Manoel Siqueira - Academia.edu (original) (raw)
Papers by Manoel Siqueira
Revista Falange Miúda, 2021
Neste trabalho, correlacionamos segmentações não-convencionais-hipossegmentação e hipersegmentaçã... more Neste trabalho, correlacionamos segmentações não-convencionais-hipossegmentação e hipersegmentação-com fatores sociais, tais quais sexo, ano escolar e zona de residência, por meio de textos escritos por alunos dos 6º e 7º anos do Fundamental II. Embasamo-nos na Sociolinguística Variacionista (LABOV, 2006; 2008), na qual há relação entre língua e sociedade, e como método o descritivo/inferencial, a partir do qual observamos se há associação entre as realizações das segmentações não-convencionais com os fatores sociais. Nos resultados, predomina a hipossegmentação (60% n= 18). Os fatores sociais não apresentam associação com a distribuição dos dados, sugerindo que o fenômeno está associado a fatores linguísticos.
Revista Letra Magna, 2020
Nesta pesquisa, descrevemos a variação seu/dele referente de 3ª pessoa do singular e plural no po... more Nesta pesquisa, descrevemos a variação seu/dele referente de 3ª pessoa do singular e plural no português falado por universitários do estado de Sergipe. Com base em McKay e Fulkerson (1979), consideramos que os pronomes em questão além de atuar como substitutos assumem função de determinação de seus antecessores. A partir do método descritivo-observacional e com apoio da Sociolinguística Variacionista (LABOV, 2004; 2008), fizemos a quantificação e análise de 34 entrevistas sociolinguísticas-retiradas do banco de dados Falares Sergipanos (FREITAG, 2013)-feitas com falantes universitários das cidades sergipanas de Aracaju, Itabaiana e São Cristóvão. Obtivemos um total de 394 realizações do fenômeno, sendo 50% para a forma dele. Notamos que há produtividade dos possessivos como dominantes, embora com baixas taxas (10%), predominando a função substituta. As demais variáveis linguísticas apontam que os possessivos de 3P encontram-se em uma distribuição complementar em que cada forma tende a agir em contextos específicos de uso.
Revista Leitura, 2020
Estudos feitos com base na Sociolinguística Variacionista (LABOV, 2006; 2008) incluem a variável ... more Estudos feitos com base na Sociolinguística Variacionista (LABOV, 2006; 2008) incluem a variável sexo/gênero como um dos condicionadores da variação linguística, fator amplamente selecionado como elemento de estratificação em bancos de dados sociolinguísticos do Brasil (FREITAG, 2016). No entanto, os estudos sobre o português falado no sertão alagoano mostram, em sua maioria, que o sexo/gênero não apresenta significância estatística, uma possível evidência de que a variável não apresenta efeito na língua falada na comunidade. Em vista disso, neste trabalho, objetivamos desenvolver uma revisão de trabalhos sociolinguísticos feitos com base como método o descritivo/inferencial, por meio de testes estatísticos. Constatamos que os números obtidos sobre a significância recaem na pouca diferença da frequência entre os homens e as mulheres no comportamento linguístico, demonstrando que não há dispersão no comportamento de ambos os sexos/gêneros. Contamos com a colaboração bibliográfica de autores como Eckert Eckert e McConnel-Ginet (2010), Freitag (2015), Labov (2008) e mais.
Matraga, 2021
Neste trabalho, comparamos resultados de três conjuntos de dados sobre a estrutura de sintagmas n... more Neste trabalho, comparamos resultados de três conjuntos de dados sobre a estrutura de sintagmas nominais possessivizados no português brasileiro falado, com especial atenção para os possessivos antepostos a nomes, como em sua casa, e possessivos pospostos a nomes, como em uma casa sua, de modo a observar se é possível apresentar uma generalização para o comportamento dessa estrutura na língua. Usamos como base para a comparação as descrições feitas por Neves (1993) e Franchi (1996), que trabalham com dados de fala do NURC, e dados de fala do banco Falares Sergipanos. Como método, adotamos o descritivo/infe-rencial, de modo a observar a distribuição e a associação entre os dados. Os testes de associação apontam que, em ambos os tipos de possessivos, há mais diferenças entre as três amostras e seus resultados do que semelhanças, o que não nos permite desenvolver uma generalização do comportamento desses SN para o português.
Revista da Abralin, 2020
Neste texto, resenhamos a conferência proferida pela professora doutora Mary Kato, intitulada Det... more Neste texto, resenhamos a conferência proferida pela professora doutora Mary Kato, intitulada Determinantes prosódicos em mudança sintática. Na conferência, Profa. Kato traça uma trajetória em relação aos estudos sobre o Parâmetro do Sujeito Nulo no português brasileiro (PB), explanando as principais descobertas quanto ao assunto, como forma de apresentar os novos desdobramentos sobre: a mudança sintática que há no PB quanto ao preenchimento do sujeito; e a inserção de fatores prosódicos e estilísticos com efeitos sobre a mudança. A conferência oferece importantes contribuições para o estudo sobre o parâmetro do sujeito nulo no português brasileiro, sintetizando o que já foi discutido, à medida que aponta novos caminhos a serem percorridos.
Revista da Abralin, 2020
Neste texto, resenhamos a conferência proferida pela professora Esme-ralda Vailati Negrão no cicl... more Neste texto, resenhamos a conferência proferida pela professora Esme-ralda Vailati Negrão no ciclo de conferências promovido pela Abralin Ao Vivo. Nessa conferência, Negrão discorre, entre outros tópicos, sobre as-pectos sintáticos do português que podem ser resultado do contato lin-guístico entre diferentes povos que dividiam o espaço territorial do Brasil. A autora defende que, para que se possa compreender a estrutura da lín-gua, é preciso que se pense o português brasileiro como uma língua colonial , resultante do multilinguismo existente durante sua consolidação. Com isso, a discussão levantada por Negrão ajuda-nos a expandir novos olhares em relação à constituição do português brasileiro, tanto voltados a sua estrutura, quanto voltados ao seu contexto sócio-histórico de surgi-mento.
Revista da Abralin, 2020
Neste trabalho, resenhamos a conferência proferida pelo professor Fran-cisco Eduardo Vieira (UFPB... more Neste trabalho, resenhamos a conferência proferida pelo professor Fran-cisco Eduardo Vieira (UFPB) cujo foco foi a historiografia da Gramática Tradicional (GT), sua epistemologia e aplicação ao ensino. Vieira (2020) defendeu que a GT não deve ser compreendida somente como um livro, conteúdo, disciplina ou doutrina em um sentido oposto de ciência, pois se trata de uma Teoria Linguística. Para justificar seu posicionamento, o professor pauta-se nos postulados de Laudan (1978) e apresenta o percurso histórico da GT em diferentes abordagens até chegar à proposta geral de abordagem no ensino. O ponto-chave de sua apresentação pauta-se no posicionamento de que a oração, enquanto unidade máxima de análise, é uma categoria linguística que precisa ser estudada não somente em pes-quisas linguísticas, mas, e sobretudo, nas aulas de língua portuguesa.
Web-Revista SOCIODIALETO, 2020
No português brasileiro, os pronomes possessivos pré-nominais podem vir introduzidos por elemento... more No português brasileiro, os pronomes possessivos pré-nominais podem vir introduzidos por elementos determinantes, como em ontem eu vi a sua mãe, em que o determinante a introduz o possessivo pré-nominal sua, como também podem vir com essa posição vazia, como em ontem eu vi sua mãe, em que não há nenhum elemento introduzindo o possessivo pré-nominal. Essa variação têm caráter dialetal: falantes do Norte e Nordeste tendem a não preencher mais do aqueles do Sul e Sudeste (CALLOU; SILVA, 1997; LUCCHESI, 1993; GUEDES, 2019). No entanto, pela falta de uma agenda de trabalho unificada na sociolinguística brasileira (FREITAG, 2016), os estudos desenvolvidos não necessariamente compartilham os mesmos parâmetros metodológicos, dificultando a comparabilidade e a generalização (FREITAG; ROST-SNICHELOTTO, 2015). Neste trabalho, apresentamos uma revisão sistemática integrativa quanto à variação no preenchimento da posição determinante antes de possessivos pré-nominais, evidenciando o caráter dialetal, com trabalhos desenvolvidos em diferentes regiões do Brasil. A revisão sistemática evidencia o caráter dialetal da variação neste contexto, em que os falantes do Nordeste não preenchem mais do que aqueles ao Sul e Sudeste, abrindo espaço para a discussão da estabilidade gramatical do português brasileiro quanto ao comportamento do não preenchimento da posição determinante antes de possessivos pré-nominais.
Caderno de Squibs: Temas em estudos formais da linguagem, 2020
A expressão das relações de posse por pronomes de terceira pessoa no português brasileiro está em... more A expressão das relações de posse por pronomes de terceira pessoa no português brasileiro está em processo de variação, que ainda não é adequadamente representada nas gramáticas: a forma seu, em certas situações continua sendo produtiva. Examinamos uma amostra de fala de universitários e encontramos a mesma distribuição de PP3 do NURC. Os resultados de uma análise de regressão condicional de PP3 corroboram a hipótese da dominância pronominal e a da distribuição complementar de Müller (1997), de que seu age como variante presa e dele expressa correferência.
Porto das Letras, 2020
Neste trabalho, descrevemos a variação na realização de artigos definidos antecedendo possessivos... more Neste trabalho, descrevemos a variação na realização de artigos definidos antecedendo possessivos em posição pré-nominal no português falado na comunidade da Universidade Federal de Sergipe, como em "estava com 0 minha mãe" e "estava com a minha mãe", buscando responder à seguinte pergunta: a perspectiva de contato linguístico entre normas-analisada por meio da variável tempo no curso-e a de deslocamento geográfico influenciam na realização dessa variação? Nossa hipótese é a de que a migração geográfica e o contato entre normas desempenham força sobre a realização do artigo. Utilizamos como método o descritivo/observacional, e como corpus 32 entrevistas sociolinguísticas coletadas com estudantes da UFS, vinculadas ao banco de dados Falares Sergipanos (FREITAG, 2013). Obtivemos um total de 1268 realizações do fenômeno, sendo 47% para a presença de artigo. O fator deslocamento apresentou pouca diferenciação: os falantes do Deslocamento 4 fazem maior uso do artigo (48,6%), enquanto os do Deslocamento 3 menor uso (44,6%). Em tempo de curso, na medida em que os falantes mais se inserem na universidade, mais usam o artigo. Os resultados das variantes extralinguísticas sugerem que o comportamento linguístico do fenômeno é sensível à inserção na comunidade. Todavia, o condicionamento da variação é de natureza interna, com a atuação do tipo de sintagma, tipo de preposição e traço semântico e status informacional.
A Cor das Letras, 2018
A implementação de a gente não sujeito no sertão alagoano Resumo: No presente estudo, interessamo... more A implementação de a gente não sujeito no sertão alagoano Resumo: No presente estudo, interessamo-nos em estudar a implementação de a gente nas funções de não sujeito na fala de sertanejos alagoanos. Assim, observamos a alternância entre nós e a gente pronomes, levando em consideração as funções de acusativo, dativo, (oblíquo) complemento e (oblíquo) adjunto. Ainda, procuramos saber qual a frequência de uso de cada forma, quais fatores sociais e/ou linguísticos condicionam o uso da variável e, por fim, questionar se estamos diante de uma variação estável ou uma mudança em curso. Baseado nisso, o presente trabalho leva em consideração o que é proposto pela Teoria da Variação e Mudança. Os dados analisados foram extraídos a partir do banco de dados do Projeto A Língua Usada no Sertão Alagoano (LUSA) e rodados no programa computacional GoldVarb X. Após a análise dos dados, concluímos que, embora haja a variação pronominal nas funções estudadas, o pronome conservador encontra-se com um maior índice de realização, havendo pouca realização do a gente e que essa variação é condicionada apenas por fatores internos, além de apresentar uma variação estável.
Palavras-chave: Variação. 1PP. Não sujeito. Sertão Alagoano.
Conference Presentations by Manoel Siqueira
Anais VIII CONALE, 2019
RESUMO: organização de estruturas determinantes no PB, de modo a observar a realização de artigos... more RESUMO: organização de estruturas determinantes no PB, de modo a observar a realização de artigos definidos antecedendo possessivos na língua falada, como em "estava com a minha mãe". A explanação é segmentada da seguinte forma: i) apresentamos traços conceituais em relação a concepção de determinantes, de mondo a melhor compreendermos essa classe funcional; ii) discorremos sobre os determinantes em questão, artigo definido e possessivos, observando os traços que os compõem e suas funcionalidades; iii) apresentamos a hipótese do Determiner Phrase (ABNEY, 1987), proposta que tende a ver um sintagma determinante como um núcleo superior ao nominal; iv) abordamos a combinação de artigos/possessivos no português, levando em consideração tanto a visão de compêndios gramaticais (BECHARA, 2015; CUNHA; CINTRA, 2008), a das tipologias de línguas propostas por Lyons (1999) e Giorgi e Longobardi (1991) em relação à definitude em determinantes, como também a tipologia mais voltada ao Português, defendida por Castro (2001). Justificamos nosso interesse em apresentar tal ideia tanto como forma de melhor trazer uma reflexão sobre a estrutura de determinantes no PB, quanto como forma de desenvolver maiores contribuições em relação à temática. Palavras-chave: Determinantes; Artigos Definidos; Possessivo; Português Brasileiro. 1. Introdução Condicionantes internos são os mais citados como significativos no estudo da variação do artigo definido antecedendo possessivos. Silva (1982), por exemplo, em seu estudo sobre esse fenômeno, aplicou um maior enfoque a elementos da própria língua, como especificidade, contexto sintático e ambiente fonológico antecedente ao artigo,já que os fatores internos, como também os cognitivos, desempenham peso crucial na configuração da língua. Ademais desses fatores, outras perspectivas linguísticas têm sido consideradas para observar o fenômeno. Com o desenvolvimento dos trabalhos gerativistas, mais precisamente a Teoria dos Princípios e Parâmetros e a Teoria X-Barra (Chomsky, 1981; 1982; 1986), novas visões foram acrescentas a esse fenômeno. Frente a isso, neste trabalho, procuramos sintetizar explicações em relação ao uso de artigos definidos antecedendo possessivos, do ponto de vista linguístico, buscando responder a seguinte pergunta: como se configura a combinação de determinantes-artigos e
XI Semana de Letras - ANAIS, 2018
No estudo de diversos fenômenos linguísticos do Português Brasileiro, encontramos, comumente, uma... more No estudo de diversos fenômenos linguísticos do Português Brasileiro, encontramos, comumente, uma forte incidência da escolarização sobre determinadas variedades da língua. Vemos, com isso, uma diferença notável entre a língua que é utilizada por falantes mais escolarizados contra aqueles menos escolarizados. Dessa forma, veiculam-se múltiplos discursos que promovem a ideia de escola enquanto local normatizador e homogeneizador da Língua Portuguesa, podando o que é visto pelo ensino de língua como errado e elegendo as formas vistas como ideais. Além disso, observamos que há certos procedimentos de exclusão feitos através desses discursos, acabando por apagar determinados grupos de fala que não se encaixam na visão padrão de língua. Desse modo, este artigo tenciona observar, sob o viés da Sociolinguística Variacionista, o efeito que a escola tem sobre o português utilizado pelos sertanejos alagoanos. Para tanto, levamos em conta os resultados de pesquisas sociolinguísticas feitas com base na amostra do projeto A Língua Usada no Sertão Alagoano (2014) sobre determinados fenômenos linguísticos, tais quais os de Feitosa (2017) e Rodrigues (2018), com vistas a perceber o que objetivamos. Desse modo, esse trabalho se realiza através de uma perspectiva bibliográfica. Com isso, dialogamos com o que é tratado por Bagno (2015), Foucault (1996), Lopes (2017), entre outros, por tratarem dos assuntos que por nós serão abordados. Após nossa análise, concluímos que, embora haja incidência da escolaridade sobre o Português falado nessaa região, a mesma só atua fortemente em cima de processos variacionais socialmente estigmatizados, como a conjugação do pronome a gente + 1PP. PALAVRAS-CHAVE: Sociolinguística. Escolaridade. Sertão Alagoano. Procedimentos de exclusão. Preconceito Linguístico. 1.
Revista Falange Miúda, 2021
Neste trabalho, correlacionamos segmentações não-convencionais-hipossegmentação e hipersegmentaçã... more Neste trabalho, correlacionamos segmentações não-convencionais-hipossegmentação e hipersegmentação-com fatores sociais, tais quais sexo, ano escolar e zona de residência, por meio de textos escritos por alunos dos 6º e 7º anos do Fundamental II. Embasamo-nos na Sociolinguística Variacionista (LABOV, 2006; 2008), na qual há relação entre língua e sociedade, e como método o descritivo/inferencial, a partir do qual observamos se há associação entre as realizações das segmentações não-convencionais com os fatores sociais. Nos resultados, predomina a hipossegmentação (60% n= 18). Os fatores sociais não apresentam associação com a distribuição dos dados, sugerindo que o fenômeno está associado a fatores linguísticos.
Revista Letra Magna, 2020
Nesta pesquisa, descrevemos a variação seu/dele referente de 3ª pessoa do singular e plural no po... more Nesta pesquisa, descrevemos a variação seu/dele referente de 3ª pessoa do singular e plural no português falado por universitários do estado de Sergipe. Com base em McKay e Fulkerson (1979), consideramos que os pronomes em questão além de atuar como substitutos assumem função de determinação de seus antecessores. A partir do método descritivo-observacional e com apoio da Sociolinguística Variacionista (LABOV, 2004; 2008), fizemos a quantificação e análise de 34 entrevistas sociolinguísticas-retiradas do banco de dados Falares Sergipanos (FREITAG, 2013)-feitas com falantes universitários das cidades sergipanas de Aracaju, Itabaiana e São Cristóvão. Obtivemos um total de 394 realizações do fenômeno, sendo 50% para a forma dele. Notamos que há produtividade dos possessivos como dominantes, embora com baixas taxas (10%), predominando a função substituta. As demais variáveis linguísticas apontam que os possessivos de 3P encontram-se em uma distribuição complementar em que cada forma tende a agir em contextos específicos de uso.
Revista Leitura, 2020
Estudos feitos com base na Sociolinguística Variacionista (LABOV, 2006; 2008) incluem a variável ... more Estudos feitos com base na Sociolinguística Variacionista (LABOV, 2006; 2008) incluem a variável sexo/gênero como um dos condicionadores da variação linguística, fator amplamente selecionado como elemento de estratificação em bancos de dados sociolinguísticos do Brasil (FREITAG, 2016). No entanto, os estudos sobre o português falado no sertão alagoano mostram, em sua maioria, que o sexo/gênero não apresenta significância estatística, uma possível evidência de que a variável não apresenta efeito na língua falada na comunidade. Em vista disso, neste trabalho, objetivamos desenvolver uma revisão de trabalhos sociolinguísticos feitos com base como método o descritivo/inferencial, por meio de testes estatísticos. Constatamos que os números obtidos sobre a significância recaem na pouca diferença da frequência entre os homens e as mulheres no comportamento linguístico, demonstrando que não há dispersão no comportamento de ambos os sexos/gêneros. Contamos com a colaboração bibliográfica de autores como Eckert Eckert e McConnel-Ginet (2010), Freitag (2015), Labov (2008) e mais.
Matraga, 2021
Neste trabalho, comparamos resultados de três conjuntos de dados sobre a estrutura de sintagmas n... more Neste trabalho, comparamos resultados de três conjuntos de dados sobre a estrutura de sintagmas nominais possessivizados no português brasileiro falado, com especial atenção para os possessivos antepostos a nomes, como em sua casa, e possessivos pospostos a nomes, como em uma casa sua, de modo a observar se é possível apresentar uma generalização para o comportamento dessa estrutura na língua. Usamos como base para a comparação as descrições feitas por Neves (1993) e Franchi (1996), que trabalham com dados de fala do NURC, e dados de fala do banco Falares Sergipanos. Como método, adotamos o descritivo/infe-rencial, de modo a observar a distribuição e a associação entre os dados. Os testes de associação apontam que, em ambos os tipos de possessivos, há mais diferenças entre as três amostras e seus resultados do que semelhanças, o que não nos permite desenvolver uma generalização do comportamento desses SN para o português.
Revista da Abralin, 2020
Neste texto, resenhamos a conferência proferida pela professora doutora Mary Kato, intitulada Det... more Neste texto, resenhamos a conferência proferida pela professora doutora Mary Kato, intitulada Determinantes prosódicos em mudança sintática. Na conferência, Profa. Kato traça uma trajetória em relação aos estudos sobre o Parâmetro do Sujeito Nulo no português brasileiro (PB), explanando as principais descobertas quanto ao assunto, como forma de apresentar os novos desdobramentos sobre: a mudança sintática que há no PB quanto ao preenchimento do sujeito; e a inserção de fatores prosódicos e estilísticos com efeitos sobre a mudança. A conferência oferece importantes contribuições para o estudo sobre o parâmetro do sujeito nulo no português brasileiro, sintetizando o que já foi discutido, à medida que aponta novos caminhos a serem percorridos.
Revista da Abralin, 2020
Neste texto, resenhamos a conferência proferida pela professora Esme-ralda Vailati Negrão no cicl... more Neste texto, resenhamos a conferência proferida pela professora Esme-ralda Vailati Negrão no ciclo de conferências promovido pela Abralin Ao Vivo. Nessa conferência, Negrão discorre, entre outros tópicos, sobre as-pectos sintáticos do português que podem ser resultado do contato lin-guístico entre diferentes povos que dividiam o espaço territorial do Brasil. A autora defende que, para que se possa compreender a estrutura da lín-gua, é preciso que se pense o português brasileiro como uma língua colonial , resultante do multilinguismo existente durante sua consolidação. Com isso, a discussão levantada por Negrão ajuda-nos a expandir novos olhares em relação à constituição do português brasileiro, tanto voltados a sua estrutura, quanto voltados ao seu contexto sócio-histórico de surgi-mento.
Revista da Abralin, 2020
Neste trabalho, resenhamos a conferência proferida pelo professor Fran-cisco Eduardo Vieira (UFPB... more Neste trabalho, resenhamos a conferência proferida pelo professor Fran-cisco Eduardo Vieira (UFPB) cujo foco foi a historiografia da Gramática Tradicional (GT), sua epistemologia e aplicação ao ensino. Vieira (2020) defendeu que a GT não deve ser compreendida somente como um livro, conteúdo, disciplina ou doutrina em um sentido oposto de ciência, pois se trata de uma Teoria Linguística. Para justificar seu posicionamento, o professor pauta-se nos postulados de Laudan (1978) e apresenta o percurso histórico da GT em diferentes abordagens até chegar à proposta geral de abordagem no ensino. O ponto-chave de sua apresentação pauta-se no posicionamento de que a oração, enquanto unidade máxima de análise, é uma categoria linguística que precisa ser estudada não somente em pes-quisas linguísticas, mas, e sobretudo, nas aulas de língua portuguesa.
Web-Revista SOCIODIALETO, 2020
No português brasileiro, os pronomes possessivos pré-nominais podem vir introduzidos por elemento... more No português brasileiro, os pronomes possessivos pré-nominais podem vir introduzidos por elementos determinantes, como em ontem eu vi a sua mãe, em que o determinante a introduz o possessivo pré-nominal sua, como também podem vir com essa posição vazia, como em ontem eu vi sua mãe, em que não há nenhum elemento introduzindo o possessivo pré-nominal. Essa variação têm caráter dialetal: falantes do Norte e Nordeste tendem a não preencher mais do aqueles do Sul e Sudeste (CALLOU; SILVA, 1997; LUCCHESI, 1993; GUEDES, 2019). No entanto, pela falta de uma agenda de trabalho unificada na sociolinguística brasileira (FREITAG, 2016), os estudos desenvolvidos não necessariamente compartilham os mesmos parâmetros metodológicos, dificultando a comparabilidade e a generalização (FREITAG; ROST-SNICHELOTTO, 2015). Neste trabalho, apresentamos uma revisão sistemática integrativa quanto à variação no preenchimento da posição determinante antes de possessivos pré-nominais, evidenciando o caráter dialetal, com trabalhos desenvolvidos em diferentes regiões do Brasil. A revisão sistemática evidencia o caráter dialetal da variação neste contexto, em que os falantes do Nordeste não preenchem mais do que aqueles ao Sul e Sudeste, abrindo espaço para a discussão da estabilidade gramatical do português brasileiro quanto ao comportamento do não preenchimento da posição determinante antes de possessivos pré-nominais.
Caderno de Squibs: Temas em estudos formais da linguagem, 2020
A expressão das relações de posse por pronomes de terceira pessoa no português brasileiro está em... more A expressão das relações de posse por pronomes de terceira pessoa no português brasileiro está em processo de variação, que ainda não é adequadamente representada nas gramáticas: a forma seu, em certas situações continua sendo produtiva. Examinamos uma amostra de fala de universitários e encontramos a mesma distribuição de PP3 do NURC. Os resultados de uma análise de regressão condicional de PP3 corroboram a hipótese da dominância pronominal e a da distribuição complementar de Müller (1997), de que seu age como variante presa e dele expressa correferência.
Porto das Letras, 2020
Neste trabalho, descrevemos a variação na realização de artigos definidos antecedendo possessivos... more Neste trabalho, descrevemos a variação na realização de artigos definidos antecedendo possessivos em posição pré-nominal no português falado na comunidade da Universidade Federal de Sergipe, como em "estava com 0 minha mãe" e "estava com a minha mãe", buscando responder à seguinte pergunta: a perspectiva de contato linguístico entre normas-analisada por meio da variável tempo no curso-e a de deslocamento geográfico influenciam na realização dessa variação? Nossa hipótese é a de que a migração geográfica e o contato entre normas desempenham força sobre a realização do artigo. Utilizamos como método o descritivo/observacional, e como corpus 32 entrevistas sociolinguísticas coletadas com estudantes da UFS, vinculadas ao banco de dados Falares Sergipanos (FREITAG, 2013). Obtivemos um total de 1268 realizações do fenômeno, sendo 47% para a presença de artigo. O fator deslocamento apresentou pouca diferenciação: os falantes do Deslocamento 4 fazem maior uso do artigo (48,6%), enquanto os do Deslocamento 3 menor uso (44,6%). Em tempo de curso, na medida em que os falantes mais se inserem na universidade, mais usam o artigo. Os resultados das variantes extralinguísticas sugerem que o comportamento linguístico do fenômeno é sensível à inserção na comunidade. Todavia, o condicionamento da variação é de natureza interna, com a atuação do tipo de sintagma, tipo de preposição e traço semântico e status informacional.
A Cor das Letras, 2018
A implementação de a gente não sujeito no sertão alagoano Resumo: No presente estudo, interessamo... more A implementação de a gente não sujeito no sertão alagoano Resumo: No presente estudo, interessamo-nos em estudar a implementação de a gente nas funções de não sujeito na fala de sertanejos alagoanos. Assim, observamos a alternância entre nós e a gente pronomes, levando em consideração as funções de acusativo, dativo, (oblíquo) complemento e (oblíquo) adjunto. Ainda, procuramos saber qual a frequência de uso de cada forma, quais fatores sociais e/ou linguísticos condicionam o uso da variável e, por fim, questionar se estamos diante de uma variação estável ou uma mudança em curso. Baseado nisso, o presente trabalho leva em consideração o que é proposto pela Teoria da Variação e Mudança. Os dados analisados foram extraídos a partir do banco de dados do Projeto A Língua Usada no Sertão Alagoano (LUSA) e rodados no programa computacional GoldVarb X. Após a análise dos dados, concluímos que, embora haja a variação pronominal nas funções estudadas, o pronome conservador encontra-se com um maior índice de realização, havendo pouca realização do a gente e que essa variação é condicionada apenas por fatores internos, além de apresentar uma variação estável.
Palavras-chave: Variação. 1PP. Não sujeito. Sertão Alagoano.
Anais VIII CONALE, 2019
RESUMO: organização de estruturas determinantes no PB, de modo a observar a realização de artigos... more RESUMO: organização de estruturas determinantes no PB, de modo a observar a realização de artigos definidos antecedendo possessivos na língua falada, como em "estava com a minha mãe". A explanação é segmentada da seguinte forma: i) apresentamos traços conceituais em relação a concepção de determinantes, de mondo a melhor compreendermos essa classe funcional; ii) discorremos sobre os determinantes em questão, artigo definido e possessivos, observando os traços que os compõem e suas funcionalidades; iii) apresentamos a hipótese do Determiner Phrase (ABNEY, 1987), proposta que tende a ver um sintagma determinante como um núcleo superior ao nominal; iv) abordamos a combinação de artigos/possessivos no português, levando em consideração tanto a visão de compêndios gramaticais (BECHARA, 2015; CUNHA; CINTRA, 2008), a das tipologias de línguas propostas por Lyons (1999) e Giorgi e Longobardi (1991) em relação à definitude em determinantes, como também a tipologia mais voltada ao Português, defendida por Castro (2001). Justificamos nosso interesse em apresentar tal ideia tanto como forma de melhor trazer uma reflexão sobre a estrutura de determinantes no PB, quanto como forma de desenvolver maiores contribuições em relação à temática. Palavras-chave: Determinantes; Artigos Definidos; Possessivo; Português Brasileiro. 1. Introdução Condicionantes internos são os mais citados como significativos no estudo da variação do artigo definido antecedendo possessivos. Silva (1982), por exemplo, em seu estudo sobre esse fenômeno, aplicou um maior enfoque a elementos da própria língua, como especificidade, contexto sintático e ambiente fonológico antecedente ao artigo,já que os fatores internos, como também os cognitivos, desempenham peso crucial na configuração da língua. Ademais desses fatores, outras perspectivas linguísticas têm sido consideradas para observar o fenômeno. Com o desenvolvimento dos trabalhos gerativistas, mais precisamente a Teoria dos Princípios e Parâmetros e a Teoria X-Barra (Chomsky, 1981; 1982; 1986), novas visões foram acrescentas a esse fenômeno. Frente a isso, neste trabalho, procuramos sintetizar explicações em relação ao uso de artigos definidos antecedendo possessivos, do ponto de vista linguístico, buscando responder a seguinte pergunta: como se configura a combinação de determinantes-artigos e
XI Semana de Letras - ANAIS, 2018
No estudo de diversos fenômenos linguísticos do Português Brasileiro, encontramos, comumente, uma... more No estudo de diversos fenômenos linguísticos do Português Brasileiro, encontramos, comumente, uma forte incidência da escolarização sobre determinadas variedades da língua. Vemos, com isso, uma diferença notável entre a língua que é utilizada por falantes mais escolarizados contra aqueles menos escolarizados. Dessa forma, veiculam-se múltiplos discursos que promovem a ideia de escola enquanto local normatizador e homogeneizador da Língua Portuguesa, podando o que é visto pelo ensino de língua como errado e elegendo as formas vistas como ideais. Além disso, observamos que há certos procedimentos de exclusão feitos através desses discursos, acabando por apagar determinados grupos de fala que não se encaixam na visão padrão de língua. Desse modo, este artigo tenciona observar, sob o viés da Sociolinguística Variacionista, o efeito que a escola tem sobre o português utilizado pelos sertanejos alagoanos. Para tanto, levamos em conta os resultados de pesquisas sociolinguísticas feitas com base na amostra do projeto A Língua Usada no Sertão Alagoano (2014) sobre determinados fenômenos linguísticos, tais quais os de Feitosa (2017) e Rodrigues (2018), com vistas a perceber o que objetivamos. Desse modo, esse trabalho se realiza através de uma perspectiva bibliográfica. Com isso, dialogamos com o que é tratado por Bagno (2015), Foucault (1996), Lopes (2017), entre outros, por tratarem dos assuntos que por nós serão abordados. Após nossa análise, concluímos que, embora haja incidência da escolaridade sobre o Português falado nessaa região, a mesma só atua fortemente em cima de processos variacionais socialmente estigmatizados, como a conjugação do pronome a gente + 1PP. PALAVRAS-CHAVE: Sociolinguística. Escolaridade. Sertão Alagoano. Procedimentos de exclusão. Preconceito Linguístico. 1.