André Luís Borges de Oliveira (original) (raw)
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Papers by André Luís Borges de Oliveira
Resumo − Disse certa vez o pensador sobre a relação entre filosofia e paixão; o resultado demonst... more Resumo − Disse certa vez o pensador sobre a relação entre filosofia e paixão; o resultado demonstrou-se um extensor das fronteiras entre um e outro, ao mesmo tempo que um delimitador de um e outro. Neste sentido, pensando o que aparentemente pouco tem a ver, proponho questionar a espaço-temporalidade da educação enquanto tabu. Naturalmente, é preciso que se pergunte sobre o que é educação e tabu em alguma instância, a fim de corresponder à afirmação que supõe esta proximidade.
Palavras-chave: educação poética; tabu; limite; liberdade; sagrado.
Abstract – The thinker once said about the relationship between philosophy and passion; the result shows an extension of the boundaries between one another, while a delimiter of either (JARDIM, 2004). In this sense, thinking what apparently has little to do, I propose to question the spatio-temporality of education as taboo. Of course, one must wonder what education and taboo is in some instance in order to match the statement that assumes this proximity.
Keywords: poetic education; taboo; limit; freedom; sacred.
Espreita a Morte, fado de tudo que se dá numa espaço-temporalidade, para onde convergem todas as ... more Espreita a Morte, fado de tudo que se dá numa espaço-temporalidade, para onde convergem todas as encruzilhadas no único caminho possível. A despeito da tradição ocidental, acostumada a enxergar o mundo sob a ótica da ambivalência, ela não é nem só chegada nem só partida, mas ambas, faces do mesmo raio a percorrer os caminhos do círculo.
Busca-se aqui pôr em questão o horizonte da morte na obra do autor J. R. R. Tolkien e sua relação com o humano, não a partir de uma visão dicotômica que entende o bem como revés do mal, sagrado do profano, vida da morte. Pois, como fica claro em O Silmarillion, se tudo tem na fonte criadora sua origem mais remota, como apontar para isto ou aquilo os dedos acusadores da moral e ornar com predicados o mundo se dando como realização de si mesmo?
Relacionando com conceitos de Walter Benjamin, que percebeu no homem moderno um novo olhar sobre a morte, sobretudo de recusa e exclusão, podemos observar que há também esta transformação no homem tolkieniano. Se a morte, em princípio, era um dom a proporcionar ao homem todas as possibilidades de presentificação daquilo que ele é, com o declínio de Númenor esta relação se desfaz: passa-se a encará-la como a Maldição do Homem, a incerteza que gera temor. Por isto ela precisava ser controlada e, na medida do possível, subjugada; pois o destino daquele que é amaldiçoado é a eterna busca por salvar-se da condenação.
Outra influência na confecção destes pensamentos concerne a Freud. Em “Totem e tabu”, ele traz à memória o sentido de sagrado na morte como algo que foi digno de louvores e temores, sempre presente, mas envolto em mistério, assim era para muitos povos antigos. Para eles, o sagrado era a primeira ascendência genealógica, seu parente mais antigo, isto é, o que funda uma família, consequentemente, um povo. Neste sentido seria a morte um próprio do homem, quiçá sua plenitude de realização, a grande saída de si – ex-istência.
Books by André Luís Borges de Oliveira
Questioning about the conception of philosophy that rescues its original affinity with poetry in ... more Questioning about the conception of philosophy that rescues its original affinity with poetry in order to teach based in creation, rather than reproduction. Because it is a discipline that is stigmatized as obscure, useless and unimportant in a practical and objective understanding, it’s not surprising that this directly influences its teaching, so one has to ask about our idea of tradition and, consequently, the possibility of transmission of tradition through teaching. Of course, the very tradition of philosophy could not be left aside. Moreover, it can be seen that part of the segregating character which philosophy is related has a foundation in its history with the separation of the poet and the city and the sensible and intelligible reality. Therefore, re-creating the bridge between thought and poetry means both to dare a new attitude towards reality and to return to the dormant senses in everyday language. Finally, it becomes clear that certain moorings are too fastened to give up, but others not so much and both are part of what constitutes us. That is, to accept our limits as what gives us meaning and not only a restriction, but an answer that both defines something and replaces the founding question in a singular perspective, becomes an essential posture for a poetic-philosophy.
Resumo − Disse certa vez o pensador sobre a relação entre filosofia e paixão; o resultado demonst... more Resumo − Disse certa vez o pensador sobre a relação entre filosofia e paixão; o resultado demonstrou-se um extensor das fronteiras entre um e outro, ao mesmo tempo que um delimitador de um e outro. Neste sentido, pensando o que aparentemente pouco tem a ver, proponho questionar a espaço-temporalidade da educação enquanto tabu. Naturalmente, é preciso que se pergunte sobre o que é educação e tabu em alguma instância, a fim de corresponder à afirmação que supõe esta proximidade.
Palavras-chave: educação poética; tabu; limite; liberdade; sagrado.
Abstract – The thinker once said about the relationship between philosophy and passion; the result shows an extension of the boundaries between one another, while a delimiter of either (JARDIM, 2004). In this sense, thinking what apparently has little to do, I propose to question the spatio-temporality of education as taboo. Of course, one must wonder what education and taboo is in some instance in order to match the statement that assumes this proximity.
Keywords: poetic education; taboo; limit; freedom; sacred.
Espreita a Morte, fado de tudo que se dá numa espaço-temporalidade, para onde convergem todas as ... more Espreita a Morte, fado de tudo que se dá numa espaço-temporalidade, para onde convergem todas as encruzilhadas no único caminho possível. A despeito da tradição ocidental, acostumada a enxergar o mundo sob a ótica da ambivalência, ela não é nem só chegada nem só partida, mas ambas, faces do mesmo raio a percorrer os caminhos do círculo.
Busca-se aqui pôr em questão o horizonte da morte na obra do autor J. R. R. Tolkien e sua relação com o humano, não a partir de uma visão dicotômica que entende o bem como revés do mal, sagrado do profano, vida da morte. Pois, como fica claro em O Silmarillion, se tudo tem na fonte criadora sua origem mais remota, como apontar para isto ou aquilo os dedos acusadores da moral e ornar com predicados o mundo se dando como realização de si mesmo?
Relacionando com conceitos de Walter Benjamin, que percebeu no homem moderno um novo olhar sobre a morte, sobretudo de recusa e exclusão, podemos observar que há também esta transformação no homem tolkieniano. Se a morte, em princípio, era um dom a proporcionar ao homem todas as possibilidades de presentificação daquilo que ele é, com o declínio de Númenor esta relação se desfaz: passa-se a encará-la como a Maldição do Homem, a incerteza que gera temor. Por isto ela precisava ser controlada e, na medida do possível, subjugada; pois o destino daquele que é amaldiçoado é a eterna busca por salvar-se da condenação.
Outra influência na confecção destes pensamentos concerne a Freud. Em “Totem e tabu”, ele traz à memória o sentido de sagrado na morte como algo que foi digno de louvores e temores, sempre presente, mas envolto em mistério, assim era para muitos povos antigos. Para eles, o sagrado era a primeira ascendência genealógica, seu parente mais antigo, isto é, o que funda uma família, consequentemente, um povo. Neste sentido seria a morte um próprio do homem, quiçá sua plenitude de realização, a grande saída de si – ex-istência.
Questioning about the conception of philosophy that rescues its original affinity with poetry in ... more Questioning about the conception of philosophy that rescues its original affinity with poetry in order to teach based in creation, rather than reproduction. Because it is a discipline that is stigmatized as obscure, useless and unimportant in a practical and objective understanding, it’s not surprising that this directly influences its teaching, so one has to ask about our idea of tradition and, consequently, the possibility of transmission of tradition through teaching. Of course, the very tradition of philosophy could not be left aside. Moreover, it can be seen that part of the segregating character which philosophy is related has a foundation in its history with the separation of the poet and the city and the sensible and intelligible reality. Therefore, re-creating the bridge between thought and poetry means both to dare a new attitude towards reality and to return to the dormant senses in everyday language. Finally, it becomes clear that certain moorings are too fastened to give up, but others not so much and both are part of what constitutes us. That is, to accept our limits as what gives us meaning and not only a restriction, but an answer that both defines something and replaces the founding question in a singular perspective, becomes an essential posture for a poetic-philosophy.