kenia Gusmão Medeiros - Academia.edu (original) (raw)
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Papers by kenia Gusmão Medeiros
Resumo: Este trabalho pretende investigar a liberação sexual que ocorreu entre os jovens da Contr... more Resumo: Este trabalho pretende investigar a liberação sexual que ocorreu entre os jovens da Contracultura nos anos 1960. Para tanto, será utilizada a autobiografia Minha vida (2005), escrita pelo quadrinista underground Robert Crumb, e os discursos musicados dessa época. Busca-se, portanto, uma interação entre imagem e texto, este oriundo tanto de composições musicais quanto da narrativa quadrinesca. A juventude transviada dos anos 1960 proclamava a contestação do establishment como o caminho de passagem a uma nova era social e cultural. Assim, além de expressarem sua rebeldia, por meio do sexo, do rock and roll e do uso de alucinógenos, confrontavam também a extrema moralidade da Igreja, a alienação midiática, especialmente a causada pela televisão, o vulgar consumismo, entre outros valores ocidentais. Portanto, o sexo, visto também como um assunto tabu para os códigos convencionais da época, foi amplamente explorado e representado em Minha vida e nas sensuais canções do momento. As fantasias sexuais do obsceno submundo de Crumb, que utilizava drogas como estimulante sexual, são neuróticas e bizarras. Em Minha vida, por meio de uma abordagem altamente satírica e pervertida, Robert Crumb se apresenta como um personagem perturbado sexualmente que narra suas devassas obsessões, as quais não correspondem, de forma alguma, à concepção tradicional de relação sexual. Nesses anos de agitação contracultural, assim como os quadrinhos, a música também foi um importante discurso no qual as vozes dissonantes de jovens contestadores foi, enfim, ouvida. Tendo como objeto de análise os quadrinhos produzidos por Crumb e a música dos anos 60, este trabalho procura investigar como se dá a transformação do político por meio das atitudes culturais de contestação e rebeldia que eram, principalmente, relacionadas ao comportamento sexual desses jovens. Palavras-chave: Contracultura; sexualidade; juventude.
Apresentação A narrativa desenvolvida no premiado filme Pelo Malo roteirizado e dirigido pela ven... more Apresentação A narrativa desenvolvida no premiado filme Pelo Malo roteirizado e dirigido pela venezuelana Mariana Rondón, lançado em 2013 (2014 no Brasil) tem como tema a história de Junior, um menino que vive em uma grande cidade latina. Júnior é uma criança comum que encara as dificuldades de uma infância pobre e sonha em ser o que vê na televisão. A imagem de sucesso da qual o menino procura se aproximar é a de um cantor de cabelos lisos. A televisão é sua principal forma de entretenimento e meio com o qual ele mantém contato cultural. Ao longo da história os desejos e comportamentos de Junior despertam em Marta, sua mãe, desconfianças em relação à sexualidade do garoto. Partindo de suas próprias representações e noções de gênero e sexualidade, que são amparadas em pressupostos e compreensões conservadoras e equivocadas, ela se sente profundamente incomodada com o que percebe no desenvolvimento da personalidade do filho. Três figuras femininas que se relacionam com Junior são fundamentais na história. A mãe, a avó e a melhor amiga. Com cada uma delas o menino possui afetividades e conflitos em torno dos quais se desenvolvem discussões sobre desigualdade social, gênero, homofobia, sexualidade e racismo. Junior
Feminismos contemporâneos.
Livro produto de um Simpósio On Line de Ensino de História.
Um símbolo de liberdade e ousadia, Leila Diniz é uma atriz já representada em alguns trabalhos d... more Um símbolo de liberdade e ousadia, Leila Diniz é uma atriz já representada em alguns trabalhos de caráter biográfico. Como se sabe, contudo, a escrita desse gênero contém esquecimentos, silenciamentos e olhares distintos que representam perspectivas também diversas de um mesmo personagem. A Leila que rompe com padrões sociais e comportamentais de uma época tem sido a memória mais frequente dessa artista, em detrimento dos aspectos de sua vida familiar e profissional que também se conformaram nas instâncias que formaram sua personalidade. Por meio de depoimentos de pessoas ligadas a atriz e de sua própria voz em entrevistas e cartas, este trabalho procura mostrar uma Leila que representa sim ousadia e liberdade, mas que para além disso, conforma também outras possibilidades de interpretação. Observar o que nessa mulher era considerado fora dos padrões, quais discursos dão conta disso, em que aspectos ela se assemelhava a qualquer mulher de seu tempo, também podem ser importantes meios para um melhor entendimento dessa personagem e da época em que viveu. Palavras-chave: Biografia. Leila Diniz. Comportamento. Mulher.
Resumo: Os discursos musicados já são há algum tempo importantes e recorrentes fontes historiográ... more Resumo: Os discursos musicados já são há algum tempo importantes e recorrentes fontes historiográficas. Muitos são os trabalhos dedicados a obras de compositores, movimentos da cena musical ou ainda performances ligadas à música. Este trabalho tem como tema a busca de sentidos e representações de consciência e politização sobre a cultura negra dentro do próprio samba. Como fontes principais serão utilizadas letras dos compositores Paulinho da Viola, Nei Lopes e Candeia. A metodologia do trabalho em tela se baseia nos pressupostos da interpretação das letras a partir de referências teóricas caras à história cultural. Palavras-chave: Música. Politização. Negro. MPB. Ditadura Militar.
RESUMO Este artigo tem como tema a obra do compositor Paulinho da Viola. A organização e os senti... more RESUMO Este artigo tem como tema a obra do compositor Paulinho da Viola. A organização e os sentidos empenhados pelo artista para o tempo são contemplados neste texto. Seus discursos musicados estão sempre em reflexão sobre a instabilidade de toda as experiências humanas diante de percepções acerca do tempo. O cotidiano e suas práticas, além das suas interfaces de opressão e segurança também são objeto de reflexão desse trabalho. A água, uma metáfora freqüente na obra do compositor tem também um destaque importante na constituição de sentidos no repertório do compositor. Seja pelo tempo ou por outras representações, também é intensa e recorrente no sambista a ideia de renovação. Sua escrita metafórica e suas possibilidades de leitura são também objeto de análise. Palavras-chave: Paulinho da Viola. Metáforas. Tempo. Cotidiano. Água. renovação.
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Livro produto de um Simpósio On-line de Ensino de História.
Ao escrever O coração das trevas (1902) Joseph Conrad construiu uma imagem da África sob o domíni... more Ao escrever O coração das trevas (1902) Joseph Conrad construiu uma imagem da África sob o domínio imperialista nos oitocentos que infelizmente ainda persiste na atualidade. As estratégias narrativas de Conrad em representar os africanos como primitivos tinha o intuito de demonstrar o "inumano" para a civilização européia. Como outras, esta obra, exemplifica o pensamento racial que legitimou o imperialismo, mesmo esta sendo precursora na crítica ao neocolonialismo. Conrad, como exemplo de narrador escondido em seu narrador (Marlow), optou por abordar o Congo Belga como um lugar habitado por homens e mulheres que se relacionavam e se representavam apenas por meio de uma linguagem primitiva, o que infere a ideia de uma África apolítica e a-histórica. A recepção de Coração das trevas pode ser evidenciada no livro Origens do Totalitarismo (1951) da filósofa Hannah Arendt. Segundo ela, Conrad iluminou suas ideias sobre o pensamento racial antes do racismo ao descrever a fragilidade das instituições políticas, a condição de pré-história e a linguagem dos africanos que "atemorizavam e envergonhavam a humanidade do homem europeu". Para Arendt o colonialismo foi um dos elementos de cristalização do Holocausto. Contudo, o imperialismo alemão no continente não teve mais dos que alguns parágrafos em suas considerações. Ao comparar o livro de Conrad e a recepção de Arendt, observou-se a persistência de uma imagem da África, própria dos novecentos. O que carece de uma compreensão e uma re-avaliação da mesma. Palavras-Chave: Joseph Conrad. Hannah Arendt. Literatura. Filosofia. Racismo.
Livro produto de um Simpósio On-line sobre Oriente, Simporiente 2019.
Resumo: Este trabalho pretende investigar a liberação sexual que ocorreu entre os jovens da Contr... more Resumo: Este trabalho pretende investigar a liberação sexual que ocorreu entre os jovens da Contracultura nos anos 1960. Para tanto, será utilizada a autobiografia Minha vida (2005), escrita pelo quadrinista underground Robert Crumb, e os discursos musicados dessa época. Busca-se, portanto, uma interação entre imagem e texto, este oriundo tanto de composições musicais quanto da narrativa quadrinesca. A juventude transviada dos anos 1960 proclamava a contestação do establishment como o caminho de passagem a uma nova era social e cultural. Assim, além de expressarem sua rebeldia, por meio do sexo, do rock and roll e do uso de alucinógenos, confrontavam também a extrema moralidade da Igreja, a alienação midiática, especialmente a causada pela televisão, o vulgar consumismo, entre outros valores ocidentais. Portanto, o sexo, visto também como um assunto tabu para os códigos convencionais da época, foi amplamente explorado e representado em Minha vida e nas sensuais canções do momento. As fantasias sexuais do obsceno submundo de Crumb, que utilizava drogas como estimulante sexual, são neuróticas e bizarras. Em Minha vida, por meio de uma abordagem altamente satírica e pervertida, Robert Crumb se apresenta como um personagem perturbado sexualmente que narra suas devassas obsessões, as quais não correspondem, de forma alguma, à concepção tradicional de relação sexual. Nesses anos de agitação contracultural, assim como os quadrinhos, a música também foi um importante discurso no qual as vozes dissonantes de jovens contestadores foi, enfim, ouvida. Tendo como objeto de análise os quadrinhos produzidos por Crumb e a música dos anos 60, este trabalho procura investigar como se dá a transformação do político por meio das atitudes culturais de contestação e rebeldia que eram, principalmente, relacionadas ao comportamento sexual desses jovens. Palavras-chave: Contracultura; sexualidade; juventude.
Apresentação A narrativa desenvolvida no premiado filme Pelo Malo roteirizado e dirigido pela ven... more Apresentação A narrativa desenvolvida no premiado filme Pelo Malo roteirizado e dirigido pela venezuelana Mariana Rondón, lançado em 2013 (2014 no Brasil) tem como tema a história de Junior, um menino que vive em uma grande cidade latina. Júnior é uma criança comum que encara as dificuldades de uma infância pobre e sonha em ser o que vê na televisão. A imagem de sucesso da qual o menino procura se aproximar é a de um cantor de cabelos lisos. A televisão é sua principal forma de entretenimento e meio com o qual ele mantém contato cultural. Ao longo da história os desejos e comportamentos de Junior despertam em Marta, sua mãe, desconfianças em relação à sexualidade do garoto. Partindo de suas próprias representações e noções de gênero e sexualidade, que são amparadas em pressupostos e compreensões conservadoras e equivocadas, ela se sente profundamente incomodada com o que percebe no desenvolvimento da personalidade do filho. Três figuras femininas que se relacionam com Junior são fundamentais na história. A mãe, a avó e a melhor amiga. Com cada uma delas o menino possui afetividades e conflitos em torno dos quais se desenvolvem discussões sobre desigualdade social, gênero, homofobia, sexualidade e racismo. Junior
Feminismos contemporâneos.
Livro produto de um Simpósio On Line de Ensino de História.
Um símbolo de liberdade e ousadia, Leila Diniz é uma atriz já representada em alguns trabalhos d... more Um símbolo de liberdade e ousadia, Leila Diniz é uma atriz já representada em alguns trabalhos de caráter biográfico. Como se sabe, contudo, a escrita desse gênero contém esquecimentos, silenciamentos e olhares distintos que representam perspectivas também diversas de um mesmo personagem. A Leila que rompe com padrões sociais e comportamentais de uma época tem sido a memória mais frequente dessa artista, em detrimento dos aspectos de sua vida familiar e profissional que também se conformaram nas instâncias que formaram sua personalidade. Por meio de depoimentos de pessoas ligadas a atriz e de sua própria voz em entrevistas e cartas, este trabalho procura mostrar uma Leila que representa sim ousadia e liberdade, mas que para além disso, conforma também outras possibilidades de interpretação. Observar o que nessa mulher era considerado fora dos padrões, quais discursos dão conta disso, em que aspectos ela se assemelhava a qualquer mulher de seu tempo, também podem ser importantes meios para um melhor entendimento dessa personagem e da época em que viveu. Palavras-chave: Biografia. Leila Diniz. Comportamento. Mulher.
Resumo: Os discursos musicados já são há algum tempo importantes e recorrentes fontes historiográ... more Resumo: Os discursos musicados já são há algum tempo importantes e recorrentes fontes historiográficas. Muitos são os trabalhos dedicados a obras de compositores, movimentos da cena musical ou ainda performances ligadas à música. Este trabalho tem como tema a busca de sentidos e representações de consciência e politização sobre a cultura negra dentro do próprio samba. Como fontes principais serão utilizadas letras dos compositores Paulinho da Viola, Nei Lopes e Candeia. A metodologia do trabalho em tela se baseia nos pressupostos da interpretação das letras a partir de referências teóricas caras à história cultural. Palavras-chave: Música. Politização. Negro. MPB. Ditadura Militar.
RESUMO Este artigo tem como tema a obra do compositor Paulinho da Viola. A organização e os senti... more RESUMO Este artigo tem como tema a obra do compositor Paulinho da Viola. A organização e os sentidos empenhados pelo artista para o tempo são contemplados neste texto. Seus discursos musicados estão sempre em reflexão sobre a instabilidade de toda as experiências humanas diante de percepções acerca do tempo. O cotidiano e suas práticas, além das suas interfaces de opressão e segurança também são objeto de reflexão desse trabalho. A água, uma metáfora freqüente na obra do compositor tem também um destaque importante na constituição de sentidos no repertório do compositor. Seja pelo tempo ou por outras representações, também é intensa e recorrente no sambista a ideia de renovação. Sua escrita metafórica e suas possibilidades de leitura são também objeto de análise. Palavras-chave: Paulinho da Viola. Metáforas. Tempo. Cotidiano. Água. renovação.
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Livro produto de um Simpósio On-line de Ensino de História.
Ao escrever O coração das trevas (1902) Joseph Conrad construiu uma imagem da África sob o domíni... more Ao escrever O coração das trevas (1902) Joseph Conrad construiu uma imagem da África sob o domínio imperialista nos oitocentos que infelizmente ainda persiste na atualidade. As estratégias narrativas de Conrad em representar os africanos como primitivos tinha o intuito de demonstrar o "inumano" para a civilização européia. Como outras, esta obra, exemplifica o pensamento racial que legitimou o imperialismo, mesmo esta sendo precursora na crítica ao neocolonialismo. Conrad, como exemplo de narrador escondido em seu narrador (Marlow), optou por abordar o Congo Belga como um lugar habitado por homens e mulheres que se relacionavam e se representavam apenas por meio de uma linguagem primitiva, o que infere a ideia de uma África apolítica e a-histórica. A recepção de Coração das trevas pode ser evidenciada no livro Origens do Totalitarismo (1951) da filósofa Hannah Arendt. Segundo ela, Conrad iluminou suas ideias sobre o pensamento racial antes do racismo ao descrever a fragilidade das instituições políticas, a condição de pré-história e a linguagem dos africanos que "atemorizavam e envergonhavam a humanidade do homem europeu". Para Arendt o colonialismo foi um dos elementos de cristalização do Holocausto. Contudo, o imperialismo alemão no continente não teve mais dos que alguns parágrafos em suas considerações. Ao comparar o livro de Conrad e a recepção de Arendt, observou-se a persistência de uma imagem da África, própria dos novecentos. O que carece de uma compreensão e uma re-avaliação da mesma. Palavras-Chave: Joseph Conrad. Hannah Arendt. Literatura. Filosofia. Racismo.
Livro produto de um Simpósio On-line sobre Oriente, Simporiente 2019.