais especificamente, retratos de famíliaaqui encarados como um aspecto da memória. No fluxo visual desencadeado pela fotografia, pela memória, e também pela pintura, reflito sobre como podemos ser educados por imagens: uma educação visual. O caminho escolhido na busca por reflexões sobre a fotografia é a Arte da Memória. Herdada da Retórica grega e latina, foi-e persiste até hoje-um instrumento utilizado com o objetivo de fortalecer e educar nossas memórias. A Arte da Memória nos liga ao passado da Renascença, época em que se desenvolveu a perspectiva artificial, técnica que plasma o real a partir de cálculos matemáticos e que é, até hoje, o princípio ótico norteador das câmeras fotográficas.