A (auto)representação do negro no conto brasileiro contemporâneo (original) (raw)

A representação do negro no conto machadiano

Revista Mafuá, 2020

Este ensaio tem como objetivo analisar alguns contos escritos por Machado de Assis considerando que o autor foi, durante muito tempo, lido pela crítica literária brasileira como omisso em relação à condição do negro no Brasil escravocrata. No entanto, nas últimas décadas, a partir da revisão teórica dessas premissas realizada por nomes como Eduardo de Assis Duarte (2007), Machado de Assis vem sendo lido como autor afrodescendente e suas obras vêm sendo reinterpretadas, com base na relação entre o projeto literário do escritor e sua etnia. Assim, tomando como pressuposto esse discurso revisionista, este ensaio busca situar a obra de Machado de Assis na discussão sobre literatura afrodescendente e refletir sobre o pertencimento étnico do autor e suas formas de manifestação em alguns contos famosos do escritor, como “O caso da Vara” (1899), Pai contra Mãe” (1906), “O espelho” (1882) e “Mariana” (1871). Em anexo, apresentamos a transcrição da carta escrita por Hemetério dos Santos (1908), publicada no jornal Gazeta de Notícias, a fim de sustentar a hipótese de que seu comentário foi uma espécie de marco zero dos discursos acusatórios proferidos contra Machado de Assis (MOUTINHO, 2015).

O negro na literatura brasileira

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O negro na telenovela brasileira: a atualidade das representações

O negro na telenovela brasileira: a atualidade das representações, 2012

Resumo O artigo aborda a representação do ne-gro nas telenovelas da TV Globo na dé-cada de 2000. O corpus da pesquisa é composto de 53 telenovelas, exibidas nos três horários: 18, 19 e 21 horas. Pri-meiro, foi realizado um levantamento da presença de personagens negros nas te-lenovelas, em seguida, a partir dos da-dos obtidos. Faz-se uma análise de al-gumas telenovelas sobre a representação do negro. Apesar desse novo contexto, de forma hegemónica, os negros ainda permanecem com papéis de pouco desta-que nas narrativas. Entretanto, observam-se alguns "avanços" categorizados de três maneiras: negros (as) como protagonis-tas, núcleos negros e negros como vilões. Palavras-chave: telenovela brasileira, negro, representação, identidade The Black in Brazilian telenovela: the actuality of representations Abstract This article discusses the representation of black men in Brazilian "telenovelas" (TV Globo) in the 2000s. The research corpus is composed of 53 Brazilian "tele-novelas", presented in three showtimes: 18, 19 and 21 hours. First, a survey was made about the presence of black characters in Brazilian "telenovelas". Then, from the results obtained, the research conducted an analysis of the representation of black characters in some of those products. Despite this new context of representation, so hegemonic, black characters still remain mostly with non-prominent roles in the narratives. However , some "advances"were observed and categorized in three ways: black as protagonist , nuclei blacks and blacks as villains. Estudos em Comunicação nº 11, 185-204 Maio de 2012

O negro na literatura potiguar contemporânea

Revista do GELNE

Este artigo é fruto de projeto de pesquisa que visou investigar as imagens do negro na literatura potiguar contemporânea. Como os estudos sobre a produção poética do Rio Grande do Norte são mais voltados para o início do século XX e a modernidade, este artigo analisa, a partir dos fundamentos teóricos, literários e culturais da figura do negro na contemporaneidade, as imagens suscitadas na poesia potiguar dos anos iniciais do século XXI. Este trabalho traz um recorte temporal compreendido entre os anos 2000 e 2021 focalizando três escritores: Alexandre Alves, Drika Duarte e Helena Monteiro. A seleção dos poemas levou em consideração dois critérios: i) a produção poética significativa em volume e/ou recepção crítica e; ii) a autoria e/ou temática do negro. Como aporte teórico, o artigo usa o conceito de Literatura Afrodescendente, de Duarte (2002), o de Literatura Suprarregional, de Arendt (2011), e o de Imagologia, de Ribeiro (2005). A nossa hipótese é a de que a escrita poética, de...

Análise da representação do negro nos livros

Esta monografia analisou três Livros Didáticos de História, sendo dois do Ensino Fundamental e um da Modalidade da EJA. Com base nesses livros, procurou-se analisar a representação do negro nos Livros Didáticos de História da Educação de Jovens e Adultos.

A representação dos negros no romance naturalista brasileiro

Cadernos de Campo: Revista de Ciências Sociais

Utilizando-se de quatro obras emblemáticas da literatura brasileira, publicadas no contexto naturalista da virada para o século XX, este artigo propõe discutir sobre a questão da representação literária dos personagens negros. Principalmente em relação às formas pelas quais estes foram descritos, seus “tipos” e construções narrativas. Metodologicamente, esta pesquisa se deu através dos métodos de análise de conteúdo e do estudo comparativo, operando como recurso para a sistematização do material literário o software de análise qualitativa Atlas.ti. Partimos do pressuposto teórico de que os literatos do período ocupavam um forte papel de fomentadores do imaginário brasileiro, influindo uma visão de mundo no seu público leitor, ao mesmo tempo que influenciados pela conjuntura científico-histórica do período, em processo de formação desde início do século XIX.

O negro na dramaturgia, um caso exemplar da decadência do mito da democracia racial brasileira

Revista Estudos Feministas, 2008

O mito da democracia racial brasileira, apesar de intensamente criticado por amplos setores da população negra, persiste até hoje na indústria do cinema e da telenovela. Caracteriza-se como uma poderosa cortina que dificulta a percepção dos estereótipos negativos sobre os afro-brasileiros e provoca a falta de reconhecimento da importância dos atores e das atrizes negras na história do cinema e da televisão do país.

Presentismo negro: um tópico subjacente na história afro-brasileira

Anos 90, 2008

A história afro-brasileira, obrigatória nos currículos escolares desde a aprovação da lei no 10.639, de 09 de janeiro de 2003, tem favorecido um ensino da história menos eurocêntrica e, com isso, uma abordagem mais propícia a uma história conectada, através da qual a história do Brasil se insere no “Atlântico Negro?” Porém, a americanização dos afro-descendentes é obliterada por uma africanização da nova história oficial em consonância com um presentismo negro. O presentismo negro na história afro-brasileira pode ser analisado através da tríade patrimônio, memória e comemoração. Este ensaio propõe uma reflexão crítica sobre o presentismo negro e sua relação com a construção da(s) identidade(s) de afro-brasileiros, apontando para algumas vantagens teóricas em pensar o processo de americanização que ocorre, aliás, com outros grupos hifenizados, sem que isso signifique uma uniformização de suas trajetórias.